FÉRIAS FORÇADAS…

Foram 15 dias de férias forçadas por uma infestação devastadora de vírus, Malwares, Trojans, Spywares, e sei lá mais quantos wares da vida. Mas consegui salvar 1/5 dos arquivos, fótos, artigos, mas os vídeos que deram um enorme trabalho para serem editados, estes, se foram, se deletaram. Mas vida que segue.

Voltando ao batente, dois assuntos me chamaram a atenção, não pelo seu ineditismo, mas sim pela cansativa repetição de velhos e carcomidos vícios. De saída a eleição de um novo ídolo nacional, vindo de uma atividade elitista, completamente inacessível à massa jovem do país, o automobilismo, mas com um suporte industrial avassalador. A própria imprensa do novo campeão mundial publicou a opinião do professor Scott Fleming (O Globo de 5/11/08, pág.35),estudioso de esportes e relações raciais no Reino Unido e um dos coordenadores do Centro de Estudos do Esporte da Universidade Metropolitana de Cardiff. – “É inegável que Hamilton seja uma história fantástica de sucesso e um exemplo de superação que servirá de inspiração para muita gente. Mas é inocente imaginar que a F-1 simplesmente deixará de ser um clube de elite e que, de repente, estará democratizada e aberta para meninos que queiram ser como o novo campeão. O circo da F-1 ainda é para privilegiados. É importante não criar falsas expectativas para crianças e jovens”.

E o nosso novo herói nacional, em primeira página exibe o infindável numero de adesivos promocionais por todo o macacão, capacete e luvas, como uma vitrine do poder ilimitado de patrocínios mega valiosos, ao passo que o vencedor pela segunda vez da maratona mais importante do mundo depois da prova olímpica, a de Nova Iorque, o nosso Marilson, exibe na penúltima pagina do jornal, em preto e branco, a prosaica marca de um patrocinador nacional, que ainda teima em remar contra a corrente investindo numa modalidade esquecida pela mídia. Duas conquistas, dois tratamentos diametralmente opostos.

Numa outra matéria nesse mesmo jornal e na mesma página – Rio-2016 se inspira em Londres – a ministra inglesa para os Jogos Tessa Jowell que nos incluiu nas visitas que faz pelas cidades candidatas aos Jogos em 2016 afirmou – “Como sabem, a F-1 não é olímpica, mas é amplamente acompanhada no Reino unido. Hamilton pode ser um grande modelo junto aos jovens, um exemplo de quem perseverou até vencer”. E quem pode afiançar que o nosso mais novo herói e seus monumentais patrocinadores não sejam mobilizados para tarefa similar? Nesse jogo de cachorros grandes, os marilsons não têm vez. E quem sabe, mais adiante, teremos pistas de kart nas escolas em vez de pistas, quadras e piscinas?

O segundo assunto, nessa mesma página, anuncia a reunião que o COB fará sobre a Lei Piva com todas as confederações. Segundo um novo critério de distribuição de recursos, será a meritocracia, o que poderá ocasionar mudanças, segundo o superintendente executivo de esportes do COB. E nesse ponto cabe uma pergunta : E até agora, que critérios foram utilizados na distribuição das verbas, já que o mérito somente agora será estabelecido?

“Na nova superintendência, temos três áreas: iniciação, desenvolvimento e alto rendimento. Os responsáveis por essas áreas irão apresentar propostas (sobre a Lei Piva ) ao Conselho do COB- disse o superintendente”. No caso do basquete, se realmente esses critérios forem levados à serio, e com os atuais responsáveis por essas áreas na CBB se responsabilizando pelos projetos e metas, posso afiançar sem margens de erro que estaremos definitivamente roubados. O que aliás virá a calhar para a atual e já reempossada direção cobiana, pois com o grego melhor que um presente na presidência o voleibol reinará absoluto por muito e muito tempo.

E por falar em CBB, cada vez mais se aprofunda o bem planejado, magistralmente planejado, contencioso Greg & Chak, onde as aparentes e bem forjadas discrepâncias inter pares culminarão na eleição confederativa para daqui a 6 meses , quando tudo ficará exatamente como está , política e tecnicamente, com talvez uma ou outra mudança de nomes, mas com a mesma estrutura e organização. Afinal, não se mexe em time que está por cima, afinado com o sistema, concorde com a situação vigente. E para tanto, vale qualquer estratagema, mesmo que à principio, ou para os não iniciados, os meios justifiquem os fins e não o contrario. Continuísmo é e sempre será a meta, a qualquer preço, onde os nomes são meros detalhes, peões de um maquiavélico jogo.

E assim, no âmago da mesmice que cerca e esmaga o grande jogo entre nós, retorno às crônicas, desejando do fundo do coração que mudanças ocorram antes do prazo para a eleição de maio de 2009. E elas poderão ocorrer, e contritamente rezo aos deuses.

Amém.



2 comentários

  1. Acredito que o nosso basquete vai mudar mas só não tenho certeza que será com o pretendente a presidente, o Sr. Antonio Chekimate. Por mais que seje bem melhor que o ditador Grego, a gestão do Chekimate terá que fazer um tratamento de choque em todos os setores e isto vai levar tempo, diria uma geração, para fazer efeito. Torço para que o basquete tenha um 2009 melhor e que possamos pensar somente no futuro, porque quando olhamos para o presente, confesso que estou com receio do basquete ser menos praticado que o Badminton.

  2. Basquete Brasil 10.11.2008

    Também tenho esse receio prezado Vagner.E os fatos em si atestam tal preocupação.Agora mesmo uma campanha pela internet nos bombardeia com idéias e promessas,mas anônimas! Por que se esconder numa hora tão decisiva e tão próxima das eleições da CBB? Pelo vale das sombras sempre vicejam os impuros de espírito e de caráter.Substituir seis por meia dúzia não nos levará ao tão sonhado soerguimento do grande jogo entre nós. Uma abraço,Paulo Murilo.

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