REFLEXIONANDO II…

Faltando menos de 20 seg, três pontos à frente no placar, com a posse de bola num último ataque, frente a mais de 70 mil espectadores numa arena gigantesca, e mais alguns milhões de telespectadores em seu país e no mundo, sabedor que a única chance de seu adversário seriam as faltas pessoais para terem a chance de uma posse de bola, e que no fato de conseguir converter ao menos um lance livre colocaria o caneco no bolso, todas possibilidades reais e factíveis, mas não, o chamamento para a glória suprema de fechar o jogo, ter seu nome indelével na história da liga colegial mais famosa do mundo, e mais ainda, escancarar as portas do draft com seus sonhados milhões falaram mais alto, e aconteceu o absurdo, um chute de três do meio da rua, falhado por não merecido por sua arrogância juvenil, dando o contra ataque ao adversário que ao tentar, também, a bola de três desesperada sofre a evidente falta, indo para a linha do lance livre, convertendo os três, provocando uma prorrogação, e vitória mais do que merecida por 10 pontos. Contou-se assim a vitória de Virginia sobre Texas Tech, onde a bolinha consagradora da moda, não caiu…

Mas foi um belo torneio mata mata, com fundamentos bem praticados, defesas altamente técnicas, e ataques, que apesar do uso global do sistema único, teve o mérito de priorizar o jogo interno, onde uma geração de excelentes alas pivôs fizeram jús aos mais altos elogios da mídia e dos amantes do grande jogo bem jogado…

Por aqui, jogos finais dos playoffs, onde a profusão das artilharias de três fizeram a farra, mas nenhuma chegando perto do segundo e decisivo jogo entre Ceará e Paulistano, que a exemplo de sua participação na Liga das Américas, propôs um jogo à moda Duel of OK Corral, onde venceria quem desse o último tiranbaço do meio da rua, vencendo a turma do sudeste com a camisa cearense, com números assustadores, tais como: 14/33 nos 2 pontos e 10/34 de três para os cearenses, contra 17/34 e 6/37 respectivamente para os paulistas, num total de 31/67 de 2 e 16/71 de 3 para ambos os duelistas, perfazendo a incrível perda de 36 tentativas de 2, e 55, isso mesmo, 55 de 3 pontos para as duas turmas de pretensos especialistas nos arremessos quando livres e desimpedidos pelas ausências defensivas, mas que quando contestados fortemente (e a quantidade de faltas pessoais, originando 26/30 para o Ceará e 22/27 para o Paulistano atestam essa evidência), perdem drasticamente a ilusória eficiência de seus gênios dos arremessos, que são muitos, pois 8 do Ceará e 9 do Paulistano trituraram os aros, demonstrando definitivamente que não são os especialistas que pensam e são incentivados a acharem que são, e não são MESMO!!!…

A maioria das equipes nessas quarta de finais que se iniciam, cometem os mesmos erros uma das outras, das defesas aos sistemas de ataque, da falta de fundamentos a pretensão de que são e representam a “nova era” do grande jogo com suas ridículas artilharias (em qualquer liga importante mundial, dois ou no máximo quatro são realmente especialistas nos longos arremessos, aqui não, onde a média de 8 jogadores se acham ungidos pelos deuses em suas pretensões divinas, bajulados e incensados por uma mídia ufanista e majoritariamente analfabeta sobre os mais básicos fundamentos do jogo, arremessos em particular…), judiando da paciência daqueles que realmente entendem e amam profundamente uma modalidade ímpar em sua complexidade e profundidade. Basquetebol é coisa muito séria caros deslumbrados, não à toa leva 70 mil pessoas em finais universitárias, média de 15 mil na NBA, 10 mil numa forte Euroliga, e não mais do que mil como aquí, que quando atingem 2 mil assistentes na grande rede é comemorado como recorde mundial…

Sem dúvida nenhuma poderemos alcançar platéias cada vez maiores, porém, não imitando o lazer extra quadra copiado da matriz (temos lazeres mais apaixonantes), e sim com uma longa e paciente  melhoria técnico tática de nossas equipes, formadas por jogadores bem iniciados e treinados desde a base, e não contando com o individualismo exacerbado e independente da estrangeirada que aqui aporta como penúltima opção entre as ligas profissionais, e que com raras exceções realmente somam algo que beneficie nossa forma de ver e sentir o jogo, mas que em sua maioria trava um duelo de influências com os estrategistas tupiniquins, nos meios e na forma de jogá-lo, ante a mesmice institucionalizada, padronizada e formatada em que se inserem no sistema único que bem conhecem e professam, e do qual se sentem à vontade para contorná-lo quando bem lhe aprouver, mais ainda se somados e irmanados a seus muitos conterrâneos existentes nas franquias…

No entanto, como se torna cada vez mais importante para a mídia o que ocorre na matriz, com seus craques milionários desfilando técnicas e comportamentos fartamente compilados e divulgados em nossas TVs, Jornais, Portais, Blogs e redes de informação, como competir contra tanta grana envolvida, interesses midiáticos, influências político esportivas, estratégicas até, ante um quadro catastrófico em que se encontra a educação de um povo abandonado em sua ignorância proposital e planejada, facilitando sua manipulação política, vide o momento atual em que o MEC é dilacerado por interesses puramente ideológicos voltados a manutenção do que aí está, esteve, e estará por um longo tempo, talvez definitivamente, aí inclusas as manifestações culturais, artísticas e desportivas também, exceto o futebol, com sua destinação entorpecedora, anestesiante da realidade crua em que vivemos. Carnaval e futebol são fundamentais para esse controle, educação e cultura, não, desporto então…

Amém.

Fotos – Reproduções da Tv e divulgação CAP. Clique nas mesmas para ampliá-las.



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