DE DELFIN E CARDEAIS…

A convocação saiu, a segunda, pois outra já havia vindo a público, visando o Sul Americano, com jogadores que, segundo o Magnano, poderão ser pinçados para a equipe que vai à Londres, num luxo sequer comparado às grandes nações líderes na modalidade, onde duas seleções máster soam inverossímeis.

Mas algo por trás dessa pródiga safra de talentos, justificando as duas seleções convocadas, deveria ser interpretado, não fosse o técnico hermano, além de excelente na quadra, sagaz, e muito, fora dela, senão vejamos:

– Desde o Pré-Olímpico de Porto Rico, que o relacionamento do delfin com os cardeais não era dos melhores, extensivo ao Marcos também, e mais recentemente com o Leandro e seu pulso malandro, fatos estes mencionados pela mídia e de completo conhecimento do técnico argentino, e mesmo pelo seu antecessor espanhol.

– Em Mar del Plata, a seleção houve-se relativamente bem sob o comando (ainda meio claudicante com relação aos cardeais, mas sem o delfin…) do argentino, classificando-a para Londres, depois de 16 anos de abstinência olímpica, e exatamente nesse ponto que uma grande dúvida começou a assombrar o inteligente técnico, pois estaria mais do que claro que, frente aos problemas que o delfin começou a enfrentar na NBA, entre outros, com uma indesejável troca de equipes, e conseqüente desprestigio técnico na rica e poderosa liga, e sabedor da grande vitrine constituída pela mega promovida Olimpíada, marketing que nem as grandes estrelas americanas esnobam, viu na seleção a oportunidade real de valorização e exposição profissional na mais emblemática competição do planeta.

– Então, como convocá-lo depois de tantas idas e vindas, profissionais, políticas ou mesmo pessoais, não ferindo suscetibilidades daqueles que deram a “cara a tapa” em Mar del Plata, e liderados pelos cardeais? Difícil, muito difícil, ainda mais para um estrangeiro que em sua terra natal jamais passou por semelhantes problemas, haja vista a verdadeira irmandade constituída pela formidável geração campeã olímpica e vice mundial, da qual foi o técnico, e que agora se despedirá em Londres, sempre unida.

– Mas, sagaz como ele só, convocou um jogador daquela saga pré olímpica, onde teve brilhante participação, além de relacionar outros mais na seleção para o Sul Americano, que poderão, inclusive, recompor a equipe para Londres, já sabedor que somente por um milagre da medicina, o Rafael Hettsheimeir poderia ser aproveitado, originando dessa forma a brecha para o delfin se encaixar sem maiores contestações, já que bem superior na posição que o indigitado Rafael, e mais, garantindo um Leandro, inquestionavelmente superior tecnicamente que um dos jovens presentes em Mar del Plata, o Luz e o Raul.

– Claro, que um discurso mencionando que os mesmos terão de brigar por uma vaga na equipe, cai no vazio, pois na ausência de um surpreendente Rafael, ninguém mais contestaria a posição de um delfin profundamente interessado na rentável vitrine olímpica. Logo, o caminho para definir a equipe para Londres estaria pavimentado para um técnico que, face ao sucesso, não só profissional, mas político também, viu seu belo contrato estendido até 2016, numa façanha difícil até para um Coach K.

O engraçado nessa indesejável novela, é que os outros dois jogadores da grande Liga, o Varejão e o Spliter, nunca encontraram, pelos seus coerentes posicionamentos frente às convocações, quaisquer oposições cardinalícias, constituindo-se um caso à parte no relacionamento inter pares no âmago da seleção.

Concluindo, daqui para frente, o Magnano terá que se ater a um problema a mais, além do técnico tático, o de liderança, pois cisões existiram, estarão latentes ou não, mas existiram, e num ambiente de alta competição, tais óbices podem corroer um bom trabalho, podem salientar que entre delfin e cardeais, nem só promessas de união resolvem, e sim certezas.

Finalmente, num artigo maravilhoso do Marcel, Adeus às armas em seu site Databasket, muito do que aqui prevejo, é objetiva e magistralmente descrito pelo grande desportista em seus parágrafos finais, ao qual deposito o meu respeito incondicional, a quem muito deve o basquete nacional, o”bom basquete” para ele, o “grande jogo” para mim, ambas as definições que merecem um tratamento melhor por parte de todo aquele que o ama, o respeita, e que deseja o melhor para ele, pois tanto o Marcel, como eu, professamos diferentes formas de jogar, frontalmente em oposição à mesmice em que nos encontramos, desejando ao Magnano que mude tal situação, talvez a única forma de nos fazermos realmente presentes e competitivos em Londres, lançando uma providencial base para o futuro, para 2016, num esforço conjunto que é vedado, mesmo que minimamente a nos dois, por propugnarmos diferentes formas de jogar, por sermos, realmente  diferentes no pensar, agir e divulgar o “bom basquete”, o “grande jogo”, como bem lembrou o jornalista Giancarlo Gianpietro com o artigo O preço de ser diferente em seu blog VinteUm no dia de hoje.

Marcel, brindo a diferença.

Que viva a democrática e plural diferença!

Amém.

O OUTRO JOGO…

Terminado o massacre, tenho em mim a certeza de que vi outro jogo, não aquele transmitido e comentado pela TV, maravilhoso espetáculo, a prova inconteste do grande momento que vive o basquete nacional, a mega expressão do jogo bem jogado (?).

“E agora, vejam que espetáculo, a entrada do 6º jogador em quadra, a torcida”, que ato contínuo entoa um coro “homenageando” os juízes, prontamente justificada como “ardente participação”, e mais adiante lança objeto em quadra, determinando uma falta técnica em sua equipe.

“Vejam o espetáculo de duelo entre os armadores, os armadores do Brasil!”. E tome de bola de três, penetrações suicidas, disparadas incontroláveis, e principalmente erros, muitos erros. Pelo visto, temo, e muito, pela armação brasileira em Londres, a não ser que o argentino apare asas em profusão…

Na realidade, foi uma das maiores peladas que testemunhei nos últimos tempos, onde ninguém em quadra atuou em equipe, em nenhum momento, tendo inclusive um exemplo de auto escalação, quando um dos cardeais se insurgiu contra sua substituição ouvindo um “calma, você volta logo…”, e voltou mesmo, rapidinho…

Mais ainda – “Depois do grande sucesso no vôlei, agora temos um juiz antenado no jogo, para vivermos as emoções de dentro da quadra”. E o que vimos de “muito didático” senão reclamações de jogadores, aulas desnecessárias de regras, perfeitamente dispensáveis numa liga superior, a não ser que lá estejam sem merecimento, será? Mas os mais, muito mais de 5seg previstos para as cobranças de lances livres nunca foram coibidos pelos antenados juízes. Triste, muito triste.

No entanto, justiça seja feita, quando num tempo pedido pelo técnico do Bauru, este discorreu sobre o posicionamento nos rebotes de forma precisa e rara entre seus pares, permanentemente ligados ao ataque. Pena que sua equipe e seu armador ensandecido se perdessem vitimas de uma ciranda descontrolada pelo excesso de velocidade, que os expuseram a uma sequência de erros inimagináveis.

Foi um rachão caprichado, mas nunca sequer parecido com um jogo de uma liga superior, onde o bom senso técnico tático deveria prevalecer por todo o tempo de sua duração, e não o tétrico exemplo de como não jogar o grande jogo, como deveria ser jogado. Espero que na segunda partida possamos ver armadores armando e assistindo, alas fintando e arremessando coerentemente, pivôs sendo devidamente abastecidos, e não ali colocados para simplesmente pegar alguns rebotes e aproveitar algumas sobras, e que todos, rigorosamente todos defendam suas cestas, com técnica e determinação, para no fim de tudo saírem da quadra após atuarem num grande jogo, e não em mais um dos rachões de suas vidas.

No outro jogo, um Flamengo que a cada dia que passa mais desaprende a defender, um Jackson anulado por um Day determinado, e uma equipe vencedora cujo técnico não pediu um tempo sequer, indicio de uma equipe superiormente bem treinada, ou um acerto inter pares para      que não se atrapalhassem mutuamente?  Torço pela primeira hipótese, que como toda hipótese…

Mais do que nunca, se avizinha nosso grande problema para Londres, uma armação de qualidade e de grande confiabilidade, que pelo visto nestes playoffs muito trabalho vai dar ao excelente argentino. Uma dupla armação de verdade, e não adaptada ao sistema único, deveria ser seriamente levada em conta pelo técnico da seleção, pois o ajudaria na montagem de uma defesa mais sólida, e em dupla os armadores se ajudariam no sistema ofensivo, diluindo com sua proximidade aqueles erros que constatamos na armação simples. Seria uma escolha sensata.

Amém.

Foto Galeria (Reproduções da TV, clique nas mesmas para ampliá-las):

1 – Ação padrão – arremessos de três sem rebotes colocados.

2 – Opção sistemática pelo arremesso de três em vez do mais seguro de dois.

3 – Armadores que jogam e deixam jogar…

4 – Unusual explanação sobre posicionamento nos rebotes.

5 – Antenado e “didático”…

6 – Lance livre – Ilegal média de 9seg para concretizá-lo…

JOGANDO A TOALHA…

Foi uma semana pródiga em jogos, bem ou mal jogados, na maioria das vezes bem menos analisados do que deveriam sê-los, frente ao que têm sido apresentado desde muito tempo.

Alguns de nossos analistas, perdidos entre as realidades de uma feérica e milionária NBA, e uma ainda trôpega e inconstante LNB, teimam em comparações sobre algo completamente antagônico, não só pelo aspecto técnico, como, e principalmente, pelo imenso abismo que as separam, o econômico financeiro, que nem uma mediação européia atenua tal distanciamento.

A realidade técnica da LNB é o legitimo retrato do grande jogo no país, perdido entre uma copia ingênua das grandes ligas internacionais, e o descompasso limitativo advindo das mesmas, onde riqueza em investimentos contrasta brutalmente com nossas carências em todos os sentidos, principalmente na formação de base que a alimenta, e em seu conseqüente produto direto, a ausência de uma identidade técnico tática de sua propriedade, e não emulada, e mal, da liga maior, no que designam de “conceito de basquete internacional”.

Nossa maior deficiência, a ineficaz formação de base, dá continuidade a um sistema técnico tático engessado e divulgado maciçamente pelas formatações e padronizações impostas por um grupo de técnicos afinados e alinhados com o sistema único que adotaram e impuseram a mais de duas décadas, calcado na forma de atuar das equipes da NBA, e cujos resultados teimam em nos desfavorecer continuadamente, mesmo sabedores da evolução técnico tática por que passa a grande liga.

E os resultados ai estão escancarados, mas pouco analisados, e com um mínimo de conhecimento realmente técnico, e não guiados por palpites e achismos na maioria das vezes ingênuos, desconexos, e até primários.

Um exemplo bem claro, foi a ausência de uma colocação objetiva sobre a equipe brasiliense na Liga das Américas em seu quadrangular final, quando em seu único jogo vencedor os candangos impuseram uma convergência absoluta (12/28 nos arremessos de 2 pontos, e 9/28 nos de 3, quase o mesmo resultado alcançado pelos mexicanos, 12/50 e 7/24 respectivamente) que os tornaram vencedores por apenas um ponto, quando, se atuassem mais dentro do perímetro, acionando seus pivôs, teriam vencido por uma margem mais tranquila. Mas a avalanche de bolinhas de três, compactuada pelas duas equipes, até mesmo na frouxidão defensiva fora do perímetro, definiu o jogo como numa loteria, onde venceria aquela que fizesse a última cesta. Lamentável.

Claro, que nos outros dois jogos contra as equipes argentinas, tal privilégio das arrivistas bolinhas foi restrito ao máximo, obrigando os candangos a um difícil e bem marcado jogo interior, definindo ai a superioridade defensiva dos hermanos, assim como sua maior eficiência ao atacar a frágil e desconectada defesa brasiliense (ironicamente com uma generosa quantidade de bolinhas…), numa irrefutável prova do quanto a “melhor equipe brasileira” é carente de um plantel, e não seis jogadores que atacam com sofreguidão e defendem com frouxidão, rimas à parte…

Outro exemplo, a drástica (e atá elogiável) diminuição dos arremessos de três na rodada de ontem no NBB4, como que de uma forma combinada, as seis equipes resolvessem defender o perimetro externo com mais vigor, e acertar suas contas under basket, na tradição esquecida dos grandes jogos entre as grandes equipes de um passado não tão distante assim, quando uma equipe mestra nas bolinhas, o Flamengo, vence pela segunda vez o Uberlândia (70 x 63), arremessando somente 6/15 bolas de três pontos (Uberlândia 7/20), e 20/46 (13/36) de dois respectivamente, assim como São José  ( 24/35 de dois e 6/21 de três) vencendo, também pela segunda vez seguida no playoff a Franca ( 29/49 e 2/5) por 96 x 85, provando que de dois em dois podem duas equipes atingir contagens acima dos oitenta pontos.

A mesma coisa podemos afirmar no jogo entre Pinheiros (22/41 e 4/16) perdendo para Joinville (23/41 e 5/21), também pela segunda vez por 74 x 68, mas com algo de inusitado e constrangedor, quando nos dois últimos tempos pedidos pelo técnico do Pinheiros o mesmo praticamente jogou a toalha, primeiro ao ver o jogador argentino de sua equipe se apossar da prancheta para elaborar uma forma de atacar, ante o mutismo do mesmo e sua enorme comissão técnica, e no tempo final, o assistente traçar uma ação rebuscada na prancheta, que na pratica, ambas, não deram em absolutamente nada, para a perplexidade de todos que assistiram e testemunharam o avesso do que venha a ser o comando de uma equipe de alta e complexa competição. Não a toa, corre o sério risco de levar um 3 x 0 de uma equipe muitas vezes menos  valorizada, tanto técnica, como economicamente, provando que em “taba que tem mais pagé do que índio”pouco ou nada pode funcionar, pelo menos em terras tupiniquins…

Enfim, como disse ao inicio, foi uma semana pródiga em jogos, bem ou mal jogados, mas em alguns e pontuais casos, pior dirigidos e liderados, e algumas fotos ilustram com propriedade essas histórias:

1 – Um técnico frente ao alheamento de seus jogadores…

2 – Aos 9.8 seg do final, assumindo (delegada?) a tática…

3 – …que é elaborada no solo…

4 – …perdendo para uma outra clara e transparentemente exposta na imponderável prancheta…

5 – A ira bilíngue (?)…

6 – …e o bode expiatório, again…

Amém.

FOTOS – Reprodução da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

A DERRADEIRA VAGA…

“O Bala certamente vai abordar isso de modo mais apropriado, assim como o professor Paulo Murilo pode fazer, com muito mais autoridade, nesta sexta-feira, então não vale nos precipitar tanto. Sobre os desarranjos de gestão de nossa CBB. Nem em dia de convocação de Sul-Americano o processo fica muito claro.(…)” ( Trecho do artigo Duas listas, algumas dúvidas, publicado no Blog VinteUm do jornalista Giancarlo Giampietro em 25/4/12).

 

Pronto, eis-me perante uma bela encruzilhada, a mesma onde estanquei nos anos anteriores de Basquete Brasil, pelo fato de que, nunca comento convocações sob a ótica do achismo, das preferências pessoais e impessoais, do marketing, do ouvir dizer, das indicações “abalizadas”, das colocações dos que lá dentro estiveram, ou mesmo daqueles que nunca ultrapassaram as laterais de uma quadra, dos aproveitadores de mercado, dos atravessadores de jovens, daqueles que se locupletam através sonhos, projetos e altos ganhos que não lhe dizem respeito, dos oportunistas, dos alpinistas, dos subservientes, dos incautos, dos farsantes, dos mesquinhos, ou mesmo dos que somente…comentam. Enfim, quando muito lembro uma imprecisão, luto por uma lacuna, por um esquecimento, nada mais, pois sendo um professor e um técnico, guardo para mim convocações dentro de conceitos que defendo, e pelos quais luto para serem, ao menos, discutidos pela ótica da coerência, da justa e democrática escolha, jamais por coercitivas formatações e padronizações vindas de exógenas, injustas e quase sempre parciais influências.

Critico, isto sim, a falsa riqueza de talentos, que nos premia com duas seleções adultas, fato inédito no mundo, que sempre se pautou, em se tratando de seleção nacional, por uma seleção sênior,  representativa do país, e uma de novos visando competições preparatórias às necessárias renovações.

Duas convocações, no cenário de carência técnica em que nos encontramos, beira ao ridículo, ainda mais quando o noviço técnico ainda sequer estabeleceu seu caminho e sua influência técnico tática no âmago do grande jogo no país.

Seleção nacional é coisa muito séria, e uma convocação única, orientada e dirigida pelo Técnico Principal Magnano, onde no Sul Americano contaria com os residentes no país e os já liberados de fora, mais alguns jovens talentos, cujos mais efetivos na preparação e na competição se agregariam àqueles ainda envolvidos com suas competições, para, ai sim, complementarem a seleção destinada aos Jogos Olímpicos.

Esse deveria ter sido o projeto Londres, unificado e coerente, e mesmo que um técnico outro, e por vontade do Técnico Principal, tivesse que dirigir no Sul Americano, que fosse um dos assistentes do mesmo, sintonizado com as diretrizes emanadas pelo trabalho conjunto, e não constituir-se uma nova comissão profissional e bem paga, onerando desnecessariamente os cofres da CBB (ou estão tão bem fornidos assim?…), numa Babel de conceitos nada recomendável.

Se tenho comigo uma seleção nacional? Claro, mas utópica e fora de questão, pois proferiria um modo de jogar totalmente inverso ao que ai está nessa mesmice endêmica que nos limita e oprime. Mas fica comigo guardada,  sem que, no entanto, me negue a torcer honestamente para que a seleção de fato faça um excelente torneio, que nos orgulhe e enterneça.

Mas, não querendo parecer total e intransigentemente do contra, e no caso de uma hipotética possibilidade, sugeriria uma indicação, aquela 12ª que a maioria dos entendidos apontam ser a única a completar os 11 já eleitos (o que duvido muito quando o fator NBA está, e sempre esteve presente…), a derradeira porta de entrada ao éden olímpico.

Sem dúvida alguma, pelo conjunto da obra, ninguém seria mais merecedor de tão disputada vaga do que o Vanderlei…

Amém.

 

Foto-Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.

O MOMENTO DECISIVO…

Como já venho afirmando a um longo tempo, a mesmice técnico tática que se estabeleceu no nosso basquetebol, praticamente eliminou a criatividade dos jogadores, ao se estabelecerem enclausurados em posições de 1 a 5, mimetizando coreografias pranchetadas, parecendo que nunca foram treinadas pelos estrategistas de plantão, numa orgia de rabiscos que  quase sempre são esquecidos, ou sequer entendidos, por jogadores que os olham entediados e descompromissados, já que realizam o oposto na volta ao jogo, e onde os “vamo lá”, “peguem forte”, “façam os movimentos”, “rodem a bola”, “façam a chifre, a dois invertida, a três revertida, a quarenta e quatro, a trinta e dois, a… “ sabe-se lá mais quantas sacadas de ocasião, tentam impor algo somente existente em seus pontuais devaneios, pois tais situações seriam dispensáveis se exaustiva e detalhadamente fossem dissecadas nos treinos, em vez dos rachões de praxe, e onde todos os envolvidos descobririam que as mesmas são irrepetíveis, já que submetidas a um fator decisivo, a realidade  defensiva por parte de adversários, cuja existência é, também de praxe, omitida da realidade expositiva de uma irreal prancheta.
Algo muito sério, no entanto, preocupa mais do que todo esse arsenal de siglas, códigos e encenações, a teimosa e monocórdia insistência pela busca do “movimento perfeito”, aquele que deve ser recriado indefinidamente sempre que solicitado, pois na fria ótica das pranchetas, ele ali está representado na ordem direta de sua pseudo perfeição, mas com um único e poderoso porém, o da impossibilidade de que qualquer movimento possa ser repetido, quando muito adaptado, jamais revivido.
E por conta de tal evidência, foi que em 15/2/2005, quando tal tendência já se manifestava, que publiquei o artigo Mestres do Olhar e do Movimento, que agora reproduzo, pois o momento por que passa o grande jogo em nosso país, tem de se desvencilhar desse vicio, que o prejudica e entrava de maneira altamente preocupante:

MESTRES DO OLHAR E DO MOVIMENTO.
Este foi o título de uma reportagem sobre a exposição que explora as afinidades entre o escultor Alberto Giacometti e o fotógrafo Henri Cartier-Bresson publicada no O Globo no dia 17/1/2005. O texto menciona, entre várias coincidências, a vontade de ambos de congelar um momento em movimento. Disse Giacometti- “Toda a ação dos artistas modernos está nessa vontade de captar, de possuir alguma coisa que foge constantemente”. Já Bresson assim se manifestou-”Jogamos com coisas que desaparecem, e quando elas desaparecem, é impossível fazer com que elas revivam”. Eis duas afirmativas que caem como um diáfano véu sobre as cabeças da maioria de nossos técnicos. Sonham de olhos abertos com a perpetuação dos movimentos que extrapolam de suas pranchetas mágicas, como se fosse possível a perenização das jogadas estabelecidas pelo sistema de jogo que empregam. Sempre que estabelecem contato com os jogadores repetem, e repetem, até a exaustão os mesmos movimentos, as mesmas soluções, clamam pela obediência à jogada, á rotatividade da bola, com uma intransigência que beira ao fanatismo. É como se fosse uma grande coreografia, onde a repetição das jogadas mortais é o supremo objetivo a ser alcançado. Mas, como mencionaram Giacometti e Bresson, os movimentos acontecem na mesma proporção em que desaparecem, e nunca são iguais, por isso viviam em busca de sua captação, a qual Bresson definiu como o”decisive moment”, o momento decisivo, único, fugaz e precioso se captado. Essa foi sua grandeza, pois foi o fotógrafo que mais o registrou no século XX. Nossos técnicos precisam, com urgência, entender que se uma jogada se repetir, com alto grau de frequência, pode-se afirmar que o sistema defensivo do adversário inexiste pela extrema fraqueza de seus integrantes. Um sistema ofensivo é de alta qualidade, não se der certo seguidamente, e sim se estabelecer situações que desequilibrem, pela imprevisibilidade de suas ações, o esquema defensivo do adversário. A repetição sistemática de jogadas produz situações com alto grau de previsibilidade, e retiram dos jogadores a espontaneidade de suas ações, colocando-os numa situação de meros repetidores de movimentos pré-estabelecidos por seus técnicos.
E se os defensores forem de boa qualidade, rapidamente se anteporão aos movimentos ofensivos, anulando sua eficiência. São nesses momentos que se estabelecem as diferenças entre uma equipe bem treinada de outra não tão bem preparada. Quantos são os técnicos que nos coletivos de preparação para os jogos, os interrompem para orientar sua defesa em função de seu próprio ataque pré-estabelecido? Que sempre orienta seus jogadores na busca do inusitado, e não do conhecido? Que mesmo tendo um sistema fechado de jogo, propugna por rompê-lo sempre que possível, pois essa sempre será a ação desencadeada pelo adversário? Enfim, que reconhece ser a busca, não de um, mas de vários “momentos decisivos”, o fator a ser alcançado com afinco e dissociado do círculo vicioso coreografia-prancheta? Por praticar fotografia por longos anos, e de ter tido em Henri Cartier-Bresson um exemplo a ser seguido é que desde muito cedo procurei entender e praticar o”decisive moment” com algum sucesso, mas que pela compreensão de seu significado, pude levar a meus jogadores um vasto leque de opções que visassem o encontro dos mesmos. “Jogamos com coisas que desaparecem, e
quando elas desaparecem, é impossível fazer com que elas revivam”. Cada jogada constitui um princípio e um fim em si mesma, e são irrepetíveis. Precisamos entender esse mecanismo para nos libertar das jogadas mágicas e das pranchetas milagrosas.
Meus queridos colegas, precisamos encontrar novos caminhos, pois esse que aí está sendo trilhado por vocês não levará a lugar nenhum, perdão, sabemos onde ele vai dar…
Amém.
Foto – Um exemplo de um único e irrepetível momento decisivo, num aniversário de minha filha Andrea com seu padrinho Luis dos Santos.
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O NÓ TÁTICO…

Fico pensando como ser possível que numa decisão de playoff, uma equipe vença três quartos do jogo, e num terceiro quarto leve um 30 x 9 devastador, no que foi definido pelo comentarista do Sportv, como um “nó tático” da equipe de Bauru sobre a de Sorocaba, nominando uma justificativa à enxurrada de arremessos de três neste quarto, como algo decorrente de jogadas armadas com a finalidade de que as bolinhas definissem praticamente o jogo. Mas não mencionou que, na verdade, a equipe sorocabana apostou no “pagar para ver”, no afã de blindar o perímetro interno, abdicando totalmente da marcação do externo, permitindo, ou mesmo autorizando o massacre, pois nossas equipes, e por que não, nossos técnicos em sua maioria, não concebem defender internamente sem a utilização de dobras, numa atitude suicida e irresponsável. O nó tático se restringiu a somente isso, uma quantidade de arremessos de três não contestados em nenhum momento, num 12/28 absurdo por parte de Bauru.

Mas no quarto final, quando a equipe de Sorocaba resolveu marcar um pouco mais lá fora, e se aproximar a oito pontos no marcador, é que vimos o tal do nó ser brecado pelo indignado técnico de Bauru, e trocado por um seguro jogo interno, e, inacreditável, passando o nó, ou seja, o desenfreado festim de bolas de três, a ser utilizado por Sorocaba, perdendo por conta desse equivoco, a oportunidade de recuperar de dois em dois pontos, uma partida que poderia ter tido outro desfecho, não fosse a ciclópica crença de que um nó, digo, uma hemorragia de bolinhas vence a maioria dos jogos realizados neste país.

Jogos como este, solidificam cada vez mais na mente de nossos jovens, a imagem dominante dos longos arremessos, sua pseudo superioridade técnica, personificando o “nó tático” defendido enfaticamente pelo estreante (?) comentarista, quando na dura realidade, expõe a nossa falência defensiva, omitida desde as categorias de base, obscurecidas pelos mesmos nós táticos pertencentes à nossa realidade de eternos “pagantes para ver”.

No outro jogo, entre Uberlândia e Tijuca, algo correlato e de triste e monocórdia repetição ocorreu, um 11/22 de arremessos de três por parte dos mineiros, sobrepujando os 3/21 dos cariocas, numa prova irrefutável de que o tal “nó tático” de muito já estabeleceu sua identidade definitiva, a de que o reinado das bolinhas aí está para ficar, com as bênçãos do comentarista-técnico, ou técnico-comentarista (dualidade que nunca consegui bem estabelecer), assim como da grande parte da comunidade basquetebolistica de nosso país, para a qual, desatar nós nada representa se comparado ao lamentável reinado…

Enquanto isso, assinamos definitivamente um termo de incapacidade na formação de armadores, afinal estaremos salvos em Londres pela naturalização do Larry, porta escancarada para outras naturalizações para 2016, afinal de contas, adquirir talentos prontos é bem mais fácil e rentável do que simplesmente formá-los…

Mais uma vez fico pensando se não seria mais vantajoso tentar naturalizar o Magnano, claro, se o interessasse, e que aqui bem para nós, duvido que topasse, pois seus “nós táticos” rezam numa outra cartilha, a do trabalho e incontido amor pelas coisas e povo de seu país, onde formação de base é coisa muito, muito séria, ou não?

Finalmente, devemos sempre ter em mente que imediatismos jamais levam ao progresso, somente acalentam um certo tipo de “desportista” para o qual não importam os meios, e sim os fins, na doentia busca da vitoria a qualquer preço, num preito à vaidade irresponsável e imatura.

Amém.

Foto-Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

FRANCAMENTE…

A cada dia que passa mais difícil se torna escrever sobre o nosso basquetebol, já nem falo pelos equívocos e desmandos da CBB, e sim pelos jogos do NBB, com sua dinâmica rame-rame, repetitiva, cansativa, a tal ponto que, por mais experiente e tolerante que seja, me falta paciência e ânimo para testemunhar tanta mesmice, tanta acomodação ao corporativismo técnico tático que nos coisifica, não só aqui, mas lá fora também.
Ontem mesmo, no primeiro pedido de tempo que o novo e estreante técnico do Uberlândia pediu, solicitou a “chifre” aos seus jogadores, só que não fiquei sabendo se “para cima” ou “para baixo”, no que daria no mesmo, pois eles não executaram nenhuma delas, incluindo as “camisas”, “cabeças”, e demais variações de um “samba de uma nota só”, incoerente e desafinado.
Nada que possamos relatar de novo, novinho, curioso, moleque, insinuante, ou mesmo, corajoso, nada, absolutamente, nada, nadinha…
Mas péra lá Paulo, e o jovem e exuberante Paulistano, não conta?
Bem, se convergir em muitos de seus jogos (número de arremessos de 3 próximos, iguais ou superiores aos de 2 pontos, e que não é prerrogativa somente dessa equipe), número elevado e ineficiente dos mesmos pela incapacidade de atuar internamente, apesar de contar com bons e promissores pivôs, contar com armadores que tentam e teimam em ser definidores e pouco passadores, exercer em muitas partidas uma eficiente defesa, mas drenar seus esforços em ataques inócuos e precipitados, passar seu jovem técnico, intranqüilidade a seus jogadores através uma postura agressiva e excessivamente “participativa”de fora da quadra, inclusive com arbitragens, quando maior e decisivo comedimento atingiria resultados opostos e melhores pela imagem transmitida de tranqüilidade e auto domínio,  podemos considerar com bastante convicção, que pouco contou para a melhoria de nosso jogo, mesmo.
E pensar que a seleção para o sul americano, básica e obrigatoriamente jovem, contará com uma liderança que privilegia as “bolinhas”, em detrimento de um jogo mais preciso, mais seguro próximo à cesta, onde armadores alas e pivôs pudessem exercer seus fundamentos igualitariamente? Por mais este importante fator, reafirmo que não, pois a não tão jovem equipe do Paulistano ficou a dever algo de realmente inédito, incisivo, insinuante, marcante e exemplar, como um novo sistema, ou uma forma diferenciada de jogar o grande jogo.
O campeonato vai se afunilando, assim como a mesmice endêmica, num modelo que se repete a cada bola ao alto, e outra, e mais outra, num moto continuo desesperador.
Claro que existe muita emoção e jogos duros, afinal algumas equipes se equivalem, mas, e os fundamentos, a base formativa, a diversidade técnico tática, por onde andam, se é que existem, por onde? Sinalizem a “chifre” e “vamo que vamo…”
Amém.

Fotos  reproduzidas da TV (Clique nas mesmas para ampliá-las)- Jogo interno e externo (fotos 1 e 2) dentro do sistema único, inclusive com os pivôs apartados da cesta. Helio Rubens( foto3),um dos poucos técnicos que com sua vasta experiência poderia, se quisesse, mudar um pouco do que aí está.

 

O PINNOCK…

Um minuto e dezessete segundos para o encerramento do jogo, três pontos à frente a equipe de Brasília. Ataque bola para o Arecibo, bola para o “talentoso” Pinnock que dribla em direção ao garrafão. Se esquiva da marcação e executa um primoroso passe picado na direção de seu pivô bem no meio do garrafão, mas que… não estava lá! Isso mesmo, o talentoso Pinnock deu um passe a um companheiro inexistente, originando um contra ataque candango, e determinando a derrota de sua equipe. Com um Pinnock do outro lado, equipe nenhuma deve temer derrota de espécie alguma…

Como a equipe do CEUB encontrou a mala esquecida na aduana venezuelana, aquela com seu sistema defensivo, pode exercer esse importante fundamento de forma um pouco mais eficiente, o necessário para levar para o planalto central as finais da Liga Américas, se ainda pretender bancá-la, o que seria muito bom para o basquete brasileiro em sua ainda trôpega tentativa de soerguimento. Pena que a caótica equipe de Arecibo e seu inacreditável talento Pinnock lá não estará, pois seria um divertimento de primeira linha…

No jogo de fundo, nem mesmo, e este sim, verdadeiramente talentoso armador uruguaio Leandro Morales, atrapalhado todo o tempo por um Martinez centralizador, conseguiu levar de vencida uma equipe mediana argentina, que contando com duas efetivas lideranças, de seu excelente técnico, e de um veterano Wolkowyski reluzindo técnica e experiência, somando precisão a um bom conceito de equipe, fez da colcha de retalhos nominada de Crocodillos, uma perfeita moldura do que não se deve fazer para participar de um torneio de tal envergadura, ou seja, contratar “nomes” de véspera, como se os mesmos, por melhor que fossem, mas sem qualquer entrosamento com a equipe, pudessem levantar um troféu de uma modalidade onde o coletivismo é a base estrutural de uma verdadeira equipe.

Temo, no entanto, que frente às duas equipes argentinas nas finais, o reduzido time candango não seja suficiente para levá-las de vencida, pois peca basicamente na armação, contando somente com um solitário Nezinho, que nem sempre está inspirado, principalmente quando consegue ser bloqueado na altura de seu peito em seu tiro de meta, digo, arremesso de três pontos. Seus reservas são fracos e inexperientes, assim como seus alas. De pivôs são bem servidos, todos eles complementando um quarteto de boa técnica e vastíssima rodagem.

No entanto, com 15000 torcedores em volta, quem sabe possam conseguir o bi campeonato? Se não mantiverem o “pagar para ver” tradicional, quem sabe…

Amém.

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QUEM TEM PINNOCK…

Ficou parecendo que o jogo do CEUB ficou na aduana de Caracas, pois não o vimos na quadra de jogo, principalmente no aspecto defensivo que foi simplesmente ridículo. Cansaço, alimentação, estratégia (?), acomodação, não importam os motivos para tanta passividade, mas sim os “por quês…”

Os argentinos jogaram o tempo todo academicamente, sem pressa, e priorizando o jogo interno, no básico intuito de “pendurar” nas faltas o maior número possível de oponentes, principalmente os reboteiros. Some-se a isto a ausência absoluta da mais simples anteposição aos arremessos exteriores dos hermanos, e pronto, o retrato de uma derrota para lá de contundente. Não esqueçamos de relembrar o inexplicável comportamento de uma equipe da elite sul americana, ao se postar ante uma defesa por zona clássica, a 2-3, na aplicação repetitiva de passes de contorno e concludentes arremessos de três, repetindo o esquema contra uma individual, da forma mais absurda possível, já que possuidora de três bons pivôs, que sem dúvida alguma, se bem lançados, dariam enorme trabalho aos pivôs argentinos. Ficou parecendo que a equipe de Brasília perdeu um jogo que não se esforçou, de verdade, em vencer. Dá o que pensar…

Ah, não esquecendo que a equipe não possui um plantel confiável, e sim um time básico de no máximo seis jogadores, e nada mais.

E lá pelos lados do jogo final, honestamente, quem tem como adversário um tresloucado “talento” como o Pinnock, só não vence no tempo normal por ter em seu plantel um outro “talentosíssimo”, porém exclusivista jogador, como o Martinez, ambos disputando ponto a ponto quem cometeria o maior número possível de erros simplesmente inacreditáveis. Nas duas prorrogações, as duas equipes atingiram o número incrível de 38 erros com perdas de bola (19 para cada lado), com os dois citados liderando a planilha.

Para hoje, prevejo uma equipe argentina, contida, coletivista, e com dois excelentes armadores e um pivô de 38 anos dando aulas de posicionamento nos dois garrafões (é um mestre na defesa por traz…), enfrentar um Cocrodillos anárquico liderado pelo Pinnock. Se o apertarem com vontade ele entrega o jogo. De muito não via um jogador tão instável como esse na armação de uma equipe. Mas Paulo, ele deu 16 assistências! Mas o que entregou, não conta?…

Quanto ao CEUB frente aos costarriquenhos? Sei não… Se não pegarem urgente a mala de defesa que esqueceram na aduana…

Amém.

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SEMANA BRABA…

Com relação às duas semanas anteriores, esta foi de amargar, com um nervo ciático travando minha locomoção natural, filho com dengue séria, e alguns jogos difíceis de agüentar passivamente, tal a pobreza técnica e tática dos mesmos.

Mas alguns pequenos assuntos vieram à baila, como a decisão do Juiz da 11ª Vara Federal, Vigdor Teitel, decidindo que os técnicos de futebol não têm que prestar contas aos Conselhos Regionais de Educação Física, matéria esta publicada na coluna Do Anselmo Góis, no O Globo.

Muito bem, e os demais técnicos, inclusive os de basquetebol, que para freqüentarem os cursos da ENTB/CBB têm de postar seus registros nos termos de matricula, que tem o CONFEF como um dos avalistas dos mesmos? Creio que é chegada a hora de se dar um freio nessa turma do arromba, já que a justiça federal está fazendo a parte constitucional dela.

Mais adiante, entrevista do Delfin sobre sua incontida vontade de participar da Olimpíada de Londres, vontade esta sucedânea à sua “promoção” a uma dos piores times da NBA, quando, a exemplo dos grandes “nomes” daquela mega liga, quer usar a maior vitrine desportiva da terra, para situar e valorizar uma imagem e alguns milhões? “Profissionalismo” (segundo crença e certeza próprias…) é isso ai, para gáudio dos curibocas tupiniquins, que professam serem os meios, não importando quais, fundamentais para chegarmos aos fins pretendidos, onde nacionalismos, patriotismos e que tais, perdem a razão de ser frente ao poderio(?) técnico que teremos(?) na grande competição. Quanto aos que ralaram pela classificação, ora, o que importam? Afinal, o argentino também tem um nome olímpico a zelar…

Jogo do Limeira com Joinville, duríssimo de se assistir, tantas as falhas nos fundamentos, inclusive do pivô Shilton, que no entanto foi premiado com uma justificativa dada pelo comentarista do jogo, no seguinte teor: “É uma questão da base, onde, certamente, pelo físico e altura, foi deslocado para a posição, e que mais adiante, no limite dos seus 1,98m, encontrou dificuldades na liga superior. O remédio é fazê-lo alternar com os outros pivôs…”

Ou seja, o que assimilou de técnica individual até o momento é notoriamente insuficiente, cujo remédio é fazê-lo parte de um rodízio reparador? Meus Deuses, quer dizer que como adulto nada mais poderá ser feito, ou mesmo atenuado? Que tal ensiná-lo e treiná-lo nos caminhos dos fundamentos, exaustivamente, reforçando seus conhecimentos e otimizando-o na arte do grande jogo? Por que não o fazem, ou não sabem, ou não têm competência para fazê-lo? Perdoem-me, esqueci que são “estrategistas”, falha minha de simples professor e técnico…

Culminamos com o jogo pela Liga das Américas, entre o Crocodillos da Venezuela e o CEUB de Brasília, jogo que teve um momento no terceiro quarto em que a equipe venezuelana teve o jogo praticamente nas mãos, quando impôs uma defesa zonal que os candangos simplesmente não aprenderam a atacar, perdendo-se em passes laterais e arremessos de três (4/27), bem ao estilo da grande parte de nossos equipes, além de manter um placar razoavelmente confortável, quando, e aí a catástrofe, o pivô dominicano, o posudo e marrento Martinez, resolveu dar o seu show de solista que estreava na equipe, levando suas ações para baixo do aro, desafiando os pesados e experientes Cipriano e Alirio, perdendo nas dobras quatro ataques seguidos, propiciando os contra ataques de Alex e Cia. Equilibrado o jogo, o Giovanonni se colocou no pivô, pedindo os passes, distribuindo-os ou finalizando de média distância, levando o jogo para uma definição que, contrário ao que vinha acontecendo se deu num contra ataque após mais uma falha do Martinez, e que o Nezinho soube muito bem aproveitar.

No jogo de hoje, contra a equipe argentina, sem dúvida alguma a possibilidade dos candangos enfrentarem uma forte defesa zonal torna-se redundante, já que a equipe do planalto central torna-se muito frágil ofensivamente quando se depara com uma.

Enfim, para uma semana tão atribulada, assuntos não faltaram, talvez jogo bem jogado. Mas isso é outra história.

Amém.

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