RESCALDOS DE INCÊNDIO.

Tres das melhores equipes do país saem de cena, vitimadas pelo próprio veneno, o da traição. Juntas quando do lançamento da NLB, manifestaram seus poderosos patrocínios junto àquela que seria a redenção do basquete brasileiro, uma liga de clubes, para os clubes, liderada por tres dos maiores ícones de nossas quadras. Mas as chaves do cofre estavam do lado de lá da cerca, e o embate pela posse do mesmo teve início. A equipe do presidente da NLB, por uma questão de coerência, continuou no barco das reformas, e teve como prêmio à sua rebeldia toda uma sucessão de sabotagens promovidas pela entidade maior, dona do cofre em questão, culminando com a negativa de exposição televisiva no hexagonal organizado às pressas ante uma pendência judicial, fator que o forte patrocinador não assimilou de forma alguma. Publicidade de uma marca, principalmente se essa é de economia mista, é fundamental na continuidade de qualquer projeto. Comendo a publicidade pelas beiradas, a CBB entornou o caldo da equipe do presidente da liga, entidade essa que nunca foi digerida pelo grego melhor que um presente.E para completar o esvaziamento conseguiu que a grande equipe fosse afastada de sua participação no sul-americano de clubes, colocando uma pá de cal no patrocinio da mesma. As outras duas, pularam o muro e se encastelaram nas hostes cebebianas, certas de que valia mais à pena estarem bem juntinho ao cofre. Mas seus patrocinadores vislumbravam bem mais longe,
sendo que um deles, dono de tres equipes no mesmo campeonato, tentaria de tudo para vencer a corrida contra a equipe do interior de São Paulo. Tres chances contra uma, ótima proporção,
favas mais do que bem contadas. Mas traições cobram juros muito altos, e o campeonato não terminou, fruto de recursos extra-esportivos que colocaram tudo a perder. Com altos investimentos, fundamentados em organização e eficiência, suas marcas publicitárias, a equipe de São Paulo pulou fora antes de se ver enredada em situações constrangedoras. Traiu e foi traida, tudo quites, noves fora, zero. A outra equipe, se dissolveu sem maiores prejuízos, pois outras duas do mesmo patrocinador continuam, já que somente se debaterão no futuro com Franca, que se reestrutura para a retomada do caminho rumo ao cofre. Como foi desde o começo da NLB, o senador zero voto somente tinha olhos para o acesso total ao cofre, e está pavimentando o caminho com maestria, pois concentrará seus investimentos em duas equipes, em cidades de suma importância para suas empresas do ramo educacional, e como pincelada final em sua obra, estará levando para uma delas o técnico nº1 da quadratura que comanda as seleções nacionais. “Melhor do que isso só dois disso”, dizem os espertos de esquina, mestres na arte de arrombarem cofres, sejam do tamanho que forem. E como rescaldo desse grande e irresponsável incêndio, vimos as convocações das seleções nacionais simplesmente omitirem toda e qualquer oportunidade a jogadores da NLB, provando a máxima romana-“Aos perdedores, os leões”. Muito em breve teremos uma nova mentora, e por conseguinte dona do cofre, do basquetebol brasileiro, a gloriosa CBB-Universo, mas seu dono ainda tentará um lance final, a UNICBB, para a glória do desporto nacional. E pasmen, do alto de uma senatoria sem um voto sequer! É gênio! O outro, com seus insignificantes 5 milhôes de votos na corrida senatorial, perde sua equipe e assiste seu sonho de uma liga exemplar se afastar cada vez mais. É assim que se desconstroi o desporto nacional.



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