O LEGADO A SER SEMPRE LEMBRADO…

 

“Se quisermos vencer lá em Franca, temos de fazer o jogo perfeito”, afirmava o jogador Marcos do Flamengo dias antes da grande final. E não deu outra, sua equipe, senão atingiu a perfeição, chegou bem perto, com uma atuação segura, lúcida no jogo interior (18/36, mesma contagem de Franca), arremessando de fora com mais parcimônia (9/25 contra 5/23), 18/21 contra 21/26 nos lances livres, parelhos nos rebotes (38 e 34), e com poucos erros (11 e 8), atingindo o placar de 81 a 72, vencendo com justiça e brilhantismo a maior competição do basquetebol brasileiro pela sexta vez em onze edições…

No entanto, o fator que mais sobressaiu na grande vitória da final, foi o sentido coletivista dos rubro negros no ataque, sempre atuando com dupla armação em combinações fatorais entre os quatro jogadores da posição da equipe, não permitindo quedas substanciais de aproveitamento ofensivo, a não ser em algumas situações quando não contavam com a presença do Balbi em quadra, e a grande noite dos homens altos em constante movimentação dentro do perímetro, envolvendo seguidamente a defesa francana, com pivôs mais fortes, porém mais lentos do que os lépidos rubro negros…

Do outro lado, um Franca reticente e mais falho nos teimosos longos arremessos do que a turma carioca, defendendo mal em momentos chaves da partida, como no primeiro quarto, cuja diferença no placar não soube recuperar nos demais, tentando nos 3 pontos ações que se tivessem sido aplicadas no interior do perímetro, onde alcançaram a mesma produtividade que seus adversários (18/36), sem dúvida poderiam obter um resultado mais favorável do que seus 5/23 de fora, numa continha que não me canso de lembrar daqui desse humilde blog, ou seja, se trocasse a metade dos falhados arremessos de 3 (no caso 11 tentativas) por outras de curta distância, insistindo mais no jogo interior, poderia ter vencido uma partida perdida por 9 pontos, ou não? Façam as continhas…

Disciplina tática, mesmo em situações críticas, se constitui em estratégia básica de jogo, onde a mais correta possível leitura de jogo define o desfecho favorável, ou não, de uma partida decisiva, onde jamais caberá o arrivismo ou as tentativas aventureiras baseadas no “se caírem as bolinhas” vencemos o jogo, só que não caíram, logo…

Não fosse o incorrigível fato das trocas frequentes desnecessárias no transcorrer da partida por parte dos rubro negros, quebrando sequências ofensivas bem concatenadas de um quinteto em quadra, ainda mais se o mesmo estava se saindo melhor ainda defensivamente, a equipe carioca poderia se alongar na contagem ainda no segundo quarto, mas o troca troca parece ser algo previsto pela necessidade da minutagem de seus galardoados jogadores, fator que terá de ser revisado para a próxima temporada, se desejar emplacar um sétimo título nacional…

No mais, parabenizo o Flamengo atual, que ainda precisa comer muito feijão para se aproximar do histórico legado construído e deixado pelo mítico Togo Renan Soares na Gávea, entupindo o maracanãzinho (com seus originais 25000 lugares) em jogos e campeonatos memoráveis…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e divulgação LNB. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.

 



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