EXPLICAR O QUE?…

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Sento em frente a uma boa TV, neste sábado calorento, para assistir em rede aberta a um dos jogos de maior rivalidade no NBB, Franca e Bauru, ainda mais valendo a quarta colocação. Parodiando a mídia especializada e ufanista, jogo quente, brigado, emocionante, porém com  pobre e sofrível técnica (28 erros de fundamentos), taticamente absurdo e inconcebível por parte de Baurú, e quase lá por parte de Franca, não fosse sua opção acertada em alguns momentos pelo forte jogo interno, suficientemente efetivo (22/48 nos 2 pontos, contra 11/27 de seu oponente), mas que quase foi comprometido pelo excesso de bolas de 3 (8/25), que foi a perdição de Bauru com seus inconcebíveis 10/42  arremessos insanos de fora, numa clara opção de seus jogadores, acompanhada pelo seu estrategista ao determinar o famigerado “jogo com os quatro abertos”, atitude corriqueira na maioria das equipes, quando se sentem impotentes no desenvolvimento do jogo interno, fruto do mais absoluto desconhecimento tático e técnico de como desenvolver, treinar e aplicar tal tipo de ação ofensiva, que é totalmente dependente do pleno domínio dos fundamentos individuais, principalmente os do drible, das fintas e dos passes utilizados em pequenos espaços, daí a opção pela “abertura territorial”, compensando(assim pensam…) pela velocidade, a notória deficiência da grande maioria de nossos jogadores no manejo de seu instrumento básico de trabalho, a bola, que para muitos atrapalha suas decantadas e midiáticas performances…

No próximo fim de semana das estrelas, quando da competição de habilidades, agora no formato de duplas, onde a velocidade será predominante, poderemos atestar o quanto de “arranjos” serão aplicados pelos duelantes a fim de vencer as etapas, quando contornar as sutis exigências dos fundamentos do jogo auferirá ganhos em tempo e distância, principalmente no drible, fintas e mudanças de direção com a bola sob domínio. Se no formato individual que regeu as competições anteriores, muitas foram as irregularidades não coibidas pelos árbitros fiscalizadores, imaginem agora quando a disputa será em duplas com confronto direto? Será a prova contundente do que vemos nos jogos oficiais, onde a má execução, e mesmo desconhecimento das técnicas básicas dos fundamentos será escancarada a todos, e cuja punição será relevada para não comprometer o aspecto festivo do encontro, e quem lá estiver ou acompanhar pela TV testemunhará com um largo sorriso de satisfação em oposição ao que aqui afirmo, sem o menor temor de errar, por saber e conhecer um pouco mais do grande jogo, do que muitos dos que se aventuram no mesmo, mas nada que não possa ser regiamente compensado com um show do Jota Quest, afinal é necessário fidelizar um público específico, que necessariamente não precisa entender de fundamentos, técnicas, táticas, e insignificâncias afins…

Voltando ao jogo, como admitir, aceitar que uma equipe que ponteia a competição, estando entre as quatro primeiras colocações, se permita convergir absurdamente para menos seus arremessos (repetindo, 11/27 de 2 e 10/42 de 3) abdicando do confronto interior defensivo com seu adversário, aceitando a armadilha do “deixa chutar”, onde seu maior arremessador, Jefferson, perpetrou um constrangedor 3/13 nos 3? E como seu estrategista permite tal descalabro, ainda mais sendo um dos pretendentes a seleção nacional, como alguns outros que vem professando tão absurdo sistema de jogar o grande jogo? Como ser isto possível, para onde querem nos levar nesse inqualificável modismo, que bem mais depressa como brotou, se esvairá rapidamente, a começar pelas artilharias ao norte do hemisfério, que começam a perder seu poder do fogo através as cada vez mais presentes contestações fora do perímetro, fator este que, mesmo por cópia pura e simples, como é comum aqui nas terras tupiniquins, ainda demorará um bom tempo para aqui aportar, pois afinal de contas, o estrago ainda não atingiu as metas propostas por todos aqueles que, por não entender a essência do grande jogo, ousam tentar se apoderar de sua grandeza, sendo punidos magistralmente com a negativa ao seu pleno conhecimento, restando os pretensiosos e arrogantes garranchos em midiáticas pranchetas, como testemunho inconteste do nada, do absolutamente…nada, e que rapidamente começam a ser contestados por seus próprios jogadores, quem sabe, na busca de algo que os orientem e ensinem para valer…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique duplamente na mesma para ampliá-la e acessar a legenda.



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