OPORTUNAS QUESTÕES…
Fim de jogo em Lima, Brasil campeão feminino, e ato contínuo toca o telefone já passando da meia noite, com o Pedro lá de Brasília dizendo – ” Paulo, você tanto insistiu que acabaram de vencer com duas armadoras permanentemente em quadra, o que acha?” – Duas não Pedro, três!!! Com o jogo interno comprometido com as faltas da Clarisse, a pouca experiência da Stephanie (a única jogadora da mesma idade das americanas, que inclusive atua no basquete universitário de lá), e a clara lentidão da Erika , compondo uma seleção mais do que veterana, enfrentando colegiais universitárias com idade máxima de 23 anos, ficou a seleção capenga e nada competitiva no jogo interior e nos rebotes nas duas tabelas, optando o treinador pelo jogo veloz e de profundas penetrações das armadoras, e eventuais arremessos de fora, nem sempre eficientes, atitude esta que coincidentemente beneficiou a defesa pressionada através as três rápidas jogadoras atuando juntas, tendo ainda a Lays na rotação…
Ora Pedro, não é de hoje que defendo a dupla armação, inclusive a utilizei em todas as equipes que dirigi em 50 anos de quadra, desenvolvendo- a a níveis bastante elevados, quando a associei a três alas pivôs transitando aleatoriamente pelo perímetro interno, como um carrocel aparentemente errático, porém lúcido e coerente em sua movimentação permanente e pluridirecional, longa e profundamente treinada, analisada e discutida nos mínimos detalhes, gerando e aflorando a criatividade e a improvisação responsável. Foi mais ou menos o que realizou a seleção ao vencer a bem fundamentada, porém inexperiente seleção universitária americana, só que por uma necessidade pontual motivada pela situação fragilizada das pivôs, nunca como um sistema previamente elaborado e treinado (haja vista as incontáveis e longas intervenções na prancheta para algo inusitado, e não treinado a priori), numa improvisação inteligente, que claro, mais do que claro, jamais se reportará a absolutamente nada que porventura se origine a uma longa experiência minha, divulgada a exaustão neste humilde blog, certamente lido e digerido pela comunidade corporativada, por mais que neguem, e sim pelo “poder inventivo, criativo e midiaticamente revolucionário” do treinador em função…
Sem dúvida alguma as armadoras Tainá, Patty, Débora e Lays, que mesmo sem os fundamentos das jovens americanas, se impuseram pela experiência conquistadas em longos anos de quadra, ajudando decisivamente a seleção em seu todo a vencer a competição, fazendo merecedoras do título tão desejado e importante no momento crítico por que passa o basquete feminino no país. No entanto, faz-se de suma importância levarmos em conta o depoimento da Paula, quando com a máxima clareza e lucidez situa o basquetebol feminino num patamar que merece ser estudado com seu importante e básico depoimento…
O qual apoio totalmente, acrescentando o fator, não mencionado pela grande jogadora, mas que para mim é o de maior importância, não só para a modalidade feminina, como a masculina também, pois envolve a formação de base de ambas, necessitada de um profundo projeto (não um processo…) de âmbito nacional, regionalizando prioridades, formando, coordenando e avaliando professores e treinadores, cuja maior finalidade é a de ensinar o grande jogo, aprimorar os talentos, e não só visar e ganhar títulos, engordar currículos, “peneirando” o trabalho alheio, galgando os níveis profissionais pela formação de melhores jogadores e cidadãos, e não pelas taças, títulos e medalhas conquistadas, não que não sejam importantes, porém não prioritárias…
Temos de dar atenção e premiar o mérito do trabalho bem feito, pois algo de muito grave, e que nunca foi devidamente exposto a uma análise profunda e esclarecedora, é o fato inconteste de que nunca em nosso país, técnicos de seleções adultas tenham se dedicado ao desenvolvimento da formação de base, utilizando seu prestígio de selecionador nacional, apoiando e até dirigindo projetos voltadas a mesma, profundamente focados que sempre estiveram na manutenção do status sócio, político e econômico, que alcançaram, fossem quais fossem os meios para conseguí-los, logo vulneráveis ao ímpeto de concorrentes ao seu lugar. considerado de direito. Se não superarmos esse óbice constrangedor, porém existente, nada acontecerá de novo, a não ser que um ” novo processo” seja estabelecido a sombra de títulos conquistados, onde posar entre troféus não seja o objetivo a ser alcançado…
Enfim amigo Pedro, que me considera um ser coerente (vide seu comentário no artigo anterior), Mesmo parabenizando a equipe pelo sucesso pan americano, ouso colocar para você a seguinte questão – Face ao exposto ao ocorrido, a vitória, como se comportará a seleção perante adversárias tão ou mais experientes do que ela no cenário internacional, sem que sejam preparadas forte e decisivamente nos fundamentos do jogo, fator primordial para a consecução de um simples sistema de jogo ofensivo e principalmente defensivo, como?…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV.
DE ONDE VEM AS GRANDES IDÉIAS
INOVAÇÃO
Ser criativo é pensar sobre o seu modo de pensar.
Ser inovador é agir com base em suas idéias.
São necessários SETE níveis que exigem ação:
• Nível 01: EFICÁCIA fazer as coisas certas
• Nível 02: EFICÊNCIA fazer as coisas de maneira certa.
• Nível 03: MELHORAR:fazer melhor as coisas certas.
• Nível 04: ENXUGAR: livrar-se das coisas supérfluas.
• Nível05:COPIAR:.fazer as coisas boas que outras pessoas estão fazendo.
• Nivel06: SER DIFERENTE: fazer coisas que mais ninguém está fazendo.
• Nível o7: BUSCAR O IMPOSSÍVEL: fazer coisas que não podem ser feitas.
Frequentemente a formulação de um problema é mais essencial do que a sua solução
Paulo Murilo,
Passados as alegrias e as comemorações da fantástica vitoria do PAN com certeza a equipe seguirá a sua preparação para novos embates.
Deverá existir um planejamento já esboçado a espera do inicio do trabalho.
Tomo a liberdade de anexar ao comentário um roteiro útil a ser seguido.
Abaixo um arrazoado de caminhos a seguir.
O nosso saudoso e amigo Camilo Calazans dizia faz tempo: ” no Brasil existem bons planejadores, o problema não é só planejar, é preciso de bons fazedores”.
Para se fazer alguma coisa, jamais esquecer das inovações.
DE ONDE VEM AS GRANDES IDÉIAS
INOVAÇÃO
Ser criativo é pensar sobre o seu modo de pensar.
Ser inovador é agir com base em suas idéias.
São necessários SETE níveis que exigem ação:
• Nível 01: EFICÁCIA fazer as coisas certas
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• Nível 02: EFICIÊNCIA fazer as coisas de maneira certa.
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• Nível 03: MELHORAR:fazer melhor as coisas certas.
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• Nível 04: ENXUGAR: livrar-se das coisas supérfluas.
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• Nível 05: COPIAR:.fazer as coisas boas que outras pessoas estão fazendo.
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• Nível 06: SER DIFERENTE: fazer coisas que mais ninguém está fazendo.
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• Nível 07: BUSCAR O IMPOSSÍVEL: fazer coisas que não podem ser feitas.
Frequentemente a formulação de um problema é mais essencial do que a sua solução.
Pedro Rodrigues de Souza
Prezado Pedro, começo pelo Camilo Calazans, tio do excelente professor e técnico de basquetebol Heleno Lima, que o inspirou, sendo o presidente do BB na época, a promover o primeiro patrocínio de um banco nacional a uma modalidade desportiva, no caso do basquetebol, com sucesso imediato em nossas seleções, patrocínio esse que foi politicamente surrupiado pela turma do volei, e sem o qual jamais atingiria os resultados internacionais que conquistaram, já que de posse e domínio da maior verba pública existente, e mantida até hoje. No caso, o “fazemento”foi magistral, por parte da turma liderada pelo Nuzman, o grande planejador e executor das maiores verbas públicas voltadas ao desporto, com os resultados que ainda aguardam sindicâncias sobre suas corretas e honestas aplicações no Pan e na Olimpíada. Dia virá em que tudo será clarificado, tenho a mais absoluta certeza…
Quanto ao planejamento no basquetebol feminino, tenho lá sérias dúvidas sobre a Eficiência, Eficácia, Melhoria, Enxugamento, Busca pelo Impossível, sequer o Copiar que fazem tão mal da matriz. Restaria o Ser Diferente, mas como Pedro, se professam em massa a coerência da mesmice endêmica em que vivem, trabalham e afirmam fazer acontecer o grande jogo entre nós, como Pedro, como?
Inovar, antes de tudo é agir, estudar, pesquisar e difundir aspectos diferenciados de uma ação social, política, vivencial, desportiva, constituindo todo o processo democrático, onde a existência do contraditório tem obrigatoriamente de ser preservado, gerando a discussão fundamentada no bom senso, do bem comum. Por tudo isso é que não acredito na existência de um planejamento minimamente plausível, infelizmente.
Um abraço, Pedro. Paulo Murilo.