RESPONDENDO O ÓBVIO…

 

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Paulo, sei que você anda meio ressabiado com o nosso basquete, mas como você agiria nessa final entre Flamengo e Bauru amanhã em Marília? Acredito que alguns técnicos jovens gostariam de ouví-lo a respeito, o que acha?

Foi um email que recebi ontem de um desses jovens técnicos que, vez ou outra, me escrevem levantando questões técnico táticas que interessam aos mesmos, na grande vontade que têm de evoluírem no grande jogo, e que na opinião deles tenho sempre algo a acrescentar…

Pessoalmente acho um pouco exagerado esse interesse pelo pouco que sei, mas como sempre costumo responder a quem me escreve, vamos lá:

Inicialmente, ao esclarecer que nada do que fazem os estrategistas atuais, como dar pinotes, corridinhas, gestuais imitando voos ou cercando aves em galinheiros ao lado da quadra, berrando, assoviando (isso mesmo, já orientam jogadores com assovios, como bichinhos amestrados…), chutes em cadeiras, arremessos de pranchetas, palavrões, muitos palavrões, cavernosos gritos, intimidadores rugidos, e mais palavrões, forçando e adentrando câmeras e microfones que veiculam para milhares de lares (ainda muitos mais milhares agora com a TV aberta) suas lastimáveis continências verbais e gestuais, dirigidas, não só a seus jogadores, como, e principalmente às arbitragens, álibis perfeitos para justificar suas falências, enganos e equívocos brutais, produtos do mais tenebroso corporativismo que implantaram no basquetebol de nossa terra, tudo somado a uma forma de ver e aplicar sistemas idênticos de jogo, invencionices de ocasião grafadas em ridículas, porém mais do que midiáticas pranchetas, verdadeiras vitrines de suas sapientes qualidades de estrategistas que pensam ser, de verdade, mas não são, e jamais o serão se continuarem por esse caminho, que os qualificam  como produtos de um marketing exógeno interessado e voltado a uma conveniente formação dos jovens e futuros líderes desse enorme, desigual e injusto país.

Pois bem, ao pensar, ser e atuar em antítese do que acima expus desde sempre, somente poderei agregar um posicionamento, o de nada, absolutamente nada, comungar com e como o fazem, de forma nenhuma, pois propugno pelo diálogo franco, pela pesquisa utilitária, transparente e discutida meticulosamente no treino, democrática, onde o “eu quero” sempre cede lugar para o preparo, o trabalho consensual, o sacrifício grupal e não de uns poucos, na busca do coletivismo, o verdadeiro, pois aceito, e não o pastiche do que julgam ser um conceito de equipe, onde o dedo em riste impera (ou pensa imperar…) absoluto (o último jogo da Liga Ouro bem demonstrou isso), mas até quando meus deuses?

E embalando esse triste roteiro, o aceite e a “compreensão” da mídia televisiva, e até a impressa, desse monstrengo comportamental repetitivo, monocórdio, cansativo, vicioso, comprometedor, sem que nada seja feito para expurgá-lo, e tudo isso sem falar nos comportamentos técnicos e táticos, nos sistemas adequados, nas estratégias corretas ao soerguimento do grande jogo entre nós…

Por tudo isso, é que se torna impraticável expor, frente ao que ai está descrito, o que e como agiria neste jogo do playoff final, a não ser, num hipotético exercício afirmar que, atuaria em permanente dupla armação, tripla e incisiva movimentação interior, com sucessivos corta luzes, trocas, passes curtos, e mais curtos ainda arremessos, no âmago da defesa adversária, em zona ou anteposição pessoal, com eventuais voltas de bola para o perímetro exterior, onde os arremessos longos poderiam ser exercidos com maior eficiência por terem tempo hábil para posturas equilibradas dos especialistas nesse especialíssimo arremesso, e mais eventuais ainda penetrações dos armadores, para finalizações em DPJ, mais difíceis de serem contestadas, para de 2 em 2 e 1 em 1, garantir contagem otimizada pela garantia de percentagens maiores resultantes de arremessos mais precisos pelas distâncias menores, com colocação reboteira automática pela presença dos três homens altos permanentemente dentro do perímetro interior, e mais, garantindo, pela formação utilizada, eficiência e velocidade defensiva na linha da bola, com permanente defesa dos pivôs à frente, sempre, obrigando o adversário às penetrações, concedendo ao mesmo possíveis conclusões de 2 pontos, ao se verem contestados nas tentativas de fora do perímetro…

Mas claro, todo esse hipotético exercício somente seria factível através uma preparação mais antítese ainda do que ocorre maciçamente na realidade do nosso basquetebol, onde o rachão ainda é deveras prestigiado, e onde a prática dos fundamentos não encontra a plena aceitação que deveria ter, como a ferramenta básica para a prática do grande jogo, da formação de base até a elite, indistintamente…

Então prezado leitor, me desculpe não emitir opiniões técnicas e táticas por sobre o que apresentam as duas equipes finalistas, a não ser pelo viés do que eu não faria, somente isso. Aliás, e a respeito do que aqui mais uma vez afirmei, recebi, como em todos os NBB’s anteriores, um formulário de votação para os melhores do NBB8, onde a pré escalação posicional já vinha estipulada em armador, dois alas e dois pivôs, além de outras escolhas, como sexto homem, melhor isso ou aquilo, mas de saída indo de encontro ao que acredito ser o correto, dois armadores, e três alas pivôs hábeis, velozes e elásticos, que defendi e emprego a mais de quarenta anos, e que aos poucos vai sendo aceito mundialmente, inclusive, por equipes da NBA. Não respondi…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

 

 

TUTELA x CRIATIVIDADE…

 

 

Começou a decisão da Liga, num playoff de cinco jogos que, desconfio, não  ultrapassem quatro,dada a superioridade carioca num único requisito perante a mesmice tática perpetrada por ambas as equipes, o fato inconteste de que se em  um determinado momento da partida uma delas ousa mudar, simples assim, mudar a forma de atacar, como foi a opção carioca, abrindo mão de inconsequentes bolinhas e investindo no jogo interior, onde a velocidade dos seus grandões (com a dupla Meyinsse e Alexandre em alta) ao superar a menor agilidade dos paulistas, sempre se dará bem, pois não encontra nestes reciprocidade por apostarem cegamente no jogo exterior, e os números atestam a opção, com17/32 de dois pontos e 9/28 nos três dos paulistas, contra 23/40 e 6/21 respectivamente de seu oponente, que venceu por seis pontos, e que poderia ter alcançado margem maior se trocasse a metade dos erros de três por tentativas de dois (as primarias continhas…), mais precisas e eficientes, e ainda tendo a seu favor os nove lances livres perdidos do Bauru…

No entanto, algo ainda preocupa bastante, o elevado número de erros de fundamentos, 23, sendo 14 da equipe vencedora, sendo que a maioria deles foram de perdas de bola nos dribles, através alas que desconhecem a ambidestralidade (que tal treiná-los?), e passes interceptados, fatores capitais dentro de um sistema de jogo que prioriza o 1 x 1, antítese do coletivismo que muitos pregam e sequer desconfiam dos porquês de não funcionar…

E por que não funciona? Porque os técnicos que ai estão insistem na tutelagem, não admitindo a criatividade espontânea de jogadores cada vez mais descerebrados por um sistema equivocado de jogo, encordoados de fora para dentro da quadra, como marionetes manipuladas por todo o tempo de uma partida, com frenéticos técnicos determinando ações praticamente dentro da quadra (acho que ambicionam serem o sexto jogador na pesquisa da Liga…). Nos tempos pedidos, pranchetas os induzem a movimentações que se convenientemente bem treinadas as dispensariam de vez, aspecto que assombraria a corporação dos estrategistas, que seriam privados de sua vitrine midiática, colocando-os ante a realidade de um jogo, o grande jogo, que em sua maioria só conhecem através da mesma, e que vai muito além de suas “concepções filosóficas”…

Agora mesmo que redijo esse artigo, assisto o massacre do Thunders sobre o Warriors, não que tal vitória neste terceiro jogo de uma serie de sete, determine a derrota definitiva da equipe californiana, mas onde um fator se destaca sobre todos aqueles que definem o jogo, a possibilidade de defesa sobre o Curry, sobre o Thompson, sobre uma equipe que a nossa mídia especializada afiança ter modificado a forma de encarar e jogar basquetebol, como uma nova era, etc, etc e tal…

O grande jogo ainda se manterá como uma experiência de criatividade bem acima de outras modalidades, onde jogadores se bem iniciados, treinados e irmanados em torno de um bem comum, produzem arte, a arte de bem jogar, estimulados e orientados nos treinos, e auxiliados pontualmente nos jogos, por técnicos experientes e preparados na arte da liderança, ajudando e incentivando-os quando necessário nas partidas, e não tentando manipulá-los por todo o tempo, numa pantomima que atinge seu ápice através os rabiscos ininteligíveis de suas empregadoras pranchetas.

Mas acredito que sairemos, não sei bem quando, mas sairemos, dessas amarras, deste limbo intolerável…

Amém.

Em tempo – Recebi ontem esse comentário no artigo A Escola Carioca de Basquete depois de 54 anos que tive o Eddy como jogador na mesma. Uma formidável lembrança.

  1. Eddy HallockYesterday· 

    Joguei no primeiro time formado pelo Prof Paulo Murilo. Jogamos como Escola Carioca de Basket e depois no Vila Isabel. Foi um tempo maravilhoso. O meu amor pelo basket dura ate hoje, aqui nos EUA depois de 52 anos – tinha 17 na epoca e agora com 69. Se o nosso querido tecnico ler essas palavras, me escreva. Grande abraco. Eddy Hallock

  2.  O Eddy é o segundo em pé da esquerda para a direita.

 

MUDOU O JOGO, OU…

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(…) o basquete não pode ser dividido, fatiado. Você avalia se um atleta é bom pelo que ele produz dos dois lados da quadra, tira a média e pronto.(…), trecho de uma postagem do Fabio Balassiano justificando a desigualdade ofensiva e defensiva do Huertas agora no Lakers.

Desculpe o jornalista, mas o “não pode ser dividido, fatiado” é premissa severamente discutível, pois o basquete tem de ser dividido, é dividido em ações defensivas, fatiadas em individuais e coletivas, da mesma forma que as ofensivas, inclusive para ser ensinado, basicamente fundamentadas na premissa primordial, de que se trata de um jogo coletivo de ataques e defesas, no qual indivíduos bem preparados, treinados, se defrontam física, mental e psiquícamente em busca de um resultado que, ai sim, refletirá suas prestações nos dois lados da quadra, que quanto  mais equânimes técnica e taticamente forem, mais se aproximarão de um desfecho favorável, e onde tiradas de médias produtivas individuais falsearão o resultado almejado, quando um ou dois elementos bons “lá na frente” e medíocres, falhos “atrás”, jamais serão compensados pelos seus companheiros, por melhores que sejam. Técnicos de alta qualidade (mesmo…) sabem muito bem tirar partido dessas desencontradas médias, como estamos fartos de testemunhar quando os enfrentamos na alta, verdadeiramente alta competição, ponto…

Um outro comentário do Marcel em seu blog, descortina um pouco do que vem ocorrendo com a influência Curry na NBA, e no mundo, por que não, valendo muito seu testemunho de grande arremessador que foi:

(…)Esse negócio do Curry chutar com 43% de mais de 8 metros de distância é o que os norte-americanos chamam de “curve ball”, ou seja, alguma coisa que ninguém estava esperando.

Stephen, que já estava fazendo das suas na temporada passada, nesta realmente pegou todo mundo com as calças nas mãos.

Muita gente me pergunta se ele trouxe de volta o basquete “de um passe e um arremesso” que minha geração perpetrou com vantagens inusitadas.

Um certo revanchismo pairou no ar, mas não é nada disso. Curry criou um novo jogo.

O basquete tinha virado um esporte de isolamento, com jogadores altamente especializados.

Uns controlavam o jogo e mantinham a posse de bola até o último instante.

Outros, especializados no P&R, passavam o tempo todo a procurar alguém para fazer um corta-luz.

Reboteiros nascidos assim, pouco se importavam com outra coisa senão irem atrás da bola assim que ela fosse arremessada.

Tudo isso regado a jogadas e sistemas que mais que valorizarem, justificavam essas especialidades. Ao passar a linha de meio campo e se tornar uma ameaça real à defesa, Curry abre o campo e facilita o sistema de jogo de sua equipe, além deixar a defesa adversária sem opção “estudada” previamente.

Sim, afirmo e pergunto: Como defender um jogador assim? A NBA se especializou em buscar jogadores com físico privilegiado e especializá-los em alguma das categorias já citadas acima.

Curry não é nada disso.

Quem vence manda.(…)

Bem, cabe aqui algumas reflexões, a começar pelo fato inconteste de que retrata em detalhes o sistema único que tanto reprovo, repetitiva e incansavelmente reprovo, mas ressalvo que os fatos apontados na armação prolongada, a busca incessante dos picks, a ação lixeira dos reboteiros na busca das sobras dos arremessadores, ah, os arremessadores, os longos arremessos, que ele próprio confessa ter pertencido a uma geração que os “perpetrou com vantagens inusitadas”, são frutos de uma formação de base, após esse período que vivenciou,  pecando exatamente pela especialização, onde, por exemplo, um(a) adolescente de elevada estatura era restrito(a) aos rebotes e sobras, situação que enriqueceu muito currículo daqueles que mais tarde vieram a dirigir a elite, que sempre foi seu objetivo, salarial inclusive, do que formação de base, trabalhosa e que exigia, exige e sempre exigirá muito estudo, pesquisa, árduo trabalho e, acima de tudo, talento e competência…

O Curry, parece que vem reabilitar o “passe e um arremesso”, no que discordo, pois domina uma arte precisa e sofisticada, que inclusive comentei aqui recentemente, arte essa restrita a uns poucos, muito poucos, e que foi exercida com brilhantismo pelo comentarista, hoje também na TV, mas que infelizmente está adotando o comportamento festeiro da turma midiática, que nada acrescentará de realmente importante e decisivo ao grande jogo nesse terrível estágio em que se encontra, a continuar nesse caminho…

E foi indisfarçável o constrangimento nos comentários da turma do Sportv durante a derrota do Warriors para o Lakers, onde o Curry foi correta e severamente marcado, com um defensor fungando em seu cangote por todo o tempo, demonstrando que “toda evolução ofensiva gera sempre outra defensiva”, fator primordial ao progresso do grande jogo, em todo o lugar em que for praticado com dedicação e comprometimento mesmo entre equipes em pontas opostas na tabela…

Um outro exemplo defensivo contra a artilharia exterior foi a derrota inconteste do gatão(30 anos?…) LeBron para a “esfacelada equipe dos Grizzlies,  “onde defender dentro e fora do perímetro se fez presente por toda a partida, provando que contestação enérgica limita em muito a sede pelos longos arremessos, remetendo para dentro do perímetro a decisão de uma partida equilibrada, exemplo que é muito pouco levado a sério em nosso país, onde a cada dia que passa mais especialistas “lá de fora” aparecem, sob o amparo dos estrategistas em permanente plantão, senão vejamos:

Como analisar por qualquer parâmetro que se escolha um jogo tido como “brilhante, empolgante, altamente técnico”, como o disputado entre Mogi e Brasilia quando foram disparados 68 (68!!!) arremessos de 3 (8/38 para Mogi e 10/30 para Brasilia), contra 23/39 de 3, e 16/32 de 2 respectivamente, e 31 erros de fundamentos (11/20), numa inconcebível autofagia de bolinhas irresponsáveis, mas que foi decidido por um jogador atuando “dentro” do perímetro no quarto final, como respondendo positivamente à insânia que se instalou nos três quartos anteriores, inclusive por ele mesmo com seus 1 / 6 arremessos de três, e que bem espelha a formação de base que a maioria dos jogadores tiveram, equivocada e profundamente falha, onde a convergência toma ares de uma catástrofe que poderá nos criar grandes problemas na olimpíada caseira, Shamell venceu o jogo num momento de clarividência, atuando em oposição ao que ele e sua equipe vinham fazendo, assim como seu adversário, numa “chutação” desenfreada que surpreendia até o comentarista da TV, o emblemático Marcel…

Enfim, foi uma semana repleta de “causos”, nem sempre agradáveis, mas que elucidam, aos poucos, a real situação em que nos encontramos, uma profunda fenda nos separando de uma história rica em conquistas, a uma realidade ambígua e descerebrada, fruto de um corporativismo , que a ser continuado, sem dúvida alguma, nos levará para bem mais fundo de um poço que parece não ter fim, não só pelo nefasto e perene aspecto administrativo, mas muito, muitíssimo mais pelo aspecto técnico, responsável direto por tudo que aí está graniticamente implantado…

Temos saída? Somente se implantarmos didaticamente uma profunda reforma no ensino do grande jogo na formação de base, orientado e gerido por quem realmente domina as sutis nuances do mesmo, por quem domina a arte do ensinar a ensinar, criativa e democraticamente falando, para num médio longo prazo alcançarmos um patamar de excelência que nos permita voltar ao que eramos, ao que sempre fomos, e não esse pastiche que nos afoga e denigre…

O Curry não mudou o jogo, assim como Jordan e LeBron não o fizeram, honra esta somente estabelecida por Hank Luizetti da Stanford University, que em 1936 mudou o jogo por completo ao incluir o Jump Shot em sua história. Jordan e LeBron, e agora Curry somente expuseram maravilhosas técnicas e habilidades, mas que jamais alteraram as básicas regras iniciadas e implantadas por Naismith em Sprigfield no inverno de 1891. Luizetti foi a única exceção.

Amém.

Fotos – Reprodução da TV, e do Wilkpedia. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A MESMICE VENCEDORA (?)…

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Enfim o hermano falou, e muito, sobre a equipe olímpica de sua inteira responsabilidade a mais de cinco anos, revelando pormenores esclarecedores sobre sua influência no basquete tupiniquim bastante sérios, e até mesmo, contundentes, como – (…) Hoje,a liga nacional do Brasil está fazendo um bom trabalho, mas não dá para pensar que pode tirar um atleta olímpico agora. Pode tirar, daqui, futuros atletas olímpicos que acabarão sua formação fora dessa competição. (…) Ou seja, ele não vê a liga e seus clubes filiados com qualidade tática e técnica para suprir as seleções com jogadores com a qualidade exigida para as grandes competições, o que soa comprometedor, pois nos muitos anos de sua influência profissional, pouco ou nada fez para mudar esse panorama para lá de sombrio, preferindo apostar na turma de fora, que para sua desdita, patina na suplência de suas equipes, fora as contusões de praxe, e como agora, a cirurgia no Spliter. Pouco pode acrescentar no panorama europeu, a não ser as exceções do Benite e do Augusto Lima, tendo de enfrentar a realidade nacional, a mesma que compete numa liga incapaz (para ele…) de formar um atleta para a olimpíada caseira…

Porém, a mais importante e comprometedora ainda apreciação se deu ao responder a pergunta sobre o estilo Warriors de jogar – (…) Eles têm seu estilo. Seguramente, como acontece sempre,chegarão treinadores tratando de imitar, mas, para isso, têm de ter o mais importante: Curry, Thompson, Green, todos, Acho que nem todo mundo tem isso.(…) E o mais importante (…) O basquete FIBA vai continuar do jeito que se vê jogar. (…) Ou seja, para ele o sistema único deverá se manter por muito tempo ainda, afinal, é o que usa em nossa seleção, seu emprego regiamente pago, e sem perspectivas de vê-lo inovar para algo diferente, atrevido, instigante, permanecendo nos chifres, punhos, e congêneres praticados por todos os nossos adversários, com a vantagem de dominarem os fundamentos muito melhor do que nós, logo…

Porém, o que soa pior é uma sua colocação quanto aos novos valores que se bandearam precocemente lá para fora (por conta de vivíssimos agentes…), e por que não, aqueles que ainda se encontram por aqui  – (…) Eu prefiro que jogue numa equipe muito importante do basquete Fiba. Gosto muito mais da formação. Mas tem que ser um clube com pretensões, que jogue um nível de basquete em que o jogador possa desenvolver tudo o que tem.(…) Em outras palavras, não vê em nosso país nenhum clube que ofereça tais condições, aquelas que julga imprescindíveis à plena formação dos mais jovens. Então, por que não liderou, de sua posição de medalhista olímpico, um movimento de apuro técnico entre os formadores nacionais, claro, formulando didáticas mais compatíveis a um basquete diferenciado do que aí está implantado, onde inclusive, seus assistentes mais diretos o praticam da forma padronizada e formatada possível em suas equipes, a fim de que mudanças pudessem acontecer a médio prazo, evitando seu queixume de agora, ainda mais quando em tempo algum (e lá se vão mais de cinquenta anos) vi técnicos de seleções brasileiras adultas liderarem mudanças táticas e preparação de jovens entre os técnicos do país, através o incentivo a associações de técnicos, ou cursos de aperfeiçoamento, à imagem do que americanos e europeus o fazem a décadas. Como técnico estrangeiro e dedicado exclusivamente à seleção, por mais de cinco anos, acredito que muito poderia ter feito neste sentido, a não ser que possa ter sido obstado a fazê-lo…

Conclui afirmando – (…) Eu achava que, depois de voltar a estar nos Jogos Olímpicos, nosso basquete ia dar um pulo muito importante. Isso não aconteceu. Mas eu, pessoalmente, trato de fazer o melhor. Parece que o basquete se acaba em 2016. Só que o Brasil vai continuar jogando basquete. Por isso, tento jogar com muita gente nova (…) E enfático – (…) Sem a matéria-prima é muito difícil, mas vamos continuar lutando. Não tem jeito. (…) Acredito que não tenha feito o melhor, pois jamais abriu mão de algo que fugisse de sua formação técnico tática (onde a rigorosa formação de base argentina o embasou decisivamente), excluído o fato de aceitar o reinado das bolinhas, antítese de seu ansiado coletivismo, e que se tivesse sido substituído por um sistema solidário que incentivasse o jogo interior, mais preciso  e menos exaustivo que a correria externa em busca de posições, certamente o salto que almejou teria sido dado, mesmo com jogadores menos nominados, porém saudáveis e afeitos ao sistema Fiba, em vez dos remendados e pouco participativos jogadores em suas próprias equipes na liga maior, no que teria sido a sua maior contribuição ao nosso tão judiado basquetebol, legando com seu exemplo na seleção o fator novo a ser, não copiado, mas desenvolvido pelos demais técnicos, que, possivelmente, abdicariam de um sistema inócuo, e aprofundado-os no estudo e estabelecimento de novas formas de desenvolver a formação de base, e até, quem sabe, aposentando o horrendo biombo que os separam de seus jogadores, a pequena e midiática prancheta-vitrine em que exibem seus vastos conhecimentos táticos, suas estratégias de absolutamente nada…

Dentro de muito pouco tempo, nosso hermano se deparará com uma realidade tupiniquim, não uma portenha, onde tudo está a espera de ser feito e realizado, onde seu prestígio e competência em muito poderia ter sido potencializado em prol de algo revolucionário, mas que não o foi, e nem será, infelizmente, a não ser que se opere um milagre, que absolutamente não merecemos, pela omissão de muitos, de muitos que poderiam ter ajudado nas mudanças, na evolução, na contra mão de um asfixiante e mortal corporativismo que nega o novo, que nega o instigante, e onde se inseriu, lastimavelmente nosso medalhado hermano.

Gostaria de ter esperanças para algo melhor, mas assistindo dias atrás uma partida do NBB que reunia duas equipes nas pontas de classificação, Ceará e Caxias, horrorizado testemunhei os seguintes números: 12/27 nos dois pontos e 10/32 nos três para o Ceará, e 13/28 e 8/29 respectivamente para o Caxias, perpetrando  ambas 30 erros nos fundamentos (19/11), numa claríssima alusão à realidade técnico tática em que nos encontramos a poucos meses de uma olimpíada caseira. Sinceramente, temo pelo pior.

Amém.

Foto – Reprodução de O Globo. Clique na mesma para ampliã-la.

 

VERGONHA NA CARA…

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Tenho visto jogos, alguns jogos pelo NBB, mais por teimosia, e uma vaga esperança de que algo de novo exploda de uma vez por todas essa mixórdia implantada pelo sistema único, com seus chifres, polegares, punhos, ombros, camisas, tudo misturado e unificado por jogadores destituídos de criatividade, algemados que estão pelas exigências táticas de pranchetas midiáticas, empunhadas por técnicos veteranos e novatos, como lanças medievais que os caracterizam, a ponto de vermos armadores superarem seus marcadores na armação inicial de jogadas, e absurdamente retornarem para viabilizarem os sonhos quiméricos dos estrategistas que os comandam (?), quando estabeleciam superioridade numérica de 5 contra 4, uma das bases fundamentais do grande jogo, claro, aquele bem pensado e jogado, e não esse que aí está, preso a uma mesmice endêmica de se lamentar desde sempre…

Como no jogo de ontem entre Flamengo e Bauru, classificado de exemplar pelo técnico vencedor, mas que contou com com uma enchente de 20/49 nos arremessos de três e nada menos que 25 erros de fundamentos, entre outros senões, como a mais completa inabilidade ofensiva da equipe paulista, que lastima ter sido forçada ao jogo 5 x 5 (como denominam os ataques coletivos de meia quadra), quando seu forte é o contra ataque e o jogo 1 x 1, omitindo entretanto sua maior falha, a ausência defensiva nos perímetros, o que liquidou suas pretensões…

E capitaneado pela sempre mencionada mesmice endêmica, vai nosso basquete se afundando cada vez mais, tática e tecnicamente (principalmente nos fundamentos individuais e coletivos), no momento em que deveria estar convincentemente lastreado e preparado, a fim de enfrentar as agruras de uma olimpíada caseira que se avizinha celeremente…

Foi então que relendo alguns artigos aqui publicados, sugiro um em especial, pois bem poderia ter sido escrito hoje, sem perder um parágrafo, uma simples vírgula, na confirmação do que passamos, continuamos a passar, e passaremos até um dia que reconheçamos que o que nos falta é vergonha na cara, até quando?…

Amém.

Foto – Divulgação LNB

 

QUEM?…

Canada vs Brazil at the FIBA Americas Women 2015E ai Paulo, como está essa saúde septuagenária, em forma? E o imbróglio no feminino, como você que lidou com o mesmo no alto nível, como vê nossas chances em 2016, como?…

É cara, não está nada fácil, principalmente com o embate de egos voltados às glórias olímpicas, com suas vultosas benesses em grana e prestígio, não importando os resultados, que prevejo catastróficos se continuarem nesse caminho sem volta. Quanto aos 76 anos, de encontro aos gloriosos 80…

O novo técnico, que sempre foi ligado ao feminino, sem dúvida alguma se pautará pelo que sempre propugnou e fez acontecer, com muita correria e arremessos mais velozes ainda, e, claro, dando a defesa o que sempre aplicou, velocidade horizontal e zonas pontuais, já, que segundo opinião dos que “entendem”do grande jogo no país, resta pouco tempo para a preparação, que deve priorizar jogos com equipes mais graduadas, a fim de que “ganhem” experiência internacional para o grande embate…

E é aí, caro amigo, que a porquinha torce singelamente seu rabo, pois se trata de um engano, de um equívoco monumental, já que nesse tipo de “preparo” nada mudará na forma delas todas atuarem, nada mudará na forma delas arremessarem, nada mudará na forma de como se comportarão tática e tecnicamente, nada aprenderão e apreenderão como se defender individual e coletivamente, como executar um bloqueio convincente e suficiente contra defesas de verdade, e não o que praticam nos rachões de praxe, e nos jogos preparatórios, internacionais de preferência, pois nada atrai mais nossos estrategistas fixos ou de plantão, do que apor carimbos variados em seus passaportes, nada, absolutamente nada…

Tudo bem Paulo, você está sendo enfático demais, então, o que deveria ser feito nesses seis meses decisivos antes da grande competição aqui em casa, o que?…

O que? Mudar tudo, absolutamente tudo, do preparo, aos sistemas, aposentando essa turma de preparadores físicos metidos a pesquisadores, que as fazem correr mais do que a bola, mais do que o raciocínio técnico, mais do que as dimensões da quadra, que se fosse nas medidas do Handebol, ainda assim sobrariam em velocidade e falta de tirocínio tático. Também aposentaria psicólogos que através os últimos anos pouco ou nada somaram para a real evolução das jogadoras, assim como pontes de ligação entre as mesmas e a direção, técnica, inclusive. Falta comando, falta decisão, falta criatividade, e acima de tudo, coragem em caminhar num outro sentido, por caminhos que desse a elas sistemas proprietários, somente praticado por elas, e não a mesmice institucionalizada, formatada e padronizada por todos aqueles que por colecionarem alguma jogadas, acham que dominam o grande jogo, mas que na realidade, face ao tatibitate em que vivem e agem, nada acrescentam de novo ao nosso indigitado basquetebol, o feminino em particular…

Exatamente por faltarem seis messes, é que se impõe uma radical mudança, pois em caso contrário, atuando em conformidade com seus adversários de qualidade sistemática, sucumbirão, como tem acontecido nas últimas competições mais graduadas. Todas são jogadoras tarimbadas na mesmice universal, dos chifres, punhos e não sei mais quantas denominações ridículas e amorfas, frente ao represado caudal de energia e boa vontade em progredir por outros caminhos, e não nessa mixórdia em que sempre foram exigidas sem a fundamentação mínima adequada, daí sua fragilidade nem um pouco pontual…

Nesses seis meses têm de mudar comportamentos individuais, seria e energicamente, nivelando a todas num mínimo de domínio técnico que for possível, para aí sim, enveredarem nos fundamentos coletivos, nos princípios clássicos de defesa, na capacitação ampliada de leitura de jogo, alcançada e dominada pelo embate diário tendo os fundamentos como instrumental a ser conquistado. Arremessos? Meus deuses, arremessos são ações técnico mecânicas que necessitam de auto conhecimento, não só “pratica voluntária”, e sim pleno conhecimento do que fazem, e como fazem os mesmos acontecerem, numa conquista paulatina e eficiente sob seu total controle…

Jogos internacionais? Poucos, o suficiente para se testarem no que aprenderam, no que apreenderam de pratico, de eficiente, enfim,, para se sentirem donas de algo seu, e não copia canhestra e dolorosa do que fazem seus adversários, lastreados em fundamentos sólidos e conscientes…

Puxa Paulo, é muita coisa para pouco tempo, não acha? Para quem pouco sabe concordo, mas para um técnico, um professor de qualidade, absolutamente não, só que para este, frente a um intransponível barreira corporativista, jamais permitiriam um passo dessa dimensão, que é um passo para muito poucos, com a coragem e o conhecimento necessário para fazê-lo acontecer, daí, nos preparemos para o que resultará do planejamento CBB para o feminino (será que para o masculino também?…) na Arena da cidade olímpica…

Agora, me diga se você conhece alguém aqui no país com cultura esportiva para trombar com essa realidade?  Sim, conheço um…

Amém.

Foto – Divulgação FIBA.

 

DE FAMIGLIAS E CAMALEÕES…

P1120456-001P1120546-002P1110654-001Tirei (ou fui tirado…) um tempinho para tentar concluir as obras aqui de casa, inclusive já planejando o redimensionamento da sala de dança da minha filha (70m2, com um pé direito de 4m), para incrementar as aulas práticas nas futuras oficinas de basquete, que pretendo restabelecer à partir de março vindouro…

Mesmo assim, não me desvinculei totalmente do grande jogo, assistindo alguns pela TV e Internet, e me informando diariamente através os blogs e a mídia especializada, dos quais retirei alguns tópicos que discuto a seguir:

– Tudo comentei a respeito da LDB, concluindo ser a mesma totalmente falha na sua proposta de promover uma jovem geração de jogadores em um torneio patrocinado integralmente com verba do ME, quando a mesma poderia ser orientada aos fundamentos do jogo, e a novas propostas técnico táticas, que visassem promover uma substancial e estratégica mexida na mesmice institucionalizada no basquete tupiniquim, formatado e padronizado no sistema único e na inestancada hemorragia das bolas de três, além do caudal de erros nos fundamentos, que atingiram neste e nos demais torneios que o antecederam, marcas vergonhosas e constrangedoras para um basquete que tenta se soerguer da vala em que teimosamente ainda se encontra, Mas num artigo do Fábio Balassiano no Bala na Cesta de dois dias atrás, o competente jornalista reitera absolutamente tudo que venho publicando a respeito da LDB, num artigo conciso e bem escrito, como numa síntese do que venho discutindo desde a primeira versão do torneio, que rapidamente vem se transformando num campeonato entre equipes de jogadores que já pertencem à LNB, retirando espaço daqueles que realmente necessitam jogar para evoluír, e não correrem atrás de títulos enriquecedores de currículos de técnicos, clubes e dirigentes, claro, com verba pública facilitadora de tudo (exceto a aridez de público nos ginásios)…

– Também tenho acompanhado alguns jogos do NBB, inclusive testemunhando a grande “evolução” do camaleônico técnico do Paulistano (definição dada pelo Fábio…), a qual defino tão somente com uma observação que venho fazendo a tempos, em três detalhes, utilização de armação dupla competente, jogo interno de alas pivôs, liderado por um repaginado Caio, afinado física e tecnicamente, e pedidos de tempo olho no olho, intimista, incisivo e confiante, relegando a inefável prancheta a uma pontual participação, e que quando definitivamente abandonada, poderá afirmar de si para consigo mesmo, agora sou um verdadeiro coach. Até lá…

– Ainda deu tempo para acompanhar a refrega CBB/LFB, quando a mentora em hipótese alguma deixaria de mão a preciosa arma política que representa uma seleção nacional, mesmo correndo o perigo de uma efetiva (se fosse corajosamente tomada) reação por parte da LFB, lutando pelos direitos técnicos da mesma, mesmo sabendo que o aspecto formativo, de responsabilidade da CBB, pouco ou nada seria incrementado, como vem ocorrendo nos últimos quinze anos, e que de uma forma definitiva, é o epicentro de toda a decadência da modalidade no país. Formação de base é como instalação de fundamentais redes de água e esgoto nas cidades, que por correrem embaixo do solo, não atrai o interesse politico, sempre voltado ao megalópico, ao midiático. Escolher um técnico ligado a casa, faz parte do processo mantenedor do corporativismo, tão bem estabelecido pela LNB em suas equipes, o que de certa forma mantém o equilíbrio entre as famiglias que lideram o grande jogo no país, onde cada uma domina e comanda seus feudos, suas capitanias hereditárias, onde o novo se torna perigoso, detestável, e que precisa ser afastado coercivamente, sem maiores explicações, dando graças ao velho jargão, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e Internet. Clique nas mesmas para ampliá-las.

SINUNDER…

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– Um jogador americano atuando aqui na terra tupiniquim, postou em seu facebook o texto abaixo, claro, logo desmentido pelo técnico que supostamente o agrediu, o que não duvido nada, pois seu histórico no trato com jogadores o torna bem capaz de ações deste tipo, numa lamentável rotina de maus tratos e desrespeito aos mesmos. Mas é um técnico da LNB, logo, imputável…

 

Taaj Ridley em Ginasio Sorocaba Lsb.

21 de novembro às 11:00 · Sorocaba · Editado ·

Good Morning,

To the many individuals who have been asking me what is the reason for my departure from LSB; there are many reasons but I will sum it up to keep things short. It started 3 months ago during the Mogi game in Sorocaba when the coach hit me in the face with a computer speaker because I told him I did not understand what he was saying in Portuguese. After this incident I did not react, I calmly removed my uniform and walked to my house. My time here playing for LSB has been up and down due to the coach but my teammates have always helped me remain positive and helped me keep my head high. Another incident occurred when the coach was upset that I wore a bandana to practice, which I wear on a daily basis, and threatened to shoot me and have a person invade my home at night while I was sleep. The final incident occurred yesterday during the game versus Macae; the coach was upset about me slapping his hand hard after team announcements so he proceeded to slap me in my chest, which I took like a man, then when he noticed it did not phase me, he slapped me in my face in front of my team and fans of LSB. All of this on top of not being paid for the past 2 months. I have been disrespected many and many times by this man but I have always kept a good spirit and remained positive. I have always remained a great teammate. It brings me to tears every time I think of my 3 year old brother watching the game yesterday, waving at the computer screen, and me not playing one minute when I know I worked hard and deserved to play.

Once again I would like to thank the city of Sorocaba and the fans of LSB, you are all tremendous people. I would like to thank my teammates, my brothers, you guys deserve the best and I wish you the best throughout the rest of the season.

When you come to another country to give your heart and effort for a game you love, you should not be harmed physically by an individual who is suppose to protect you.

Thank you friends and family. I love you all

 

– Crise na CBB (mais uma?), com matérias midiáticas sobre os gastos do seu presidente e esposa pela Europa, mas nada, absolutamente nada do que me cansei de publicar quando de sua eleição avalizada pelos responsáveis por tudo o que vem a baila agora, aqueles presidentes de federações que o elegeram, todos, absolutamente todos que, ávidos também pelas boquinhas inerentes a seus “cargos de sacrifício”. num moto contínuo, que continuará a sê-lo até o momento que tenhamos vergonha na cara para exigirmos as mudanças legais para evitar tanto descalabro e roubalheira, onde a incompetência técnica soa menor perante os acintes políticos econômicos que vigoram desde sempre,,,

 

– NBA se associa (?) ao portal do Sportv para divulgar sua marca com mais sofreguidão do que vinha se comportando até agora. Claro que a turma da casa se sente no Éden com a subida de padrão, pois aqueles jogos madorrentos e medíocres do NBB (só transmitiram unzinho até agora…), sendo substituídos pelos da matriz, sem dúvida nenhuma, para essa turma, se torna algo sedutor, afinal de contas, lidar com milhões é outra coisa. Pena que não transmitam em inglês, para ser completo o serviço…

Não seria a hora da LNB dar um chute na bunda dessa empresa a serviço de um jogo que nada tem a ver conosco, e que nem as regras da FIBA aceitam? Por que não tentar um canal aberto, por menor que seja, a fim de tentar um soerguimento sólido e nacional do grande jogo entre nós, por que não Ou os dólares falam mais alto?…

 

– Finalmente a refrega da LFB contra a CBB, o que custou tempo em demasia para ser deflagrada, reivindicando o controle técnico das seleções nacionais, o que concordo plenamente, com uma ressalva, a de que invistam em preparo fundamental das jogadoras, todas elas, da base às seleções, sendo entregues a técnicos e professores que realmente conheçam e dominem o grande jogo, e não “estrategistas” de ocasião com suas pranchetas de araque e a arrogância que os caracterizam desde sempre. Para 2016, uma seleção fortemente embasada nos fundamentos do jogo, em tudo, e por tudo, superariam “estratégias fajutas” de quem somente pensa e age em função de currículo, aquele que aufere vultosos contratos, principalmente na CBB…

 

– Paulo, e a LDB, nada?  Nada, já que servindo de escada para jogadores que já pertencem as equipes do NBB, que claro, auferem um longo campeonato financiado totalmente por dinheiro público, que deveria ser revertido no preparo daqueles jogadores que labutam para subir de patamar, mais que patinam à sombra das “estrelas”, além de se submeterem, agora em escalada semi final à carreira, às mesmices de sempre, onde chifres, punhos, picks e as demais jogadas do sistema único, os lançam no lugar comum formatado e padronizado que os caracterizam, ontem, hoje, e num infindável amanhã. Tenho muita pena de todos eles, que atingem a média de 25 erros de fundamentos a cada partida de suas equipes que disputam o torneio. Mas tudo bem, a grana governamental patrocina o de sempre, infelizmente…

– Mas o título do artigo Paulo, Sinunder? É que a mesmice técnico tática é tão presente e exasperante, que até nos tempos pedidos (e me torço de rir com eles…), os estrategistas empurram tanta sapiência e gráficos ininteligíveis sempre com uma, ou várias ressalvas entre uma e outra “tática”, na figura do sinunder, faz a outra, e sinunder voltem a anterior, e sinunder, sinund, sinu, sin…benza meus deuses…

Amém.

 

76…

P1030972-003Ontem foi meu aniversário, que incrivelmente ainda comemoro, claro, com muito menos empenho social, porém o suficiente para um singelo e recôndito almoço com minha filha, sem a presença física de seus dois irmãos, ambos no exterior, mas bem próximos através a tecnologia do skype, para minha, também singela, felicidade…

Lá se vão setenta e seis anos, seis, compulsoriamente afastado da quadra, mas sempre presente fora dela, me mantendo atualizado, até um pouco demais, no dia a dia desse humilde blog, que me obriga prazeirosamente ao estudo, na busca incessante dos sistemas ideais, mesmo que impossibilitado de os verem na prática…

Porém os tenho visto, aos poucos, homeopaticamente, em algumas equipes da elite (?), na dupla armação, na substituição dos cincões por jogadores mais ágeis, rápidos, flexíveis, atuando dentro e fora do perímetro, melhorando seus fundamentos, com melhor leitura de jogo, mesmo que ainda bastante travados taticamente por técnicos travestidos de estrategistas, encordoando a todos a manoplas como marionetes descerebrados…

E por conta desse comportamento, temos assistido algumas pérolas de como não dirigir e liderar equipes, numa avidez de demonstrar sapiências de que não são absolutamente possuidores, pois imberbes, apesar de arrogantes, nas minúcias e entranhas do grande jogo, alguns recentemente promovidos e já deitando cátedra, de uma forma que aqueles conhecedores de verdade jamais o fizeram, jamais…

Nas duas últimas semanas assisti alguns jogos do NBB, da LSB e um da NBA, que me fez dormir, tendo desligado a TV na manhã seguinte ao acordar. Estranhamente nenhum deles teve méritos de me remeter ao teclado para alguns, mesmo poucos comentários, a não ser um do São José, que perdeu para o Caxias embaixo de uma enxurrada de piruadas de jogadores lesionados, dentro e fora do banco, dirigido por um assistente de um dos técnicos estreantes, ausente no jogo. Desde a muito descrevo esse tipo de jogador que agindo dessa forma, se prepara para daqui a um pouco empunhar uma prancheta, afinal, sua enorme experiência jogando, parece o qualificar para a direção, tática de preferência, quando alguns outros valores de menor monta, ou mesmo insignificantes, como conhecimento amplo teórico da modalidade, seus fundamentos estudados ao máximo, sua estrutura organizacional, grupal, mental e comportamental, fosse de somenos importância perante sua transcendental vivência como jogador, mais ainda se galardoado e apoiado pela mídia especializada, que o qualifica como mito, ícone, logo, pronto para dar seguimento a seus conhecimentos, pronto para o comando…

Num ledo e constrangedor erro conceitual, estrutural, profissional dos grandes, porém dissimulado pela mesmice imperativa que os cercam e protegem, cerceando o desenvolvimento do grande jogo, ávido e carente de criatividade, ousadia e, acima de tudo, conhecimento básico e necessário para inovar, para romper a mediocridade institucional que ai está, correndo célere para o desastre iminente, que está logo ali em uma das esquinas de 2016…

Mas como, mesmo na presença iminente de grandes desastres, algo tênue e fugaz às vezes aparece, se consultarmos as estatísticas do NBB 8, vemos um decréscimo bastante evidente na “chutação de três”, com jogos cada vez mais decididos “lá dentro”, de 2 em 2, de 1 em 1, como deve ser ante a precisão maior na curta e media distâncias, otimizando as extenuantes e difíceis movimentações de ataque, reservando às bolinhas de três seu verdadeiro significado, como um arremesso recursal, executado por especialista, nas condições de passes de dentro para fora do perímetro, e não se constituindo o sistema básico de uma equipe, seja de que nível for, da base a elite…

Pretendo daqui para diante me fixar em análises de alguma partida que revele algo mais do que a mesmice institucionalizada que nos oprime e envergonha, assim como me planejo para retornar em grande aos artigos técnicos, dos fundamentos individuais e coletivos, até os sistemas ofensivos e defensivos, que afinal de contas sempre foi a função maior e estratégica deste humilde blog, um dos responsáveis (talvez o maior…) pelo meu afastamento das quadras, ao me negar a abjurá-lo em função das enormes resistências ao mesmo, por sua independência e democrática luta, e me indispondo indignadamente a participar do corporativismo vigente, originando covardes contra partidas,  que insulta e humilha o grande, grandíssimo jogo entre nós, tão premente a novas ideias, mesmo partindo de veteranos técnicos e professores, aos quais muito me honra pertencer em suas companhias desde sempre.

Amém.

Foto – Eu e minha filha Andrea.

 

SEIS POR MEIA DÚZIA…

 

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Que tal as inovações Paulo, te agradaram, são realmente promissoras?

Você só pode estar de brincadeira, ou não? Quando o técnico estreante declara que sua equipe foi excepcional com somente 10 dias de treinos para adquirir sua “filosofia” de jogo, e a mesma apresenta ao final uma convergência assustadora, arremessando 10/31 de três pontos e 16/28 de dois, em tudo e por tudo dando continuidade a “filosofia” de seu antecessor, pode-se conceituar de tudo, menos que algo tenha mudado de verdade, a ponto do comentarista da TV afirmar que se fosse o técnico de Bauru não tiraria essa característica dos jogadores da equipe, e focaria na defesa, para vencer os jogos…

Legal tal testemunho, não? Somente esquece que alguém neste vasto deserto de ideias e concepções de jogo, pode ter a iniciativa de fazer sua equipe defender de verdade, dentro e fora do perímetro, como os americanos o fizeram nas duas partidas de sua pré temporada contra os paulistas. Logo, incidir na premissa de que esse é o caminho do grande jogo entre nós, cheira, e muito mal, a uma tentativa mal ajambrada de tornar o reinado das bolinhas a nossa nova “filosofia” de jogo com vistas a 2016, o que seria realmente trágico, indesculpável, imperdoável…

Mas caro Paulo, está ai o Steph Curry fazendo história com sua forma de jogar, pontuando e pulverizando recordes “com um sorriso nos lábios”, derretendo suas pitonisas midiáticas tupiniquins, ao ponto de preconizarem uma nova era do basquetebol, que nunca mais será o mesmo depois dele. Meus deuses, falaram o mesmo quando do aparecimento do George Mikan, do Wilt Chamberlain, do grande Jordan, e o basquete continua sua saga solidamente escudado nos fundamentos do jogo, onde o arremesso é a cereja do bolo dos mesmos, que de quando em vez faz nascer um talento em seu quase pleno domínio, como o Oscar, o Riva, o Bird, e agora o franzino Curry , que mais cedo ou mais tarde deverá ser marcado, e que mais adiante será substituído por um mais talentoso, pois no final das contas, a evolução do grande jogo depende exatamente disso, o revezamento dos talentos através as décadas de sua gloriosa existência…

Steph Curry, domina com quase perfeição um dos aspectos mais sensíveis do arremesso, principalmente os de longa distância, que inclusive foi o ponto crucial de minha tese de doutorado defendida em 1992 (Estudo sobre um Efetivo Controle da  Direção do Lançamento com uma das Mãos no Basquetebol, na FMH/UTL), onde fica bem claro os rígidos limites nos desvios dos mesmos, somente dominados por uma ínfima parcela daqueles jogadores (as) que o praticam, e cuja precisão vai muito além do “treinamento voluntário”, como define Marcel de Souza, pois determinados parâmetros de pegas e empunhaduras definem os verdadeiros padrões de excelência direcional necessária ao sucesso das tentativas, e que mais apuradas se tornam sob assédio defensivo e variações de corridas, partidas e paradas exercidas pelo jogador em uma dura partida…

Curry é um desses talentos, dentro de uma modalidade que renasce e se recria por todo o tempo, em torno de suas bases e estruturas, em torno dos fundamentos do grande jogo, o que é algo monumental…

Desculpem, voltando ao jogo, o que saltou aos olhos foi a manutenção da mesmice técnico tática que permanece intacta e pétrea, com armadores nominados e muito bem pagos errando passes bisonhos, desarmando em vez de armando, confusos e perdidos num jogo com 15/49 arremessos de três, numa partida recheada de bons pivôs, esquecidos pelos paulistas e mal servidos pelos cariocas, ambos perpetrando 26 erros de fundamentos, quando bastou uma das equipes marcar um pouquinho melhor, para vencer um jogo insosso e repetitivo…

Sistemas novos, nem pensar, mas sim novos jogadores 1, 2, 3, 4 e 5 substituindo os 1, 2, 3, 4 e 5 que saíram, como se as simples trocas auferissem novos conceitos de jogo, numa ciranda de pseudo especializações que se repetem a cada ano, e já estamos no oitavo, véspera de uma olimpíada caseira, que nos ameaça com uma extrema vergonha, se não apresentarmos uma nova concepção de jogo, mas em hipótese alguma sequer parecida com a que ai está, soberana e autofágica, ainda mais quando nossos jovens sedimentam no exemplo do Curry a sua forma de ver e sentir o jogo, o que exigirá uma competente orientação dos professores e técnicos na direção correta e sensata dos fundamentos individuais e coletivos, sem os quais sistemas de jogo se tornam inócuos…

Enfim, toda a minha ansiedade exposta no artigo anterior se perdeu ante a realidade do que assisti, um verdadeiro seis por meia duzia do NBB anterior, e que temo ter continuidade, alimentado pelo corporativismo que se apossou do grande jogo em nosso país, solene, absurdo, injusto, e acima de tudo, cruel…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.