MUNDIAL- O NONO DIA: CONJECTURAS…

Comentar o que na rodada de hoje? Que Angola não tem cacife para participar de um mundial deste calibre, mesmo que professando o sistema único de jogo?  Que a Haka soa um tanto deslocada numa quadra de basquetebol, quando num campo de rúgbi, local de autênticas batalhas, encontra seu cenário ideal?

Dois jogos perfeitamente dispensáveis dentro de uma competição que não admite meias medidas. Duas surras bem dadas, e americanos e russos com data marcada para saberem quem segue na busca de medalhas.

Mas o assunto palpitante, inclusive com caprichadas chamadas globais, tirando uma carona da data magna da independência brasileira, coloca o jogo de logo mais na boca de uma fornalha que pode queimar incautos arautos.

“O dia de nossa independência, será o dia da independência do nosso basquete”, é o jargão de um de nossos craques, num discurso ufanista e fora de propósito. Numa hora dessas, o recato e a concentração deve ser o mote básico de uma equipe cônscia de seu preparo e de seu valor, que são os valores a serem preservados pelos verdadeiros atletas.

Clamar ao publico para que prestigiem e torçam pela seleção é uma coisa, prometer resultados por antecipação é outra. Bola fora para tais manifestações.

Por outro lado, fervem as especulações sobre o jogo, como enfrentá-lo, como vencê-lo, e inclusive já temos analises jogador por jogador confrontados com os argentinos, é claro, obedecendo as posições de 1 a 5 de ambas as equipes, num autêntico confronto de 1 x 1 bem ao estilo NBA.

Numa ocasião em Vitoria, um jornalista me perguntou como classificaria os jogadores que dirigia na nomenclatura odiosa de 1 a 5. Respondi que todos eles jogavam na posição 12.345, sem exceções, pois se não o fossem não jogariam dentro dos sistemas ofensivos e defensivos que adotei para a equipe.

E assim deveria ser a postura de nossa seleção, sem escolhas preferenciais justificando despropositados equilíbrios, como se fosse plausível setorizações estanques  em um jogo de caráter essencialmente coletivo. A base estrutural de uma boa defesa é o seu empenho coletivista, onde coberturas e ajudas se fazem presentes continuamente, onde a doação de um se soma aos dos demais companheiros, unidos e compromissados pelo ilimitado sacrifício, mas nunca perdendo o controle técnico e a leitura objetiva e inteligente do jogo, que é chave das mais eficientes rotações.

Uma de nossas maiores armas, imperceptível para muitos, é a “leveza” de nossos homens altos, exceto o JP Batista, aspecto este que propicia boas e eficientes coberturas e posicionamentos defensivos, mesmo que eventualmente no limiar do perímetro externo, onde o fator velocidade se torna primordial.

Outra vantagem auferida pelos nossos velozes homens altos, é a de podermos empregar uma defesa antecipativa e à frente dos pivôs adversários, reduzindo em muito as dobras, contribuindo para uma defesa mais eficiente e próxima dos arremessadores adversários de longas distâncias, obrigando-os às penetrações  para conclusões de 2 pontos, e não as devastadoras cestas de três.

Uma proposta de jogo de 2 em 2, pelo menos para nós, levaria o jogo para um desfecho bem mais equilibrado, quando, por força dos esforços envidados para evitar ao máximo tais conclusões, e pelo acúmulo de defensores no perímetro próximo à cesta, liberariam os arremessos de três, advindos de passes de dentro para fora do garrafão, de forma mais equilibrada e livre de anteposições.

Enfim, muitos são os detalhes que propiciam a uma equipe se tornar excelente defensora, mas nenhum é mais importante e determinante do que a permanente e inteligente ajuda entre seus pares, onde indecisões, omissões e não assumidas falhas têm de ser minimizadas ao extremo, como fator primordial para constituírem uma eficiente e decisiva ofensiva, uma excelente oportunidade de vitória.

Que assim seja.

Amém.



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