QUASE LÁ (FROM DUBLIN)…


Um pouco mais de 2:5 seg para zerar o cronômetro, lateral para Franca que perdia por um ponto, tendo em quadra dois jogadores que adoram arremessar de três, e o que faz a equipe do São Paulo? Não esboça qualquer contestação ao David Jackson, cobrador do lateral, distribui os demais em marcação 1 x 1 por trás, sem tentar, nem de leve a defesa frontal, tirando um pouco a precisão do passe inicial, e mais, permite que o mesmo caia nas mãos do Mariano num corner player acintoso, assim como, num bloqueio diversivo contrário a bola, mantém o espaçamento dentro do garrafão. Recebendo o passe inicial e de bate pronto, o Mariano devolve a bola para o DJ, ficando de frente para a cesta, completamente livre da marca’ão próxima do Marcos, balanceado, lançando de três como sempre gostou de fazer, dezenas de vezes neste NBB, onde arremessadores de ofício, e mesmo os que não são, chutam pra valer, de todos os cantos e distâncias, sem interferência alguma. Perdeu o São Paulo um jogo ganho, quando bastaria atrasar um pouco o passe inicial, e acompanhar ombro a ombro o americano, obrigando-o a se ajeitar driblando para o arremesso, ações primárias para defensores ensinados e treinados, e que normalmente ultrapassariam os 2:5 seg de tempo de jogo…

David Jackson simula um passe em direção do bloqueio, e solta rápido para o Mariano no canto da quadra, sem receber qualquer contestação do Marcos que flutua…
Numa chicotada Mariano devolve para o DJ, que absolutamente solto pela flutuação do Marcos, que sequer tira os pés do solo, executa o seu arremesso preferido ganhando o jogo.

Claro que as ações acima descritas necessitam ser aprendidas, apreendidas pelo treinamento permanente dos fundamentos básicos, no caso os de defesa, tão negligenciados em nossa formação de base, assunto da maior importância que descrevo e discuto no artigo A encruzilhadahttp://blog.paulomurilo.com/2023/05/30/a-encruzilhada-from-dublin/, publicado recentemente neste humilde blog, onde ponho em foco a utilização generalizada da defesa por zona em nossa formação de base, e suas péssimas consequências a medio e longo prazos nas divisões superiores…

O jogo interior, decisivo, preciso nas maiores percentagens, é rigorosamente esnobado pela turma da prancheta, que prefere torcer pelas bolinhas, que nem sempre caem…

O jogo foi equilibrado? Sim, por jogarem de forma mais do que semelhante, sem variações que os pusessem em cheque, defensivo, e acima de tudo ofensivo, pois atuar no sistema único ( como é turma do comentário que clamam pelas pranchetas, já desfiaram as entranhas do SU?), desafia toda e qualquer iniciativa de criação e improvisação consciente.no coletivismo de qualquer equipe que se preze. Se a chutação desenfreada é comum aos dois adversários, a contabilidade dos erros é dividida pelos dois, igualmente, na consideração de que 40% de acertos nas bolinhas é um bom índice, numa perda enorme de esforço físico desperdiçado nos mais de 60% de bolas perdidas. E é neste ponto que se sobressaírem os preparadores físicos e fisioterapeutas, guindados a posição de construtores de atletas, que correm mais rápido, saltam mais alto e trombam com maior eficiência, tomando para si, inclusive, planejamento de treinamentos, ao qual devem se submeter os técnicos, ficando bem claro para todos os envolvidos ser o conhecimento do jogo, da bola em especial, matéria de segunda ordem na montagem de uma equipe séria do grande jogo. Logo, os erros se avolumam, de ataque e de defesa, no coletivo nem se fala, pois sem o domínio dos fundamentos  básicos nada funciona, a não ser o atleticismo descerebrado, e no desconhecimento absurdo sobre a ferramenta primordial do trabalho, a volúvel e escorregadia bola, estranho e desconhecido pormenor do grande jogo, gerando o mais trágico dos cenários, o pleno desconhecimento do que venha a ser jogo coletivo, irmanado, cúmplice, parceiro, solidário, fatores perdidos para o primoroso, testado, retestado e científico (?) preparo físico, onde saltar, correr e trombar dão as solenes cartas no desporto dito como de alto nível, num esforço monstruoso de transformar uma modalidade coletiva em individual, o que conseguirão brevemente a continuar tal obtuso e estúpido caminho…

Entretanto, observando com cuidado os números dos jogo, um fator deve ser entendido, a prioridade que a equipe francana deu ao jogo interno (23/42 contra 15/27 do SP), originando bater 21 lances livres, convertendo todos, compensando ter o SP convertido 14/30 nos três pontos contra 9/29 dos francanos, porém ter perdido 2 de seus 22 lances livres cobrados…

O dono e mentor do jogo

\

Para o quarto jogo em Franca, mantenho, por mais uma vez, o prognóstico de que vencerá aquela equipe que conteste os longos arremessos com mais presença e eficiência, massifique o jogo interior, e priorize os rebotes, a qualquer custo, pois entre equipes semelhantes sempre será este um argumento poderoso, não mais do que ter em suas fileiras americanos, e argentinos que põem a bola embaixo do braço resolvendo, e até perdendo partidas, olhando de lado as “pranchetas que falam”, isto quando olham…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las



Deixe seu comentário