“A NOVA FILOSOFIA”…
(…)A Seleção feminina
A CBB trabalha desde o ano passado com a Seleção sub-19, somando três etapas de preparação para a Copa do Mundo. Em dezembro do ano passado, foi realizado um Camp de treinos com meninas com idade para a Copa do Mundo. Depois, o time se reuniu em Araraquara para os trabalhos visando a Copa América. Como o torneio foi cancelado e o Brasil se classificou para a Copa do Mundo pelo ranking, o período serviu de treinamento. E agora, em Barueri, finalizou mais duas semanas de treino, definindo as 12 atletas que viajaram para o torneio.
Metodologia implementada
Desde a sua chegada, em junho de 2019, José Neto implementou uma metodologia única para o basquete feminino. Assim, desde as Seleções de base, o Brasil joga com o mesmo conceito, e todos os treinadores da comissão técnica, Virgil Lopez, João Camargo, Dyego Maranini, Bruna Rodrigues e Claudio Lisboa trabalham sob os mesmos conceitos quando estão com as Seleções de base. O próprio José Neto, por exemplo, esteve por uma semana com a Seleção feminina sub-19 ao lado de Dyego, que comandou a equipe na Copa do Mundo que terminou na última semana com a impossibilidade da vinda de João Camargo, por conta da LBF.
– Quando iniciamos os trabalhos com o basquete feminino na CBB, iniciamos também a implementação de uma nova metodologia de trabalho com as seleções brasileiras, de todas as categorias. A ideia é criar uma maneira de jogar em que as atletas possam transitar em todas as categorias usando os mesmos conceitos de jogo, mas principalmente criar uma cultura de treinamento valorizando os aspectos físico-técnicos necessários para o jogo de nível internacional – diz José Neto.
O treinador da Seleção principal complementa.
– Foram várias ações que realizamos para compartilhar esta nova metodologia. Sempre liderada pela gerente técnica Adriana Santos, inicialmente, os treinadores das categorias de base das seleções foram aqueles que estavam ligados direta ou indiretamente aos trabalhos com a seleção adulta onde aplicamos esta metodologia de trabalho. Virgil e Camargo como assistentes da seleção adulta, assumiram os trabalhos nas categorias de base. Chamamos também outros treinadores de categorias de base do nosso basquete feminino para que pudessem compor as comissões técnicas e assim também, podermos formar novos treinadores e treinadoras como foi com Dyego Cavalcanti, Claudio Lisboa, Bruna Rodrigues e agora aumentando este leque com Alessandra Minati, Adrianinha e Luciana Thomazini – cita José Neto.
O treinador lembra que o aspecto físico não foi esquecido, e justamente por isso a presença de Diego Falcão, preparador físico da Seleção feminina adulta, em todas as situações.
– Como o aspecto físico é importante nesta metodologia, fizemos o mesmo processo com o preparação física sendo liderada pelo Diego Falcao e nas categorias de base com seus assistentes Rafael Bernadelli e agora Priscila de Souza. Esta maneira de trabalhar foi oferecida para o conhecimento de todos os treinadores do Brasil através dos Grupos de Estudos realizados durante todas as etapas de treinamento da seleção adulta feminina em preparação para o Pan de Lima, AmeriCup 2019, Pré-Olímpico das Américas e Pré-Olímpico Mundial. Infelizmente não pudemos oferecer esta condição durante os treinamentos da Americup 2021 por conta dos protocolos de Covid. Outra maneira de oferecer o conhecimento desta metodologia a todos os treinadores e profissionais do basquete feminino foi através do projeto Adelante. Enfim, temos uma proposta bem fundamentada tendo como referência o trabalho de vários países de êxito na modalidade e com a consciência de que como todo processo, necessita de tempo para que o resultado seja consolidado.(…)
Fonte: Assessoria CBB
Como vemos acima, uma “nova filosofia metodológica” de preparação das seleções femininas foi implantada pelo experimentadíssimo técnico do basquetebol feminino José Neto, principalmente no trabalho de base, onde sua atuação de muitos anos (?) na categoria, alcançou reconhecimento nacional e internacional. Tal concentração de esforço e dedicação culminou com o resultado alcançado pela seleção sub 19 (categoria na ante sala da divisão principal) ao final do Campeonato Mundial na Hungria, vindo sendo preparada desde dezembro passado, onde alcançou o meritório último lugar entre as 16 equipes participantes, com sete derrotas e nenhuma vitória, tendo, inclusive, conquistado o recorde de derrota pela maior margem de pontos, louváveis 61 pontos contra a Espanha, 83 x 22 ( sétima colocada na competição), alcançando os incríveis e constrangedores números finais, agora expostos para análise de todos aqueles que ainda e teimosamente mantêm altas expectativas com “novas filosofias” atiradas ao vento, como se não existisse neste imenso, desigual e injusto país, pessoas preparadas e sensatas na percepção de engôdos primários, arrivistas e aventureiros tentando ( e como tentam, já são três décadas de tentativas) fixar o nefasto “se colar, colou”, praga corrosiva, de Q.I. altíssimo, e que vem liquidando. não só a formação de base feminina, como a masculina também, através pseudas garantias técnicas, táticas, administrativas e cientificamente embasadas num corporativismo pétreo e hermético, de um grupelho que se apossou de uma verdade fundamentada na premissa de um basquetebol formatado e padronizado para todas as categorias, sob um comando central e único, numa escalada absurda e que raia a insanidade mental, pois afasta de saída, toda a possibilidade criativa e diversificada de uma modalidade de ampla complexidade, exigindo muita pesquisa, estudo e tempo, muito tempo de maturação, planejamento e trabalho constante, paciente e, acima de tudo, competente. Que é o que mais falta ao grande jogo, competência, criatividade, sensibilidade, que são as exigências necessárias aos grandes saltos, na descoberta de novos caminhos, de formas diferenciadas de jogar, e principalmente, de formar jogadores aptos para trilhá-lo, com conhecimentos bem fundamentados e extrema leitura comportamental, técnica e tática, perante uma atividade exigente, exclusiva e inclusiva ao mesmo tempo, única dentre os desportos coletivos, sendo por definição, o grande jogo…
Vamos aos números da “nova filosofia” alcançados na Hungria, após os sete jogos realizados:
-107/286 arremessos de 2 pontos – 37,4 %
-36/135 arremessos de 3 pontos – 26,6 %
-62/120 nos lances livres – 51,6%
-Erros de fundamentos – 179 (25,5 pj)
sendo 37 contra a França e 35 contra a Espanha.
-Perderam com o placar médio de 78.1 x 55,4.
-Jogos:
-França 84 x 52 Brasil
-Espanha 83 x 22 Brasil
-Coreia 80 x 74 Brasil
-REP checa 74 x 64 \\\\brasil
-Itália 71 x 43 Brasil
-Taipé 86 x 70 Brasil
-Argentina 69 x 63 Brasil
Fico imaginando o que aconteceria se a equipe brasileira jogasse contra os Estados Unidos, Austrália e Hungria, aliás, prefiro nem imaginar…
Por mais uma vez o previsível fracasso (tantos e outros tantos já foram), quanto tempo e dinheiro desperdiçados, incúria, tapeação. alpinismo técnico profissional, lastreado por politicagem federativa e confederativa, que definitivamente terá de ter um fim…
Podemos, ante estes números afiançar com segurança que as jogadoras da faixa que antecede a elite da modalidade, simplesmente não sabem jogar, pois erram canhestra e brutalmente nos fundamentos mais básicos (passes, dribles, domínio de bola, fintas, marcação, rebotes, equilíbrio), nos arremessos, com percentagens muito abaixo do exigido nesta categoria, ainda mais sendo uma seleção nacional, com parâmetros de 70% para os arremessos de 2 pontos, 60% para os de 3 pontos, 80% para os lances livres, e no máximo 10 erros de fundamentos por jogo, além de algumas delas estarem nitidamente muito acima do peso corporal. Tais parâmetros comparados aos números acima postados são estarrecedores, comprometedores, e acima, muito acima de tudo, irresponsáveis por parte de quem as ensinam, orientam e dirigem, segundo a “nova filosofia” implantada desde 2019…
Basquetebol é coisa séria, muito séria, para ser desfigurado e reimplantado com filosofias vãs e aventureiras, em tudo similar ao “chega e chuta” implantado num NBB e na LFB de tristes e contundentes memórias, para todos aqueles que realmente amam, estudam, planejam, pesquisam. ensinam, preparam, e administram o grande jogo a luz do novo, ousado, diferenciado e proprietária forma de jogar um jogo que já dominamos tempos atrás, não muito tempo, quando formávamos jogadores (as) de qualidade comprovada nacional e internacionalmente reconhecidos (as), por professores e técnicos gabaritados e altamente competentes, onde a prancheta não reinava, sequer existia, a não ser como base para chamadas e listas de materiais e suporte de documentação federativa, hoje cúmplice de maus desenhistas e especialistas em hieróglifos herméticos, tanto quanto a seita a que pertencem, chancelados pela osmótica influência de uma NBA que não está nem aí para o progresso do grande jogo entre nós, a não ser por seu interêsse econômico e hegemônico, sutilmente politizado…
Urge uma mudança de rumo, radical, cirúrgica, estrutural, definitiva, pois não aguentaremos um novo ciclo olímpico professando mais um bestialógico transcendental, com “filosofias” de araque (será que conhecem o significado etimológico do termo?), interesseiras e irresponsáveis. Clamo, pela milésima vez, reúnam os verdadeiros técnicos e professores, encanecidos, experientes, em que cada fio de cabelo branco conta uma história de sobrevivência técnico desportiva, cujos calosos pés trilharam as pedregosas estradas de uma vida dedicada, vencedora, hoje humilhada por “galáticos heróis”, no jargão das ululantes e histéricas transmissões midiáticas, fabricantes de modais que se tatuam (técnicos inclusive…), xingam e se auto coreografam à margem das quadras, e dentro delas também, emulando grotescamente falsos líderes, falsos heróis, lá de fora, deixando de lado nossos verdadeiros líderes e heróis, esquecidos, tristemente esquecidos…
Agora mesmo um gênio da alta moda perpetrou um horrendo uniforme para as seleções nacionais, esquecendo e omitindo deliberadamente o ressurgimento do nosso listrado traje de luta, de vitórias, de campeonatos mundiais e olímpicos (perguntem aos argentinos porque não se desfazem do deles, listrados de azul e branco). Claro, afirmam serem os novos tempos, as “novas filosofias”, mas esquecem o básico, o fulcral, o berço, o abraço das tradições, princípio, meio e fim de todos aqueles que realmente, tem vergonha na cara, simplesmente, vergonha na cara, ao contrário dos muitos que aí estão…
Que os já desiludidos deuses nos ajudem.
Amém.
Fotos – Reproduções da Internet e TV, e divulgação Fiba.
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[…] para a França por 32 pontos de diferença. Uma diagnose mais precisa foi aqui publicada no último artigo aqui […]