DUAS QUESTÕES ANTAGÔNICAS…

Dois jogos, duas histórias diametralmente opostas, onde Brasília e São José apostaram (como sempre o fazem) no jogo externo (foram 23/62 arremessos de três e 32/68 de dois, com um inacreditável 46/61 nos lances livres) e na pancadaria explicita sobre aqueles temerários que se aventurassem no jogo interior.

Mais uma vez o jogo convergente dos candangos prevaleceu (13/34 nos três e 19/32 nos de dois pontos) ante um adversário que também atuou de forma semelhante, porém menos eficiente nas conclusões (13/36 de dois e 10/28 de três pontos), além de desencadearem uma verdadeira torrente de reclamações, frente a um grupo temido pela maioria dos juízes, que antenados ou não a absurdos microfones, deixam vazar no éter mais absurdos ainda diálogos desnecessários e pretensiosos (mas, midiáticos e vaidosos) que uma simples aplicação das regras os tornariam dispensáveis, como deve ser.

Jogo convergente, defesas furadas e equivocadas, enxurrada de bolinhas, faltas a granel, reclamações estapafúrdias, técnicas no atacado, expulsão de técnico, álibi perfeito para uma derrota, numa partida imerecedora de um playoff classificatório. Torçamos que no próximo encontro possamos assistir basquete de verdade, bem jogado e melhor arbitrado, digno dos finalistas do NBB4.

Em Bauru, um jogo de verdade, estudado em toda sua duração, mas sem deixar de ser rápido e preciso quando técnica e taticamente necessário.

Foi um jogo “lá dentro”, reduto dos que sabem realmente jogar o grande jogo, e quando as ações externas se tornam opções naturais, e não a finalidade a ser alcançada.

É muito bom e alentador podermos ver experientes e novos (alguns novíssimos) jogadores duelarem em conjunto no âmago das defesas, onde o saber driblar, fintar com ou sem a bola, passar em espaços diminutos, lutar pela melhor colocação nos rebotes, decidir com coragem e domínio técnico qual a melhor jogada que se apresenta, inclusive fazendo renascer o decisivo DPJ, assim como estabelecer ao lado das coreografias pranchetadas vindas de fora (sim, foram tentadas algumas delas, que graças aos deuses deram lugar a ações criativas e ousadas…) soluções para o jogo externo, porém “vindo de dentro” como deve ser, originando conclusões mais precisas e equilibradas.

Venceu Bauru, apesar de somente poder contar com oito jogadores, pela maior experiência e rodagem de sua equipe, mais afeita a jogos difíceis e disputados nos limites do físico e do controle mental. No entanto, que bela geração esta que está nascendo em Franca, em Bauru, forte, alta, habilidosa e acima de tudo, ao encontro da eficiência nos fundamentos do grande jogo, responsável pelos ainda relevantes vinte erros cometidos, mas a caminho de dominá-los com relativa perfeição.

Números? Sim, foram bem distantes dos perpetrados no jogo de Brasília, a começar pelos vinte arremessos a menos nas bolinhas (9/26 para Bauru e 7/16 para Franca), e 22/33 para Bauru e 43/78 para Franca nas de dois pontos, com 15/20 e 16/20 respectivamente nos lances livres, e os trinta um rebotes conquistados por cada uma das equipes.

Enfim, são jogos dessa qualidade e teor que trarão de volta a nossa tradição de bem jogar o grande jogo, e a torcida amante dos bons e empolgantes espetáculos, e não a exibição narcisista e autofágica dos verdadeiros petardos que têm sido lançados às cestas por jogadores de todas as idades e posições, como o apanágio do que consideram jogá-lo da forma mais eficiente possível. Estavam, estão e estarão sempre enganados, assim como seus técnicos,  na continuidade deste lamentável equívoco.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 



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