A TRINDADE…
(…) ”Aguardemos no que vai dar, pois amanhã, se não jogar com toda a equipe, num só patamar, num só ideal, e num só objetivo, corre sério risco de perder a oportunidade de provar que sua convocação, treinamento e preparação está acima de qualquer argumentação contrária, mesmo tendo agregado duas jogadoras que convocou, mas não treinou nem preparou, no ato falho mais inquisidor de seu comando.”(…)
Este foi o último parágrafo de meu artigo de ontem – O ato falho…– e que teve sua amarga comprovação no jogo de hoje, perdendo uma classificação para as quartas de finais, exatamente pela confirmação do mencionado ato, que originou uma das mais berrantes atitudes de individualismo explícito e proposital de que tenho conhecimento nos mais de 50 anos que milito no basquete.
De forma alguma o técnico espanhol poderá contabilizar como de sua autoria a ordem(?) de transformar um jogo decisivo como o de hoje, em um mundial da categoria, numa exibição solista, e em alguns momentos em duo, por parte das duas jogadoras que se agregaram a equipe na véspera da competição, numa clara e inquestionável decisão de levarem o jogo para ambas, como se a equipe se restringisse exclusivamente a elas. E por conta dessa atitude clara e propositadamente amotinada, pudemos assistir uma audição de como uma equipe não deve jogar e se comportar sob um comando, qualquer que seja ele, aceito ou não, correto ou equivocado, mas que se existente e empossado na forma de uma comissão técnica oficial por uma confederação, em hipótese alguma poderá ser contestado, até o momento de sua dissolução, também e necessariamente por uma iniciativa oficial.
Mas, se ao contrário, o nosso selecionador e técnico assim agiu, de livre arbítrio ( o que duvido, mas…), propiciou a uma equipe adversária, em uma decisão classificatória, a maior das oportunidades possíveis numa partida desse quilate, se concentrar nas investidas tresloucadas de uma jogadora absolutamente egoísta, e em alguns decisivos momentos gerar dobras duplas e triplas na outra jogadora do duo.
E deu no que deu, com as investidas sendo bloqueadas na maioria das vezes ( a primeira, inclusive, no primeiro ataque do jogo, culminou num toco profético do que viria pela frente…), e as seguidas e persistentes dobras sobre a pivô, que irritada e tensa descontrolou-se em faltas pessoais, sendo mantida longos períodos no banco, mas sempre quando em quadra dividia com sua companheira na equipe americana, as honras de solistas.
Se o esquema técnico tático da equipe, após 3 meses de treinamento e preparo, se apresentava como falho e de difícil execução por parte de jogadoras sem os devidos fundamentos necessários ( será que foram treinados?) para pô-lo em prática, além da inadequação física de algumas delas, principalmente no aspecto defensivo, se apresentavam como uma constrangedora e comprometedora realidade, o fato novo promovido por duas jogadoras qualificadas no pretenso “melhor campeonato de basquetebol do mundo” ao se incorporarem à equipe na véspera do campeonato, fez despencar o “planejamento profissional” de uma comissão, que ao aceitar e vincular ao mesmo, e torno a repetir, após 3 meses de preparo intenso, duas jogadoras sem o mais ínfimo entrosamento ao sistema proposto pelo técnico espanhol, só poderia culminar com o resultado de hoje.
O lamentável de tudo isso, é a constatação imperdoável de que todo um grupo, uma equipe, se viu refém de uma trindade nos momentos mais decisivos dessa competição, um técnico imaturo e até certo ponto ingênuo, e duas jogadoras, nomeadas e empossadas como a salvação de uma lavoura mal regada, mal adubada , e pior ainda, mal colhida.
Planejar uma seleção é trabalho para poucos, para os mais experientes, para os realmente comprometidos com o basquete nacional, da formação à elite, restando aos mais jovens a sacrificada e persistente tarefa de aprenderem e apreenderem daqueles que realmente conhecem o grande jogo, seus caminhos e atalhos, pelo mérito e jamais pelo fator que nos tem consumido, o maléfico e comprometedor Q,I.
Que nos sirva de meta mais essa lição, que infelizmente, e como sempre é dolorosa.
Amém.
PS- Q.I.- Quem indica, ou, uma ação entre amigos…