PROPOSIÇÕES E MUITA CORAGEM.

Assisto o programa Bola da vez na ESPN Brasil e me incomodo bastante com determinadas posições do entrevistado,Oscar.Passional,explosivo(os juizes sempre souberam),colérico,e o que mais me incomodou,desafiante e inquisidor na afirmativa enérgica de que “quem roesse a corda e desse pra trás não passaria de um cag..!”E por mais duas vezes repetiu-“Se clubes dessem para trás não passariam de uns cag..!” Um magnifico movimento que apesar de ter sido lançado em má hora,num momento político delicado,pode encontrar sérias objeções pela agressividade de seu mentor.Sua imagem poderá se desgastar pelo posicionamento adotado,abrindo as portas para oportunistas lideranças que se lançarão em seu vácuo na primeira chance que tiverem.Caro Oscar, você já notou,ou foi alertado de que somente sua imagem tem vindo à tona, dando “a cara á tapa” em suas próprias palavras? Porque o Grego não age da mesma maneira? Você já viu rapôsa dar cara a tapa? Desde quando dirigente esportivo,seja de federações ou de clubes se incomodam de serem chamados disso ou daquilo? Sempre fez parte dos “cargos de sacrifício” o dominio da arte de engolir tantos sapos,quantos fossem necessários para se manterem em permanente sacrifício. São mestres do disfarce e da disfarçatez,principalmente se seus passaportes ostentarem carimbos internacionais
recompensadores de tantos sacrifícios, além de outras,nem sempre visualizadas e transparentes benesses.São cartas mais do que marcadas, e se não houver fatos realmente novos,seguirão na próxima segunda feira no comando desta desmoralizada náu
em que se transformou o nosso basquetebol.A Liga pode se tornar possível,mas terá de contar com três fatores:1-Que seja respaldada por órgãos da mídia firmes e decididamente comprometidos com a mesma, principalmente se for da imprensa escrita.
Um representante da imprensa televisiva seria de grande valor,mesmo que fosse de uma
rede menor,como por exemplo a STV,ligada a orgãos como o SENAC,com vasta experiência
desportiva em seus centros espalhados pelo Brasil.2-Que uma verdadeira Associação de
Técnicos seja incentivada a participar na criação de politicas e de programas voltadas aos jóvens e na busca de novas vertentes táticas e técnicas. 3-Que em hipótese alguma permitam a ingerência da CBB em seu comando decisório,mesmo com a real ameaça de perda de representividade nas seleções nacionais,pois,por um breve momento,ou não,o país não poderia se abster de seus melhores jogadores, e demonstraria a incapacidade da CBB de gerir tal circunstância.Mas para se trilhar tal caminho há de se ter muita coragem,não de um solitário lutador,mas de todos aqueles envolvidos que ainda não apresentaram suas caras aos tapas.Honestamente torço para que tudo dê certo,que a Liga prospere, e que nosso basquetebol se beneficie acima de tudo e de todos.Mas mudar de mãos no contrôle da chave do cofre vai ser uma luta descomunal,pois depois de se acostumar ao caviar nenhum”sacrificado dirigente” aceitará voltar à sardinha no pão, e tenho uma grande desconfiança de que na segunda feira refinarão seus apetites, para depois em côro com seu reeleito chefe comungarem na mesma afirmativa de que “mais cedo,ou mais tarde a Liga acontecerá”,de preferência muito,mas muito mais tarde.

DE CIMA PARA BAIXO.

Em nosso país,onde inexiste a massificação esportiva,todo e qualquer sistema de jogo sempre emanará das seleções nacionais representativas de cada modalidade.No caso do basquetebol,que a cada ano vê cair o número de praticantes,essa imposição tática de cima para baixo vem se tornando asfixiante,pois desde as catagorias básicas o sistema do Passing Game é unanimemente adotado por todos os técnicos e professores,como uma crença monoteística a ser seguida e adotada sem discussão.Por causa dessa imposição auto-consentida pela maioria dos que ensinam o jogo,é que vimos e agora constatamos a
decadência técnica de nossos jogadores em alguns dos mais elementares e importantes
fundamentos do jogo,basicamente o drible,as fintas,e a ação conjunta das equipes.Já se torna comum assistirmos ataques em que após a troca de passes um,e às vezes dois jogadores agem enquanto os demais observam quase imóveis o desenrolar da ação,como compartimentos estanques e não vasos comunicantes,como deveria ser.Ações em que os atletas envolvidos correm de um lado a outro da quadra ofensiva em trocas de cinco até oito passes,geralmente para trás ou paralelos à linha final,que é um dos erros mais crassos em qualquer tipo de ofensiva, contra qualquer tipo de defesa.E ao final da correria tentam arremessos de três pontos executados muitas vezes pelo pivô da equipe!E tudo isso dentro dos 24 segundos permitidos de posse de bola,que é claro,se torna insuficiente para tanta ação inconsequente e pouco inteligente,pois substitui a menor distância entre dois pontos por curvas, elipses e circulos executadas por exauridos atletas de meio-fundo e não jogadores de basquetebol. Vemos corta-luzes serem permanentemente confundidos com simples cruzamentos, na maioria das vezes faltosos,pelo mais obscuro desconhecimento do que venha ser um corta-luz,que é uma ação lenta na armação e rápida na conclusão,detalhes rítmicos que visam confundir os defensores,e que visa primordialmente estabelecer uma superioridade númerica naquele setor onde ele está sendo executado.E se o mesmo pode ser realizado por dentro ou por fora da defesa nem ousem perguntar a qualquer jogador o que significa,pois ficarão mudos,assim como muitos de seus técnicos.O PG simplificou e empobreceu o jogo,já que defenestra alguns dos movimentos fundamentais da técnica individual e coletiva.Tornou-se importante a frenética troca de passes,a correria e a conclusão em arremesso longo onde todos brecam seus caminhos e assistem a audição de um deles. O problema se torna incontornável quando uma das equipes,num rasgo de inteligência se posta nas mais do que previsiveis linhas de passes e rompem com a esfuziante coreografia ensaiada em”punhos”,”chifres”,”postes altos e baixos”,etc,etc…obrigando os atacantes a tomarem atitudes não ensaiadas e não treinadas, desencadeando um festival de andadas, conduções faltosas de bola, dois dribles, sem contar quando tropeçam na bola ou a perdem por não saberem controlá-la. São nesses momentos próximos dos 24 segundos que ocorrem os mais estapafurdios e desequilibrados arremêssos, quando muitas vezes sequer têm tempo de concretizá-los.Todo esse processo vem sendo perpetuado pelo exemplo dado pelas seleções nacionais, tanto as principais,como as de base,repito, como crença monoteista que deve ser cegamente seguida.Cursos que são dados pelo país sedimentam a crença, tornando-a uma verdade
inquestionável. “O basquete internacional” como é definido esse sistema, e que deveria,para ser honesto ser chamado de “Sistema NBA”,que é fartamente patrocinado pela mídia, gerando muito dinheiro para a turma da 5ªAvenida,e para seus pressupostos
tupiniquins,fará qualquer coisa para manter o status quo tão arduamente conquistado,
incluindo no processo seu poder econômico na mídia,sites,revistas,televisões e bem
possivelmente na politica desportiva do país. Se a Microsoft se mete,por que não a
NBA? Se não rompermos essa influência tão cedo retomaremos nosso lugar no cenário
internacional,pois eles não precisam de adversários,e sim de consumidores. Temos de
tomar vergonha na cara e volver à luta que abandonamos 20 anos atrás. Temos que voltar a ver nossas seleções representarem o melhor do trabalho feito na base,e não
serem as repetidoras de um sistema que nada tem a ver conosco, e que impõem de cima
para baixo,na mente e nos corações de nossos jóvens.

REAPRENDENDO.

Enfim,estamos reaprendendo.Dois jogos,duas constatações que geram esperanças em dias
melhores.A utilização de dois armadores puros pautaram ambas as partidas,levando à derrota àquela equipe que em momentos dos jogos abandonou tal iniciativa,senão vejamos:Na partida Uberlândia x COC,o primeiro partiu celere na utilização dos dois armadores,enquanto o COC,por todo o primeiro tempo se utilizou de um único.Perdeu por boa margem,mas retornou com dois armadores,equilibrou o jogo e assumiu o placard. Nesse momento o Uberlândia,talvez por motivos de faltas pessoais,ou por não poder contar com reserva à altura,manteve um só armador.O COC manteve a vantagem e venceu o jogo.Na outra partida,repetiu-se a mesma situação,pois a equipe do Ajax somente confiou na eficiência de dois armadores na segunda etapa e na prorrogação,vencendo com méritos.O Uberlândia,enquanto manteve os dois em quadra comandou o placard,mas por algum motivo técnico abriu mão da formação e permitiu o equilíbrio, transformado em vitória por seu adversário.No entanto ficou bastante claro que a atitude tática das equipes em questão foi a de manter os principios do passing game,com somente um dos armadores atuando de cada vez,fazendo o outro o papel originariamente destinado a um ala. Mesmo assim,a qualidade dos passes,dos dribles e das fintas aumentaram em
muito a eficiência das equipes,em detrimento de uma contornável diminuição na estatura dos quintetos em quadra.Fico imaginando como atuariam essas equipes,com os
excelentes jogadores que possuem em uma armação tática em que os armadores atuassem
em conjunta movimentação,alimentando um ainda mais dinâmico trio ,em permanentes
deslocamentos pelo garrafão.Seria uma festa de técnica e grandes performances.Mas,
como venho escrevendo sistematicamente nesse site,é um sonho a longo prazo,pois será
muito difícil,e algo demorado, nos desvencilharmos do cabresto imposto pelo passing game,com toda sua coreografia armada em pranchetas,as quais muitos técnicos reagirão
em abandonar,talvez por se sentirem inseguros ao permitirem livre arbítrio dos jogadores dentro de ações que deveriam ser exaustivamente treinadas,aceitas e compreendidas nas práticas do dia a dia,e não criadas,e até inventadas no transcorrer
das partidas.Estratégias são pré-estabelecidas,táticas são segmentos daquela, que se
aplicam em determinados momentos,e ambas são decorrencia de treinamento,pois não
admitem remendos de última hora.Não confundir com improvisação,que é o argumento
definitivo de quem domina a estratégia,a tática e os fundamentos do jogo.Precisamos
com urgência reavaliar nossos conceitos de jogo,aquele adaptado às nossas condições técnicas,voltado ao que temos de melhor,a criatividade,a coragem e a sabedoria de explorarmos ao máximo nossas carências de povo pobre,mas capaz de superações inimagináveis.Nossos técnicos precisam reaprender sistemas,táticas e estratégias de
jogo dissociadas do modelo único que nos estrangula a 20 anos, e para tal urge que
se encontrem,que discutam e que repassem suas experiências,mesmo antiquadas,não importa,mas que o façam.Um grande mestre que tive,Prof.Armando Peregrino,me disse
uma vez:Paulo,ensine tudo que sabe,tudo,pois dessa forma você estará se comprometendo a aprender cada vez mais.Só os mediocres guardam o que pensam saber para si mesmos. Grande mestre,grande destino.

A MASSIFICAÇÃO DO ESPORTE NÃO PASSA PELA TV.

Tudo que alcançamos em títulos,tradição e respeito mundial passou ao largo da televisão,quando muito,pelas rádios,um ou outro take nos jornais cinematográficos,mas que encontrou numa sólida e competente imprensa gráfica todo o apôio e divulgação que se fez presente e necessária naqueles áureos tempos.Como cidadde-estado,a Guanabara, onde o termo “bairrismo” justificava as rivalidades entre Gávea,Laranjeiras,Botafogo,São Cristovão,Tijuca,Vila Izabel,Grajaú,Sampaio,Riachuelo, Meier,Olaria,Bangú,Campo Grande,com seus clubes vibrantes e escolas atuantes,e que arrastavam seus corpos associativos em manhâs,tardes e noites inesquecíveis,em jogos que ainda são lembrados pela extema doação dos atletas e fervorosa presença das torcidas.E nas manhâs subsequentes a disputa que se travava pelas páginas dos jornais davam continuidade ao fervor desportivo.Como não lastimar a perda de nossa identidade regional em uma fusão criminosa que nos retirou a supremacia escolar,dos transportes,dos hospitais,da segurança,e do desporto em geral? A televisão só muito mais tarde começou a influenciar o mundo desportivo fora do futebol,onde solidificou o principio da monocultura esportiva,em muito incentivada pelo regime militar,pois se tratava de um movimento de massa,transformando-o em Panis et Circenses do povão.Os
ginásios sempre recebiam excelente público,que no caso do basquetebol raramente
ultrapassava os 2000 espectadores.Mas eram frequentes e cativos,onde até os
vendedores se tornavam tradicionais.Quem não se recorda do Biriba com seu sorriso
permanente nos lábios? E nas finais,lá estava o Ginásio do Maracanã lotado,pois todas
as torcidas se reuniam para a derradeira festa. Esse público fiel tinha a mesma origem daquele que frequentava o Teatro Municipal ou a Estudantina,pois constituia a espinha dorsal de qualquer movimento cultural,com suas diversidades e preferências. As multidões são frutos modais,onde muitos mais querem ser vistos do que verem o produto da ocasião.A televisão originou mais telespectadores que torcedores pelo pêso da publicidade aqui em nosso país, em nada comparado aos EEUU onde o habito de assistir “in loco” os jogos fazem parte do contexto educacional e tradicional.Aqui ginásios são lotados com claques corporativas,lá por integrantes e ex-integrantes das escolas e faculdades,independendo se os jogos são ou não televisados.A NBA é outro universo,têm o glamour dos milhões de dólares em jogo,têm o apêlo dos embates raciais e de dominância regional.É uma situação especialíssima,sem ecos no restante do mundo.Em hipótese alguma pode ser colocada como exemplo a ser seguido e adotado por sociedades que não possuam tal poder econômico. Êrro colossal é tentar implantar tal modêlo entre nós, sem as salvaguardas que eles possuem e que garantem sua existência.Entre nós urge o trabalho de base,nos clubes e nas escolas,trazendo de volta a torcida formada por colegas,pais e parentes,assim como todos aqueles,que de uma forma ou de outra aprenderam a amar o desporto.Urge também que tornem a ser publicadas as paginas e colunas voltadas ao basquetebol,aos esportes em geral, escritas por quem queira se preparar solidamente no conhecimento do que existiu para justificar coerentemente o presente,e atuar com previsivel responsabilidade num futuro promissor. A televisão mais cedo ou mais tarde se coadunará com a sua verdadeira função social,e já existem alguns exemplos práticos no setor,provando ser possivel seu papel de verdadeiro difusor de cultura.São Paulo sofreu esvasiamento similar,mas a força de seu interior manteve um razoável equilíbrio nas atividades culturais e esportivas,que na maioria das vezes também não são televisadas.E assim em muitos outros estados do país,se não todos eles.Então,o que falta? Falta uma política eficiente,que nem precisa ser sofisticada,de apôio aos professores,fazendo com que recebam salários condignos,o que carreará talentos às Faculdades de Educação,e não uma grande maioria de candidatos reprovados em outras profissões que procuram o magistério como última opção. Que sejam incentivadas as associações clubes-escolas,otimizando instalações geralmente ociosas e abandonadas,assim como as instalações militares.Que no caso da Educação Física a formação dos futuros professores e técnicos voltem para o âmbito das Ciências Sociais,e não das Ciências da Saúde como acontece,errôneamente,nos dias de hoje.Que essa simples e objetiva política se torne prioritária em nosso país,isso se existir verdadeiramente a vontade de transformá-lo em uma grande e poderosa nação.Será que essa vontade existe? Será que a merecemos? Definitivamente,a redenção de nosso esporte e de nossos jóvens não passa pela televisão,e sim pela educação de todo um povo,que preparado e educado saberá utilizar com maestria todo e qualquer controle remoto.

A VELHA NOVIDADE DO SUNS

O técnico do ano na NBA é o Mike D’Antoni por ter revolucionado o jogo com sua correria desenfreada e fora dos padrões táticos das demais equipes,etc,etc…e tal.Esse é o destaque que é dado por alguns comentaristas aqui no Brasil em suas colunas especializadas naquele particularíssimo jogo praticado pelos irmãos do norte.Como revolucionário se nós mesmos o praticávamos a 40 anos atrás? Como revolucionário se a geração de Jabar e Magic Johnson nos Lakers dos 80’s já o praticavam magistralmente? E bastante antes o Boston de Bob Cousy e Bill Russel já reinavam em gloriosos contra-ataques,hoje denominados incorretamente de transições, mas que sôa modernoso.E um detalhe que só um dos articulistas mencionou,o de que tal revolução foi desencadeada pela liderança de um armador,o Steve Nash,que nem é americano e adora jogar futebol(o nosso)como meio campista.A logicidade desta revolução está implicita e explicitamente ligada nas funções de um armador inteligente,criativo,independente,e por isso mesmo revolucionário.Duvido que nos dias atuais um armador americano pudesse exercer tal independência ante a rigidez tática imposta pela maioria dos técnicos americanos.O Nash,com sua habilidade no drible e
nas fintas,com sua enorme velocidade,e,principalmente,com uma visão periférica do
jogo,quase camaleônica(aproximadamente 240º),fazendo toda a equipe interagir em
constante movimentação,onde individualmente todos dominam com maestria os fundamentos
básicos do jogo.Tivemos nós alguns Nash no passado,Amaury,Wlamir,Pecente,Mosquito,
Helio Rubens,Nilo,Edwar,Peixoto,Fernando,Maury,Guerrinha e muitos outros que jogavam
e faziam jogar.Hoje temos até bons armadores,mas que na maioria das vezes somente
jogam.O sistema de jogo que empregamos,que é copia do que é utilizado na NBA retira,
e muito,as ações de fazer jogar dos armadores. E aí aparece um pequeno sul-africano-
canadense,desvinculado,pela inteligência e pela forte personalidade,dos padrões vigentes e “desencadeia uma correria desenfreada que revolucionou o jogo”.Acho que a
melhor definição,a mais honesta,seria revigorou,ou mesmo reavivou o jogo.E nós minha
gente,e nós! Continuaremos a receber tais “inovações” pelo simples fato de nossos
atuais colunistas serem absolutamente impermeáveis ao passado recente? Em nossa última conquista masculina,lá dentro,em Indianápolis no Pan de 87,vencemos,não só
pelos 3 pontos,mas pela velocidade das ações.E o que dizer das conquistas femininas?
Não agiam,Paulo,Hortência e Janeth como age o Nash atualmente?Numa aparente e enganosa anarquia tática,onde a criatividade,a coragem e a extrema habilidade são os
elementos desequilibradores? E o que dizer dos cerebrais armadores argentinos,tão ou
mais Nash’s do que o mesmo.Saberão os jovens cronistas onde seu deu a primeira,grande
decisiva e fulcral revolução no basquetebol? Não? Então conto. Foi quando,em 1936
Hank Luizetti,jogador da Universidade de Stanford criou o Arremêsso em Suspensão o
clássico Jump Shot,pois desta data em diante o jogo nunca mais foi o mesmo.Aliás,
a tese de doutoramento que defendi na Europa tinha esse enfoque como tema de partida.
Num dos programas da série “A História do Jazz” passada no canal GNT.o,produtor Marsallis entrevista o grande Karin Jabbar sobre uma possível similitude entre o jazz
e o basquete,e o depoimento do grande jogador deveria servir de modelo para todo e
qualquer profissional da imprensa desportiva que queira escrever sobre táticas,sistemas,e principalmente criatividade e atitudes revolucionárias.Reunam-se,
assistam e aprendam o verdadeiro sentido da palavra revolução,e o que ela realmente
significa dentro,não só do esporte,como no âmago de nossas vidas.Mas,a grande ironia
dessa historia toda,é a de que não foram poucas as críticas à nossa maneira peculiar
de jogar, maneira essa que é endeusada por se tratar de NBA, o que reforça o dito
popular de que “santo de casa não faz milagres”!E outra,a de que o reserva do Nash,o
nosso Leandro ainda se encontre engessado pelo sistema de jogo onde se desenvolveu,o
passing game,constatação óbvia quando está em quadra.Torço para que ele tenha discernimento suficiente para embarcar na canoa de seu colega,pois habilidades possue
só que talvez não seja o suficiente,pois falta-lhe o lastro cultural,que faz do
titular dono de uma auto-suficiência decisiva em toda e qualquer revolução.

DOIS ARMADORES? ALELUIA!!

Enfim,já se vislumbra uma lamparina no final do túnel.Desde a convincente vitória na
Argentina, que o Uberlândia vem utilizando dois armadores natos em seu sistema de jogo,e também no Campeonato Brasileiro,pelo menos nos jogos que vi pela TV.Timidamente a equipe do Rio de Janeiro e o COC,em alguns momentos, os tem utilizado. Com isso ganharam em velocidade,segurança nos dribles e precisão nos passes para os homens junto à cesta.O que não se alterou foi a formação de ataque,na configuração do Passing Game.Por essa razão um dos armadores joga isoladamente no centro da quadra,e o outro faz as vezes de um ala.Mas a simples presença dos dois conota um apreciável aumento de qualidade técnica,assim como um incremento nas fintas em direção à cesta,quebrando em muito a sucessão interminável de passes periféricos. Se os armadores jogassem mais próximos um do outro,ações de dá e segue se sucederiam entre ambos numa frequência que desestabilizaria seguidadmente a primeira linha de defesa,originando supremacia númerica permanente.Duas ações simultâneas,uma entre os armadores na periferia,e outra entre os alas e o pivô dentro do garrafão,gerando uma interação entre ambas,seria o objetivo a ser alcançado,numa atitude radicalmente oposta ao PG.Mas essa possibilidade ainda está muito longe de ser alcançada,pois não se muda um hábito de 20 anos em um dia. Mas o simples fato das tentativas que vêm sendo realizadas por alguns poucos,já nos dá uma esperança de dias melhores,pois mesmo que os armadores não sejam de grande estatura,os três outros darão conta do recado nos rebotes,principalmente os de ataque,já que não precisarão sair na área periférica para armar jogadas(diga-se, passar a bola),ou tentar arremessos absurdos.Com os alas e o pivô junto à cesta,e os armadores na periferia,todo um comportamento tático poderá ser desenvolvido pela constante e initerrupta movimentação de todos os jogadores,ao contrário do PG em que um e no máximo dois atacantes participam da conclusão de cada ataque. Muito se poderia dizer e afirmar sobre essas tentativas,mas a mais importante prova do acêrto foram os resultados alcançados.Espero que os exemplos possam ser seguidos pelas demais equipes,com uma riqueza de opções e movimentações próprias a cada um,na contra-mão da mesmice viciosa do que fizeram até os dias de hoje.No momento que abandonarmos a copia inadequada e burra que nos auto-impusemos voltaremos a ser nós mesmos,mestres do improviso consciente e lúcido,amantes da velocidade e da perícia.Não foi copiando,e mal,que conquistamos as glórias do passado,e pór isso temos a derradeira obrigação de nos reencontrarmos com nossos valores e tradições.

E A BURLA CONTINUA.

Quinze segundos para o término da partida Paulistano x Uberlândia.O armador do Paulistano dribla em direção à cesta.O defensor recua à curta distância.O atacante executa duas paradas com subsequentes partidas e arremessa dando a vitoria à sua equipe.Só que a arbitragem,totalmente focada na ação dos dois jogadores omite o fato de que nas duas paradas o atacante interrompe a trajetória da bola em seu deslocamento vertical e recomeça o movimento fazendo com que o dominio da mesma se mantivesse longe do alcance do defensor.Em ambas as ações o atacante cometeu a infração dos dois dribles pois é vedado a quem dribla a bola a interrupção de suas trajetórias ascendentes e descendentes.Se estivesse em maior velocidade cometeria a infração de andar com a bola,pois daria um sobrepasso com a mesma paralizada em sua mão.Ninguém reclamou,a jogada foi validada e vida que segue.Amanhã,em competições internacionais a infração será marcada,e as reações poderão se fazer sentir em torno de uma flagrante violação às regras do jogo.E cada vez mais essa ação é difundida entre nossos armadores e alas.Os técnicos se mostram coniventes,pois não se vêem atitudes que reprovem a ação.E essa atitude técnica vem estabelecendo uma verdadeira orgia de incorreções nos dribles,a ponto de alterar até resultados nos jogos.Muito
desse comportamento técnico vem do street-basketball americano,onde a manipulação da
bola visa a acrobacia e o espetáculo,empolgante por sinal,mas em detrimento das regras do jogo.Por isso os praticantes dessa modalidade nos EEUU são preteridos quando candidatos a vagas nas equipes da NBA. Uma das constatações mais óbvias ao
visualisarmos as grandes fotografias dos armadores e alas americanos quando driblam
é a proximidade de seus cotovelos junto ao corpo,fator que elimina o sobrepasso e a
condução,pois nessa posição a bola percorrerá sua trajetória perpendicular ou oblíqua
na mesma extensão,tanto com o jogador parado ou em deslocamento.O cotovêlo distante
do corpo caracteriza a manutenção do controle da bola por um periodo de tempo mais
longo,fazendo com que o binômio rítmo-passadas se altere sobremaneira.Se a mão condutora da bola se postar por baixo da mesma,ficará caracterizada a interrupção de
sua trajetória,configurando a infração.Já se observam essas tendências até em categorias de formação,pelo exemplo dos adultos,e pela não punição por parte das
arbitragens.Em suma, estamos educando toda uma geração de jogadores a utilizarem recursos técnicos que burlam as regras,o que é de se lamentar.O ensino dos fundamentos realmente é dificil e demorado, mas não justifica tal simplificação no
ato de driblar a bola.Torna-se uma ação comprometedora no mistér de bem ensinar e de
bem sedimentar nosso futuro.Cuidado,muito cuidado nos fundamentos caros colegas,pois
jovens são como vasos de argila,cuja modelagem exige paciência e precisão,pois se o
resultado após o endurecimento dos mesmos for defeituoso só resta quebrá-los, e dificilmente os cacos podem ser juntados e colados.Por isso sempre defendi que a formação deveria ser entregue aos melhores professores,os mais bem preparados,pois
não veriamos a burla nos dribles em silênciosa conivência.

SUGESTÕES SOBRE LIGAS

Mesmo discordando do momento,onde o ranço politico mais se faz presente,momento este que poderia aguardar mais um pouco,até o clareamento pós eleição,dando margem a um estudo mais aprofundado das questões inerentes a tal empreendimento,principalmente quanto a organização dos quadros responsáveis pela criação das futuras Ligas,torço para que consigam fazê-las funcionar. Como afirmei anteriormente dificilmente a CBB dividirá o uso da chave do cofre,pois dela depende, como fator determinante de sua existência.Pela crueza e inegável importância desse fator, é que sugiro uma partição inicial das Ligas em áreas determinadas,ou regiões,o que tornaria os deslocamentos das equipes mais econômicos, menos desgastantes,e consequentemente mantendo o nível técnico.Com gastos menores nas etapas iniciais do processo,aos poucos,porém seguramente, as Ligas poderiam atingir seus objetivos de integração nacional.E o que seriam estas regiões?Histórica e tradicionalmente é do conhecimento de todos quais os centros de excelência do basquetebol brasileiro. A região sudeste é inegalvelmente a grande base de nosso basquetebol,seguindo-se o Centro-Oeste e algumas regiões do norte e nordeste.As equipes da capital paulista poderiam se unir às cidades mais próximas do Paraná,assim como as do interior paulista se uniriam às equipes do Centro-Oeste.Rio de Janeiro constituiria com Minas Gerais um outro polo competitivo,completado em um estágio inicial pelos dois estados do sul.O norte e o nordeste ficariam para uma etapa posterior após a implantação definitiva do modêlo.
Inicialmente pode parecer injusto,e motivo de alguma indignação a implementação do
mesmo,mas dentre os obstáculo que as Ligas enfrentarão,o financeiro será o maior deles.Vencedores das regiões se enfrentariam em um ou dois locais,para decidirem o
campeonato.Os títulos regionais seriam também valorizados, despertando nas emprêsas regionais,de mídia inclusive,o desejo de participação.Um grande erro é querer dar
partida a tal empreendimento em caráter nacional.Um sem número de firmas e emprêsas poderiam se beneficiar da regionalização,onde são fortes e influentes pela tradição.O acesso,criterioso, só seria aceito após estudos em que sejam provadas as condições econômicas que mantivessem e garantissem as equipes interessadas.Conselhos de técnicos e jogadores auditariam patrocinadores e equipes,a fim de que fossem mantidas as condições técnicas e econômicas dos participantes.As arbitragens também teriam caráter regional,valorizando esses profissionais e também reduzindo custos em deslocamentos.As seções regionais da Liga Nacional,dariam apôio técnico às pequenas Ligas visando o trabalho de base,fossem em clubes ou em escolas.
Trata-se de um trabalho monumental,e que exigirá conhecimento técnico na formação de
base,e conhecimento administrativo na exequibilização do projeto,além de uma muito bem planejada alocação das poucas verbas inicialmente conseguidas. Um Conselho Consultivo,formado por ex-atletas com especializações em administração,gerenciamento,
marketing,economia,direito,jornalismo e turismo,poderia ser de valor extraordinário para a organização das Ligas,pois muitos deles ocupam cargos de grande importância,tanto na área governamental,como na área privada. O COB tem se valido desses profissionais,assim como o voleibol.Acredito,que bem motivados a turma do basquete iria ajudar muito.Uma Liga iniciante tem que se valer de muita criatividade
e pés no chão. Começar pequena,com firmeza e confiabilidade,poderá gerar num espaço relativamente curto uma grande organização auto-suficiente.A tão propalada independência da CBB só será possivel com o aval do público e da correta administração das competições.Se houver dependência financeira nada acontecerá,pois
como venho afirmando,manda quem tem a chave do cofre. Se os jogadores poderão defender as seleções nacionais,deixem aos resultados o julgamento de quem realmente
manda,VOX POPULI VOX DEI.

UM ARTIGO DESLUMBRADO

Costumo ler todos os sites que falam do basquetebol em nosso país,e o faço democraticamente,sejam artigos deslumbrados,análises atropeladas ou leituras superficiais sobre os fatos da modalidade, pois todos são importantes ao gerarem saudáveis discussões,grandes divergências de opiniões,e que no transcorrer dos tempos
talvez nos levem ao encontro de um passado esquecido,de um reencontro de gerações,de uma retomada orgulhosa e possível do caminho extraviado.E para reforçar esta minha certeza de que o soerguimento é possivel,reproduzo para todos,jóvens e velhos praticantes,antigos e novos jornalistas,técnicos e apaixonados pelo basquetebol um artigo publicado na revista comemorativa do Campeonato Mundial Masculino de 1963 no Rio de Janeiro, e publicada pela CBB.O autor,Robert Busnel,membro da Comissão Técnica da FIBA, Selecionador e Técnico da Equipe Nacional Francesa,colaborador do jornal desportivo”L’Equipe”,de Paris e da revista”Basketball”,órgão oficial da Federação Francesa de Basketball e uma das maiores autoridades do Basketball mundial.
BRASIL,CAMPEÃO DO MUNDO COM JOGO RESPLANDECENTE E NO QUAL AS QUALIDADES FÍSICAS E A
PONTARIA ATINGIRAM VÉRTICES EXTRAORDINARIOS-
Os varios títulos em relêvo resumem um campeonato extraordinario.Nunca as equipes estiveram tão aproximadas umas das outras.Nunca os jogos atingiram um tal nível.Nunca as qualidades físicas dos jogadores e a sua pontaria foram tão determinantes.
Nesse ginásio do Maracanã,o maior do mundo,recordes foram batidos,com mais de 40.000
pessoas nos jogos principais,que fizeram um imenso Carnaval,onde a alegria não passou
nunca dos limites permitidos.Graças à vitória do Brasil,uma vitória justa,merecida e obtida num estilo fascinante,no qual os movimentos mais clássicos eram finalizados
por ações inesperadas. Um Amaury ou um Wlamir,parecem ter atingido os píncaros da
perfeição. Esse”diabo” do Wlamir,no contra-ataque,foi irresistível e a bola que
arremessava,em posições às mais acrobáticas parecia enviada à cesta como se fôra nos
braços de uma amante. Seu companheiro Amaury,base de tôdas as ações brasileiras,na
quadra apresentava a displicência de um grande Senhor.Mas isto era apenas aparente,
porque em todos os momentos críticos da sua equipe,sem falhar uma só vez,impunha a
sua lei de uma maneira espantosa. Em volta dêsses dois homens,é certo,havia outros
cujas mãos “roubavam” tôdas as bolas indisciplinadas. E,depois,havia o amor à cesta,
a atração de cada um,com um só objetivo: marcar o máximo de pontos. Saltando a alturas inacessíveis ao comum dos jogadores eles arremessam à cesta com facilidade
incrível num raio de oito metros. E,quando bem sucedidos,saltam ainda mais e sempre
para exprimirem sua alegria,com gritos estridentes que encontram eco no frenesi de
milhares de espectadores. Poder-se-á dizer que os americanos poderiam enviar uma
equipe melhor,que o encorajamento do público foi determinante,que o Maracanã é no
Brasil,mas não é menos verdade que este título de Campeão do Mundo foi conquistado
com um panache jamais igualado,com uma classe incontestável,com uma vontade que nos
leva à admiração. A equipe do Brasil foi realmente grande,a melhor,incontestàvelmente Campeão do Mundo em futebol,Campeão do Mundo em basquetebol, o Brasil pode orgulhar-se dos seus atletas, ou melhor, dos seus artistas!Se um Pelé ou um Garrincha encantam as multidões dos campos de futebol,pelo virtuosismo,um Amaury ou um Wlamir atingem as mais elevadas culminâncias pela elegância. Graças a essa maneira deslumbrante,eles arrastam não sòmente uma multidão apaixonada, mas também toda uma juventude ávida de assemelhar-se aos seus ídolos. Tôdas as noites,nos ginásios,nas ruas mesmo,ou às tardes,sob o sol poente quando as sombras invadem a praia de Copacabana,pode-se ver esses jóvens brincando com a bola encantada das suas
esperanças. E o Cristo do Corcovado,tão alto no céu,parece abençoar essa juventude
ardente,entusiasta,generosa,inquieta,que não acaba de nos surpreender e que um povo
inteiro encoraja com vozes que atingem as nossas entranhas e que vos dá,a vós também,
vontade de gritar:”BRASIL,BRASIL,BRASIL!”
Quem escreveu foi um filho do bêrço cultural da Europa,deslumbrado pelo que assistiu
e testemunhou,ao vivo e à côres.Só peço aos deuses que essa nova geração de escribas
tenha a chance que ele teve,para se verem,nem que por um momento,tão deslumbrados
quanto Robert Busnel.
Em tempo-Também estive lá.

COMANDO EXPLÍCITO

E a final aconteceu,e para que nenhuma dúvida ficasse no ar gravei a dita cuja em velocidade SP,a melhor.Não precisei nem revê-la para confirmar observações anteriores,pois,acima de qualquer dúvida,o óbvio foi mais que ululante.North Carolina e Illinois fizeram uma final,perante 50.000 mil espectadores(pagos com certeza)onde as estrêlas se encontravam FORA da quadra,e não DENTRO,como deveria ser pelo espírito da competição e da luta.Até paletó cor de laranja se fez presente,assim como as pranchetas reinaram absolutas.Para a inveja de muitos de nossos técnicos,seus colegas americanos podem pedir vários tempos,de curta ou longa duração(cronometrei seis deles com mais de três minutos para permitir a inserção de comerciais),o que de certa forma os colocavam no comando direto a cada três ou quatro posses de bola. Jogadores pressionados ou sem opções de passes também podem paralisar o jogo, para que os técnicos “desenhem”as movimentações técnicas.Ou seja, jogador não pode ter livre arbítrio,deve e tem de seguir movimentações estabelecidas por seus técnicos,e se num rompante de individualidade fugir do prescrito sua substituição é quase automática.Illinois optou pelo jogo baseado nos três pontos(até em contra-ataque o tentaram)e na fortíssima defesa.North Carolina apostou no jogo de meia e curta distância,apostou nos dois pontos,mais precisos e equilibrados, e por isso venceu. Jogou com a formação clássica de dois armadores,dois alas e um pivô forte,porém bastante rápido(reboteava na defesa e ia para a conclusão no ataque)Porém,o que ficou
patente,sacramentado, por se tratar da final do campeonato de maior tradição nos EEUU
(A NBA tem 60 anos a menos de existência),foi a total submissão das equipes ao rigorismo técnico-tático imposto pelos técnicos,de tal forma pétreo, que impossibilitam mudanças estruturais dentro do jogo.Uma ou outra mudança posicional,ou
mesmo comportamental ainda se faz presente, mas mudanças radicais,nem pensar. Táticamente começam e terminam da mesma forma,e ponto final.North Carolina apostou no
cansaço dos lançadores de Illinois,e para maior garantia cortou a linha de passes
velozes que propiciavam os arremêssos de três pontos equilibrados, ao mesmo tempo que
reforçava o jogo interior dos dois pontos(e muitas vezes de três pelo elevado número
de faltas no ato dos arremêssos).Concluindo,eram três ou quatro posses de bola e o
pedido de tempo se fazia presente,pois as estrêlas do jogo TÊM que jogar também.E o
engraçado é que após os mesmos as equipes voltavam agindo idênticamente ao que vinham
fazendo, ou seja,aquela quantidade de excelentes jogadores manietados aos esquemas
rabiscados nas pranchetas,estas sim, reinando absolutas,ofuscantes no centro(centro
mesmo,com todos em volta)das ações.Já comentei em artigos anteriores esse dominio
absoluto exercido pelos técnicos universitários em suas equipes,e a adoção maciça do
Passing Game como uma autêntica filosofia de jogo empregada por todos,por motivos que
também expús anteriormente.Essa atitude mantem e perpetua o dominio dos jogadores de
fora para dentro da quadra,e uniformiza politicas de recrutamento e controle de
qualidade,tal qual uma imensa indústria de equipamentos de alta precisão, e sem
dúvida nenhuma o maior beneficiário dessa indústria é a holding NBA, com uma única e
sutil diferença,que denominei no artigo anterior como a grande,inteligente e genial
contradição do basquete americano,fundamentada no sistema do Passing Game,que na NCAA
pela utilização dos 35 segundos de posse de bola mantem a equipe sob o controle dos
técnicos e praticamente inviabiliza o jogo de um contra um pela adoção das defesas por zona,flutuações e ajudas,ao contrário da NBA,que utiliza o mesmo PG,mas com a
não permissão de flutuações e determinadas ajudas explora ao máximo as situações de
um contra um,mesmo dentro das limitações dos 24 segundos,fator que retira dos técnicos muito do dominio exercido por seus colegas universitários.Numa rápida análise e consequente conclusão, o que pudemos atestar com boa margem de previsãa,é
que os EEUU correm um sério risco de ainda ficarem,e por um longo tempo fora das conquistas em campeonatos da FIBA,pois países como Argentina,Itália,Espanha, Lituãnia,para citar alguns, já evoluiram para um sistema de jogo bem adaptado aos
24 segundos nos ataques, e pela utilização e variação de sistemas defensivos negados
aos astros da NBA. A liberdade de criação,e consequente diminuição na influência dos técnicos sobre os jogadores,dão ao restante do mundo boas chances de adiarem a volta
dominadora dos astros da NBA,além,é claro,das sérias desconfianças que pairam por sobre muitos deles quanto a lisura de suas preparações técnicas.Mas isso é outra história…