FIAT LUX…

Terminaram os segredos, os treinos secretos (exceto o jogo com a Austrália que não foi veiculado pela TV, mas o da mesma Austrália com a França foi…estranho, não?…), os “esconde jogos”, as artimanhas, as experiências táticas, os erros táticos, os falsos acertos, os contumazes equívocos, os prometidos e ensaiados acertos, enfim, à partir de amanhã ou jogamos como se deve jogar, ou…

E como jogaremos? No sistema único? Com um ou dois armadores? Com um, dois ou três pivôs? Cadenciando ou soltando o jogo? Como jogaremos?

Como os espanhóis ou os americanos? Aliás, fico ansioso pela perspectiva de ouvir narradores e comentaristas escalando de 1 a 5 os americanos, pois vai ser bastante divertido e elucidativo vê-los trocando suas arraigadas concepções do grande jogo, pequeno para alguns deles…

Mas algo salta bem aos olhos, o fato de que somente avançaremos na grande competição se de alguma forma, inovassemos. Jogando no sistema que todos jogam, sairiamos um tempo atrás contra adversários mais entrosados e experientes, ao passo que se atuassemos com algo “proprietário”, algo somente nosso, sem dúvida alguma poderíamos surpreender positivamente, ainda mais numa competição de tiro tão curto, onde contra partidas, correções e ajustes  se perdem pela premência de tempo.

Nas duas últimas apresentações aqui veiculadas, um fator sobressaiu, sugerindo uma séria mudança em nossa forma de jogar, o decréscimo drástico e oportuno no número de arremessos de três pontos, levando, por conseguinte o jogo para o perímetro interno, onde uma trinca de bons pivôs e dois ou três alas pontuadores poderiam, de 2 em 2, levar os jogos a bom e seguro termo, anulando a desnecessária sangria dos longos e na maioria das vezes imprecisos arremessos de três, reservando-os para quando as condições de equilíbrio e tempo hábil os tornariam eficientes, principalmente após passes do interior para o exterior do perímetro.

Defensivamente, uma vigilância mais precisa nas trocas, ou mesmo uma relutância às mesmas precisariam de acertos e coordenação, principalmente ante as sempre perigosas jogadas de corta luzes incisivas à nossa cesta, onde trocas poderiam provocar sérios desequilíbrios defensivos, como aconteceram nos jogos amistosos, além de uma ação zonal em alguns decisivos e estratégicos momentos dos difíceis jogos que enfrentaremos.

Por tudo isso, torçamos por uma equipe que pode  surpreender na medida em que saia, por pouco que seja de um sistema inibidor e previsível, atuando de forma diferenciada das demais, como a exemplo da americana, que não teme investir em algo realmente antagônico à mesmice globalizada que se faz presente nas duas últimas décadas. E que a palavra chave da seleção seja uma só, inovação, encorpada com muita coragem e determinação, que são os ingredientes básicos das grandes equipes, e que Fiat Lux.

Amém.

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4 comentários

  1. Renato 30.07.2012

    Brasil 75, Austrália 71: Lux non fiat, ainda.

  2. Felipe 30.07.2012

    Aguardando ansiosamente os comentários do professor sobre o primeiro jogo da seleção no torneio. E também sobre a “alucinante” performance do nosso “craque” Machado. Será possível que o Magnano deixará impune esta atitude tresloucada? Em 15 minutos de jogo ele conseguiu arremessar 10 bolas, sendo 8 de 3 pontos e a maioria (para não dizer todos) desequilibrados e sem o tempo necessário para realizar um bom arremeso.

  3. Basquete Brasil 30.07.2012

    Prezado Renato, ainda não, mas possivelmente plausivel, dependendo de sérios e estratégicos ajustes, que acredito, o Magnano poderá enfrentar e corrigir.
    Um abraço, Paulo Murilo.

  4. Basquete Brasil 30.07.2012

    Prezado Felipe, o artigo de hoje deve responder seus questionamentos. Um abraço, Paulo Murilo.

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