CARL & CIA…

Numa entrevista dada ao jornalista Carlos Fernando do Sportmania, o candidato à presidência da CBB Carlos Nunes expôs seus projetos e diretivas para o caso de sair vencedor no pleito de maio do ano que vem. Foi uma extensa entrevista, da qual pudemos pinçar algumas perolas de política esportiva.

“Não seria ético estarmos em processo de candidatura, permanecendo na CBB, motivo pelo qual solicitamos o afastamento”. E onde ficou a ética trabalhando junto às federações nos últimos 4 anos como assessor do grego melhor que um presente, exatamente costurando a própria candidatura agora tornada pública?

“(…) Creio que este é o momento oportuno de dar nossa contribuição ao basquete nacional, pois esta decisão esta respaldada em pedidos de colegas Presidentes que desejam mudança. Quanto ao assunto “traição” é uma avaliação muito subjetiva (…). Momentos oportunos são fatores de espera, de montagem política, vagarosa e detalhadamente estruturada. No caso foi um percurso de 4 anos, e sob a chancela de uma assessoria conveniente. Ademais, traições só tem avaliações subjetivas para quem trai, pois nada mais é tristemente objetivo para aquele que é traído.

A uma pergunta sobre uma renomada empresa o estar assessorando no pleito, respondeu – “Confirmo. Só não divulgamos, agora, tendo em vista que faltam alguns pequenos detalhes para fecharmos o contrato. Também falta a manifestação oficial de um colega Presidente, integrante do nosso grupo”. Como vemos, contratos são costurados com candidatos, e não com a CBB, e que presidentes federativos constituem grupo de interesse comum em torno de uma empresa comercial. Qual a contrapartida a ser descontada mais adiante?

“ Nossa experiência vem de anos trabalhando dentro do basquete e em contatos com os Presidentes de Federações. Esses colegas tiveram um papel importantíssimo no nosso aprendizado de negociar.(…) Hoje as metas a serem executadas, necessitam de negociações e consenso (…)”. E o trabalho visando o basquetebol, ao qual empenhou suas qualidades de assessor especial? Por onde ficou?

“ (…) Adotaremos um planejamento estratégico, empreendedor e inovador, o qual permita efetuarmos avaliações constantes, através de indicadores de resultados sobre metas definidas”. E porque tal planejamento não foi sequer esboçado nos últimos anos em que exerceu cargo estratégico na CBB? Estaria guardado para depois de maio de 2009, após o aprendizado na arte de negociar?

“ Como sempre históricos definem futuros (…). Hoje, os Presidentes das Federações, estão muito empenhados em eleger aquele que apresentar as melhores propostas para o nosso basquete, independente do estado que ele esteja, ou seja, deixa de existir o voto para a pessoa e passa a existir o voto da melhor proposta, independente da pessoa (…) “. Propostas para quem? Para o basquete, ou para os Presidentes? Se para o basquete, o que esperam todos aqueles que realmente desejam ajudar o grande jogo a se soerguer, constituindo uma chapa de autênticos basqueteiros? Desculpem, viajei…

E as respostas ao inteligente questionário proposto pelo Carlos Fernando vão preenchendo uma realidade atroz e decididamente trágica para o nosso infeliz basquetebol, culminando nas conclusões da entrevista – “No momento democrático que vivenciamos, não cabe mais votar somente em pessoas. Avaliem as propostas apresentadas pelos candidatos. Votem naquela que possa unir todas as federações, motivando-as em torno de um objetivo comum: um basquete brasileiro melhor, desenvolvido, profissional e rentável para todos”. Para quem se manifesta líder de um grupo, compromissado com interesses pessoais, que contrastam com seu discurso democrático, nada mais a analisar, a não ser a frase final e reveladora:(…) “um basquete brasileiro melhor, desenvolvido, profissional e rentável para todos”. Ou para alguns?

Amém.

Maiores detalhes sobre o candidato, acesse: http://maisbasquete.blogspot.com/



2 comentários

  1. William 06.12.2008

    MEU DEUS PROFESSOR! SE ESTE HOMEM GANHAR TAL ELEIÇÃO, NÃO SEI NEM SE NÃO SERÁ PIOR DO QUE A ATUAL GESTÃO. O BASQUETE NO RIO GRANDE DO SUL ESTÁ SUCATEADO, CATEGORIAS DE BASE NAO FORMAM ATLETAS SUFICIENTES, SENDO QUE UM OU OUTRO AQUI E ACOLÁ, QUE VÃO PARA FORA DO PAÍS, POIS SABEM QUE AQUI O BASQUETE NÃO TEM FUTURO. MUITA GENTE TENTA FAZER DE TUDO PARA MUDAR A ATUAL SITUAÇÃO NO NOSSO ESTADO. MAS MUITA GENTE FAZ DE TUDO PARA DEIXAR COMO ESTÁ E MANTER SEUS INTERESSES ATIVOS.BONS TEMPOS ERAM AQUELES QUANDO O BASQUETE AQUI DO RS BATIA DE FRENTE COM O DE SÃO PAULO, HOJE A DIFERENÇA NÃO SAI DA CASA DE MENOS DE 30 PONTOS, EM TODAS AS CATEGORIAS. INCLUSIVE, ALGUM E OUTRO ATLETA QUE AQUI SE DESTACA, TOMA O RUMO DE SÃO PAULO, ONDE QUASE QUE SEMPRE, VIRA UM JOGADOR INEXPRESSIVO NO SEU TIME, SALVO ALGUMAS EXCESSOES E CLARO. AO MEU VER, A MELHOR ESTRUTURA NO PAÍS ESTÁ EM SÃO PAULO, E SE O CHAK, GANHAR TAL ELEIÇÃO, MESMO FAZENDO USO DE SEUS INTERESSES DEPOIS DE ELEITO, SE ELE APLICAR O QUE ESTÁ SENDO FEITO EM SP EM TODO PAÍS, TALVEZ MELHOREMOS.

    UM ABRAÇO

  2. Basquete Brasil 06.12.2008

    Prezado William,infelizmente essa é a dura realidade.Um dia,quando a omissão de todos aqueles que podem realmente auxiliar o basquete regredir,talvez tenhamos outra remota chance de subsistir no cenário internacional.Até lá,penaremos nas mãos dessa turma do barulho, alimentada pelo desinterêsse daqueles que muito devem em suas vidas ao grande jogo e suas lições de cidadania.Um pena tanta omissão.
    Paulo Murilo.

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