CANSATIVA REPRISE

Assisto os dois ultimos jogos do Campeonato Nacional,e o primeiro da decisão paulista,e me assalta um sentimento de Dèja vú,ou “já vi esse filme antes”,bem antes.Gostaria de escrever algo de novo,mas como seria possivel ante tanta mesmice,tanta e terrível falta de imaginação e de criatividade zero.Como hoje,o doberman atípico que viceja em minha casa,e que nunca mostrou os dentes pra ninguém,completa 3 anos,lembrei-me de um artigo que publiquei em fevereiro passado,e muito mais em homenagem ao canino do que aos jogos que testemunhei,republico o dito cujo,pedindo desculpas pela falta de paciência e negativa em gastar tempo com obviedades.O Artigo sempre será atual enquanto perdurar por sobre nossas cabeças essa nuvem negra de mediocridade e absoluta falta de integridade intelectual que grassa no seio de nossos especialistas,digo,técnicos.Ai vai a peça.

21 Fevereiro 2005
O ESPELHO QUE ENGANA

Boris, um enorme doberman entra pela área de serviço onde tentavamos organizar o espólio da academia de minha irmã,e ao se deparar com um grande espelho trava com a sua própria imagem uma luta descomunal e muito agressiva.Foi muito difícil retirá-lo do recinto pela insistência na continuidade da luta com um inexistente adversário. Logo a seguir,o bichano que habita nossa varanda também dá o ar de sua graça perante o enorme espelho, e a sua primeira reação é a de procurar o gato intruso por trás da moldura.Foram duas reações que bem demonstram os graus de interêsse e rivalidade pelos da mesma espécie.À tarde assisto mais um jogo da liga nacional,e a experiência da manhã logo me vem na lembrança, pois o que pela enésima vez assisto é mais uma confrontação de duas equipes jogando rigorosamente iguais, como todas o fazem nesse torneio, em frente de um espelho da largura de nosso território nacional. Mas como o Boris o fez,travam uma luta feroz dentro da obviedade mais escandalosa de que temos notícia em nossa história, e nem de longe esboçam um breve,ínfimo,disfarçado olhar por trás da moldura,como o bichano arguto e sagaz o fez pela manhã.Poupariam um tempo enorme se o fizessem,pois ante imagens semelhantes, somente um longo olhar por trás da moldura,propiciaria ações que anulariam a movimentação ofensiva tão óbvia para os dois. Mas de repente,lá pelo terceiro quarto o espírito inquisidor do bichano baixa em uma das equipes, que num passe de oportunismo aperta a marcação sobre o homem de posse da bola, ao mesmo tempo que os demais defensores se antecipam na linha da bola,e o pivô passa a receber marcação pela frente, todos dando aquela olhadinha inteligente por trás da moldura, e o que acontece? Pula dez pontos à frente e vence o jogo. Meu Deus,por que todos não fazem a mesma coisa? Se o fizessem,em duas gerações de formação de base sairiamos da mesmice que vem nos levando para o fundo do poço, cada vez mais profundo.Digo duas gerações por ser um otimista empedernido, mas que pode se tornar realidade com o esforço daqueles que realmente entedem do jogo,e não os muitos que adoram exibir seus falsos dotes perante um espelho,com reações bem próximas das do Boris.Quem sabe ainda teremos resgatadas as verdadeiras funções dos armadores, jogando de frente para a cesta,sem utilizar a interrupção fraudulenta da trajetória da bola durante o drible,beneficiando falsas e ilegais fintas,sem se ausentarem, como o fazem hoje,do fóco das jogadas,agindo mais como maratonistas do que jogadores,e que realmente participem da organização inteligente de suas equipes, que passarão a ter características próprias,e não serem cópias canhestras uma das outras.Que voltemos a admirar as ações decisivas,velozes e inteligentes dos alas,com seus arremêssos precisos e luta permanente nos rebotes.Que voltem a exercer os corta-luzes como devem ser feitos,e não como pensam que sabem realizar atualmente.E que os pivôs,ah! os pivôs, que voltem a ser os elásticos e velozes reis dos garrafões,voltando a jogar em constante movimentação,deixando de ser,o que nunca deveriam ter sido, as massas disformes e bombadas que vimos testemunhando nos últimos 20 anos,cópias ridículas dos gladiadores americanos em suas lutas beirando ao mais deslavado racismo,para gáudio de uma platéia movida a hamburguers e muito,muito dinheiro para gastar.Olhemos por trás do espelho, pelo menos como uma humilde maneira de nos reencontrarmos com nossa realidade, com nossa maneira de ser e de jogar o jogo,fundamentado como sempre foi pela diversidade de escolhas técnicas, e não pela suicida adoção de um ridículo e absurdo”basquete internacional”. Enfim,que usemos o espelho em suas funções básicas,onde a quietude de uma bela lagoa propicia o mesmo resultado. Inovem, estudem e fujam do espelho que engana. É isso ai..

A FAIXA DA ESPERANÇA

Sexta-feira chuvosa,e lá vou no meio da tarde em direção à Ilha do Fundão para inscrever minha filha no concurso de substitutos da EEFD/UFRJ.Enquanto ela ultimava os trâmites da inscrição,comecei a percorrer os enormes corredores da escola que um dia no passado testemunhei,como um dos acessores da direção,sua construção,e as discussões travadas com os arquitetos alemães sobre detalhes das plantas,que eram cópias da escola de Colônia,e cujas verbas para a construção vinham da Fundação Konrad Adenauer.Foram inflexiveis quanto ao detalhamento,mesmo contra a argumentação de que os ginasios desportivos estavam planejados para o clima alemão,e que se não houvesse maior aeração dos mesmos,se tornariam impraticáveis no verão carioca.Não abriram mão,e os ginásios se tornaram fornos panificadores até os dias de hoje.Como a área do Fundão foi criada com atêrros unindo onze ilhotas,muitos pontos tinham permealidade bastante comprometida,e a turma alemã não considerou muito tais nuances do terreno.Construiu os pisos inferiores abaixo do nivel do mar,e a piscina olímpica entre duas ilhotas aterradas.Resultado?Pisos inferiores sempre inundados e a piscina rachada ao meio.Os consertos encareceram a obra, e têm problemas até hoje.Mas tudo é passado.No presente,caminhava pelos longos corredores vazios e silenciosos,lembrando
1971,quando a EEFD guinou do Centro de Filosofia de Ciências Humanas para o Centro de
Ciências da Saúde,com o argumento pífio de que a Educação Física teria maior status
ao fazê-lo.Simplesmente ditou sua sentença de morte ao ser subjugada pelo poder
branco da medicina,que cirurgicamente esvaziou a formação humanista da mesma,fator
básico do processo educativo,principalmente nas escolas,lançando-a ao pragmatismo
desvairado do hoje estabelecido”culto ao corpo”,que foi sedimentado pela criação de
um conselho autocrata e regulador,em tudo semelhante ao de medicina.Sem contar com o
esvaziamento criminoso das linhas de pesquisa,que naquela época espocavam no seio da
Educação Física.Hoje,98% das pesquisas na área são de fundamentação médica,
erradicando quase totalmente as do movimento desportivo.Mas lá estava eu imerso nas
lembranças do passado,relembrando as lutas titânicas travadas na Praia Vermelha,onde
o Departamento de Metodologia da Ed.Fisica se refugiou ao se negar participar da aventura suicida do CCS,e se manteve no CFCH,mas na Faculdade de Educação,e que por
30 anos se manteve impávido e muitas vezer solitário,na luta pela preservação da
amada Ed.Fisica como um dos fundamentos da educação integral a que todo cidadão
brasileiro tem direito constitucional de obter.Já havia percorrido muito dos corredores,quando ao final do último,lá no finzinho,vislumbrei uma enorme faixa presa
na parede,onde se lia-“FORA CREF”! Não acreditei, e me aproximei rapidamente,para
constatar que se tratava da sede da associação de alunos da EEFD.Estava fechada,assim
como parecia toda a escola em sua imensidão silenciosa.Mas lá estava,nas palavras de
sua representação estudantil,a palavra de ordem que emanava de um movimento nacional
contestatório do absurdo que representa um CREF no âmbito da educação em todos os seus níveis,nos quais o livre pensamento não pode em hipótese alguma conviver com
orgãos reguladores e restritores,antíteses do mesmo.Fiquei esperançoso de que,finalmente encontrara algum eco na luta que travo há muito tempo pela volta dos
cursos de formação de professores de Educação Fisica para o âmbito das Ciências Humanas,e não das Biomédicas com seu pragmatismo devastador.Ao sair da EEFD,ainda
vislumbrei uma outra faixa na entrada da escola,atentando para o fato de que estava
comemorando 66 anos de existência,minha idade,e que por todo esse tempo ainda se
mantinha de pé,altaneira,apesar de subjugada em sua finalidade humanística.Jovens
estudantes,nesses ajustes históricos,empunham a bandeira da redenção de uma profissão
que ainda voltará a ser uma das bases da educação integral e democratica dos cidadãos
deste país,e não instrumento de um bando de aventureiros que se apropriou de uma das
mais efetivas ferramentas na orientação de jovens,a Ed.Fisica e os Desportos,para
enriquecerem deslavadamente numa espiral pragmatica de cultuação fisica, dissociada
dos principios didáticos e pedagógicos somente encontrados em seu estado puro no seio
das escolas,a reserva intelectual de qualquer nação que se preze.Bendita faixa no final daquele quilométrico corredor,que me encheu de esperanças,e que me fez esquecer
a impiedosa chuva que caia,como lágrimas pelo tempo perdido,mas não definitivamente
perdido.Dias melhores ainda virão.

PERSPECTIVAS

“Basquete? Enquanto as brigas internas não se resolverem,continuará como está há anos.Mortinho…” Essa é a opinião de Renato Maurício Prado em sua competente coluna no O Globo de terça-feira passada,em sua análise sobre as perspectivas do esporte nacional para 2006.Estará certo? Certíssimo,e que em pouquissimas palavras definiu tudo.E como em todo corpo inanimado, pululam a sua volta toda uma gama de aves de rapina,hienas ou simples aproveitadores,principalmente aqueles praticantes do “salutar” esporte do tapetebol.Foi o técnico da equipe campeã nacional perder o campeonato regional,para o comentarista(?)de TV ocupar seu lugar,numa repetição continua do que vem praticando a muito tempo,quando usa um unilateral microfone como plataforma para contratos em equipes de ponta,numa ação em que exerce ilegalmente uma profissão sempre que é alijado na outra por ineficiência.Mas como existem os que se deixam enganar por comentários pseudamente competentes,a ação é sempre compensada. Vamos aguardar quem o substituirá na TV,talvez outro técnico desempregado.Duvido que um jornalista pudesse agir da mesma forma,sem que o famigerado CREF não se manifestasse contra tal pretensão.Lamentável,mas é o retrato do nosso basquetebol. Agora mesmo,o grego melhor que um presente,ao analisar a situação perante a investida
da NLB no cenário desportivo diz,na maior simplicidade,que sugeriu ao presidente daquela liga que trouxesse os patrocinadores da mesma para a CBB, que ele, magnanimamente daria um cargo de conselheiro de marketing ao mesmo,numa prova de apoio e consideração.O prêmio”Óleo de Peroba”do ano já tem um sério candidato.E mais,
a notória comissão técnica da CBB vem a público para apregoar o grande sucesso das seleções nacionais em 2005,numa atuação digna de uma comédia pastelão,onde ficamos
indecisos entre o riso e o choro convulsivo.E para culminar o absurdo da situação,
vemos na semifinal do campeonato paulista,num furo do mais progressivo jornalismo,os
quatro técnicos semi-finalistas terem atados aos seus pescoços microfones remotos,
para que todos os amantes da modalidade pudessem acompanhar passo a passo,grito a grito,coerção a coerção,destempero a destempero suas ações do mais alto grau educativo e emocional que tivemos notícia desde sempre.Testemunhar a pressão constante e poderosa de um técnico sobre um dos três arbitros da partida raiou o imponderável,o absurdo total,sem mencionar suas iradas exigências para que seus atletas parassem os adversários na base da “porrada”,instruções ouvidas por todos os jovens que estivessem acompanhando a partida por esse país afora.Quanto à técnica,à estratégia,pouco se viu ou foi falado em rede nacional,pois o dominio das pranchetas e seus hieróglifos mágicos,poucas chances deram aos plugados especialistas.Como vemos,são poucas as perspectivas de melhora nesse limiar de um novo ano para o nosso infeliz basquetebol.Temo,honestamente o que virá a seguir.Que os deuses nos protejam.
Amén.

AMISTAD

E em plena tarde chuvosa, eis-me em frente ao televisor assistindo um filme de grande beleza,Amistad.No climax do filme,um velho ex-presidente americano que defendia um grupo de africanos que se rebelara à escravidão no navio negreiro Amistad,vê-se perante a possibilidade de que os mesmos sejam condenados pela mais alta corte de justiça,e que via poucas possibilidades na absolvição.Cinque,o negro imponente e lider do grupo diz então que invocaria seus antepassados para os protegerem ante tal perigo,pois a presença dele e de seus companheiros era a evidência da existência daqueles,por mais remotos que fossem,e que não temiam o julgamento porque seriam amparados pela justiça antepassada.E assim foi,numa brilhante defesa elaborada pelo velho ex-presidente.Após o veredito vencedor e libertador,Cinque pergunta que palavras tinham sido usadas para tão brilhante defesa.E o ancião responde emocionado,as suas! Uma lição de cidadania e humanismo,relacionadas intrinsicamente com o passado ancestral daqueles africanos que tanto sofreram fisica e emocionalmente.Lições estas que bem poderiamos fazer valer na realidade frustrante de nosso basquetebol.Por que não invocar os antepassados de nosso basquetebol,tanto os que se foram,como alguns que apesar da idade avançada ai estão plenos de experiências e sabedoria.Por que não tentar envolvê-los no aconselhamento que já se faz tardio,os quais não devemos abdicar em hipótese nenhuma. Rui de Freitas,Gedeão,Mair,Amauri,Wlamir,Succar,Paulista,Waldir,e muitos e muitos mais,que poderiam trazer um pouco de lucidez ao ambiente cheio de rancor e politicas
rançosas, que vão minando cada vez mais os alicerces gloriosos que tanto ajudaram a erguer através tantos anos,e que ameaçam ruir inexoravelmente a continuar tal beligerância.Seja CBB ou NLB,temos que ouví-los,juntos, e acatar suas sugestões de vencedores que todos foram.Como Cinque,temos a obrigação de ouvir o passado,que de tão brilhante e vencedor jamais morrerá em nossas lembranças.Não se trata de bom-mocismo,e sim de coerência e reconhecimento pelo muito que fizeram e realizaram,
e não o festival de incoerências e fracassos que ora enfrentamos.Um movimento dessa magnitude nos daria,enfim,a certeza de dias melhores.O ano de 2006 será decisivo
para o futuro do nosso querido e mal-tratado basquetebol,e precisamos da ajuda de todos e a proteção espiritual e vivencial dos que nos antecederam,que é a nossa derradeira esperança.A todos um feliz Ano Novo.

PRESENTE DE NATAL

Presentes?Talvez seja pedir demais,porém unzinho seria suficiente nesses tempos bicudos no mundinho do basquetebol.Mas que não fosse de grego,pois já temos um bem fornido e refestelado no trono adquirido a bom preço.Então que tal uma dose maciça de bom senso,um régio,sem ser caro,presente para todo aquele que ama o jogo?Sem dúvida nenhuma é o que falta no cenário decadente do nosso basquetebol.Dois dias atrás aconteceu a decisão do Campeonato do Rio de Janeiro,e o que se constatou foi a vitória de um grupo de bons jogadores,mas que em sua maioria ultrapassavam os 30 anos com folga,sendo que alguns deles disputam torneios de veteranos pelo país afora,e outros que ainda resistem de pé através os anos.Meritória vitória,mas que em nada soma para o futuro da modalidade,que em qualquer país desenvolvido tem nas divisões superiores,não só o exemplo a ser seguido pelos jóvens,como a base de suas seleções para as competicões internacionais.Com uma folha de pagamento vinda a conhecimento público de R$30.000,00, e com vários meses de atraso,pode-se calcular o montante cabível a cada jogador,e constatar que perante a folha do adversário de R$120.000,00,que os mesmos auferem salários extremamente baixos para a categoria que pertencem,ou pertenceram um dia.Ou será que esses valores refletem a realidade majoritária das equipes brasileiras?Perante o festival de erros cometidos contra os
fundamentos do jogo,numa enxurrada de passes perdidos,dribles mal dados e executados,arremessos fora dos aros e defesas inexistentes,venceu aquele que errou
um pouco menos, o que confirma os valores mencionados acima.Venceu a mediocridade,que mesmo perante a ardorosa disputa,até o emocionante desfecho,deixa perplexo todo aquele apreciador da boa técnica e do nível elevado de uma disputa.Venceu a lenda do
manto sagrado rubro-negro,perdeu a realidade e o futuro de nosso basquetebol,quando
avaliado a nível internacional.Mas essa, é a nossa realidade,distante,muito distante
da competição internacional,em que equipes de São Paulo,em seu badalado campeonato regional,saem em busca desesperada por jogadores extrangeiros de terceiro nível para
a confrontação caipira,e que nada,absolutamente nada somam para o nosso desenvolvimento visando o nivel mais alto,as seleções nacionais.E os mais jovens vão
ficando pelo caminho,barrados por uma geração que deveria se manter nas associações
de veteranos,curtindo seu amor ao jogo,e não bloqueando o acesso do futuro,os jóvens.
Falta-nos o bom senso da realidade,que pela ausência do mesmo no passado recente,se
projeta como uma sombra no futuro.Que o bom senso do passado remoto retorne com suas
conquistas,para que possamos realmente curtir um belo presente de natal.

O QUE TODO TÉCNICO DEVERIA SABER II.

Principalmente,que nosso basquetebol vai muito mal.Mal de técnica,mal de táticas,mal de sistemas,mal de projetos e planejamentos,mal de pesquisas,e muito,muito mal de técnicos.Já não menciono nem aqueles que empunham microfones,travestidos de jornalistas,no desempenho ilegal de uma profissão,mas que ao contrário da deles,não possue um conselho federal restritor e pseudamente regulador,e que por obra e graça da vontade democrática de uma maioria esmagadora de jornalistas não se fez presente em suas vidas,mas está presente na vida dos técnicos,e que não coibe as suas intromissões na profissão alheia.E o pior,usam a midia para se autopromoverem como “aquele técnico que todo clube ou seleção deveria contratar pelos sábios conhecimentos que possuem”. Lugar de técnico é na quadra,dentro dela,e não ao lado criticando e “comentando” seus colegas(?)de profissão.Menciono enfaticamente a massa critica de técnicos engessados por um sistema de jogo absurdo e criminoso,o passing game,em uma atividade desportiva que sempre privilegiou a diversidade,a criatividade, o gênio,a inventiva,a coragem pelo novo e pelo inusitado, a conquista máxima da improvisação após a sedimentação e consequente simplificação de sistemas realmente eficientes, já que adaptados às características dos jogadores,e não impostos aos mesmos, como se tornou corriqueiro em nosso país.Menciono a indústria das “peneiras”,
ação de rapina que popularizou o futebol de salão desde sua implantação nas quadras que sempre pertenceram ao basquetebol e ao voleibol,peneiras estas que afastou do processo os verdadeiros formadores de jogadores,substituindo-os pelos empresarios do trabalho alheio,do trabalho pesado,minucioso,paciente,técnico,professoral,educativo,
patriótico,e que são alijados das “grandes equipes” por uma turma que nem de longe sabe,domina,desenvolve,cria,pesquisa a grande arte dos fundamentos.Ou será por obra divina,ou geração expontânea o aparecimento de futurosos jogadores em tais peneiras,
as quais formam uma equipe,ou equipes completas no espaço restrito a duas ou três sessões? Milagre dos milagres,formarem-se equipes completas,de todas as divisões,no espaço de uma semana,sem ter de perder tempo em inúteis detalhes técnicos,como por exemplo,ensinar a jogar.São os técnicos de prancheta,tanto para anotar os nomes dos incáutos candidatos,como para designá-los para suas posições de 1,2,3,4 e 5,como passarão daí por diante a serem conhecidos.Daí,para suas localizações coreográficas
em situações de jogo padronizadas,o processo segue normas que infelizmente se propagaram pelo país como o rastilho de bombas,cujas explosões em série tem levado nossas equipes à prática de um jogo mecânico,improdutivo e anti-natural,gerando nosso fracasso nas mais importantes competições internacionais.Menciono aqueles que são conhecidos e reconhecidos como os grandes estrategistas,mas que NUNCA moveram uma palha sequer para unificar uma classe,que quanto mais desunida for,melhor para os mesmos perpetuarem sua auto-promovida importância no cenário desportivo nacional.
Arriscar altos salários para defender interesses e conquistas classistas?Nem pensar!
“Quem tem padrinho não morre pagão”,um dito popular que bem define essa classe de apaniguados do sistema.No entanto,também menciono aqueles que nunca perderam a fé,que
nunca deixaram de estudar,de se interessar,de pesquisar melhores didáticas para o ensino do jogo,de seus tão aviltados e esquecidos fundamentos,mas que sempre foram esquecidos pela midia e por seus pares bem acessorados politicamente.Por que também temos politica nos esportes,que só ganha importancia para os poderosos quando vislumbram lucros,obras e construções faraônicas que só beneficiarão engenheiros,
economistas,arquitetos,construtores,hoteleiros,marqueteiros e que tais,mas nunca atletas,professores e a maioria dos técnicos.A minoria bem posta,bem paga e com sólida base política não se interessa por lutas classistas visando união.Estão bem,não precisam de associações ou qualquer vínculo que os afastem de seus interesses
onde não tem lugar para benemerências.Mas se julgam no direito de impor comportamentos técnico-táticos à massa ignara,como se fossem os verdadeiros depositários das verdades basquetebolísticas.Mas não são,nunca foram,e jamais serão,
vide os resultados que têm alcançado nos últimos anos,de incúria,imitação canhestra
de modelos de fora,de colonização explícita a interesses que não nos dizem respeito.
Finalmente,absolvo nossos dirigentes,que na maioria das vezes tiveram pessimas administrações,mas que não foram e não vão às quadras ensinarem o jogo,que são mesquinhos e despreparados,mas que não pagaram e não pagam os vencimentos dos técnicos em seus clubes,que usam de todas as armas,legais e ilegais para se manterem na boca dos cofres do poder,mas que nunca sentaram e nem sentarão num banco para orientarem equipes,entregues a um sistema único e suicida por um grupo de técnicos
que nos tem levado para o fundo do poço pela empáfia e pseudo capacitação técnica.Mas
muita maldade ainda ocorrerá,até um dia que possamos compreender e aceitar o fato de
que o pouco que sabemos,o pouco que produzimos,o muito pouco que armazenamos poderá
ser o muito do que precisamos para evoluir,bastando para tanto que o divulguemos integralmente,ilimitadamente,para àqueles que mesmo nos mais distantes polos de nosso país anseiam por exemplos e ensinamentos.Somente uma liderança advinda dos poderosos
poderia desencadear tal evolução,o que até agora nunca ocorreu,por obra e graça do mais puro e letal egoísmo.Vencí,o resto que se vire,that’s the question.

O QUE TODO PIVÔ DEVERIA SABER II.

Que o que vem se praticando nessa posição em nosso país é absolutamente inadimissível.Simplesmente perdemos a noção do que seja jogar próximo à cesta.O que vemos são homens muito grandes,alguns até exageradamente fortes,que abdicaram da posição mais estratégica do basquetebol,para virem pseudamente competir e rivalizar com os alas e armadores nas posições mais afastadas da cesta.Temos hoje em dia pivôs que arremessam da linha dos três pontos,e o que é pior,mal.E que por essa razão deixam de influir em sua maior capacitação,a luta nos rebotes ofensivos.Quando não vêm para a linha,se postam na lateral do garrafão,do lado em que se encontra a bola,e ao recebê-la,é claro,com forte oposição de seu marcador,inicia uma ação eminentemente física em direção à cesta,fazendo-a de costas e sem qualquer ajuda de seus companheiros,estáticos que ficam,como que antevendo uma obra de arte prestes a ser executada.É uma cena corriqueira,a daqueles dois homens imensos se empurrarem mutuamente sob os olhares dos demais.É o climax ansiado por toda prancheta que se preza,o ápice coreográfico de nossos estrategistas,que extasiados pelo modelo NBA,incutem em nossos subdesenvolvidos projetos de pivôs aquele exemplo de luta calcado nas diferenças políticas e raciais,e intumescidos de anabolizantes e outras
coisas que tais,num processo que já despertou as comissões de inquerito do senado
norte-americano,hoje imbuidas do desejo de verem erradicadas do desporto profissional
daquele país essas práticas nada condizentes com o espírito olímpico,mas perfeitas e
alinhadamente aceitas no mundo dos milhões de dólares.No nosso caso chega a ser ridiculo o esforço de imitação ante uma realidade de alguns mil reais em alguns meses
do ano,e o fugaz brilhareco de uns dois ou três naquele mundo diametralmente oposto
ao nosso,cultural e politicamente falando.E ai estão nossos pivôs,travando uma qualidade inata de velocidade e elasticidade com musculações e inchações que em nada
os beneficiarão no jogo bem jogado.Queremos jogar como eles,mas não possuimos a massa
critica que possuem,milhares de escolas de segundo grau,e centenas de universidades
alimentendo continuamente o sistema.Se hoje se voltam para os estrangeiros,deveriamos
pesquisar bem de onde são oriundos,para chegarmos a algumas conclusões elucidativas
sobre o papel exercido pela NBA junto aos jovens daquele mundo globalizado aos interesses comerciais e politicos dos Estados Unidos.No beisebol essa influência é mais antiga,principalmente para jogadores cubanos,venezuelanos,panamenhos e mais recentemente japoneses,todos paises cuja influência é de interesse americano.Mas algo
tem saido errado para nossos shaquiles,o fato de que,tanto os armadores,como os alas,
engessados pelo sistema do Passing Game,único utilizado em nosso país,preferem optar pelos arremessos desenfreados de três pontos,relegando os pivôs a meros espectadores de suas habilidades, fazendo com que os mesmos,por uma questão pontual,venham para suas zonas de influência em busca de maior participação,e por estarem sendo forçados a executar bloqueios muito distantes da cesta,inviabilizando os rebotes ofensivos.Se lá se encontram,porque não arremessar também de três pontos, ou penetrar de vez em quando para uma enterrada consagradora? Isso se não tropeçar ou chutar a bola na tentativa.Por tudo isso,pelo malogro do sistema usado,e pela obviedade das ações,
nossos indigitados pivôs pouco sabem nas conclusões embaixo da cesta,esqueceram de vez o gancho,trabalho de pés então, nem pensar.São muito fracos no arremesso de curta
e media distância,mascarados que são pelas enterradas e arremessos de três pontos.Nos
bloqueios invarialvelmente cometem faltas,pois o executam ante armadores e alas adversarios,mais leves e mais velozes do que eles,o que os forçam a se deslocarem faltosamente na ação.Enfim,uma catástrofe,e que vem se repetindo ano após ano.Na maioria das vezes ficam a meio caminho da ala e do pivô,sem saber muito a respeito
destas posições.Devemos sempre lembrar que o pivô é o ùnico jogador que atua basicamente de costas para a cesta,fator este que deve ser abrandado sempre que possivel,preferencialmente fazendo com que receba a bola em movimento,para dar ao mesmo maiores oportunidades de drible e finta no espaço restrito em que atua.No entanto,essas oportunidades se tornam escassas dentro do sistema vigente,já largamente discutido e renegado por esse blog em muitos artigos aqui publicados.Então
o que falta aos nossos pivôs?Como para os demais jogadores,muito,muitos fundamentos,
principalmente de drible curto,fintas especificas,saltos no tempo da bola para melhores rebotes,assim como permanente movimentação visando colocação adequada para
os mesmos e para a recepção antecipativa dos passes a ele endereçados.Um pivô de qualidade tem de aprender a receber passes em movimento,ação que em muito prejudica
o oponente defensor,e cria um espaço maior de manobra ofensiva.Defensivamente,um pivô
que é treinado com tais exigências,intue que a antecipação é a melhor arma defensiva,
disposição esta que fará com que desenvolva a marcação pela frente do pivô adversário
como uma atitude lógica e de maior eficiência.É uma disposição corajosa,a defesa frontal,mas fundamental para o sucesso defensivo de qualquer equipe bem treinada.Em nosso país,infelizmente não vemos pivôs sendo marcados pela frente,TODO o tempo,como
deveria sê-lo,num sistema de linha da bola com flutuação lateralizada,e não longitudinal à cesta,como é praxe entre nos.Por tudo isso torna-se dificil aceitar um
sistema de jogo que anule nossas principais qualidades,e que force a todos cooptarem
atitudes e comportamentos extranhos à nossa natureza criativa e improvisadora.Um sistema,qualquer um,que utilize dois armadores,em muito qualificaria as ações de alas
e pivôs,pois priorizariam suas qualidades de velocidade e raciocínio ante reações do
oponente,o que somente seria possivel com a movimentação de TODOS os jogadores,
antítese do que expús no inicio do artigo,quanto a imobilidade dos mesmos ante uma
ação isolada do pivô.Enfim,podemos concluir que fundamentos é necessidade e obrigação
de todo jogador,seja em que posição atuar,que estatura tiver,que categoria pertencer,
do mirim ao adulto,de seleção estadual a nacional,dentro ou fora da temporada.E que também seja necessidade e obrigação dos técnicos o ensino dessas técnicas,pois ao contrário,bem ao contrário do que alguns apregoam,jogadores SEMPRE podem ser corrigidos e ensinados, a não ser que não saibam corrigir e ensinar,o que não duvido
muito,perante o que nos é dado observar na atual realidade de nosso basquetebol.Esse
é o nosso VERDADEIRO problema,pois como Federações,CBB e NLB,cujas existências sempre
estiveram,e estarão presentes no dia a dia do desporto nacional,com seus bons e maus
dirigentes,nossos técnicos involuiram perigosamente no tempo,e como dirigente não forma nem dirige tecnicamente jogadores,cabem àqueles a verdadeira missão de fazê-lo.
E por não cumprirem esse papel,é que nos encontramos na atual situação.Ao assumirem
tal responsabilidade,mudarem padrões e sistemas,trabalharem arduamente os fundamentos
teremos de volta nossa verdadeira posição de destaque no cenário mundial.Muito além
das pendências entre CBB e NLB,a grande modificação terá de ser estabelecida DENTRO
das quadras,pois é de lá que emergem aqueles que jogam o jogo.Escrivaninhas,cofres e
politicas de terceira categoria não fazem nem evitam cestas,e se estas estão por fazer e serem evitadas,sabemos bem quem são os culpados.O resto é conversa fiada.

QUE ESPERANÇAS?

De ver CBB e NLB juntas na organização do basquete brasileiro? De testemunhar uma relação harmoniosa entre o grego melhor que um presente e o grande atleta hoje travestido de dirigente? De ver um laticínio rançoso substituido por uma medalha milagosa? De ter de engolir um senador zero voto trombetear aos céus que um investimento de míseros 4 milhões de reais foram transformados em 80 milhões de retorno em mídia, após trair o compromisso inicial com a NLB, trocando-a pelo robusto cofre da CBB? De constatar que o nível das competições repetem monocórdicamente os mesmos erros dos últimos 20 anos, nos quais um único sistema de jogo é desenvolvido por TODAS as equipes e por TODOS os técnicos? De ver nossos jogadores,em todas as categorias,engessados por tal sistema, fazendo-os escravos de posições numeradas e de falsas e ridiculas especializações,nas quais os principios fundamentais do jogo passam ao largo de seus conhecimentos? De observar num jornal,em foto de meia página,um desses infelizes candidatos a astro da bola pendurado num aro,após tremenda enterrada,tendo ao fundo uma arquibancada totalmente vazia? De ler mais uma reportagem sobre a pobreza e a decadência daquele que foi por 80 anos o segundo esporte no coração dos brasileiros? De ler e reler artigos de gente que ama
e entende o basquetebol conclamando pureza e esperança em corações enrijecidos pelo
gosto doce e ao mesmo tempo ácido do poder, e que em hipótese alguma pretende abrir
mão do mesmo sem luta feroz? Afinal minha gente,trata-se do poder sobre os cofres,o
econômico e o das seleções, o abre-te sésamo dos sempre sonhados e rentáveis patrocinios, exceto para os que jogam e dirigem, pois estes são de somenos importância ante as sumidades de inteligências felpudas de nosso injusto país.Pensar
tecnicamente,meritoriamente,éticamente,NUNCA!É pecado original,com o castigo de perda
total do até agora alcançado,admitir tais fraquezas.A galinha dos ovos de ouro tem de
ser mantida pela compra e pelo escâmbo de influências,onde não existe,nem em pensamento,qualquer alusão a sentimentos de nobreza,patriotismo,interesse comum.Para
essa turma basquete é uma mercadoria, e como tal tem de ser tratada, e com muito ainda por conseguir,dado ao descomunal tamanho de nosso país.Se interpor a tais interesses soa como uma ameaça ao dominio dos cofres, mesmo que o outro lado os queiram também,talvez com outra visão,mas poder é poder,não se discute,aceita-se e pronto!Ou não? Se não,resta uma fresta de luz,a caminhada lenta e segura para num futuro não tão distante assim,tomar honestamente o poder, numa luta ética e épica,na
qual poucos votos ainda faltam conquistar,cinco,no minimo,que poderão ser a média mais um, o suficiente.Essa tem que ser a estratégia a ser duramente seguida,pois a
turma hoje encastelada jamais estenderá a mão para oponentes que primam pela experiência conquistada na quadra,e não na penumbra das coxias do grande teatro de horror em que transformaram o basquetebol brasileiro.Por tudo isso ressoa no horizonte de um incerto amanhã o grito lacinante-Que esperanças? Meu velho e causídico pai sempre me lembrava-Filho,se a justiça é corrupta,a quem apelar? Fé e trabalho,essas são as verdadeiras esperanças de quem ainda crê em dias melhores para
o nosso querido desporto.Vamos à luta!

O QUE TODO ALA DEVERIA SABER II.

Que dentro do sistema de jogo que quase todas as equipes adotam em nosso país,suas principais características,como a penetração rápida paralela à linha final,o corte veloz e incisivo pelo meio do garrafão,o arremesso preciso de curta distância,a pré-colocação para o rebote ofensivo,e a habilidade de jogar sem a bola,são encobertas e preteridas por funções de armação de jogadas bem fora da linha de três pontos,assim como ações de bloqueio passivo afastadas das zonas mortas da quadra. Nossos alas são transformados em jogadores híbridos,instados que são a agirem na maior parte do tempo em funções de armação sem possuirem as habilidades específicas de um armador.Em um sistema com dois armadores essa ingerência dos alas numa organização de jogo para o qual não são, e não possuem habilidades específicas, prejudica,não só sua evolução técnico-tática,como compromete qualitativamente a produção ofensiva de sua equipe. Duas seriam as áreas de ação efetiva dos alas. A primeira seria a faixa de 1,20 m de largura,paralela à linha final,a mesma distância de projeção da tabela quadra a dentro.A segunda,a área delimitada pela linha final e a linha originada no aro da cesta em 45°até a linha lateral.Para cada área definida alguns fundamentos especiais deveriam ser incluidos em seu treinamento,além dos de toda a equipe,principalmente quanto ao drible e a finta,além do apuro e precisão dos arremessos de média e curta distâncias.Na primeira faixa,o drible em penetração terá a bola no limite da linha final, e por isso mesmo a tornará alvo sensivel à interceptação.Por esse motivo,a finta com reversão para dentro da quadra se torna um fundamento básico para os alas, pois a mesma evitará a dobra defensiva em sua progressão.É um fundamento de difícil execução, mas torna-se obrigatório a um bom e efetivo ala.Na faixa dos 45º, o corte, tanto partindo da imobilidade, como em progressão,terá que ser conjugado a uma eficiente ação de parada brusca com controle de equilibrio em velocidade, para a conclusão em arremesso, de curta ou media distância.A continuidade da penetração só se tornará efetiva se no máximo houver uma cobertura,pois pela estatura de um ala,e por conseguinte um drible também alto,a bola pode ser interceptada com facilidade por uma segunda cobertura. Em ambas as ações, passes curtos e reversos completam o arsenal básico de um bom ala.Subir para a linha dos três pontos para exercer funções de um armador,nos passes e nos bloqueios,retiram do ala sua maior força,as ações próximas da cesta,assim como os afastam dos rebotes ofensivos,fundamentais para uma boa e equilibrada equipe.Agindo permanentemente nas duas faixas que lhe são familiares,poderão desenvolver, talvez aquela que se tornará sua maior arma,a habilidade de jogar sem a bola, mas sem se desfocar um segundo que seja da mesma, permitindo que os armadores antevejam os melhores momentos para os acionarem.Alas que desenvolverem essas habilidades estarão aptos,também,a serem mais eficientes nos contra-ataques,onde segundas coberturas são improváveis de acontecer. Defensivamente,os alas deveriam ser treinados ao máximo no sistema de linha da bola, pois por sua amplitude de ação,tanto horizontal como vertical,dificultará ao máximo os passes dos atacantes,contra os quais interceptações devem ser incentivadas sobremaneira.Um ala perceptivo a essas ações exercerá com muito mais eficiência seu trabalho quando em marcação por zona,onde as virtudes interceptativas são o objetivo a ser alcançado,não só por ele,mas por toda a equipe.Finalmente,os rebotes,defensivos e ofensivos,nos quais,pelo posicionamento nem sempre muito próximo a cesta,força-o a se lançar em velocidade na direção da bola.Se uma específica habilidade de transformar velocidade horizontal em vertical,com um mínimo de projeção para fora do eixo do salto não ocorrer,fatalmente uma falta pessoal será cometida,pois o choque violento com o adversário será inevitável.É o fundamento mais característico dos alas,e que deve ser treinado com esmêro e muita repetição.A técnica de bloqueios do voleibol pode,e deve ser levada em conta nesse treinamento de transferência de velocidades,ajudando em muito o preparo dos alas. Mas se a atual tendência da utilização do Passing Game se mantiver atuante e genéricamnte presente em nosso basquetebol,os alas perderão a possibilidade de desenvolverem suas básicas funções, substituídas por passes e bloqueios inócuos fora da linha dos três pontos, em
conjunto com seus colegas pivôs.Mas isso é outra história,que contarei mais adiante.
Por hora só temos que lamentar os chutes,as joelhadas e as perdas infantís de bolas
que a maioria de nossos alas cometem por estarem permanentemente fora de suas áreas
de atuação, mas alinhados,mesmo na pobreza de seus fundamentos,com as messiânicas
coreografias de seus técnicos.Que brutal e estúpida perda de tempo!

FÓRUM DO NADA

FÓRUM,s.m.O mesmo que foro.(Do lat.forum.)
FORO,s.m.Praça pública,na antiga Roma.(Do lat.foru.)
FORO,s.m.Pensão anual que o enfiteuta de um prédio paga ao senhorio direto;domínio útil de um prédio;uso ou privilégio garantido pelo tempo ou pela lei;imunidade;tribunais de justiça;jurisdição;(fig.)encargo habitual;pl.direitos;privilégios.(PL.;foros[ó].)(Do lat.forum.)(*)
No próximo dia 5 a CBB realiza em São Paulo o 1°Fórum de Categorias de Base Masculino e convida todos os técnicos do basquete brasileiro. Claro, que se algum técnico do norte, do sul, ou do oeste do país quiser comparecer terá de arcar com as despesas de transporte, estadia e alimentação, fato de fácil e normal ocorrência, já que são todos régiamente pagos e com suas vidas estabilizadas, detalhes ínfimos aliás, pela ótica do grego presidente. O Fórum será ministrado pela Comissão Técnica das seleções nacionais de todas as categorias, e abordarão, entre outros temas não especificados, os seguintes:Formação profissional dos técnicos; Estrutura dos campeonatos regionais; Estrutura dos campeonatos brasileiros; Estrutura das competições internacionais; Planejamento de temporada; Calendário anual. Ou seja, ensinarão como as Escolas de Educação Física deverão formar os técnicos; Orientarão as federações quanto aos campeonatos regionais e quanto aos campeonatos brasileiros; Emitirão conceitos quanto a estrutura organizacional da FIBA; Ensinarão como se elabora um planejamento de temporada; o mesmo para o calendário anual. Lastreados pelos direitos e privilégios que ostentam, amparados que são por poderoso Q.I., protegidos pela imunidade do cargo, e com jurisdição pré-estabelecida, se sentem autorizados e fundamentados no direito que arvoram em ditar regras, leis e comportamentos, tanto éticos,como técnicos. Nessas condições o termo FÓRUM foi magistralmente bem escolhido.
Seminário, Debate, Encontro, Mesa Redonda, Brain Storming, Reunião Interpares, nada disso interessa àqueles que se colocam como absolutos donos da verdade, verdade essa que sequer sabem administrar, vide os planejamentos, estruturas e projetos que desenvolveram e falharam nos últimos 20 anos. Não ousem querer ensinar padres a rezar missas, não se coloquem acima do que realmente representam, não debochem dos
técnicos convidando-os a comparecer quando isso é impossivel ante a realidade brasileira. Já que se consideram tão além dos demais, ponham a mala embaixo do braço e vão ao encontro dos mesmos, estado por estado, mesmo os dissidentes, e lá, cara a cara, olhos nos olhos, debatam a nossa atualidade, discutam o nosso futuro, respeitando sempre o nosso vitorioso  passado. Ontem, fiz isso por quase todo o país, onde aprendi mais do que ensinei, onde ouvi mais do que falei, onde aprendi a grande lição da humildade. Ontem, venci e perdi, mas nunca me escondi atrás de um FÓRUM, atrás de falsas pretensões e de privilégios imerecidos.O que aprendi com os mestres, consegui com esforço, alcancei por
mérito, repassei ao longo dos anos, indo a muitos estados ,procurando ajudar e incentivar, indo por saber que não poderiam vir, técnicos e professores de meu país.E agora, do alto de sua prepotência, vem essa turma “convidar todos os técnicos do basquete brasileiro” para assistí-los em São Paulo? Sintam-se envergonhados e procurem, ao menos, executar o trabalho para o qual foram “meritóriamente” indicados, e que vêm sistematicamente fracassando, treinar nossas seleções, se é que são capazes.
(*)-Dicionário Brasileiro da Lingua Portuguesa.