CONVERGÊNCIA EXTRAPOLADA, O NOVO ESTILO DE JOGAR…

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                                                                                                                                                                                                                                 Você se predispõe a assistir um jogo de Liga Sul Americana, onde a equipe que mais investiu no país se apresenta contra uma outra, incensada como a grande revelação do NBB6, ambas recheadas de contratações midiáticas, e testemunha incrédulo uma incursão deliberada de encontro a um novo estilo de jogar, no qual o “chegar e chutar” se revela deliberadamente impositivo, na culminância de 23/71 arremessos de três pontos, extrapolando uma convergência que insidiosamente vinha se instalando em algumas de nossas mais representativas equipes, numa viciante escalada influenciadora das novas gerações, quando a aventura das bolinhas, irmanada às enterradas definitivas, simbolizadas pelo reconhecimento midiático, absolutamente irresponsável, e certamente reprovável, como o “reconhecimento” do ápice do jogo, sinalizando um equivocado caminho a ser seguido…

 

Que sem dúvida alguma será trilhado, inclusive nas seleções, da base à elite, não mais como uma tendência, e sim como um estilo, um novo estilo de jogo, que conta com a cumplicidade de jogadores e técnicos, unidos pelo primarismo de suas formações básicas, onde os fundamentos do grande jogo cedem sua estratégica e determinante função a pretensas especializações, calcadas na negação dos mesmos, substituidos pela mediocridade e a mesmice formatada e padronizada de uma sistema anacrônico e estúpido. Os resultados, que já conhecemos, continuarão a se revelar nas grandes competições internacionais, bem mais exigentes que estes campeonatos disputados por equipes formadas por agentes e dirigentes que raptam a função técnico administrativa de técnicos coniventes e réfens de um sistema mais anacrônico ainda…

 

Testemunhar equipes atuando na mais completa ausência defensiva, permitindo convergências que extrapolam o bom senso, torna-se uma dolorosa experiência  para todo aquele que ama o grande jogo, sua técnica de execução apurada e refinada por anos de prática e treinamento intenso e de alta qualidade, desde a base, e que se estende por toda a vida competitiva, numa prova irrefutável e inegável de que o ato maior da aprendizagem não é esgotado pela idade, muito ao contrário, é depurado pela mesma se orientada, ensinada, com competência e pleno conhecimento de sua essência…

 

Hoje completo 75 anos, feliz por estar junto aos meus filhos e amigos, mas um tanto triste por ainda testemunhar o quanto ainda teremos de caminhar para a obtenção da qualidade que em um dia de ontem obtivemos no grande jogo, do qual tive uma humilde participação, mas que ainda guardo no fundo do coração a irremovível esperança de que consigamos nos soerguer e reconquistar o lugar que nunca deveríamos ter perdido, mesmo alijado do processo por que tanto estudei, ensinei, lutei e continuo lutando…

 

Amém.

Fotos – Reproduções ta TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 



2 comentários

  1. Sanderson Lima 14.11.2014

    Parabéns Professor!

    Vida longa para que possa ver no Brasil o retorno do grande jogo ao lugar que ele merece. E daqui pedimos que continue nos presenteando com seus textos.

    Felicidades!

    Sanderson Lima

  2. Basquete Brasil 14.11.2014

    Obrigado Sanderson, e pode estar certo de que continuarei até quando puder. Um abraço, Paulo Murilo

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