NOSSA SELEÇÃO…

Logo mais, por volta das 19 horas teremos duas partidas que poderão ser as decisivas nos campeonatos paralelos mais importantes do basquete brasileiro, quando Flamengo e Brasília pelo Nacional, e Assis e Franca pela ABCB jogarão suas terceiras partidas, com Flamengo e Franca vencendo suas respectivas series por 2 x 0.

Dois campeonatos que poderiam ter sido um de excelente qualidade, mas a incúria e os desmandos irresponsáveis da cúpula diretiva do nosso basquetebol transformou-os em dois monstrengos a dividir os parcos recursos técnico-administrativos que nos restam, rescaldos calcinados de uma liderança espúria e suicida. E o pior, às vésperas da competição mais importante dos últimos anos, o derradeiro Pré-Olímpico de Atenas.

Mas podemos afirmar com grandes chances de acerto, o quanto de bons jogadores em forma física e técnica se espalham nessas quatro equipes, muitos deles com performances superiores aos convocados pelo técnico espanhol de plantão, infelizmente em solo europeu. Deveria estar obrigatoriamente aqui em terras tupiniquins, acompanhando e atestando o quanto de dedicação e luta estão imbuídos alguns excelentes jogadores esquecidos nas convocações, plenos de vontade sincera e patriótica de defender o seu país, sem condicionamentos estelares e reinvidicações de musos operísticos. E o mais importante, prontos de imediato a pelo menos 40 dias de preparação diária, suficientes para um entrosamento mínimo, porém eficaz na medida do possível.

Mas não, apelando para o mais fácil, mantendo o grupo dissidente de Las Vegas , alguns dos quais já se afastando da possível catástrofe mais do que prevista e anunciada, e contando com o imaginário ufanista de um tipo de mídia deslumbrada com o glamour pop star de uma plêiade de jogadores reservas, em sua grande maioria, em equipes internacionais de segunda linha, nosso Mocho Monsalve perde uma oportunidade impar, em se tratando do primeiro estrangeiro a selecionar e treinar uma seleção nacional, de formar uma autêntica e aguerrida equipe, que mesmo sem alguns incensados “nomões “ , poderia bem, muito bem representar nosso basquete em Atenas.

Seriam 40 dias de treinos diários, ou sejam, 80 treinos possíveis, muito mais do que os 34 que planejou com as debandadas super(?) estrelas.

Fosse eu , ou algum dos excelentes técnicos que possuímos no país (sim caríssimo Grego melhor que um presente, temos excelentes técnicos ,e apontei alguns deles a você em Brasilia, cujo convite para um bate-papo na CBB espero sentado até hoje, mas que não me faz falta nenhuma…), convocaria 14 jogadores, entre os que mesmo jogando lá fora se mostram disponiveis à seleção, e outros que por aqui sonham em defender a camisa listrada (isso mesmo, exigiria a retomada do uniforme antigo e vitorioso em mundiais e Olimpíadas), tão esquecida e traída.

Seriam 14 convocados e duas passagens de avião, ou ônibus em data aberta, sempre pregadas no quadro de avisos, apontando com absoluta precisão a disposição de dispensar sem contemplação todo aquele que manifestar liderar reuniões fechadas e declarações técnico-táticas que ferissem o sentido de formação de uma verdadeira equipe, no mais absoluto respeito a seus lideres, e hierarquias disciplinares.

Huertas, Valter, Helio(Franca), Mateus, Alex, Marcio, Marcelo, Rogério, Spliter, Probst, JP Batista, Drudi, Murilo, Dedé, seria um boa lista, pois estão em grande forma, tem os veteranos indispensáveis ao bom equilíbrio emocional, tem os jovens de futuro garantido, tem força e bons fundamentos, e principalmente, tem tempo para treinar, já que livres de obrigações injustas e contratuais. O Spliter, ao optar pelo basquete europeu, provou que o paraíso da NBA não é tão atrativo assim , principalmente para quem ama o jogo de verdade.

Uma seleção necessita antes de tudo, de amor, dedicação e sacrifício, mesmo que os resultados não sejam a principio os desejados, mas que solidifiquem uma tradição e um compromisso de luta e dádiva, que foi o exemplo deixado pelas gerações vitoriosas que antecederam a todos estes jogadores, e por que não, a todos os técnicos que atuam hodiernamente, espanhóis ou não.

Sonho ou realidade, equipes A e B são despropositadas e políticas, ferem o principio de seleção, ou reunião dos melhores, num ano de competições únicas e transcendentais para o grande jogo entre nós, onde um Sul-Americano teria de servir obrigatoriamente como preparação prática para o Pré-Olímpico, e onde poderíamos treinar até e inclusive em dias de jogos, visando a competição maior, na qual a realidade olímpica não fosse mera questão de sorte, e sim uma possibilidade viável de classificação. Creio, que com vontade e discernimento ainda teríamos tempo de corrigir tão amargo engano, que poderá se tornar mais amargo ainda na continuidade do que perpetraram irresponsavelmente. Assim penso.

Amém.



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