COMO ESTAMOS?…

Vitória que pode alavancar a retomada do basquetebol feminino no pais.

Inicialmente peço desculpas aos poucos leitores deste humilde blog pela ausência nestas duas semanas de intensa atividade basquetebolista, inclusive com a competição Americup feminina, onde a seleção brasileira se sagrou campeã invicta, a quem parabenizo sinceramente…

Me furtei das corriqueiras análises por me encontrar sob severo tratamento de uma traiçoeira labirintite, reincidente da hospitalização de dois meses atras, quando fui obrigado a me submeter a uma dolorosa UTI (não sugiro a ninguém frequentar uma, por isso cuidem-se preventivamente…), onde fui escrutinado de cima a baixo, de dentro para fora e vice versa, numa rotina exasperante de quatro dias, para ao final nada descobrirem de perigo imediato. Claro, com 83 anos no costado, algumas mazelas acontecem, mas cujos prazos de validade podem ser contemporizados com bom senso e algumas mudanças de hábitos. Mas a danada da labirintite retornou, e já está sendo debelada convenientemente…

Isso posto, posso voltar a exercer, e o farei como sempre, algumas construtivas críticas ao momento do basquetebol feminino em nosso país, principalmente nessa Americup. Realmente vencemos a competição, porém com algumas ressalvas, a começar pelo nível das seleções participantes, e como algumas delas se comportaram, a começar pela norte americana, já classificada para as Olimpíadas e que se fizeram representar por uma seleção universitária, tecnicamente razoável, porém de uma inexperiência internacional gritante. As canadenses, vieram quase completas, com uma ou duas jogadoras de nível ausentes por conta de suas vinculações com a WNBA em plena competição. As demais seleções vieram completas, inclusive a brasileira, reforçada com duas excelentes jogadoras, altas, fortes e ágeis, que atuam nas competições da NCAA…

A seleção usou, enfim, suas competentes pivôs, porém ainda insistiu nos longos arremessos.

Que aliás venceram as americanas por duas vezes, no entanto não enfrentaram o Canadá, no que seria um ótimo teste entre equipes veteranas e experientes. Dificuldades mesmo somente contra as argentinas, com seu jogo baseado em bons fundamentos e um espírito de luta elogiável, perdendo a partida ao falharem numa última tentativa a dois metros da cesta, não fosse este seu fundamento mais claudicante…

A equipe brasileira venceu jogando perto da cesta, com suas pivôs imensamente superiores às adversárias, e em algumas ocasiões atuando com as duas melhores juntas, Kamilla e Damires, esta muito firme nos fundamentos, porém travada por um visível excesso de peso, limitando nela uma arma que possuía no início da carreira, a velocidade nos deslocamentos laterais de ataque e defesa,  cujo padrão poderá ser adequado (tenho sérias dúvidas) a WNBA, mas nunca as competições FIBA, pelo dinamismo presente dentro e fora do perímetro em suas competições mundo afora…

A força de suas pivôs levou a seleção a vitoria na competição, fator que devera ser muito bem avaliado em seus futuros compromissos.

Nossas armadoras e alas ainda pecam em demasia nos fundamentos, principalmente nos passes, dribles e arremessos, onde teimosamente insistem nos de longa distância em grande quantidade, quando seriam muito mais efetivas nos de curta e média distâncias, estatisticamente mais precisos, dando preferência aos passes interiores, de encontro às suas eficientes pivôs. Mesmo assim, nos momentos mais importantes das partidas, foram as pivôs o maior referencial da equipe, e não à toa foram as escolhidas para o quinteto da competição, junto a pivô canadense e as  armadoras americana e porto riquenha, lembrando em muito a formação 2-3 (duas amadoras e três pivôs móveis) que tanto utilizei em 50 anos de quadra com todas as equipes que dirigi. Creio que aos poucos essa forma diferenciada de jogar vai sendo assimilada por nossos estrategistas, assim espero…

Enfim, foi um belo feito para o nosso combalido basquetebol feminino, no qual, nem mesmo a grande Paula quis, ou pode se envolver como desejaria.

Amém. 

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las. 



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