A INSINUANTE PANELA.

No artigo da semana passada,”Quadratura Omissa”,chamei a atenção sobre declarações de atletas da seleção a respeito do posicionamento do jogador Nenê com relação a sua não participação na Copa America recem terminada.Critiquei veementemente as aludidas declarações,e o silêncio dos quatro técnicos que comandaram a equipe na Copa.Agora,na coletiva de imprensa promovida pela CBB o Técnico 1(como são quatro, com direitos e comandos iguais,enumerá-los torna-se naturalmente óbvio),declara:”Falaram que o grupo ficou chateado com o Nenê e não o querem mais na Seleção.Não é bem por aí.O grupo quer todo mundo que tenha o mesmo pensamento.Se ele vier e estiver em sintonia com o elenco,será um grande reforço.Aqui ninguém tem vaidade e todos pensamos no Brasil.Se ele vier com esse pensamento,será muito bem vindo.Precisamos melhorar o nosso rebote.Esse é o nosso ponto fraco.Estamos pegando muito poucos rebotes defensivos e esse é o fundamento que mais me preocupa no momento”.Com o silêncio dos Técnicos 2,3 e 4,fica claro ser esta a posição de todos,inclusive pelo fato de termos lançado ao mundo a figura do Técnico Porta-voz,aquele que transmite à equipe,aos dirigentes,ao público e á imprensa,as decisões uníssonas e harmoniosas do grupo.O Técnico 1 só se traiu um pouco ao mencionar ao final de suas declarações…”é o fundamento que mais me preocupa no momento”.Deveria dizer”nos preocupa”,mas são minimos detalhes que se
moldarão com o tempo…Mas são declarações que deixam no ar sérias dúvidas,sérias
preocupações,senão vejamos:A que grupo se refere o Porta-voz,o dos jogadores, o da
comissão técnica,ou ambos? “Falaram que o grupo ficou chateado com o Nenê…”foram declarações em alto e bom som do jogador Alex,corroborado pelo companheiro Guilherme
que se diziam representantes dos demais colegas.Mencionaram um tanto atabalhoadamente
já terem o grupo fechado,ao qual o Nenê deverá se enquadrar se quiser participar no Mundial.Esclarecendo esse detalhe por intermédio de declarações públicas,deveriam os técnicos terem tomado, uníssona e harmoniosamente, enérgicas providências,também públicas,no intuito de manterem intactas suas posições de liderança e independência perante àqueles jogadores e todos os que almejam disputar vagas com os mesmos no futuro.Ou será que o fechamento do grupo é uma realidade?Pelas declarações dos jogadores porta-vozes,parece que sim,mas é esta a posição do outro grupo,o dos técnicos?”O grupo quer todo mundo que tenha o mesmo pensamento…Se ele vier e estiver em sintonia com o elenco,será um grande reforço”.O discurso é o mesmo,tanto do elenco,como da comissão,o que é altamente prejudicial,quando se sabe,e se constatou, que a equipe para o Mundial nem de longe pode ser constituida por muitos daqueles que fizeram parte do atual elenco.Mesmo massificado,Nenê ainda mantém muito de sua velocidade natural,e é muito superior tecnicamente aos pivôs do atual elenco,
e que junto a Ticher,Anderson,Estevan e Bambú,formariam um grupo de reboteiros de alta qualidade e grande elasticidade e velocidade.A discussão primordial não pode passar por opiniões,ou posições de pretensos grupos fechados,ainda mais formados por
jogadores,que ao agirem dessa forma agridem os preceitos mais primarios de disciplina
coletiva,que é a base de sustentação de qualquer equipe desportiva que se preze.Mas
se forem estas as mesmas posições de quem os dirigem,ai a situação fica insustentável
tanto fora ,como dentro do campo de jogo.”Estamos pegando muito poucos rebotes defensivos…”,complementou o Técnico 1,o que soa falso,pois foi o dominio da tabela defensiva que nos deu a vitoria na Copa,com o Ticher atuando de forma devastadora. Onde falhamos,e falhamos feio,foram nos rebotes ofensivos,exatamente pela exigência do sistema implantado na Seleção,no qual,os pivôs sobem na linha dos três pontos para atuarem canhestramente como passadores de bola e executores de inóquos
corta-luzes aos armadores,abandonando suas posições junto à cesta,abdicando sistematicamente dos rebotes,fator que Nenê nenhum do mundo poderia suprir.Nesse pormenor tanto a comissão como o Laptop se calaram,o que confirma a continuidade de
tão lastimável sistema.Tanto o “grupo fechado”propugnado pelos jogadores,quanto a teimosia técnico-tática da populosa,porém unissona e harmoniosa comissão,constituem
e instauram insinuantes panelas,que nos deixam fragilizados às vésperas de um Mundial
que queiram,ou não,definirá nosso futuro para os próximos 10 anos no plano internacional.Que baixe a luz do bom-senso e que uma correta e urgente liderança se faça sentir sem mais adiamentos e discursos inúteis e evasivos.



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