SUPERVISIONANDO O ABSURDO…
“Conseguimos padronizar os conceitos de jogo coletivo em todas as seleções masculinas, que era um dos principais objetivos. A partir daí, trabalhamos os fundamentos necessários para fazer as movimentações. A primeira etapa foi importante também para avaliarmos a técnica dos atletas. Na segunda fase, vamos priorizar a parte tática. A comissão técnica se reúne antes da preparação para traçar o planejamento. Fazemos reuniões diárias antes e depois dos treinos para avaliarmos o desempenho dos jogadores e para planejarmos o treinamento seguinte- comentou Neto, que levou o Brasil ao quarto lugar no Mundial Sub-19 da Sérvia, em 2007, e é o assistente técnico da seleção adulta masculina”.
De acordo com o bestialógico acima, fica agora oficial e definitivamente estabelecido que somente aqueles fundamentos necessários à movimentação dos conceitos de jogo de todas as seleções masculinas, serão trabalhados ( assunto que desenvolvi no artigo Conceitos x Fundamentos). Se bem entendo, quando estes conceitos são totalmente baseados no passing game, que é a essência do famigerado “basquete internacional”, adotado cega e submissamente pelos técnicos cebebianos, sob a égide coercitiva dos intitulados supervisores, fundamentos a serem treinados só serão aqueles que forem necessários à movimentação dos famigerados conceitos de jogo adotados à priori. Em outras palavras, conceitos de jogo se antepõem ao conhecimento, ensinamento e treinamento dos movimentos básicos do basquetebol, que é a estrutura dorsal de todos os sistemas e conceitos de jogo conhecidos, aqui no caso levado à mais ínfima estrutura dos princípios didático pedagógicos necessários a quaisquer das modalidades desportivas conhecidas.
Pronto, esclarecidos agora estão os amontoados de erros crassos de fundamentos cometidos por nossos jovens praticantes, em todos os campeonatos e torneios de que participam, já que abandonados em sua formação básica, em nome de uma estética coreográfica emanada e perpetrada por uma corriola que podem pensar entender de “conceitos de jogo”, mas que é completamente analfabeta em basquetebol, seus princípios, suas bases, e principalmente, seus fundamentos técnicos, individuais e coletivos ( e pensar que já se estruturam como os implantadores da Escola de Treinadores de Basquetebol…).
Me nego a continuar transcrevendo tais depoimentos da excelente e reveladora reportagem do Frederico Batalha do Databasket, em 07/04/2009 (http://www.databasket.com.br/descricao.asp?NOME=Not%EDcias&IDMATERIA=14535), e convido a todos a acessar a página, quando muito pela oportunidade de constatarem os porquês de nossa involução nas seleções de base, onde supervisores tomam o lugar dos técnicos na elaboração dos planejamentos específicos ( e claro, não são obstados por aqueles escolhidos por suas leniências e omissões ao comando), e que na ótica dos mesmos são alijados de suas responsabilidades, omitindo, e mesmo esquecendo suas reais funções de supervisores ( Supervisor (ô) adj. sm. Que ou aquele que supervisa ou supervisiona. Dic.Aurélio), pois o que mais lemos em seus testemunhos é a verdadeira farsa a que se submetem as comissões técnicas de fachada às normas técnico táticas preestabelecidas pelos “supervisores”, pelo direito (?) de anotarem em seus currículos a honra de selecionadores nacionais, que para mim assim se definem, pois técnicos não o são a altura de tal honraria.
Leiam com atenção, com o zelo técnico profissional de que são possuidores por formação e graduação, com o olhar e o bom senso daqueles que injustamente são alijados de um processo absurdamente desenvolvido, onde o interesse maior que é a formação competente de nossos jovens cede lugar aos egos inflamados e supurados de quem se situa acima dos mais primários princípios de formação, educação e cultura de nossas gerações.
E o mais triste de tudo, é saber que, apesar da próxima troca de bastão no revezamento de compadres na CBB, tal projeto não sofrerá qualquer solução de continuidade, como um trato escuso e nebuloso entre as partes envolvidas, sejam os candidatos, sejam os supervisores. Lamentável e trágico.
Amém.
Padronizar o conceitos de jogo coletivo?! As seleções de base tem que levar para os jogadores informações das mais diversas em relação ao esporte praticado, nesse caso sobre o basquete. Na minha visão o basquete tem que fluir dos jogadores e para isso os técnicos tem que mostrar aos jogadores opções, e não denominar um padrão de jogo.
Pois é prezado Glauco, enfim chegamos ao primado absoluto das pranchetas, ao conceito centralizador de jogo, único, inamovível, pétreo, e acima de tudo de uma burrice exemplar. Não é à toa que a maioria dos jogadores estão se vingando aderindo em massa ao reinado dos três, onde pranchetas, conceitos e uniformização são lançados ao ar em cada tentativa que executam, a maioria errada e em hora e momentos errados, mas alheios e distantes de coreografias e “conceitos” ininteligíveis de um jogo onde os movimentos básicos não são treinados nem exigidos por aqueles que deveriam fazê-lo, num movimento de autêntico e preocupante motim contra imposições de baixo nível a que são instados a obedecer.Nesse moto continuo de insensatez e desforra, afunda o nosso basquete irremediavelmente. Infelizmente essa é a verdade. Um abraço,
Paulo Murilo.