HABLANDO DE FRACASSOS…

P1100281-001P1100286-001P1100290-001P1100292-001P1100311-001(…) – Se vocês me perguntarem se estou triste, é claro que sim. Mas de maneira nenhuma estamos nos sentido fracassados. Fracassado tem que se sentir quem não consegue chegar até aqui (…).

( Trecho da matéria publicada no Globoesporte.com)

Sem duvida uma arrogante declaração de quem simplesmente “se acha”, mesmo perante evidências de falhas que não admite reconhecer, quiça corrigir, pois foram falhas repetidas ao longo do torneio, principalmente no aspecto estratégico ao considerar seu adversário um franco atirador sem pressões para jogar, o que se mostrou um erro colossal…

Os mexicanos com seus bons americanos vieram para vencer, como o haviam vencido em Cancún, de uma forma que não deixou margens para dúvidas quanto a sua intenção de faturar o troféu, com ou sem pressões de qualquer ordem, e para tanto apresentou suas armas de saída, forte defesa exterior, contestando com energia as metralhadoras rubro negras ( 6/28 de três pontos), e maior ainda combatividade interior, frente ao único pivô que por lá se aventurou, o Meyinsse, solitário, porém eficiente, mas pouco, muito pouco acionado, principalmente no quarto final e prorrogação, quando a grande estrela adversária, o pivô Keenan, atuou com quatro faltas pessoais, sem ser pressionado à quinta falta, ou mesmo na facilitação de conclusões a curta distância…

Fracassou de saída na escalação inicial com o Marcos em dupla armação com o Laprovittola, pois o enorme ala nem de raspão pode ser qualificado tecnicamente para a função, pois sua ambidestralidade é discutível, assim como seu drible progressivo pela esquerda, tornando-o acéfalo na função, se comparado com o Benite, ou mesmo o Marcelo…

Fracassou no frágil estabelecimento do jogo interior, com seu pivô isolado, sem o apoio direto de seus companheiros, confiando na artilharia exterior, e nas esporádicas penetrações dos armadores, ambas as situações muito bem contestadas pelos “franco atiradores de plantão”…

Fracassou ao permitir a convergência nos arremessos de sua desequilibrada equipe (22/30 de dois e 6/28 de três), numa perda de esforço físico, quando bastaria tentar a metade dos erros de três em tentativas de dois, mais seguras e eficientes, para ter vencido a partida, numa simplória continha aritmética…

Finalmente, fracassou ao ainda permitir que sua formidável equipe cometesse 17 erros de fundamentos num jogo de tal porte, provando que a importância absoluta que aufere às suas táticas e sistemas, superam em muito a dos fundamentos básicos, que claro, é da responsabilidade exclusiva dos jogadores, e não de um estrategista que se coloca acima de fracassos, que ficam por conta dos que lá não chegaram…

Amém.

 



2 comentários

  1. Diego Felipe 16.03.2015

    Professor, sensacional matéria sobre um dos times que, aos poucos, vem trazendo essa mudança de estilo de jogar iniciada pelo Coach K em terras de Tio Sam. Um dos trechos que mais me chamou a atenção: O armador Jeff Teague, falando sobre como o time joga:

    “Other teams will call out, ‘Thumb four!’ and we know exactly what they’re going to do. No one knows what we’re going to do because we don’t even know ourselves. It’s like controlled pickup.”

    Em duas frases, tudo o que o sr. fala do estilo único de jogo, e como a improvisação é muito mais eficiente e, ao mesmo tempo, divertida para os jogadores. E sem tornar-se aleatório, apenas mantendo um controle e certas regras, mas sem jogadas totalmente fechadas.

    Simplesmente genial.

    Link: http://www.si.com/nba/2015/03/10/atlanta-hawks-jeff-teague-kyle-korver-mike-budenholzer

  2. Basquete Brasil 16.03.2015

    Diego, essa é mais uma prova da veracidade de meus comentários e opiniões sobre o grande jogo, de como o imagino que deva ser jogado, aliás, o tendo provado desde sempre na condução de equipes nesse imenso e injusto país. Fico feliz que pessoas como você tenham a sensibilidade de buscar o conhecimento técnico/tático onde ele se encontrar, aqui ou lá fora. Sem dúvida alguma são ações que promovem o progresso, o conhecimento, a razão.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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