“PAGANDO O PREÇO”…

Quatro pivôs maduros e um em formação completam uma convocação que esnoba o pivô MVP do NBB, um talentoso e alto ala do Franca muito melhor do que alguns que lá estão, e dois ou três realmente bons armadores esquecidos por não competirem com as grifes hereditárias de sempre…

No entanto, não podemos duvidar que, para o padrão formatado e padronizado do basquetebol tupiniquim, com seu inenarrável sistema único, e artilharia concentrada nos 3 pontos, foi uma convocação a altura do que jogamos por aqui, mesmo porque a turma agregada a NBA muito pouco influenciará pela diminuta minutagem e consequente vivência e influência prática de jogo nas equipes a que pertencem, não fossem os mesmos um investimento nos interesses midiáticos e comerciais da matriz aqui na colônia, avidamente disputado pelo corporativismo que se apossou dele, pela disputa de suas migalhas disputadas a tapa…

Sabedor apriorístico do que nos espera, salvo um milagre transformista do croata, invertendo e torcendo pelo avesso nossa triste forma de jogar, inovando radicalmente sistemas de atacar e defender no grande jogo, o que duvido de mãos postas, torço intensamente estar equivocado, e que num relance majestoso e triunfante saiamos do infame fosso técnico tático em que nos encontramos desde muito e muito tempo. Mas como disse antes, duvido, pois como dizia a doce e lúcida D.Adá, minha inesquecível mãe – Quem faz um cesto, faz um cento – …

Continuando a desdita, sugiro que leiam o artigo a seguir: Junho de derrotas acende sinal de alerta no basquete brasileiro, e CBB diz: “Pagando o preço”

Se leram, puderam observar que todas as circunstâncias são explicitadas, menos a de mais e determinante importância, a técnica, isso mesmo e com todas as letras em negrito, A TÉCNICA…

E pela enésima e insistente vez, afirmo indignado que o grande jogo vem sendo de mais de vinte anos para cá, vítima e permanente refém de um corporativismo que se apossou das seleções de base com seus métodos, conceitos e sistemas da pior qualidade, mal copiados e coercitivamente impostos visando as seleções adultas, sedimentando um nicho de interesses, trocas e escambos políticos junto a federações e a confederação também, assim como a LNB, onde o mérito profissional é preterido pela mesmice endêmica que asfixia toda e qualquer tentativa de evolução técnico tática, inclusive na formação de base, onde “peneiras” são promovidas para que uns poucos usufruam do trabalho de formação de descartáveis professores e técnicos colegiais e de pequenos clubes e associações, pré profissionalizando jovens, e incrementando currículos em nome de uma forma absolutamente equivocada de jogar o grande jogo, canhestramente copiado dos grandes centros internacionais, sem um mínimo de pudor em adaptá-los à nossa realidade de país educacional e culturalmente pobre, que pela sua grandeza territorial e multi racial mereceria uma orientação justa e honesta, qualificada e equalizada pelo mérito profissional, jamais pelo apelo do infame e permanentemente presente QI…

Temos em nosso imenso, desigual e injusto país belas cabeças pensantes do grande jogo, infeliz e politicamente defenestradas pela corriola que o infesta com seus “métodos científicos”, com seus dogmas de araque, mas que colam, e vem colando a algumas décadas, descendo a íngreme ladeira da história, uma história derrotista e profundamente triste, a não mais poder…

Mudar? para que, se…

Paro por aqui.

Amém.

Em tempo – Acabamos de perder mais uma vez para os argentinos no sul americano sub 14 masculino, pois infelizmente não pudemos contar com o Felipe Motta que subiu de idade, depois de nos presentear com seus mais de 50% dos pontos no sub 14 e sub 15 do ano passado, sendo o MVP nas duas competições, sendo o único jogador nascido e formado no trabalho italiano de base. Sintomático, não? PM.



2 comentários

  1. João 17.07.2019

    Treinador..o trabalho nas bases do basquete brasileiro é muito fraco..estive acompanhando o espanhol de base e a Liga ACB tem uma metodologia voltada para a excelência em se tratando de categorias menores..oferecem o que é de melhor para a gurizada…mas é como sabemos, uma questão cultural e de interesse daqueles que comandam…uma pena…vemos nosso basquete enfraquecendo a cada competição perdida e com campeonatos internos de nível duvidoso…abraço treinador.

  2. Basquete Brasil 18.07.2019

    O engraçado prezado João, é que muitos dessa turma de estrategistas apregoam terem feito estágios em centros desenvolvidos, como a Espanha mencionada por você, e aqui chegando continuam na mesmice que assumiram desde sempre, cônscios de que nada abalará seus empregos aconchavados. É o alto preço cobrado pelo corporativismo que abraça todos eles, na medida do continuísmo imposto pelo mercado viciado e vicioso em que vivem. Quebrá-lo? Não vejo como, a não ser que os melhores técnicos que ainda existem no país, entre os quais me incluo, tenham chances de enfrentá-los nas quadras, fator que duvido venha a ocorrer, pois são imensamente fortes em torno do sistema que implantaram nos últimos 25/30 anos. Quem sabe um milagre?…
    Um abraço. Paulo Murilo.

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