BELA CONQUISTA…

No inicio da tarde de ontem um amigo me telefona e faz a seguinte pergunta- Paulo, se você fosse o técnico do Brasília como agiria logo mais para barrar a sede de três pontos do Halcones de Xalapa, que contra o Minas arremessou 38 bolas daquela distancia? – Caramba, perguntinha não muito confortável de responder, ainda mais pelo desconhecimento de pormenores da equipe por não vivenciá-la no dia a dia.

Pela insistência do amigo imaginei uma estratégia baseada exatamente na volúpia ofensiva dos mexicanos, responsáveis pelos rebotes, pois a propriedade das atiradeiras são de americanos engajados na equipe. Essa característica ofensiva exige o mais tempo possível de posse de bola, a fim de compensar o elevado numero de erros dos longos arremessos de três. Então, cabe ao seu oponente a cessão única de ataques de 24 seg a quem tem direito, utilizando dessa forma o máximo de tempo em seus próprios ataques, reduzindo a posse de bola que seria dada de bônus ao adversário.

Claro que o jogo se tornaria cadenciado, até irritante pela lerdeza, mas somente daria ao oponente aqueles ataques a que tivesse direito, e pouco mais. No entanto, analisando a equipe brasileira, alguns e difíceis obstáculos se oporiam inicialmente a essa estratégia, pelo fato de alguns jogadores da equipe serem tomados pela mesma volúpia ofensiva dos mexicanos principalmente o Alex, o Arthur e o Cipriano.

Mas não me surpreendi por ter sido essa a estratégia montada pela equipe candanga, e que apesar de alguns rompantes na quebra de ritmo desencadeadas pela trinca acima citada, encontrou num inspirado Valter a manutenção da cadencia programada, obrigando os demais companheiros a seguirem seu exemplo. Acredito que a escalação do Ratto junto ao Valter teria levado a equipe mexicana ao desespero, pois estariam enfrentando dois excelentes condutores de bola, e por conseguinte senhores do ritmo que quisessem impor, e sem abrirem mão do Alex revezando com o Arthur. Contando ainda com a excelente atuação do Estevam, que de dois em dois pontos compensava os erros nas tentativas de três de seus companheiros nos momentos mais decisivos do jogo, principalmente quando estavam atrás por 16 pontos ainda no terceiro quarto.

Enfim, taticamente jogando certo, apesar de alguns erros graves de fundamentos, e sendo felizes nos arremessos decisivos, a equipe conseguiu um feito valioso para o nosso basquetebol, provando que temos condições de evoluirmos verticalmente na medida em que trabalharmos seriamente, principalmente na base, o que infelizmente não é o caso da equipe campeã.

Parabenizo a equipe de Brasília pelo seu brilhante feito e torço para que continue sua caminhada vencedora.

Amém.



8 comentários

  1. Francisco Oliveira 10.02.2009

    Prof. Paulo Murilo,
    de fato, a equipe do Universo não tem categoria de base. Mas vale destacar o trabalho junto a jovens que o Lula introduziu aqui, em conjunto com o Ricardo Oliveira (Lance Livre-DF), que já revelou atletas locais para o time e até para o exterior. Aliás, na categoria de base, o DF conquistou dois dos principais torneios do País, em 2008: em julho, o 12º Encontro Sul-Americano de Basquete, em Novo Hamburgo-RS (Sub-14 e Sub-15 masculinos) e, em outubro, a IV Copa Minas, em Belo Horizonte-MG, no Sub-15 masculino, com equipes da Lance Livre Esportes. A grande pauta do momento é que será realizada, em Brasília, de 10 a 14 de março, a Divisão Especial do 26º Campeonato Brasileiro Sub-15 2008, que estava programada para dezembro, em Caxias do Sul-RS, e foi cancelada por causa das chuvas na Região. Coincide com os preparativos da Seleção Brasileira Sub-16, que disputará a Copa América na Argentina, em junho, e está na 1ª fase de treinamentos em Poços de Caldas. No torneio aqui em Brasília estarão praticamente todos os convocados em ação, representando seus estados (SP, RJ, MG, RS, CE, PE, PA e DF). Acho que seria um ótimo tema para suas análises e também uma oportunidade para divulgar e estimular as categorias de base.

  2. Basquete Brasil 10.02.2009

    Que bom saber deste trabalho junto às categorias de base em Brasilia prezado Francisco. Mesmo assim, ainda sugiro que o Universo Brasilia desenvolva seu proprio programa de formação, reforçando em muito a divulgação do basquete na capital do país. Quanto à temática proposta por você para meus artigos, lembro que desde sempre é o assunto que mais abordo desde a fundação do blog. Agradeço seu oportuno comentário, desejando que outros mais me sejam endereçados, pois discutindo os problemas chegaremos mais rapidamente às soluções.Um abraço, Paulo Murilo.

  3. Luis 10.02.2009

    CAMPANHA FORA GREGO !!!

    Pessoal vamos encher a caixa de e-mail do Grego e da CBB, expressando a nossa insatisfação em relação a permanência dele frente a CBB.
    Os e-mails a baixo:

    presidente@cbb.com.br
    cbb@cbb.com.br

  4. Reny Simão 10.02.2009

    Muito bem analisado, professor. Torci muito para o Lula colocar o Ratto junto com Valtinho, principalmente no segundo tempo. Fiquei com receio do Valtinho não suportar o cansaço, pois com frequência levava a bola sob pressão. Valtinho jogou 118 minutos nos 3 jogos (40+38+40). Mas ele sempre me surpreende com a sua frieza e preparo.

    Um abraço

  5. Basquete Brasil 11.02.2009

    Prezado Luis, quando um dirigente , um lider se encontra no comando de um importante segmento social,sendo integro, honesto e trabalhador competente,basta um email critico para que ele introspecte a si mesmo.Agora, quando esse comando é exercido de forma abjeta, comprometida e sem transparência,nem um milhão de emails o sensibilizará,e sequer os lerá.São verdades indiscutíveis.Mas mesmo assim é uma campanha meritória, mesmo que estéril dentro da realidade politica do país.Desculpe e perdoe a franqueza,é que luto de outra forma. Um abraço,Paulo Murilo.

  6. Basquete Brasil 11.02.2009

    Prezado Reny, que bom tê-lo de volta aos comentários aqui na trincheira.Sem dúvida alguma o Valter segurou a barra muito bem e com competência impar.Também lamentei a não escalação do Ratto junto a ele, o que poderia ter facilitado seu sacrificado trabalho.Mas no frigir dos ovos a vitoria compareceu, meritória aliás.Aguardemos o comportamento da equipe nos jogos do NBB, e o quanto essa conquista solidificou o grupo. Um abraço, Paulo Murilo.

  7. jdinis 15.02.2009

    Prof. Paulo Murilo,

    Assisti o jogo e, apesar da grande atuação, fiquei com a nítida impressão de que o Valtinho, inúmeras vezes, comete irregularidade pois segura a bola com uma das mãos e volta a quicá-la. Não sei se fui claro, mas quis dizer que ele não bate a bola simplesmente, mas acompanha o movimento da bola movimentando a palma da mão da posição “para baixo” até a posição “para cima” retendo-a na mão por tempo demasiado e aparando-a.

    Não é a primeira vez que reparo isso no Valtinho, mas os árbitros não assinalam nada. Qual a sua opinião?

    Sds.

  8. Basquete Brasil 15.02.2009

    Você tem toda a razão jdinis, e de muito já venho apontando estas distorções no ato de driblar aqui no blog. Simplesmente essa atitude interrompe a livre trajetoria da bola em direção ao solo, caracterizando a infração de conduzir, se estiver parado, ou a de andar com a bola, se em movimento.Na Europa e nos Estados Unidos essas infrações são severamente marcadas, mas entre nós, como num acordo tácito de burla às regras não o são. É uma atitude que permite aos seus executantes mudanças de direção e fintas sem a preocupação de anular as rotações reversas da bola em velocidade, pois ela paralizada por momentos na palma da mão não oferece qualquer comportamento contrario ao direcionamento desejado pelo jogador.É uma fraude, uma burla às regras, e o pior,servindo de exemplo negativo aos jovens iniciantes.E o pior ainda, não sendo corrigido pelos “estrategistas” de plantão, analfabetos que são nos fundamentos do jogo. è isso ai jdinis.Um abraço,Paulo Murilo.

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