UCONN 68 X BUTLER 34…

Este o verdadeiro placar da final da NCAA deste ano, e não os enganosos 53 x 41 que constam da sumula do jogo. Exatamente os 30 anos que separam um técnico veterano (duas vezes campeão da NCAA, e o mais velho a sê-lo desde o surgimento das competições universitárias), e um jovem aspirante a Head Coach, que ainda deveria estagiar por uns bons anos como assistente, para aprender como se deve dirigir uma equipe, para enfrentar com alguma chance, e numa final, uma outra liderada por um velho experiente e rodado.

UConn jogou de forma tradicional, no sistema único, idêntico ao da NBA( alguns de seus formandos estão, ou estiveram na grande liga), acrescentada de uma defesa fortíssima (na extensão de todos os 35seg, e não os 24seg da NBA e da FIBA), principalmente na proximidade da cesta, e com um ataque que privilegiou os curtos e médios arremessos ( 18/44 de um total de 19/55, totalizando 34.5% , em contraste aos seus 1/11 arremessos de três, com um ridículo 09,1% de aproveitamento), numa demonstração de opção tática orientada ao jogo interior, por penetrações ou acionamento persistente de seus pivôs.

Butler, apostou na artilharia de três, tendo complementado em toda a partida somente 3/31 arremessos de curta e media distâncias, num total de 12/64 tentativas de campo (18.8%!!), o que perfazem 9/33 (27.3%) de tentativas nos longos e falhos ( a maioria contestados pela defesa de UConn) arremessos da moda no Brasil, e agora também…nos States!.

Calhoun venceu por ter sido coerente com a realidade da maioria dos técnicos americanos, tradicionalistas, personalistas e altamente comprometidos com a continuidade de um sistema tradicional, algumas vezes contestado por técnicos realmente revolucionários, como Bee, Wood, Dean, Knight, Rupp, Iba, e mais recentemente, o Coach K, com sua proposta radical apresentada no último Mundial, mas suficiente para, pela terceira vez, levantar a taça mais ambicionada do basquete americano, além de acrescentar mais um anel em sua coleção.

Stevens, tentou apostar na aventura juvenil da infalibilidade de seus especialistas de três, que se felizes fossem poriam por terra um século de tradições under table, com seus pivôs (fixos e móveis) eficientes e marcadores. E o grande paradoxo é que também os possuía na sua equipe, mas abandonados pelo canto da sereia de fora do perímetro, onde falharam bisonha e constrangedoramente, tendo em toda a partida somente convertido 3 arremessos de curta distância, e isso exprime tudo.

Foi um jogo triste, em contraste com alguns eletrizantes nas fases classificatórias, principalmente os da Elite 8, deixando os 70 000 mil espectadores meio decepcionados com a técnica apresentada, mas felizes e exultantes pela manutenção da tradição universitária do país, forja de seus futuros líderes, treinados nas salas de aulas, laboratórios e quadras esportivas, reserva intelectual do grande país, igualzinho ao que temos aqui… ou não?

A lamentar somente a incrível quantidade de tempos debitados aos técnicos, que se aproximam velozmente de sua conquista maior, um pedido de tempo por ataque de suas equipes, quando, enfim, reinarão dentro, e não somente fora das quadras.

Amém.



14 comentários

  1. Diego Felipe 07.04.2011

    Caro professor, assisti a boa parte do jogo, e então me surgiu uma vontade muito grande.
    Sou reserva no meu time, e tenho a vontade de acrescentar alguma coisa quando entrar em quadra. Porém, não pretendo postular o posto de ‘especialista’ nos 3pt, até mesmo porque ainda tenho muito a ser treinado, antes dos arremessos. O que realmente quero fazer, principalmente depois de assistir a essa final, é me tornar, antes de tudo, um especialista defensivo. Sei que o caminho é mais longo, mais árduo e mais cansativo, além de pouco conhecido, por sua extrema raridade aqui no Brasil, mas queria saber o que o senhor tem de um pouco mais específico para treino de defesa, aqui no blog, e, caso não tenha, registrar aqui meu pedido para que, na medida do possivel, postasse alguns trabalhos que pudessem me ajudar e à todos aqueles que têm visão semelhante à minha.
    Já treinei muito (talvez ainda não o bastante, mas muito) a questão do equilíbrio, do tempo de reação e dos deslocamentos laterais (este ultimo sendo meu foco, atualmente). O que mais o senhor poderia acrescentar ou me recomendar? (principalmente meu foco sendo o de defesa de perímetro (posições ‘1, 2 e 3’ como no NBB ou, como a realidade nos mostra, armadores e “laterais”))

  2. Gil Guadron 07.04.2011

    Paulo:

    Lo de antaño , sigue siendo valido:

    ” La defensa es algo que se entrena de manera cotidiana, defensa significa atacar, forzar los — turnovers — o perdidas de pelota, mantener al rival fuera de balance”.

    ” No es tanto lo que usted hace, pues lo realmente importante es que tan bien lo ejecuta “.

    “La defensa es mas consistente que el ataque “.

    “Jugar defensa es una habito. De la misma manera que lo es jugar una pesima defensa, y los mejores entrenadores son los mejores profesores para enseñar los buenos habitos”.

    “Los que realmente hacen las jugadas o detienen el ataque , no son los sistemas ya de ataque o de defensa, son los jugadores. Su tarea como entrenador es hacer que dominen los fundamentos del basquetbol, y entonces lo demas sera menos complicado”.

    ” Un excelente entrenador siempre enfatiza defensa y el compartir la pelota en el ataque”.

    Gil Guadron

  3. Basquete Brasil 08.04.2011

    Prezado Diego, seu pedido se soma aos muitos e muitos que sempre recebo para publicar exercicios e técnicas dos diversos fundamentos do grande jogo. Esse é um dos grande motivos do lançamento que ultimo do CBEB(Centro Brasileiro de Estudos do Basquetebol), no qual os fundamentos, suas técnicas e formas de treiná-los serão exaustivamente descritas, discutidas e divulgadas para e pelos jovens técnicos, assim como para os jogadores interessados, como você.
    Tenha um pouquinho mais de paciência para aguardar o site do CBEB.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  4. Basquete Brasil 08.04.2011

    Gil, essa final da NCAA se caracterizou basicamente num duelo de defesas, rígidas, incansáveis, eficientes, assim como pelo fracasso estratégico de Butler, com sua opção pelo jogo fora do perímetro, o que de certa forma facilitou o trabalho de UConn, que insistindo e apostando em seu jogo interior, levou a taça para casa, dando total razão à sua afirmativa de que “Lo de antaño , sigue siendo valido”.
    Continuo acreditando, e também apostando em novas concepções de jogo, mas jamais da forma como Stevens empregou nessa instigante final. Faltou um pouco de sensibilidade e percepção pelo que estava sendo proposto por Calhoun, confirmando sua ainda insipiente experiência no metier, ainda mais numa final daquele porte. Quem sabe mais uns 10 anos de estudos e trabalhos…
    Um abração Gil. Paulo.

  5. Diego Felipe 08.04.2011

    Ótima notícia! Desculpe a impaciência, mas é a ‘fome de bola’, e a vontade de jogar, o ‘vestir a camisa’, às vezes chamado de raça, quando há união do grupo do time.
    Já há alguma previsão de lançamento, professor?
    Abraços, Diego.

  6. Basquete Brasil 09.04.2011

    Muito em breve Diego. Não é nada facil a produção de um novo site que seja ao mesmo tempo, amigável, e confiável. Mas irá ao ar. com certeza. Paulo Murilo.

  7. Gil Guadron 09.04.2011

    Complicandome la vida .

    Paulo:

    Que bueno que pronto saldra a luz el CBEB, estoy mas que suguro que influenciara favorablemente a un sinfin de entrenadores que lo leeran y estudiaran.

    Algo que ha resistido los embates del tiempo son los fundamentos, por supuesto en esta epoca con un mayor refinamiento.

    Cada entrenador tiene su manera particular de enfocar sus entrenos y partidos, pero los fundamentos tanto ayer como ahora son los mismos para todos los jugadores, y son la base para un basquetbol bien fundamentado, valga la redundancia.

    La mejor manera para dominarlos es con entrenos altamente organizados , un trabajo intenso, y la retroalimentacion constante del entrenador.

    Muchos entrenadores centran sus conceptos filosoficos en una fuerte defensa de equipo, basada en la –ayuda y recobre, el saltar y cambiar etc. –.

    De acuerdo a estos entrenadores, la defensa crea el ataque, pero cuando se consigue la pelota es importante saber que hacer con ella.Y en esa situacion existen tantos puntos de vista como entrenadores.

    Ofensivamente lo que se busca es un tiro de alto porcentaje y entre mas cerca del aro este se obtenga mucho que mejor,y la salida rapida constituye una buena opcion.

    Pero si tenemos que ejecutar nuestro ataque de media cancha, es una muy buena idea el tener la pelota algun tiempo para darle a la defensa la oportunidad de que nos cometan faltas personales , pues con esto se le pone presion a la defensa rival pues aumentan las posibilidades de obligarlo a substituir a jugadores claves, aunque sea por unos cuantos minutos, el drible de penetracion e ir al tablero ofensivo son excelentes alternativas.

    Sobre el tiro de alto porcentaje ( lo defino como el que esta dentro del rango del jugador y esto es determinado individualmente por el entrenador como consecuencia de las observaciones en los entrenos ).Lo que es un tiro de alto porcentaje para Juan, no lo es para Luis, es esencial para la fluidez del ataque.

    Se debe estar claro que un –mal tiro– disminuye las posibilidades de exito del equipo, pues no solo disminuye la obtencion de –segundos tiros del equipo atacante — como consecuencia de ganar el rebote ofensivo , sino que le da la oportunidad al equipo defensivo de desencadenar el contraataque.

    Es entonces de vital importancia que los tiradores se hagan dificiles de marcar al mantenerse en constante movimiento,poner pantallas , ayudar a desmarcarse los unos a los otros , tengan paciencia y concentrarse en tirar de alto porcentaje.

    Las dos constantes del basquetbol son la defensa y el tablereo .

    Con afecto.

    Gil Guadron

  8. Basquete Brasil 10.04.2011

    Gil, assuntos como esse que você tão bem desenvolve, serão a tonica do CBEB, e orientada prioritariamente aos novos técnicos, e por que não, aos mais experientes também. Escolhidos os temas, os desenvolveremos à exaustão, agregando bibliografias, imagens e referências múltiplas que ampliarão as discussões. E Gil, já estou com a pagina teste do site, que o André me enviou hoje, devendo me orientar a respeito amanhã aqui em casa. Logo que a mesma esteja sedimentada a envio para você e o Walter, a fim de iniciarmos essa nova saga, que prevejo um sucesso.
    Um abração, Paulo.

  9. Gil Guadron 10.04.2011

    Excelente !!!!

    Paulo :

    Estare pendiente de su envio . Reiterarle adamas que es un honor el que me permita ser parte de tan inedito programa para ofrecer una alternativa mas para los colegas entrenadores de Brasil .

    Respetuosamente.

    Gil Guadron

  10. Basquete Brasil 11.04.2011

    Aguarde Gil, ainda nesta semana você estará recebendo o numero “0” da nova página.Está ficando muito bem feita e original.
    Um abraço, Paulo.

  11. Michael 18.04.2011

    Desculpe Professor, mas essa comparação das idades foi infeliz.Por essa lógica enganosa Brad Stevens deveria ter ganho apenas um jogo nos últimos 2 anos no NCAA Tournament. Stevens fez um dos maiores feitos da história da NCAA ao levar Butler a duas finais seguidas. Butler tem 4400 alunos e não atrai jogadores de ponta do High School. Stevens fez muito com muito pouco. No placar inventado pelo senhor Stevens perde de 677 X 402 nos últimos dois anos. Na vida real o aproveitamento dele é de 12v e 02d. Ano passado perdeu a final por 1 ponto para o “aclamado” Coach K. No caminho ele ganhou de senhores como Boeheim e Izzo. Acho que o senhor não vem acompanhando a NCAA para saber de verdade quem é Brad Stevens. O senhor que tanto reclama de ser esquecido e posto de lado pela sua idade deveria ser o primeiro a não fazer esse tipo de julgamento. Julgar o trabalho de um técnico por um jogo que seu time teve um aproveitamento ruim chega até a ser desonesto. Frases como “Quem sabe mais uns 10 anos de estudos e trabalhos…” não fazem o menor sentido. Stevens está há 10 anos em Butler.Nos últimos 4 anos como técnico principal teve aproveitamento de 117–25. Nada mal para um “um jovem aspirante a Head Coach, que ainda deveria estagiar por uns bons anos como assistente, para aprender como se deve dirigir uma equipe, para enfrentar com alguma chance, e numa final, uma outra liderada por um velho experiente e rodado.”

  12. Basquete Brasil 18.04.2011

    Prezado Michael, primeiramente quero parabenizá-lo pelo excelente e honesto trabalho que vem realizando no Lance Livre ai de Brasilia, onde realmente se prepara para embates decisivos no futuro, breve, ou distante. Imagine-se agora numa decisão do campeonato mais bem organizado do mundo, com suas mais de 500 universidades em suas três divisões, num Dome com 70000 pessoas em volta, emoldurado por tradições históricas e irretocaveis(acompanho a NCAA desde os anos 50, onde estagiei por 3 meses em 1967, após me classificar em um concurso nacional patrocinado pela CBB e o Dep. de Estado norte-americano…), sendo um jovem de 33 anos e técnico de uma pequena escola com 4400 alunos, que enfrenta uma outra de poderio inquestionável, liderada por um técnico campeão e largamente experiente? E mais, tendo na equipe pivôs tão bons ou melhores que o oponente, e um sistema defensivo também da mesma consistência que seu adversário, e já tendo mais do que provado a todos, não só sua competência, como seu jogo sólido e bem estruturado? O que fazer então para culminar sua conquista, sua glória, sua “marca”?
    Resposta a tantas variáveis? Vencer o jogo…
    E bastaria somente se despir do arroubo juvenil de liquidar a fatura pelo jogo exterior, numa óde ao nunca tentado, através uma das armas que o trouxe até a final, seu poderio nos arremessos de três, apesar de ser também fortíssimo no jogo interior, mas…
    Esqueceu dois ínfimos e sutís detalhes, ambos focados na “arma letal”, a anteposição lógica que seria, obviamente, exercida por UConn, e o não perfeito enquadramento direcional das tentativas num local onde pontos referenciais inexistem pelas colossais dimensões do Dome, onde os dois aros ficam suspensos num espaço sem fim, sem um reconhecimento de alguns dias, pelo menos. Lembre-se que decisões no Maracanãnzinho, na Arena da Barra, no Nilson Nelson, tornam os arremessos longos muito menos precisos que nos ginasios comuns, agora imagine num Dome onde nunca atuaram?
    Por isso UConn optou pelo jogo interior, mais preciso, pois o que importava era vencer um jogo, e não exaltar uma “filosofia”(para isto tiveram toda uma temporada…), cujos graus de imprecisão fazem parte de toda decisão, ainda mais uma decisão da NCAA.
    E nesse ponto, crucial ponto, os 30 anos de diferença que os separavam ditaram o desfecho, num jogo tecnicamente fraco e altamente nervoso, que poderia ter sido vencido pelo jovem técnico, se… Creio que argumentos outros deixam de ter relevância, honesta relevância, em se tratando de uma competição maior, onde experiência, competência e humildade ditam, e escrevem as páginas de uma brilhante história do grande jogo.
    O Coach Stevens deverá ser um dos melhores, mas daqui a alguns anos, quando assimilar e compreender o verdadeiro sentido da estratégia, que em muitos casos é relevada pela obviedade, fator que só os mais velhos e experientes sintetizam, que é a arte das grandes conquistas, pois simplificar é mais confiável do que aventurar num sentido onde voltar se torna impraticavel.
    E Michael, exatamente por ser velho e experiente, e acima de tudo honesto para comigo mesmo, é que preconizo um belo futuro para o técnico de Butler, que está no caminho, no caminho…
    Um honesto abraço, Paulo Murilo.

  13. Michael 18.04.2011

    Prezado Professor, concordo com algumas coisas e discordo de outras. Como é bom poder discordar e continuar dialogando. Discordo que os homens grandes de Butler fossem iguais ou melhores do que de Uconn. Eram mais baixos e mais fracos físicamente. O aproveitamento dos homens grandes de Butler foi muito abaixo da média. Em minha opinião arremessaram dos três por que não tiveram opção. Foram obrigados a isso pela excelente defesa de Uconn. O outro ponto é que Uconn optou pelo jogo interior pelas razões que o senhor apresentou. Na minha opinião Uconn optou pelo jogo interior porque era a sua característica. Durante toda temporada jogou assim. Não possui grandes arremessadores de longa distância.
    Meu principal ponto de discordancia é que apenas a vitória de Butler tornaria Stevens grande. E que a derrota na final mostra que ele não estaria preparado para aquele momento. Que seria muito jovem para estar ali. Com experiência ele vai se tornar melhor? Acho que sim, mas isso não é uma verdade absoluta. O senhor mesmo deve estar cansado de ver bons treinadores que ganham experiência e perdem muitas outras coisas. Muitas vezes mais importantes que a experiência.

    ps. Me desculpe pelo termo “desonesto”, fui infeliz. Esse é um dos problemas de se escrever às três da manhã. rs

  14. Basquete Brasil 18.04.2011

    Prezado Michael, dialogando buscamos um consenso, o mais racional possível, pela única via civilizada que democraticamente conheço e aceito.
    Sobre os pivôs de Butler, somente tenho algo a acrescentar, pelas observações que atestei nas partidas anteriores da equipe no March Madness, que os mesmos, apesar de fortes e grandes, eram velozes e arremessavam bem de meia distância, habilidade esta inexplorada na final, quando os mesmos se transformaram em meros apanhadores de rebotes, que quando os alcançavam tentavam os arremessos de curta distância, sendo obstados, ai sim, pela força e estatura dos de UConn. Butler não explorou o DPJ em nenhum momento, apostando suas fichas nos arremessos de três.
    Numa sociedade da mais pura e exclusiva competição existente no mundo ocidental, a vitória realmente tornaria o Stevens num dos grandes, pois esse o fator conclusivo naquela pragmática sociedade, onde a experiência acumulada pesa nas grandes decisões, que mesmo não se constituindo numa verdade absoluta, é mais factível com a sua presença vital.
    Concordo com você se nos atermos a uma sociedade mais humanística, como a nossa, de profundas tradições latinas. Mas prezado Michael, estavamos discutindo e dialogando sobre a sociedade onde vive o jovem técnico, daí a necessidade de nos reportarmos à realidade da mesma.
    Obrigado pelo bom debate. Paulo Murilo

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