O MOTO CONTÍNUO…

Enfim vi um jogo, e não gostei nem um pouco do que vi, ou melhor, testemunhei constrangido. Claro que tenho de considerar o valor do titulo conquistado pela equipe de Bauru, que foi justo dentro das proporções e proposta técnica apresentada pela mesma, principalmente no aspecto defensivo no interior do perímetro, mas mantenho a impressão inicial, cujas fotos aqui incluídas caracterizam a triste realidade que nos asfixia determinantemente. São quatro fotos de uma sequência que foi mantida durante todo o jogo, não, durante todo o torneio, onde um ataque de branco arremessa de três, outro de azul responde na mesma moeda, voltando o branco à faina dos três, respondido pelo azul, branco, azul, bran… num moto contínuo, que nem a ciência conseguiu exequibilizar, mas nós, na hemorragia dos três, estamos conseguindo…

E com tudo isso, porque técnicos de pé, sentados ou ajoelhados em frente a uma indefectível e estelar prancheta, apõem traços, rabiscos e borrões, num moto contínuo às avessas para nada, quando conscientes ou inconscientemente aceitam uma realidade que poderiam rigorosamente evitar em nome do bem jogar o grande jogo, fora e dentro do perímetro, com sólidos fundamentos incutidos nos jogadores, quando os arremessos de três seriam, e através daqueles pouquíssimos especialistas, uma opção tática, e não um conceito, quase um dogma que nos auto-impusemos irresponsável e obtusamente…

Numa continha bem primaria e simplificada, contém os 40 minutos de um jogo normal exatos 2400 segundos a serem disputados, que num mais simplificado ainda exemplo constituiriam 100 posses de bola de 24 segundos, 50 para cada equipe. Quando num jogo, não só de adultos, mas de jovens também, 61 posses de bola geram o mesmo número de arremessos de três (na decisão de hoje foram 18/61), pela continha simplificada sobrariam 39 posses para os de dois, confirmando que algo de muito sério e perigoso está ocorrendo no nosso basquete, mas que para uma determinada mídia, se complementados com enterradas magistrais, constituiriam a essência do jogo, a rota que deveríamos seguir para 2016, o exemplo maior para nossos jovens, abandonados à própria sorte de um basquete destituído de sua estrutura mater, os fundamentos.

A contagem final desse torneio em Brasília atingiu números estarrecedores:

`- 56/206 arremessos de três em 4 jogos (27,1%), ou 14/51,5 na média.

– 135 erros de fundamentos, media de 33,7 por jogo (inadmissível).

Logo, o que teria pensado o Magnano lá presente, frente a essa realidade, principalmente na defesa exterior (foram arremessadas 206 bolinhas em quatro jogos) para as próximas seleções, e mais adiante 2016 (?)…

Que fique o alerta, a luz vermelha que deve ser levada seriamente em consideração, não aquela que sinaliza uma câmera de TV ligada, tão ao gosto de performáticos técnicos, mais preocupados com suas imagens de estrategistas, do que formadores de jogadores, papel inferior voltado àqueles simplórios abnegados que persistem na luta pelo grande jogo…

Mas estes, se acionados estrategicamente na busca do nosso soerguimento, jamais permitiriam essa realidade que aí está dissimulada em projetos elitistas e restritos a uns poucos e corporativados estrategistas, simples assim…

Concluindo, mais triste ainda é ver uma final jogada num ginásio para 15000 pessoas, literalmente vazio, quando poderia ser em um local mais realista e adequado, liberado a outros jovens escolares para terem como exemplo o basquete que apresentaram (?)…

Melhor não, seria uma covardia…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.



2 comentários

  1. José 04.03.2013

    Uma coisa é certra Professor, os autores dessas bolinhas atuam nos seus respectivos times adulto, teria alguma coisa haver?

  2. Basquete Brasil 04.03.2013

    Tudo a ver, prezado Jose, afinal teriam de confirmar seus atributos embaixo, já que estrelas(?)em cima, ou não? Mas, serão mesmo estrelas? Tenho sérias e fundamentadas dúvidas.
    Um abraço. Paulo Murilo.

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