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http://www.nytimes.com/2006/11/04/sports/ncaafootball/04ncaa.html?_r=2&th=&adxnnl=1&oref=slogin&emc=th&adxnnlx=1162783056-3rUr1xQQiN7y5hyoSUyoCA

Esse endereço acima deveria ser acessado por todo aquele que queira entender o que venha a ser desporto de ponta, onde o atleta, apesar de algumas deficiências e limitações, recebe educação e segurança para exercer seu talento, para mais tarde, ao sobressair-se sobre os muitos milhares de concorrentes, ter alguma chance no mundo do esporte profissional. Mas, se não tiver a tão sonhada oportunidade, uma graduação universitária abrirá oportunidades futuras para que exerça uma profissão. O exemplo do futebol americano universitário, vale para as demais modalidades esportivas, pois fazem parte de um contexto tradicional nas universidades americanas.O exemplo mostrando um dia de vida do estudante-atleta, vem corroborar o fato de que ambas as atividades podem ser conciliadas, apesar das grandes dificuldades que se apresentam na rotina de um jovem atleta. Entre nós, tornou-se quase regra geral o entendimento de que as duas atividades não se coadunam, em nome de uma pseudo-especialização esportiva que exige tempo integral. No entanto, algumas parcerias com universidades particulares vem tentando demonstrar que algo pode ser mudado, e deveria ser mudado para o bem e o progresso do desporto nacional, mesmo que somente no âmbito do 3º grau, já que ainda demorará algumas décadas o mesmo entendimento para o 2º grau de escolaridade. Se nas grandes cidades do país, parcerias com as universidades, mesmo com clubes de tradição, e apoio logístico das municipalidades, e que envolvesse seriedade e exigências escolares dos atletas envolvidos com os programas acadêmicos e desportivos, daríamos um grande passo para o futuro desportivo do país, e serviria de exemplo para que projetos semelhantes pudessem ser desenvolvidos no 2º grau, ainda mais quando tais atividades desportivas, ao fazerem parte do currículo escolar, garantiriam sua continuidade, sem as exigências de títulos e alta performance. Sua função básica seria de formação, tanto do atleta, como do cidadão. No caso do Rio de Janeiro, bastaria que quatro ou cinco clubes de tradição no basquetebol, desenvolvessem parcerias com um igual número de universidades, das muitas existentes, obedecendo um critério de bolsas de estudo com rigoroso acompanhamento, e uma cota de manutenção que poderia vir do comércio ou indústria, para que déssemos um enorme salto qualitativo. Ademais, provar-se-ia o quanto seria possível aliar estudo e esporte, ocupando a faixa etária dos 18 aos 24 anos, na qual as formações acadêmica e desportiva mais se desenvolvem. Os grandes talentos, que serviriam as seleções nacionais, ao estarem de posse de um grau acadêmico e situados na faixa dos 25 anos, quando começa a maturação esportiva, estariam prontos para seguirem o caminho da alta performance, ou, se assim optarem, prontos para iniciarem sua caminhada no campo profissional que escolheram. Por outro lado, a renovação permanente estaria garantida, gerando o fator competitivo, salutar, e desejável, para a formação de nossas seleções. Jogadores educados e esclarecidos, substituiriam jogos virtuais, vestimentas e penteados tribais, leituras inconseqüentes, badalações contraproducentes e outras atividades fúteis, por objetivos que visassem seu futuro nas quadras ou fora delas, e com a garantia de que ao se afastarem do esporte competitivo, teriam um razoável suporte profissional para mantê-los condignamente na luta pela vida.

Mas para que isso fosse possível, seria de fundamental importância o estabelecimento de regras e conceitos a serem seguidos por todos os envolvidos no projeto, principalmente os técnicos, que teriam, de uma vez por todas, de se afastarem do terrível princípio que propugna o treinamento em tempo integral, como ponto de honra em suas lideranças. Sem dúvida nenhuma, um jogador envolvido em ambiente universitário, com todas as suas conotações sócio-politicas, além das exigências curriculares, dificilmente aceitariam certos ditames absolutistas, comuns a muitos técnicos. Quanto à formação de base, escolas e clubes, manteriam suas funções de a muito implantadas, mas que ainda carecem de um apoio mais objetivo e determinante, principalmente na manutenção de bons professores e técnicos junto à nossa ávida e talentosa juventude. Um programa que os patrocinassem, e associações regionais de técnicos, organizadas dentro das necessidades locais, e coordenadas por uma associação nacional, seriam as armas vitais para o soerguimento do basquete em nosso país. E o primeiro passo é exatamente aquele que estabeleceria a fundação e organização das associações estaduais, que em conjunto com as respectivas federações dariam partida à grande reforma pedagógica e técnico-tática, que nos alavancaria do fundo do poço em que nos encontramos. É trabalhoso? Sem dúvida nenhuma, mas é o único caminho viável para alcançarmos um patamar compatível com as nossas tradições vencedoras.

Sair do limbo em que nos encontramos é fator de sobrevivência para o basquete brasileiro, e que passa muito ao largo do verdadeiro inferno astral que uma maligna turma nos lançou nos últimos vinte anos. Já se faz urgente tal mudança, antes que nos lancem num caminho sem volta.



2 comentários

  1. Leandro Machado 12.11.2006

    eh do jeito que anda o basquete brasileiro, o jogador tem que ter uma escolha caso não de certo, mas o problema eh como. se vc treina em um time eh pouco provavel que tenha tempo e dinheiro pra bancar estudos, o unico jeito seria se as universidades bancassem os estudos para quem jogasse no time,como nos EUA, mas muito pouco incentivo ao esporte no Brasil, e por isso quase não ha universidade que faça isso. É uma pena pois fica cada vez mais dificil definir meu futuro, quero muito ser jogador profissional de basquete, mas sinto medo de arriscar e não dar em nada por causa da situação que anda o basquete aqui. Ja seria uma ajuda para os jogadores se houvessem scouts da NCAA aqui no Brasil, pois a unica alternativa de estudar e garantir futuro no basquete eh a NCAA, gsotaria de poder contar com essa alternativa, mas eh dificl.

  2. Basquete Brasil 13.11.2006

    Leandro,o fato de você se importar seriamente com a possibilidade de aliar estudo com basquete denota que algo já começa a se modificar no seio da juventude que pratica esportes.Algumas universidades brasileiras já começam a descobrir o filão, e acredito que em pouco tempo teremos avanços neste setor.O Brasil já não pode adiar mais os investimentos em educação, se quiser se situar no concêrto das nações mais desenvolvidas.E o esporte, as artes,a música,farão parte do mesmo.De qualquer forma, não esmoreça, e lute pelos seus ideais, mas nunca deixe de estudar.Um abraço,Paulo Murilo.

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