O SISTEMA ÚNICO COM E SEM A BASE DOS FUNDAMENTOS…

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Daqui a um pouco a equipe feminina brasileira decidirá sua classificação ao Mundial com a equipe de Porto Rico, que já venceu por larga diferença na fase classificatória, não sendo razoavelmente possível que venha a perder ante um adversário muito frágil e carente de experiência.

Muito bem, poderá ocorrer alguma surpresa Paulo?

Se jogar como jogou ontem com Cuba nos dois quartos iniciais, sim, corre o risco de complicar um jogo decisivo, onde o equilíbrio emocional poderá equalizar de forma aceitável as grandes deficiências que essa hibrida seleção vem ostentando no transcurso da competição.

Uma equipe que erra fundamentos em demasia, arremessa de forma pouco seletiva, principalmente na longa distância, e que nem de longe consegue estabelecer comunicação e coordenação entre ações dentro e fora do perímetro, declinado a utilização freqüente e ostensiva de suas altas pivôs, preferindo o jogo de contorno estéril e voltado aos longos arremessos, pouco defendendo seu próprio perímetro externo e, principalmente, falhando sistematicamente nos rebotes, principalmente os defensivos, sem dúvida alguma sempre encontrará grandes dificuldades perante adversários que saibam explorar com sabedoria tais deficiências, como fizeram as cubanas nesse jogo.

Mesmo que se recuperasse bem no quarto final, onde a jogadora Adriana tomou para si as rédeas da reação, o ônus da grande diferença de pontos, custou muito à equipe no aspecto físico, e mais ainda no emocional, quando aquela boa armadora viu-se vitima de uma armadilha provocada por ela mesma, quando, com o jogo empatado, e não dando seguimento às instruções de seu técnico que desenhou uma jogada para os três pontos, investiu pela linha final, indo de encontro ao enorme bloqueio das pivôs cubanas, sendo travado em seu curto arremesso, e propiciando o contra ataque que definiu a partida para as caribenhas, numa ação que nem o técnico e ela mesma deveriam desencadear daquela forma combinada, e sim tentar jogar com as pivôs o mais profundamente situadas com relação a cesta, onde as possibilidades dos dois tão necessários pontos seria mais factível.

Foi um jogo eivado de erros de ambas as partes, que se utilizavam de um mesmo sistema de jogo, porém com melhor domínio nos fundamentos da seleção cubana, e que demonstrou estar a seleção brasileira ainda muito longe de um nível aceitável para fazer frente às grandes competições internacionais. Urge uma nova concepção de treinamento e de opções técnicas e táticas, mas isso é outra conversa.

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Em tempo – Terminou a pouco o jogo contra Porto Rico, que foi vencido por exíguos 10 pontos (66×56), dando a classificação para o Mundial a uma seleção, que mal ou bem, a conseguiu na quadra de jogo, e não pleiteando um constrangedor convite da FIBA, tendo ainda de desembolsar 500 mil euros para exequibilizá-lo, que é uma vultosa quantia de dinheiro público, que seria mais bem empregue em projetos voltados a formação de base, e não vertidos no ralo de interesses políticos de uma administração caótica e falida. PM.



2 comentários

  1. Henrique Lima 01.10.2013

    Enfim, o Brasil segue na mesmice em todas as categorias, seja no masculino/feminino.

    Me impressiona um time adulto não saber passar e driblar, a esta hora da vida.

    E o pior, Adrianinha (não levaria jamais para a seleção) ainda não aprendeu a ler o jogo, tomar decisões boas e liderar de fato e isso tudo com anos e anos de cadeira cativa na seleção.

    O basquetebol feminino faz o impossível, pois como modalidade inexiste no Brasil. Porém, ao menos fundamentos básicos, como driblar, passar e arremessar.

    É duro ver uma partida inteira do feminino.

    Um forte abraço Profesor.

  2. Basquete Brasil 01.10.2013

    Concordo com você Henrique, mas não podemos esquecer que aqueles que realmente fizeram, entendem e projetaram o basquete feminino no país foram substituídos precoce e politicamente por uma geração de, volto a dizer, “estrategistas”, dissociados da formação de base, e utentes daqueles poucos talentos que ainda teimam em existir numa terra de ninguém como a nossa, fruto do trabalho de alguns poucos.
    Um abraço, Paulo.

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