A INSINUANTE SÍNDROME (OU A BUSCA DE UM ÁLIBI)…

Tive este problema no Saldanha, e que problema, problemão. Mas com muita conversa, troca de idéias, e dando o exemplo no banco, trabalhando e deixando, esse o termo, deixando os juízes trabalharem em paz, fui afastando os jogadores de uma síndrome que assombra o nosso basquete marqueteado, a ponto de promover juízes a estrelas globais, atrelados a microfones de lapela, e seguidos sofregamente pelas câmeras ao sinalizarem corriqueiras faltas pessoais, e imaginem o espetáculo nas faltas ante desportivas e diálogos “didáticos” com os jogadores…

 

Reclamar de juízes, assídua e persistentemente está se tornando corriqueiro em nossos campeonatos, e o mais preocupante é que se alastra com a ação coercitiva sobre os mesmos por grande parte dos técnicos, determinando um aval de consentimento a seus jogadores no mesmo sentido.

 

Lembro-me que após o segundo jogo em São Paulo no NBB2 perguntei a um jogador o por que de tantas reclamações aos árbitros, e escutei a seguinte resposta – se não funcionarem agora, estaremos projetando para os futuros jogos…  Bem, não dei mais oportunidades a este tipo de raciocínio, conclamando a todos que evitassem tal comportamento, iniciando com meu próprio exemplo de não pressionar arbitragens em hipótese alguma.

 

Mas algumas recaídas ainda aconteciam, porém em bem menor número. Observei que partiam sempre de alguns jogadores que ainda não haviam atingido o preparo físico e técnico dos demais, como uma busca inconsciente de um álibi que justificasse uma possível derrota, face a seu despreparo, fatores que o colocavam na defensiva, onde a transferência de culpa focaria a arbitragem como a maior referência da mesma.

 

Com o aumento exponencial do preparo físico atingido pela maciça pratica dos fundamentos, e conseqüente maior firmeza na consecução técnica do sistema diferenciado de jogo que adotavamos, foram as reclamações rareando até praticamente sumirem, sempre referenciadas pelo exemplo vindo de um banco tranqüilo e focado no jogo, e não preocupado com a arbitragem.

 

Observo com bastante preocupação que alguns de nossos melhores jogadores se comportam dessa maneira, quem sabe na busca do álibi salvador que os inocentem frente a derrotas, como acima expus, principalmente aqueles que se aproximam de uma idade mais avançada, onde o preparo físico se ressente bastante, prejudicando em muitos casos a produção técnica dos mesmos, principalmente no aspecto defensivo, onde as exigências físicas são mais evidentes.

 

Por outro lado, o excesso de exposição midiática dos juízes, em tudo e por tudo contribui para que os álibis sejam buscados, inconscientemente ou não, já que as discussões e entreveros são permitidos, numa autêntica síndrome na busca dos mesmos, que justifiquem fracassos e omissões.

 

Creio que a simples formula adotada pela humilde equipe do Saldanha tenha sido positiva e proveitosa, saudada que foi com o testemunho do juiz Piovesan ao se aproximar de mim ao final de um dos jogos dizendo – Professor, parabéns pelas mudanças que fez, tornando nosso trabalho mais eficiente e produtivo, muito mais que uma equipe o senhor tem aqui uma família.

 

Precisamos combater essa síndrome, que prejudica em muito o desenvolvimento do grande jogo entre nós, principalmente pelo exemplo nada educativo dado aos mais jovens.

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 



2 comentários

  1. Gil Guadron 07.04.2013

    —- SIN ARBITROS NO HAY BASQUETBOL —–

    ” Su estatura como entrenador es medida por su exito en ayudar a sus jugadores a fortalecer su personalidad; a enfrentar con inteligencia sus problemas emocionales;desarrollando auto-disciplina, y reconocer la importancia de ser un buen ciudadano” Coach Jack Gardner Ex- entrenador de la Universidad de Utah.

    ” Enseñe a sus jugadores a pensar con claridad. El basquetbol demanda tomar desiciones en fracciones de segundos. La autodiciplina y control emocional es quizas lo mas valioso que un jugador posee, al ponerlo en practica en su relacion con sus compañeros de equipo, rivales y arbitros “. Coach Branch McCraken. Ex- Entrenador de Indiana University.

    En el partido de ayer en la ” FINAL FOUR “, entre las universidades de Michigan y Syracuse ,y a menos de cuatro minutos para finalizar el partido ,y cuando Syracuse habia acortado las distancia en el marcador, a mi juicio, un jugador de Michigan con la pelota “cargo”, ‘empujo” al defensor de Syracuse, pero el arbitro marco la falta a favor de Michigan…y nadie en las bancas menciono nada.

    ” Debemos de aprender a jugar en la adversidad,a no perder la cabeza, pues asi nuestro espiritu se fortalecera” Coach John Wooden.Ex-entrenador de UCLA

    Nuestros compañeros los arbitros son tan humanos como nosotros los entrenadores; estamos unidos por lazos emocionales , sociales e instruccionales.

    Que los arbitros se equivocan, claro que si… pero cuando se equivocan a nuestro favor, Cual es nuestra reaction ?

    Que tal seminarios sobre ” control del enojo, “, creo que deberia ser parte integral del curriculo de formacion de entrenadores. no lo creen ?

    ” Las actividades atleticas deben constituir experiencias educativas para los participantes:

    1 – Fortalecer los ajustes morales, emocionales y de personalidad.

    2 – Respetar la autoridad.

    3 – Fortalecer las caracteristicas de un buen ciudadano

    4 – Espiritu deportivo etc. ” Coach Everett Dean. Ex- Entrenador de Stanford University

    Declaraciones del actual entrenador de la Universidad de Michigan :

    “Inicie utilizando la defense zonal 2-3. Cuando fui West Virginia jugamos basicamente la zona 1-3-1 . Ahora en Michigan jugamos casi una defense de hombre a hombre”

    ” Hemos cambiado, y cambiado y cambiado ”

    ” Siempre estoy pensando que puedo hacer, para mejorar al equipo, que puedo hace para ser un mejor entrenador, un major padre de familia,un mejor profesor , siempre pensando que si usted hace esas cosas, cualquier cosa positiva es possible en la vida ” John Beilein , entrenador principal de la Universidad de Michigan.

    Gil Guadron

  2. Basquete Brasil 08.04.2013

    Gil, quando me predispus a lutar por um melhor basquetebol no país, através, cursos, artigos e mesmo dirigindo equipes, o fiz sabendo de antemão o longo embate que travaria, e sem prazo para atingir um razoável resultado, confirmando uma realidade pouco afeita a mudanças e posicionamentos que ponham em risco o corporativismo existente.Infelizmente esse é o cenário com que nos deparamos, mas que nos mantêm na inglória luta para modificá-lo.
    Vida que segue Gil. Um abração, Paulo.

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