A ESTRÉIA…

Deu-se a estréia, com um maracanãnzinho às moscas, muita badalação televisiva, onde um Moncho bem intencionado se viu privado de ser entendido em português pelos telespectadores, porque um trepidante repórter não poderia perder a fantástica oportunidade de expor seu tatibitate portunhol, e a imposição de uma tradução para nossa língua de declarações do paciente técnico, compreendida até pelas moscas que ocupavam os espaços circundantes. Querer aparecer em nosso país tornou-se uma praga infernal e profundamente caipira, assim como o assistente técnico deslanchando sua infernal caneta em uma prancheta que nem o titular do posto usa, demonstrando uma excelente capacidade de comunicação olho no olho, mais do que suficiente para ser bem entendido pelos jogadores, em vez de se verem perdidos perante rabiscos ininteligíveis perpetrados por um assistente técnico, repito, assistente técnico, que se o espanhol de plantão não se cuidar se verá engolido pelo afã avassalador de quem já está prontinho para o bote definitivo, estranhamente com seu próprio aval.

O técnico espanhol se comportou no banco na corretíssima função de cobrador do que foi devidamente treinado, critico paciente dos erros cometidos, e incentivador pelos acertos, e não como um estrategista de última hora, inventando na prancheta ações etéreas e irreais, como o fazem a grande maioria dos técnicos(?) nacionais, incluso seu assistente-candidato-ao-seu-posto.

Vimos alguns bons momentos de basquetebol, principalmente no primeiro e quarto quartos, quando os sete melhores jogadores se revezaram, dando enorme razão ao técnico quando afirmou que a melhor equipe não é a que começa o jogo, e sim a que termina em quadra. E pelo que vimos, algumas evidencias se tornam indiscutíveis, a saber : Dois são os homens de tabela na seleção, assim como os melhores marcadores e reboteadores, o Spliter e o Probst, infinitamente superiores ao JP Batista, Baby e Murilo, pela segurança, precisão nos passes e domínio das duas tabelas. O Huertas deveria ter a companhia, jogando ou substituído de um armador com maior qualificação que o Fulvio, pois os dois Helios são incomensuravelmente superiores a ele, nos passes, na ambidestralidade, na velocidade e nos arremessos, e principalmente no aspecto defensivo, em se tratando de uma seleção em busca de uma classificação olímpica. Na qualidade de um terceiro armador, o Fulvio completaria um tríduo que o sistema do Moncho, ao privilegiar aquele “passe a mais” o obriga a ter três armadores puros na equipe. Querer adaptar os irmãos Machado e o Alex como segundos armadores é temerário pela ausência de técnica específica que jamais possuíram, vide as situações de precariedade nos dribles quando assediados de muito perto, e o próprio Moncho já se convenceu disso, o que provam suas substituições durante o jogo. Todos estes três jogadores e mais o Tavernari, que com sua volúpia de arremessos de três rivaliza com a do Marcelo, sem a experiência deste, onde a inabilidade defensiva também são idênticas, são única e exclusivamente alas, para serem lançados, e nunca como responsáveis por qualquer tentativa de armação da equipe, ainda mais quando se virem perante europeus duros na defesa e hábeis, muito hábeis no ataque. Marcus é um jogador limitado, que nem seu espirito de luta o credencia a uma seleção brasileira, pelo menos por enquanto.

Quando está vindo a público, um possível e já planejado plano B de ajuda e salvação da equipe que disputará o Sul-Americano, com o aproveitamento de alguns jogadores da equipe do Pré, reforçando-a a fim de que a classificação até o quarto lugar garanta a participação no Mundial de 2010, exatamente o reverso deveria também ser tentado, principalmente com relação ao Helio e o Drudi, que sem dúvida alguma reforçariam substancialmente a equipe que irá a Atenas.

Tal possibilidade aventada pela própria CBB, vem corroborar o ponto de vista defendido por alguns técnicos, de que somente uma seleção deveria ter sido formada, inclusive pela possibilidade de atuar em torneios que precedem o Sul-Americano, onde as equipes participantes seriam muito mais úteis à nossa preparação do que a frágil Venezuela que ora nos visita.

Acredito que o inteligente técnico espanhol, já esteja antenado para essas possibilidades na composiçãp da equipe, pois se a equipe A poderá ceder reforços para a B no Chile, estaria criado o lógico precedente para o caminho inverso, com a lucratividade dupla, que deveria ter sido simples, se uma mesma equipe atuasse nos dois campeonatos, pois de uma única cajadada arrumaria sua força reboteira e de armação, assim como cessaria de imediato uma tendência repetitiva e danosa que sempre se insinua no âmago de nossas seleções, a do temível “grupo fechado”, reinado e posse dos cardeais que sempre apresentam suas credenciais nessas situações.

A equipe, de um modo geral demonstrou aguerrimento e disposição, pelo menos aparente, de colaborar com a disposição modificadora da nova liderança técnica, apesar de constatarmos ser seu sistema de ataque idêntico ao que se pratica no mundo inteiro, somente com a exigência daquele requisitado “passe a mais”. No entanto, seu enfoque prioritário na defesa é elogiável, e foi razoavelmente desenvolvido. Pena que alguns jogadores sejam irremediavelmente avessos a tais arroubos defensivos, fatores desprezíveis, por formação, de alguns deles.

Que tenha lucidez e a perseverança dos bem intencionados, pois, incrivelmente milagres acontecem, e bem que precisaremos de um bem fornido.

Amém.



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