GUNFIGHTER…

Foi um chá de cadeira, assistindo duas partidas seguidas pelo NBB3, sem qualquer prerrogativa de ver algo de inusitado, de ousado, mas sim uma repetição monocórdia de algo requentado e até certo ponto, sonolento.

No primeiro, em Uberlândia, um inicio fulgurante da equipe de Brasília, utilizando o seu já comentado sistema de quatro jogadores bem abertos, mas que deixa de sê-lo após os primeiros passes, quando seus homens altos começam a se deslocar em cruzamentos pelo perímetro interno, se lançando de fora para dentro do mesmo, em velocidade e com bastante precisão, tornando seu jogo dinâmico e muito eficiente. Mas de repente, no ápice de se distanciar no placar, interrompe a ação, voltando ao rame rame do jogo tradicional, acrescido da enxurrada de arremessos de três, atitude tomada pelo seu adversário desde o inicio do jogo. No segundo e terceiros quartos tentam um enfrentamento mais direto no perímetro interno, onde seus pivôs se sobressaem com eficiência, tornando o jogo bastante equilibrado.

Mas foi no último quarto que algo degringolou na equipe candanga, quando o Nezinho e o Alex desandaram nas tentativas de três, falhando muito, e não retornando ao jogo interior onde se avantajaram no inicio da partida. Também nesse quarto final, a defesa da equipe da casa resolveu contestar as tentativas de arremessos de seus adversários, fossem estas de média ou longa distâncias, numa atitude que ajudou a reverter o jogo a seu favor, levando alguns jogadores de Brasília a focarem no fator arbitragem, concorrendo dessa forma para sua flagrante queda de produção.

Essas atitudes focadas na arbitragem, que foi um dos fatores mais restritivos que encontrei na equipe do Saldanha no NBB2, fez-me compreender e caracterizar uma realidade embutida na mente de alguns jogadores, com larga experiência, a criação inconsciente de um álibi para uma derrota que aparenta inexorável num determinado momento da partida, desencadeado possivelmente pela auto constatação de uma inferioridade física, ou mesmo técnica, passando a serem atribuídas unilateralmente ao fator arbitragem, e não a falhas pessoais e comportamentais que viessem a professar no transcorrer do jogo.

Extirpar e corrigir tais comportamentos foi a grande luta que travei naquela temporada, com razoável sucesso, mais não o suficiente para obtermos resultados ainda mais favoráveis.

E com a equipe campeã da temporada passada perdida num mar de queixas e reclamações contra a arbitragem, sua adversária saiu na frente desse playoff, no qual uma enérgica correção de rumos por parte de seus dirigentes, técnicos e jogadores, ainda poderá determinar sua classificação às finais, tarefa difícil, mas não impossível.

 

No outro jogo, quando a equipe de Joinville recebeu a do Pinheiros, num ginásio abarrotado de torcedores, o que foi exposto pelas mesmas desde o levantar da bola, foi algo constrangedor, pela consciente alternativa de tornar o jogo num duelo de arremessos de três, das distâncias que fossem, onde os pivôs se tornaram, por mais uma vez, platéia de seus companheiros finalizadores, mas tendo direito a uma ou outra bolinha que conseguissem recuperar nos rebotes, mas tendo como prioridade a volta da mesma para outra e outra tentativas de seus companheiros.

Um só pormenor quanto às estatísticas definiria esse jogo, o fato de que bastassem que 1/3 das bolas de três perdidas pela equipe catarinense, fossem tentadas para dois pontos, e venceriam com boa margem, fator esse que a equipe paulista se deu conta nos minutos finais da partida, quando se utilizou do jogo de penetração, assegurando arremessos mais seguros e eficientes.

Foi um jogo muito ruim, e que tem de ser melhorado consubstancialmente para os demais encontros, pois correm o grande risco de se tornarem  a serie mais fraca tecnicamente dos playoffs.

Amém.

Fotos do site da LNB.



Deixe seu comentário