CORTEZ DEL BALONCESTO…
E eis que um estrangeiro, um grego, que não entende, não gosta e abomina toda e qualquer interferência , mesmo bem-intencionada, em seus planos mafiosos e ligados a interesses financeiros jamais auditados, mesmo se tratando de fundos públicos, repito, que não entende nem gosta de basquetebol, perpetra e executa um dos maiores crimes cometidos contra o esporte nacional, naquela modalidade duas vezes campeã mundial e três vezes medalhista olímpica, todas estas conquistas sob o comando de um técnico nacional. Agora, riscada essa gloriosa tradição, nomeia um técnico espanhol para comandar e levar a equipe brasileira às Olimpiadas, treinando três ou quatro semanas, claro, dentro dos claros nas agendas profissionais dos jogadores que atuam no exterior, para os quais a garantia de seus contratos regiamente pagos faz soar tão falso o “sonho de defender a camiseta brasileira”, quanto ao repentino amor e orgulho de um espanhol que nunca nos venceu quando tínhamos vergonha na cara. Isso mesmo, o Sr.Moncho nunca nos venceu na quadra, como jogador e como técnico, mas que segundo o comentarista da ESPN Brasil, que o conhece como jogador, mas pouco sabe dele como técnico, “é um apaixonado pelo Brasil, e excelente pessoa…”, como se isto bastasse para implantar um jogo de “defesa/rebote/transição e contra-ataque”, ( como todos sabemos,o Brasil nunca atuou dessa forma…), e um controle maior na “concentração” durante os jogos. E tudo isso em 35 treinos e 5 jogos amistosos como declarou. Vá ser otimista assim…na Catalunha! Mas pelos euros que irá ganhar, não custa nada pré-justificar seu otimismo, pois, o que tem a perder?
Mas vergonha mesmo, aquela de fazer corar quaisquer profissionais (como se consideram…) ligados ao grande jogo, como os técnicos, é a constatação do fracasso de suas funções, sociais e técnicas, pela omissão associativa, trocada pelo êxito fugaz de uma vitória, ou de um contrato aconchavado. É o preço que estarão, de agora em diante, pagando pela empáfia, pela arrogância, pelo desprezo aos que se iniciam na profissão, pelo descaso formativo, quando jogadores em um dia, se transformam em lideres de primeiras divisões no outro, sem um mínimo de estágio probatório nas divisões de base, a grande universidade do saber e do entender basquetebol, todos se negando, quando prestigiados por grandes equipes, federações e seleções nacionais, à pregação e à organização associativa que viesse a beneficiar a profissão como um todo, e não como instrumento de suas ambições.
Aí estão os resultados de suas “ausências”, parcamente esquecidas ou insinuadas quando de posse de microfones e câmeras em grandes campeonatos internacionais, defendendo o indefensável, empunhando bandeiras e estandartes que não os sensibilizam, mas oportunizam suas imagens. Agora todos vocês, todos nós, estaremos a reboque de uma nova “filosofia”( Meus deuses, que horror…), introduzida pelo milenar colonizador( Há aqueles que preferiam um duo-centenário anglo-saxão…), dada à inexistência de mentes inteligentes, capazes e competentes entre nós, conforme decisão unilateral de um grego melhor que um presente, ante o silêncio e a esterilidade de nossos “coachs”.
Me recuso a aceitá-lo, por conhecê-lo, por ter participado de clínicas espanholas quando de meu doutoramento com tese experimental em basquetebol em Lisboa, por não me considerar inferior em conhecimentos e liderança, dito por mim ao grego dois meses atrás em Brasília, após ouvir dele que “Paulo,você é um professor respeitado no basquetebol, e sabemos que não tem interesse em seleção brasileira,e… interrompi-o rapidamente, e o que disse publiquei no artigo – http://www.paulomurilo.blogspot.com/2007/12/um-cafe-duas-horas-de.html-publicado em 9/12/2007, cujo desenrolar de seu convite bem demonstrou o apreço que tem pelo técnico, pelo profissional brasileiro. Nós, todos os técnicos deste país deveríamos estar profundamente envergonhados pelo desprestígio, pela recusa, pelo desprezo a seus conhecimentos e capacidades, e o quanto ainda nos custará em humilhações se não nos unirmos em associações regionais e futuramente numa associação nacional, idêntica ou melhor do que aquela que qualifica, garante e prestigia o Sr.Moncho Gonçalves, e que transformou em 20 anos a medíocre Espanha em campeã mundial.
Entrementes, não faltarão aqueles oportunistas, praticantes assíduos do tapetebol, que nomeados ou não, escudarão o Cortez del baloncesto, assistindo-o humildemente em seu périplo tupiniquim, constituindo uma nova comissão técnica afinada e uníssona (já vimos esse filme…), pronta a ascendê-lo e suscedê-lo , para a gloria do basquete nacional. Só fico em dúvida quanto ao lapitopi caipira. Aceitará o mesmo nosso valente e corajoso Cortez?
Amém.