A OSMOSE E OS DEUSES…
Fui dormir muito tarde por conta do artigo sobre os 400 mil acessos ao blog, ficando em falta sobre o jogo da seleção feminina contra o Japão, que como todos aqueles que o assistiram se reduziu a um enxame de armadoras orientais em volta das enormes pivôs brasileiras, que se fartaram nos rebotes, nas conclusões dentro do perímetro, e no vasto fornecimento de contra ataques indefensáveis pela desproporção física em quadra…
Mas olhando com mais presteza alguns números do jogo, vemos que 41, isso mesmo, 41 erros de fundamentos foram cometidos (18/23), não somente por conta de fortes defesas, mas na maioria dos casos por carência técnica também, fatores que facilmente se repetirão quando em confronto com equipes mais talentosas e melhor dotadas fisicamente…
A equipe brasileira continua teimando nas longas bolas (7/20) deixando de privilegiar seu forte jogo interior, onde a discrepância de estatura teria de ser forçosamente prioritária em todos os momentos da partida, otimizando cada ataque através a maior precisão propiciada pelos arremessos de curta e média distâncias…
Mas isto não ocorreu, não ocorre e dificilmente ocorrerá, pelos graves problemas de formação de algumas gerações que embaralham velocidade e leitura de jogo, limitadas pelos parcos conhecimentos e domínio dos fundamentos, onde as contumazes andadas se rivalizam em número aos passes mal dados e fora do tempo tático da equipe, se é que têm algo parecido…
Daqui a um pouco, enfrentam, este sim, o jogo decisivo nessa campanha, contra uma equipe francesa equipada, como a nossa, de jogadoras altas e fisicamente competitivas, porém com um diferencial, qual? Imaginem algo parecido com domínio dos fundamentos, e terão a resposta…
Podemos vencer o jogo? Difícil, mas não impossível, se da noite de ontem para o dia de hoje, adquirirmos, por osmose, as técnicas que nos faltam no drible, nas fintas, nos passes, nos rebotes, no posicionamento defensivo e no domínio de algum sistema, mesmo simplesinho, de jogo, para seguir em frente derrotando sua antítese como equipe, que pode (?) muito bem “esquecer” o que sabe e domina, pois afinal, deuses podem ser brasileiros, ou não?…
Amém.
Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.
Prof., me desculpa pelo desabafo,
mas fico abismado quando vemos os “comentaristas”
de basquete falar em chances do Brasil ser campeao
do mundo, enfrentar os melhores times do mundo em igualdade
de condições. Quem acompanha a liga nacional sabe do que falo.
O nível técnico dessas meninas é muito baixo. É só correria e
transpiração. Não tem fundamentos básicos. Um abraço professor.
Prezado Thiago, você tem toda a razão, pena que este sentimento não seja mais ativo e presente nos adeptos do grande jogo no país, fator que poderia acelerar o processo de soerguimento sustentável do basquetebol em nosso país.
Um abraço, Paulo Murilo.