O GRANDE GERSON…

Em junho de 2012 postei um artigo sobre o grande pivô Gerson Victalino, que fora vítima de uma enorme e injustificável injustiça, que calou fundo no ambiente desportivo brasileiro, republicando-o, pois também se reporta à sua espetacular presença no Mundial de 1986 na Espanha…

Ontem perdemos o formidável jogador aos 60 anos, deixando seus admiradores órfãos de uma personalidade impar, humilde e acima de tudo guerreira, muito pouco reconhecido e prestigiado pelo alto comando diretivo do desporto brasileiro, como quase sempre acontece…

Vai deixar grandes lembranças o grande Gerson Victalino.

Amém.

GERSON…

sábado, 16 de junho de 2012 por Paulo Murilo13 Comentários

Estava em Portugal fazendo meu doutoramento em 1986, e ali do lado, na Espanha, transcorria o Campeonato Mundial de Basquetebol, com a grande presença da equipe brasileira. Meus estudos não permitiam que lá fosse assistir a competição, mas a acompanhava através os jornais e a TV.

E foi uma caminhada brilhante a da nossa seleção, com atuações coletivas inesquecíveis, e algumas contundentes presenças em quadra por parte de jogadores que defendiam uma tradição de qualidade histórica em nosso país, e que acima de tudo amavam defender sua gloriosa camisa, sem protelações, recusas, esquivas e interesses que não fossem os da seleção.

Um destes jogadores se elevou ao máximo de sua posição, o grande pivô Gerson. Reboteiro inigualável sucedeu o inesquecível Ubiratan, pelo poder defensivo, pela dedicação, pelo amor ao grande jogo. Rivalizou e superou jogadores como Sabonis, David Robinson, Wiltger, tendo ao seu lado outro mito nos rebotes, o Israel.

Terminou o Mundial como o maior e mais eficiente jogador na difícil e altamente especializada arte dos rebotes, com brilho e poder.

Na quarta feira passada, o grande jogador foi retirado do recinto onde a seleção olímpica treinava por ordem de um técnico estrangeiro. Lamentável, vergonhoso, constrangedor.

Mas quem sabe, talvez mereçamos, por nossa omissão e subserviência.

Amém.

Fotos – Reproduções. Clique nas mesmas duplamente para ampliá-las.

Link do artigo original com fotos mais definidas-http://blog.paulomurilo.com/2012/06/16/gerson/

13 comentários

  • Douglas – SP
  • 18.06.2012
  • E nessa época, infelizmente pivô brasileiro só conseguia se destacar na defesa e pegando rebotes resultantes dos quatrocentos mil arremessos do mala do Oscar em cada partida. Aliás, hoje em dia as coisas não são muito diferentes.
    Quanto a situação pela qual o Gérson passou, é realmente triste e lamentável.
    Esse é um dos problemas em se ter um técnico estrangeiro. Para ele não importa quem construiu a história do basquete aqui, creio que ele nem sabe quem é o Gérson.
    Não importa a situação das categorias de base no país, naturalizando estrangeiros sem um pingo de identificação tudo se resolve (uma tremenda de uma trapaça que dificilmente ele aceitaria na seleção Argentina).
    Não importa se os jogadores atuais são comprometidos com a seleção. O negócio do Magnano é receber o salário, convocar os medalhões e com isso se eximir de qualquer responsabilidade por qualquer fracasso que possa vir a acontecer.
    Considero o Magnano um baita treinador, mas não goste desse jeito sargentão dele.
  • Rodolpho
  • 18.06.2012
  • Menos, pessoal. Bem menos.
  • Douglas Gaiga
  • 18.06.2012
  • Olá, professor.
    Nesse caso, houveram erros dos dois lados.
    Lado da CBB, e, sem sombra de dúvidas, o mais grave: Sequer alguém conhecer a imagem de um atleta de mérito, que muito fez à seleção e que representou a entidade em um passado bem pouco remoto. Sinceramente, eu mesmo não o conhecia, possuia apenas 1 ano de idade quando ele fez tudo que foi descrito pelo nosso professor Paulo Murilo. As referências do passado são poucas. E, se a CBB não lembra sequer dos títulos mundiais do passado, não dá para esperar nada diferente disso com os ex-atletas.
    Lado do ex-atleta: Poderia ter se comunicado previamente com a esquecida entidade, refrescando a memória de sua participação na seleção, e que, humildemente, gostaria de conversar com os atletas atuais, dando data e horário de sua visita. Infelizmente, teria que ser assim. Não deveria, mas é a triste realidade.
    Abraços, professor.
  • Basquete Brasil
  • 19.06.2012·
  • Prezado Douglas, muito além da dureza que podemos externar sobre um assunto tão delicado como este, devemos nos ater prioritariamente às origens do mesmo, a grande omissão dos técnicos quanto ao associativismo relegado desde sempre entre os mesmos, e por conseguinte o nascedouro de tantos desencontros e equívocos. Somos, talvez, o único país com um passado tão brilhante no grande jogo, que não tem em sua organização a presença de uma associação de técnicos atuante, técnica, forte e progressista. Esse indesculpável hiato, origina todo um processo corporativista de uma minoria atuante e retrógrada, que impõe a triste realidade que nos esmaga e humilha, nas duas últimas décadas de um basquete mais retrógrado ainda.
    Um abraço, Paulo Murilo.
  • Basquete Brasil
  • 19.06.2012
  • Mas o suficiente, prezado Rodolpho, infelizmente.
    Paulo Murilo.
  • Basquete Brasil
  • 19.06.2012
  • Nada justifica esse desconhecimento, principalmente por parte da gestora maior do basquete no país, prezado Douglas Gaiga, nada, absolutamente nada.Essa é a verdade.
    Um abraço, Paulo Murilo.
  • Ricardo
  • 19.06.2012
  • Sobre as figuras –> realmente sensacional a tabela dos rebotes!
    E também o comentário ao lado da figura de baixo “El juego brasileno se basa en gran parte en la capacidad reboteadora de sus jugadores….”!
    Tomara voltemos a ter algo similar com essa safra de pivôs que temos atualmente (incluindo os diversos jovens).
  • Basquete Brasil
  • 19.06.2012
  • Foram grandes tempos aqueles, prezado Ricardo, que ainda custarão um bocado para serem resgatados, pois havia um sólido trabalho de base nos clubes e colégios também. Hoje, buscam-se “nomes”, como artigos prontos a usar, assim como prontos para serem descartados se não atenderem aos rogos e padrões dos estrategistas. Formar, corrigir, ensinar, desenvolver, pouco e insuficiente é feito, a não ser esperarem que nossos jovens partam e voltem do exterior com a “experiência internacional” tão valorizada pelos mesmos, a fim de garantirem suas capitanias hereditárias, seu corporativismo mafioso, seus nichos salariais impenetráveis. Enquanto perdurar essa barreira, dificilmente cruzaremos as fronteiras do progresso do grande jogo entre nós.
    Um abraço, Paulo Murilo.
  • Giancarlo
  • 20.06.2012
  • Olá, professor,
    Não sei se o senhor teve a oportunidade de ver os jogos da Seleção Sub-18 no site da FIBA Americas.
    Foi um bom resultado contra o Canadá, vaga na final garantida.
    Só me preocupa um pouco o oba-oba generalizado e instantâneo. Até compreendo: para quem sofre diante do Paraguai, eliminar um badalado time canadense talvez pareça, realmente, histórico. Já estamos agora elevando um garoto de 16 anos, franzino que só, ao patamar de A Próxima Esperança.
    Mas não custa lembrar dois ou três resultados recentes (quarto lugar no Mundial de Paulão, aquele vice do continente com Lucas Bebê) que em absolutamente nada condizem com nossa realidade aqui.
    Publiquei agora há pouco um texto sobre nosso armador, Deryk, de Limeira. Estamos vencendo sob sua liderança. Já virou “herói” por ter feito uma bola de três contra os canadenses no fim, sendo que tinha 2/9 em aproveitamento até então, ignorando a própria Grande Aposta brasileira.
    “Em quatro jogos da Seleçãozinha na Copa América, há um claro divisor nos números do armador. Contra México e Ilhas Virgens, ele acertou 11 de 24 arremessos no geral (45,8%), oito de 15 na linha de três (53,3%). Contra EUA e Canadá, aproveitamento despencou para 7 de 27 (25,9%) e 4 de 16 (25%), respectivamente. Em média, Deryk arremessa 12,5 vezes por partida para um total de 15,0 pontos e 3,25 assistências. ”
    Seguimos formando reizinhos, mas tenho notado cada vez mais na rede uma empolgação suprema com o estado das coisas. Por não compartilhar dela, acabo enxotado para o time dos pessimistas por natureza, dos que torcem contra, dos que sabe-se-lá-o-que-se-pode-definir-pela-lógica-deles.
    Amém, professor, amém.
    Um abraço,
    Giancarlo
  • Basquete Brasil
  • 21.06.2012
  • Giancarlo, esbocei um artigo sobre o jogo do Brasil com o Uruguai pelo Sul Americano, assim como consegui ver o jogo final do Sub 18 pelo computador, apesar das interrupções, e para ser franco, deletei o que havia escrito, e sabe porque? Nada teria a acrescentar do que já venho a anos escrevendo, publicando, me indignando…
    Afinal, o que poderia escrever a mais do que você publicou exemplarmente, o que mais?
    Restou somente o silencio sobre o curso nivel III da ENTB, cuja finalidade era a de provisionar a turma que dirigirá a LDB, quando cursos nivel I é que deveriam ser prioritários (Cursos de verdade, e não reuniões comentadas). Aliás, um curso nivel III de 4 dias está de bom tamanho para formar estrategistas… Técnicos? Jamais.
    Mas, depois da pequena catarse, e olha que já são 3hs da madrugada, me deu vontade de publicar algo a respeito, mas como Scarlett O’Hara na última fala de O Vento Levou- “Amanhã, pensarei algo a respeito…”
    Um abraço, Giancarlo. Paulo.
  • Lucy Silva
  • 21.06.2012
  • Professor eu estou tão revoltado como o nosso mão santa Oscar,
    o que é tão grave que além da CBB não tentar se retratar pedir desculpas pelo mau que fez ao nosso grande Gérson, e com isso a todos nossos ex grandes jogadores que passaram pela seleção, porque poderia acontecer com qualquer um deles, qualquer um ex técnico, e até com o senhor, é que muitos mais muitos mandaram mensagens no facebook para a CBB, twitters, e-mails, reclamando disso,
    e a CBB, não digitou nem um ‘a’, fingindo de surda, ela está desprezando, menosprezando, não tá dando a mínima, fazendo pouco caso , indiferença, sabe quando você fala com uma pessoa e essa não olha para você, não te responde, olha no vazio e finge que a pessoa não existe,
    isso que a CBB está fazendo nas reclamações de todos no caso Gérson,
    vergonhosa Gestão,
    burra Gestão,
    nem o Grego era Burro assim,
    agora tem um campeonato nacional 3X3 da CBB no Rio em um ginásio e um campeonato 1×1 patrocinado por uma empresa americana que será no Aterro do Flamengo e leva o vencedor a São Paulo e de lá para Alcatraz-USA, não é que a CBB mudou do dia 01/08 para justamente dia 08/08 o campeonato adulto, justamente no dia do campeonato da empresa americana,
    e agente reclama com ela, como é que pode fazer uma coisa dessas, e a CBB tá fingindo que nós não existimos no nosso questionamento tipo caso Gérson,
    deixa ela que ela vai ver,
    fizemos uma enquete num grupo de facebook de basquete no Rio de Janeiro,
    qual campeonato você prefere ver, assistir dia 08/08, o 3X3 da CBB ou o 1×1 King of the rock basketball no aterro,
    é uma grande surra que a CBB tá levando na enquete,
    a CBB despreza o torcedor do basquete,
    despreza bem,
    porque dia 08/08 torcida lá no campeonato dela vai praticamente ser só dos familiares dos envolvidos no evento,
    infelizmente essa Gestão terá apoio quando começar as olimpíadas das Tvs, muito grande da Globo, e aí o que se passa na mídia não é a realidade que está dentro dessa instituição, a maioria do população que se mobiliza nas olimpíadas para torcer pelo Brasil não saberá o que lá dentro está ocorrendo.
  • Lucy Silva
  • 21.06.2012
  • corrigindo o campeonato é dia 08/07(julho) e não 08/08
  • Basquete Brasil
  • 22.06.2012
  • Respeito sua indignação, prezada Lucy, mas se mantenha sempre num razoável grau de frieza na observação e constatação dos fatos, a fim de poder contribuir com sugestões que possam vir a contribuir para a redenção e soerguimento do grande jogo no país. Acredito que dias melhores hão de vir, com certeza.
    Um abraço, Paulo Murilo.

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