ACHISMOS OPORTUNISTAS.

Eliminação na 1a fase, comprometedora participação, volta desonrosa, sonhos desfeitos.Comissão técnica garantida em sua continuidade visando o Pan e o Pré-Olímpico, e o grego melhor que um presente afirmando que faria tudo de novo, e pelo visto, o fará, sem dúvida. Na terrinha, desolação e revolta. Nos blogs e sites especializados ofensas se fazem presentes, na ânsia de se encontrar culpados entre jogadores e técnicos. E, mais do que presentes, os previsíveis oportunistas com seus “achismos” de última hora, já que permanentemente ausentes nas primeiras horas. Nada mais constrangedor do que assistir o desfile de opiniões por parte de técnicos atuantes e de renome, numa ciranda cruel em suas críticas aos técnicos da seleção através a midia televisiva, numa atitude unilateral, já que sem réplicas imediatas, e profundamente antiéticas. Falam em sistemas de jogo, em princípios de treinamento, em preparação psicológica, em transparência nos relacionamentos, como fazem e aplicam em seus trabalhos, em conceitos modernos, em disciplina tática, na obrigatoriedade de obediência técnico-tática por parte dos jogadores, defendendo inclusive o radicalismo nessas exigências, numa verborragia que sob alguns subterfúgios primam por omitir suas verdadeiras intenções, as do endeusamento de seus”eus”, do reconhecimento de suas extraordinárias qualificações, e da suprema importância que suas presenças se fazem necessárias na seleção brasileira. Ao criticarem as falhas apresentadas nos jogos da seleção, em comparação ao que dizem e afirmam realizar em seus trabalhos, em suas concepções técnicas, em seus principios estratégicos, em suas
atitudes organizativas, em seus transparentes relacionamentos, nada mais exteriorizam do que
o fato inconteste em suas convicções de serem os verdadeiros eleitos. Mas não esclarecem, longe,muito longe disso, que nos muitos anos de suas participações profissionais jamais lideraram ou promoveram os seus”achismos”junto a associações de técnicos, na formação dos mesmos,
na publicação de seus fantásticos trabalhos, na divulgação do jogo nas áreas remotas do país, que seriam fatores fundamentais para o progresso da modalidade. Lembram enfaticamente a necessidade de associações de técnicos, de cursos de formação e atualização, de conceituação uniforme, de princípios modernos, aspectos realmente importantes para o nosso basquetebol,
mas que NUNCA foram organizados e dirigidos por NENHUM deles. Mas o momento negativo
por que passa a modalidade, torna-se campo fértil para “sugestões”desse tipo de oportunismo,
mas que tem de encontrar a devida repulsa daqueles que realmente lutaram para a existência
das associações, daqueles que percorreram o país ensinando e dialogando com os jovens técnicos e os mais jovens ainda atletas, daqueles que nas salas de aula e nas quadras dos cursos de Ed.Física divulgaram as novas técnicas e suas didáticas específicas, daqueles poucos que teimaram em se pós-graduarem aqui ou fora do país, às custas de enormes sacrifícios, daqueles
que esmagados pelas carências materiais e econômicas se lançaram à luta, e assim mesmo produziram pequenos grandes milagres, e finalmente, daqueles que oprimidos sejam,e estão em silêncio perante a existência deste caudal de achismos oportunistas. E que aqueles que nos lêem,
que sei poucos, mas que poderão um dia serem muitos, que não se deixem levar para o mais danoso dos achismos, o de que a salvação de nosso basquete só será possível com a vinda de técnicos estrangeiros, únicos capazes de nos ensinar a jogar o que sempre soubemos jogar. Não serão eles que nos salvarão, e sim aqueles que de alguma forma se insurgirem contra essa onda de malignidade que sempre aflora nos rastros de derrotas inesperadas, porém previstas. Temos
no país excelentes técnicos e professores, bastando que a eles se dêem oportunidades de expressão e diálogos produtivos, ações que participei, vivenciei e divulguei nos mais de 40 anos junto aos verdadeiros artífices de nosso basquetebol, mas que nunca contaram com suportes de midia,nem protecionismos de políticos travestidos de esportistas. As soluções estão aqui no país, e não serão os profissionais dos achismos oportunistas que nos ajudarão, pois ao serem guindados às posições que se dizem merecedores, rapidamente esquecerão as “necessidades do basquete brasileiro”,frente às suas próprias necessidades de projeção e vaidade, repetindo ad perpetuum o que sempre fizeram. E que as emissoras de TV, que transmitem os restantes jogos do Mundial,
nos privem do festival de exibicionismos técnicos que nos tem sido impingidos pelos sutilmente
declarados sucessores do quarteto da CBB. Creio que merecemos assistir os jogos em paz, e em
melhor companhia.



2 comentários

  1. gil guadron 29.08.2006

    Paulo:
    Excelente o conceito que voce expresa; o que paso pasou, agora e tempo de construir.
    A asociacion de tecnicos de Rio seria um bom comenzo.
    gil

  2. Basquete Brasil 29.08.2006

    Querido Gil,sim, o que passou passou,mas não pode ser esquecido, para que não torne a se repetir.Uma associação de técnicos é um dos fundamentos básicos para que reencontremos o caminho perdido.
    Mas temo que muitos obstáculos ainda estão por ser transpostos,e a vontade de querermos mudanças profundas,ou não,é um deles.Um abração, Paulo.

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