PESQUISA-UMA AVENTURA ALÉM-MAR IV

O tratamento dos dados digitalizados em computador tomaram um pouco menos tempo,mas para ser bem objetivo foi necessário uma série de ajustes na mesa digitalizadora para que fosse estabelecida uma rotina que pudesse ser adotada por quem quer que fosse usá-la no futuro. A preocupação metodológica foi a mais estudada
e codificada, a fim de facilitar os futuros estudos. Com o tratamento realizado ficou no ar uma indagação, qual grau de fidedignidade emanava do estudo se nenhuma
fórmula estatística se adequava ao mesmo? Eram dados em que a existência do zero, não só era previsto, como desejado, pois se tratava de medir direcionalidade onde a ausência de erro deveria ser o alvo desejado, ou 0° de desvios. O impasse somente foi desfeito quando em uma bela manhâ o Prof.Sobral me apresentou uma fórmula estatística de raríssima utilização, o Coeficiente Relativo de Variação(Ferguson,1984), que fechou o estudo, comprovando-o. O trabalho demonstrou, entre outras conclusões, que estilo e simetria de movimentos pouco têm a ver com precisão de arremêsso, pondo por terra uma escola cuja fundamentação maior se escudava na estética dos arremessos, na beleza de estilos e figurações, pois o que no fundo deve importar é o total dominio da direcionalidade, independendo se o jogador está em equilibrio estável, instável ou em total desequilíbrio. Minha pesquisa derruba esses conceitos estétas, que foram base de muitas escolas e de muitos mestres, alguns excelentes, e que seriam muito mais eficientes se tivessem o conhecimento que descobri e provei com meu trabalho. No próximo mês,já com minha página na internet funcionando(paulomurilo.com)colocarei a disposição de todo interessado, não só minha pesquisa, mas a de outros mestres de nosso desporto.Em dois artigos dessa série menciono alguns princípios ligados e demonstrados pela pesquisa, mas gostaria de terminar esses 4 capítulos com a formulação básica do estudo: No arremêsso com uma das mãos a bola percorre sua trajetória girando inversamente em torno de um eixo diametral(back spin). Quanto mais este eixo se mantiver paralelo ao nível do aro e equidistante dos bordos externos do mesmo, maior será o grau de direcionamento, e se este alcançar zero grau de desvio teremos a precisão absoluta.Provar que isto é verdadeiro não foi nada fácil,mas foi feito.Pena que sequer foi levado à serio, nem pelo órgão máximo do basquetebol,a CBB, na época dirigida por um Phd. e Prof.Titular da UFRJ. No dia em que fui presentear a tese na CBB fui testemunha de como se fazem técnicos de seleção brasileira em nosso país, que foi algo que me fez pensar seriamente se teria valido à pena tanto esforço em realizá-la. Me indignei com o que estava presenciando e fui embora tremendamente constrangido e triste.Mas isso é assunto para o futuro, quem sabe…No mais soube que a tese foi jogada no fundo de uma gaveta, e quatro anos mais tarde ao encontrar um dos auxiliares da administração da CBB na época escutei do mesmo a afirmação de que achara a tese algo interessante,no que concordei por sabê-lo um especialista em atletismo e que de basquetebol pouco entendia.Que eu saiba foi o unico na CBB que teve a curiosidade de lê-la.Assistindo hoje o festival de arremêssos de três pontos em que se transformou o nosso basquetebol, fico imaginando quantos destes”especialistas” obteriam bons resultados se avaliados pela minha pesquisa, doada à CBB exatamente para ser empregada por todos,e tenho a mais absoluta certeza de que 2/3 não seriam aprovados.Mas em se tratando de pesquisa esportiva no Brasil,não era do interêsse de muitos que isso pudesse ocorrer,pois o que vale é se as dobras cutâneas e os débitos de oxigênio influem nas performances.No entanto,nunca vi dobras ou débitos aumentarem
graus de precisão nos arremêssos.O que atesto é que nunca ví correrem tanto e arremessarem cada vez pior.Que os deuses nos ajudem…



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