OBVIEDADES…

Vai prosseguindo o NBB4 e seus playoffs, onde pudemos ver pela TV três jogos, dois do Flamengo com São José, e um do Pinheiros com Brasília, e pela primeira vez aqui no blog me recuso a comentá-los como sempre fiz, pois o que testemunhamos não merece maiores análises técnico táticas, e muito menos estatísticas.

Mas Paulo, pelo menos o segundo jogo do Flamengo foi empolgante, com um São José arrancando uma vitória na prorrogação, e isso não conta? Claro que conta, e o efeito de tal vitória se estendeu ao terceiro jogo de forma contundente.

Então o que faltou acontecer para que um comentário mais abrangente pudesse ser feito? Vejamos:

– No segundo jogo da serie, o Flamengo que iniciou com uma excelente opção de jogo interior, comandou a partida, que teria tudo para ser facilitada, dada a inconsistência defensiva do Pinheiros ante um jogo próximo à sua cesta eficiente e objetivo, além de se defrontar com uma defesa disposta às contestações fora do perímetro, ponto fortíssimo dos paulistas. De repente, numa prevista recaída a partir do terceiro quarto, os cariocas voltaram ao seu jogo tradicional, e deu no que deu.

– No terceiro jogo, inicio carioca com o jogo interior, mas com um Caio visivelmente lesionado, sendo repetidamente substituído por um oscilante Vagner, e tendo um Kammerichs se desgastando progressivamente, sem que os outros dois bons pivôs da equipe, o Teichmann e o Átila fossem acionados na rotação. Resultado? Voltaram ao jogo tradicional centrado no Marcelo, dando a grande brecha por onde os paulistas penetraram com competência, virando a série em 2 x 1. Até agora não consegui entender o não acionamento de todos os pivôs da equipe carioca, ainda mais num momento decisivo do campeonato, assim como a quebra de um sistema que provava ser  eficiente, pela teimosia de alguns jogadores voltados às suas performances, e não as da equipe  num todo. Os resultados ai estão.

– No segundo jogo entre Pinheiros e Brasília, a equipe candanga, por ter perdido o vôo, não apareceu para jogar. Espero que no terceiro apareça, afinal, trata-se de um playoff, e a mesma tem um título a defender.

Espero poder contar um pouco mais na próxima rodada, por que estas duas somente refletiram a mesmice endêmica que teimosa e persistentemente nos assola desde sempre. Fortes emoções, prorrogações, ginásios transbordantes, velam sutilmente a dura verdade do nosso momento técnico tático, no umbral de uma decisiva competição olímpica. Temos de evoluir.

Amém.

Foto – Divulgação GloboEsporte



5 comentários

  1. Rodolpho 21.05.2012

    Hélio – 11/30 (36%)
    Jackson – 11/26 (42%)
    Duda – 5/21 (24%)
    Marcelinho – 17/64 (27%)

    Helio + Jackson – 22/56 (39%)
    Família Machado – 22/85 (26%)
    Total – 44/141 (31%)

    Os números acima poderia ser parte de um filme de terror, mas são os reais números com relação as bolas de 3 pontos do Flamengo nas finais do NBB4.

    Impressiona (sic) o fato de Duda chutar quase o mesmo número de bolas de 3 pontos que Jackson e Helio, mesmo jogando muito menos do que um terço de tempo dos titulares. Duda, ao lado de Bruno Mortari, é o jogador mais convergente do NBB.

    Os irmãos Machado precisaram de 31 arremessos a mais do que a dupla Helio/Jackson pra converterem o mesmo número de cestas.

    O técnico Gonzalo nada faz para que isso mude.

    E a torcida flamenguista vai sofrendo com um basquetebol que não orgulha o maior clube do país…

  2. Rodolpho 21.05.2012

    Onde lê-se 31, favor considerar 29. O que ainda é mais do que um quarto inteiro de bolas de 3 desperdiçadas.

  3. Basquete Brasil 21.05.2012

    Pronto Rodolpho, agora o artigo está completo, explicitado, escarafunchado, mostrando a realidade que, por mais uma vez, me neguei a mostrar, daí o título do mesmo,Obviedades…
    Esse é o grande problema do Flamengo, e por que não, do basquete tupiniquin. Fazer o que depois do que passamos agora mesmo no sulamericano sub 15, imitação canhestra do que ocorre, e você bem demonstrou e enumerou, na divisão de elite? Fazer o que, meus deuses? Essa dura e cruel realidade tem de ser revertida, e bem que tentei no NBB2, mas o corporativismo foi, e continua, poderoso demais. E querem que o Magnano o faça? Vai ser dificil, muito dificil.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  4. Rodolpho 22.05.2012

    Professor, torço pra ver, ao mesmo tempo, Nenê, Anderson e Tiago em quadra ao mesmo tempo, em Londres.

    Apesar de ser um admirador do jogo mais ágil, com alas jogando no pivô e não pivôs nas alas, não há como negar que o talento e força física dos 3 acima citados é a melhor coisa que temos a mostrar.

    E ainda sonho com a abolição da linha dos 3, não pela regra, e sim por imposição dos técnicos das categorias de base do nosso país. E que a matemática básica seja ensinada antes do arremesso de longa distância.

    No mais, não perca a esperança. Seu trabalho é muito bem reconhecido e admirado. Se não pelo NBB, por muitos educadores, atletas e admiradores do grande jogo, do basquete bem jogado.

  5. Basquete Brasil 22.05.2012

    Some-se a estes três o Murilo, o Guilherme e o Cipolini, e teriamos a possibilidade de numa condição de n fatores entre eles, termos uma táboa permanentemente fornida e de boa qualidade, além, claro, de tê-los proximos à cesta para de 2 em 2 enfrentarmos qualquer um. Com uma armação dupla competente, e por que não, complementarmente pontuadora, mais concistência alcançariamos, sem falar numa forte e equilibrada defesa. Se nos atermos ao fato de que a maioria dos armadores e alas europeusa e americanos se equivalerem na estatura, os mismathes da vida estariam equiparados, naquele ponto em que uma equipe dessa formação sofreria algum desgaste frente a jogadores mais baixos e velozes.
    Bem, são projeções que podem parecer utópicas para muitos, mas não o suficiente para serem avaliadas como algo inusitado e corajoso, que são duas condições básicas dos autênticos vencedores. No nosso caso, são utópicas de verdade, pois iremos de sistema único com certeza.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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