IMAGENS QUE FALAM POR SI…

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Fotos – Reproduções da TV.

Amém.

TRÊS MOMENTOS…

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Num primeiro momento anexo os números das três primeiras rodadas da etapa da LDB em São José dos Campos com os das duas etapas iniciais do torneio, e o que temos?

 

– Arremessos de 2 pontos – 1152/2506 (45.9%)

 

– Arremessos de 3 pontos –    362/1269 (28.5%)

 

– Lances Livres                 –    762/1204 (63.2%)

 

– Rebotes                           –  2376 (79.2 pj)

 

– Erros de Fundamentos    –    785 (26.1 pj)

 

 

 

Ou seja, mantêm a turma dos 17 aos 22 anos índices de arremessos muito abaixo do desejável nessa altura de suas carreiras, assim como insistem na enxurrada de bolinhas, ocasionando uma media brutal de rebotes pelo acumulo de desperdício nas mesmas, e com equipes apresentando convergências inacreditáveis, como no jogo São José (13/28 nos 2 pontos e 12/28 nos 3), contra o Grêmio União (12/32 e 10/31 respectivamente), numa partida que me despertou a curiosidade de tê-la assistido, exatamente para acreditar no que veria, assim como constatar in loco ser verídica a inacreditável marca de 26 erros de fundamentos em media, numa prova cabal de que a persistir tão gritante falha, não iremos a lugar algum no universo do grande jogo. Mas na etapa aqui do Rio pretendo assistir pelo menos uma rodada, para me cientificar se tais distorções realmente existem, ao vivo e à cores, ou se não passam de falhas estatísticas…

 

Claro que boas equipes disputam o torneio, mas infelizmente serem aquelas que contam com jogadores que disputam o NBB, numa clara menção de que o título e a vitrine midiática superam em muito o discurso de que essa competição visa dar cancha aos mais novos em sua ascendente transição, esquecendo de que tal experiência deveria ser ofertada para todos aqueles jogadores que pretendem e sonham ingressar na liga maior, e não para aqueles que lá já se encontram, treinando e jogando com os melhores e mais experientes, garantindo títulos midiáticos e indevidos numa liga de desenvolvimento.

 

Por outro lado, lamentamos a presença de equipes completamente despreparadas, mal formadas e treinadas, num flagrante desperdício de verbas públicas que alimentam suas participações, e que deveriam ser direcionadas ao desenvolvimento regional, de onde sairiam aquelas vencedoras, para ai sim, num encontro nacional medirem forças por um acréscimo qualitativo, objetivando seu desenvolvimento real, e não feérico como está ocorrendo.

 

Num segundo momento, consigo sintonizar a transmissão de um jogo via internet da seleção brasileira no sul americano adulto feminino, jogando contra a equipe venezuelana, onde consegue a façanha de perder o primeiro tempo de um jogo assustador pela fragilidade nos fundamentos, todos eles, frente a uma equipe de uma fraqueza absurda, o que me fez desistir do restante da partida, pois em se tratando de uma seleção principal, renovada e com vistas para 2016, deixou-me assustado e absolutamente convicto de que muito poucas chances teremos naquela magna competição, em nossa casa, pela precária e inadmissível situação técnico tática em que se encontra, noves fora os ausentes fundamentos do jogo. Realmente lamentável.

 

O terceiro momento me foi dado pela estréia da seleção masculina no torneio quadrangular em Salta na Argentina, onde uma equipe bem renovada expôs o quanto de penoso caminho ainda terá de trilhar para alcançar um patamar qualificativo a maiores vôos, principalmente na urgente substituição de alguns super veteranos, que simplesmente não mais alcançam as exigentes valências necessárias ao embate internacional, tanto física como tecnicamente.

 

No entanto, novos e promissores valores ascendem a equipe, que claramente vai incorporando a dupla armação, às vezes tripla, pelos bons e jovens valores que se apresentam nesses novos tempos, e que se bem orientados, principalmente na interação com os também jovens e promissores alas pivôs, de uma geração que fatalmente sepultará uma tendência aos “cincões”, gerada por uma plêiade de técnicos, analistas, agentes e dirigentes, estreitamente comprometida com o sistema único, ou por desconhecimento real com o conceito NBA, que nos levaram ladeira abaixo no contexto internacional, poderemos evoluir de encontro a novas formas de jogar o grande jogo, com ritmo e cadencia pensante na armação de situações táticas, e muita velocidade na conclusão das mesmas, atitude somente possível através jogadores ágeis, flexíveis, rápidos e argutos leitores de jogo, que é uma qualidade adquirida pelo intenso e duro trabalho, capacitando a todos, de que posição forem, inclusive, na real possibilidade de enfrentamento a equipes pesadas, atlética e artificialmente super dimensionadas.

 

E nesse ponto cabe um esclarecimento, sério e preocupado, dirigido àqueles responsáveis pelo aprimoramento físico, técnico e tático desses futurosos jovens, basicamente aqueles que se destacam na firmeza e precisão nos arremessos médios e longos, focando no aspecto da sintonia fina na execução dos fundamentos, dos arremessos em particular, que será prejudicada, e muitas vezes anulada, quando frente a um preparo físico inadequado e dirigido a aquisição de massa muscular, na maioria das vezes de fundo puramente estético e antinatural. É um crime confundir força com inchaço puro e simples, ocasionando travamentos e perda de sensibilidade dos finos e apurados gestuais técnicos, assim como comprometendo articulações e tendões despropositada e irresponsavelmente.

 

Fato é que o técnico Magnano se encontra à frente de uma concepção de jogo que nunca foi de sua predileção, mas frente à realidade que se apresenta tende a uma mudança conceitual, que poderá desencadear uma verdadeira revolução em nossa maneira de ver, sentir e jogar o grande jogo, ao ultrapassar a fronteira da dupla armação e os alas pivôs, interagindo entre si dentro do perímetro interno, zona conflagrada das grandes defesas de grandes equipes, que vêem naquele setor o solo sagrado a ser defendido ao preço que for, e que poderão ser derrotadas se falharem e caírem ali mesmo, na ante sala de suas cestas.

 

Mas para tanto, precisamos aprender e dominar a arte de jogar “lá dentro”, arte esta somente possível priorizando a velocidade, a flexibilidade, a ousadia de fazê-lo, assim como canalizando essa novel energia exercendo uma outra arte, a de defender, com as mesmas valências, velocidade, flexibilidade, ousadia, acrescentando mais uma e fundamental, a percepção antecipativa.

 

Enfim, acredito firmemente que ousaremos mais, evoluindo a partir daí para um novo tempo, uma nova concepção de jogar.

 

Assim espero, e humildemente sugiro ao competente Magnano que ouse sempre, pois esses jovens merecem serem proprietários de uma nova forma de jogar o grande jogo, e que poderá inspirar outros jovens como eles, e por que não, os técnicos também…

Amém

Fotos – Divulgações FIBA, LNB e reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

REBUILDING…

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Em maio de 2011 publiquei um artigo (aqui) sobre esse bom prospecto de jogador, que recomendaria que lessem antes de prosseguirem adiante, e mais, atentando para os preciosos comentários no mesmo, quando um posicionamento contrario ao futuro desse jovem é enfocado e discutido como muita propriedade.

E por que volto ao assunto, quando interesses ligados à NBA pouco me sensibilizam, por se tratar de um outro jogo, de uma outra realidade, onde o fator econômico em muito supera e submete o fator desportivo, substituído pela destinação política auferida ao mesmo pela grande nação do norte, por sua poderosa influência junto aos jovens do mundo?

Volto pelo inconformismo por tal influência, que de tão poderosa, evita em seu âmago as mesmas sindicâncias antidopagens  realizadas pela senadoria do congresso americano, que vem intervindo forte e drasticamente nas mais diversas ligas desportivas, cassando medalhas olímpicas e títulos mundiais de muitos de seus atletas de ponta, e que regateia sua intervenção junto a NBA, por ser aquele desporto que mais promove e divulga a marca USA junto aos jovens de praticamente todo o mundo, cuja influência poderia sofrer um enorme baque e desastroso desgaste político econômico se tal investigação comprovasse o que muitos já sabem.

Mas, e o Bebê, o que tem a ver com tudo isso? Bem, lendo a entrevista do jogador ao jornalista Fabio Balassiano no blog Bala na Cesta, um fragmento da mesma elucida o atual posicionamento do jogador, principalmente se comparada com a outra reportagem mencionada acima, quando comenta, em oposição ao seu desejo de ser um ala pivô desde sempre – (…) embora Lucas mesmo reconheça que neste primeiro momento o fundamental para ele seja ganhar massa muscular pra enfrentar gigantes como Dwight Howard, Joakim Noah, Andrew Bynum etc.(…)

Então, o que veremos daqui para diante será uma metamorfose acintosa deste jovem ai retratado (compare essa foto com qualquer outra dele daqui a alguns meses), quando uma grande massa muscular lhe será implantada (não esquecer que seus tendões e articulações continuarão os mesmos, mas circundados pela tal da massa pretendida…), o que fatalmente acarretará num breve espaço de tempo os possíveis rompimentos de praxe, como os que ocorrem na maioria dos “inchados de plantão”, mas nada que não seja compensado pelos milhões amealhados e sofregadamente divididos pelos seus mentores, administradores e dependentes, numa bem azeitada indústria do faturamento às custas da incultura e inexperiência de muitos jovens, como ele…

Triste assistir a um ala pivô,  por desejo e sonhos próprios, talentoso, rápido e atlético, cedendo espaço a mais um fabricado brutamontes, a fim de distribuir tocos, enterradas e muitas cotoveladas (fico imaginando como seria um atleta dessa altura e envergadura, bem treinado e orientado, atuando de fora para dentro do perímetro, inclusive na NBA, pleno de habilidades no drible, nas fintas, nos passes, nas conclusões em velocidade…), para gáudio de uma minoria que bem lá no fundo odeia o grande jogo bem jogado, e que em hipótese alguma abre mão de vultosos lucros, ao preço que for.

Quanto à seleção, seu coração “doerá” a cada recusa em servi-la, como prescreve o bom e já bem conhecido discurso da maioria  daqueles que lá chegaram…

Que os deuses o ajudem e preservem, se puderem.

Amém.

Foto – Bala na Cesta. Clique na mesma para ampliá-la.

AH, OS FUNDAMENTOS…

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Se um jogador corre em alta velocidade driblando uma bola, olhando para ela (e não a vendo em visão angular), sem alternar ritmos e pequenas negaças, ou mesmo mudando de direção com troca de mãos, sem a cabeça erguida e olhos visionados perifericamente quando em estreita presença adversária, semi pressionado, perdendo ou mesmo tropeçando na mesma, poderemos dizer com propriedade, que ele não domina o drible, o mesmo ocorrendo quando executa passes paralelos à linha final, ou o faz sem uma finta antecedente, que não conhece bem as técnicas do passe, ou quando troca de mãos num corte sob pressão, sem concomitantemente executar um passo atrás,  estabelecendo a distância mínima necessária para ultrapassar a marcação, sua inabilidade nas fintas, ou que, num rebote, ofensivo ou defensivo, visa prioritariamente a bola, em vez do posicionamento antagônico, e mais, quando em posicionamento e deslocamento defensivo frente a um habilidoso atacante, permite situar seu centro de gravidade na borda, ou fora da área ocupada e delimitada por seus pés na quadra, concluiremos enfaticamente que, de fundamentos ele pouco sabe, ou mesmo entende, pois pouco ou nunca foi ensinado a dominá-los com alguma propriedade.

Podemos ir um pouco mais longe quanto aos arremessos, onde empunhaduras, controles direcionais, domínio do eixo diametral, e pleno conhecimento dos ângulos de incidência e reflexão em impactos nas tabelas, cedem o mais absoluto espaço à estética, à beleza gestual, ao “estilo”, às majestosas enterradas, ou à volúpia descabida dos longos, temerosos e altamente imprecisos arremessos de três, quando, na contramão de toda essa maquiagem, desequilíbrios e variações limites do centro de gravidade podem ser altamente compensados pelo pleno conhecimento da arte de arremessar uma bola à cesta, bastando para tal o mais pleno ainda conhecimento das técnicas inerentes ao mesmo, e as maneiras mais efetivas e eficientes de ensiná-los, tanto quanto os demais fundamentos do grande jogo.

Somemos a todo este conhecimento dos fundamentos individuais, às variáveis inerentes aos fundamentos coletivos, onde a verdadeira base de uma equipe é forjada por igual, quanto ao domínio técnico do ferramental de todos os seus componentes, os fundamentos, é que poderemos aquilatar o potencial da mesma para desenvolver e dominar sistemas de jogo, ofensivos e defensivos, que sem aqueles não funcionarão, sequer no mais rasteiro nível primário, quanto mais nas megalomaníacas “estratégias de prancheta”, foco inatingível e fantasioso de técnicos que teimam aprender a dominar os caminhos do grande jogo por osmose.

Então, frente à realidade dos números estatísticos que têm sido apresentados nos recentes embates na LDB, e nos campeonatos internacionais sub’s 17, 18, 19, e não sei mais quantos outros, masculinos e femininos, poderemos concluir, e mesmo projetar uma realidade nada encorajadora para um futuro logo ali na esquina, 2016, onde deveriam ser alcançados os resultados de um bem planejado e desenvolvido projeto de soerguimento do basquetebol nacional, em vez da reafirmação de uma política de favorecimentos e corporativismo voltados ao interesse de uns poucos, rudemente dissociados dos muitos que poderiam estar inseridos no grande e ansiado projeto da formação de base, sem a qual iremos, inexoravelmente, de encontro ao fiasco e ao fracasso, com a mais absoluta certeza.

Complementando, dois exemplos práticos, começando com nossa, e ainda na luta classificatória, seleção feminina sub 19, que amanhã cedo joga suas esperanças contra a forte equipe francesa, num jogo que, mesmo de longe e sem qualquer registro visual, tem apresentado uma razoável proposta ofensiva, minimizando os arremessos de fora do perímetro, e priorizando o jogo interno, conseguindo bons resultados, mas que conta contra si uma media absurda de mais de 20 erros de fundamentos por jogo, prostrando ao solo seus esforços de tentar ir mais além, num equivocado carrossel de repetidos erros e óbices na preparação de nossos equipe de base, mas que poderá,  no caso de uma difícil, mas não impossível correção de técnicas individuais ( muito difícil de acontecer por se tratar de hábitos pouco efetivados, e somente enraizados através um longo aprendizado), assim como uma drástica mudança na forma de jogar “dentro” da defesa francesa, sem dúvida alguma, o grande obstáculo.

O outro exemplo fica bem claro nos números apresentados na segunda fase da LDB, se comparados com os da primeira fase, aqui descritos:

 

– Arremessos de 2 pontos – 1519/3257 (46.6%)

– Arremessos de 3 pontos –   497/1685  (29.4%)

– Lances Livres                 –  1053/1631 (64.5%)

– Erros de Fundamentos    –  1031 (23.9 por jogo)

Nota – Números de 88 jogos, pois dois deles não foram publicados pela liga (Goiânia x Limeira e Ginástico x Vitoria-ES)

 

Se somarmos e tabularmos com os jogos da primeira fase, teremos:

 

– Arremessos de 2 pontos – 3136/6986 (44.8%)

– Arremessos de 3 pontos –    968/3388 (28.5%)

– Lances Livres                 –   2220/3352(66.2%)

– Erros de Fundamentos    – 2327 (26.4 por jogo)

 

Logo, o retrato não é nada animador, ainda mais se tratando de uma divisão sub 22, mas que aceita jovens desde a sub 17, e que inclusive tem como participante uma equipe, Limeira, que apresenta os seguintes números em 8 jogos, numa convergência espantosa:

 

-Arremessos de 2 pontos – 67/157 (42.6%)

– Arremessos de 3 pontos – 50/187 (26.7%)

– Erros de Fundamentos   –  78 (15.6 pj)

 

E também uma equipe que não venceu um único jogo, Vitoria-ES, perdendo-os com placares muitas vezes acima dos 30 pontos. Por conta de tão eloquentes exemplos, fico pensando quão equivocada foi a determinação da LDB obrigando a permanência por duas temporadas dos jogadores nas equipes participantes, num critério punitivo para muitos deles, pela mais do que deficiente fraqueza de algumas franquias em seus projetos técnicos na preparação dos mesmos.

Enfim, todo o panorama acima descrito e enumerado, tem como denominador comum um único fator, a ausência quase geral de um domínio aceitável dos fundamentos do jogo, sem os quais estaremos sendo levados para cada vez mais fundo na mesmice endêmica que nos tem esmagado, neles e nos sistemas, aliás, pelo único sistema que professamos contrita e colonizadamente falando. Não à toa a NBA acaba de selecionar um bom numero de nossos mais talentosos prospectos para moldá-los à sua imagem e semelhança num formidável Camp em São Paulo, e já providencia a “musculação” de um ingênuo Bebê, para trilhar o caminho dos lesionados Nenê, Varejão, e outros mais que arriscam sua integridade em troca de alguns milhões de dólares, que devem valer o sacrifício para os mesmos, e principalmente para os que os empresariam, sem ter de levantar uma única grama de ferro, noves fora os eternos enamorados da liga americana, bailando e embalados em seus sonhos de fictícias e infantis quimeras projetadas na carreira dos mesmos, bem, muito bem ao largo do que aqui existe de real e factível, além da flagrante constatação de que para a grande maioria daqueles jogadores pertencentes à liga matriz, a seleção nacional jamais será uma prioridade, talvez uma midiática concessão…

Temo que cada vez mais nos afastemos do que deveria estar sendo desenvolvido junto aos nossos jovens, a verdadeira e transcendental estratégia visando o soerguimento do grande jogo em nosso país, mas quem sabe para, 2020…

Até lá, que os bondosos e ainda pacientes deuses nos ajudem.

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.

DE 2 EM 2 = 96 PONTOS…

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Constatar que num campeonato mundial, uma seleção brasileira, ainda mais feminina, arremesse numa partida inteira, e contra uma seleção tradicional como a Coreia, somente duas bolas de três pontos (0/2), e mesmo assim atinge, de 2 em 2 e de 1 em 1 os 96 pontos (o resultado foi de 96×81), é uma alvissareira notícia, empolgante mesmo, pois confirma o que venho defendendo a anos aqui nesse humilde blog, e provei na quadra de jogo no NBB2, que a hierarquia dos arremessos se inicia do mais perto, para o mais distante, não só pelo fator precisão, muito mais pela participação coletiva de toda uma equipe, que para exequibilizar uma cesta de curta distância necessita do trabalho dedicado de todos, e não da exibição extemporânea de “falsos especialistas” da mais complexa arte do basquete, os arremessos de longa distância, campo restrito a muito poucos “realmente” especialistas.

E mais, que a estratégica necessidade de se valorizar cada sacrificado e trabalhoso ataque com pontos mais precisos e de frequência elevada, ao contrário da quase sempre baixa produtividade dos longos arremessos, deveria obrigatoriamente priorizá-los, numa escalada mais profícua e eficiente, e acima de tudo lastreada pelo bom senso tático, e por que não técnico também.

Mas apesar da manutenção de um elevado e incrível número de erros de fundamentos (23 para cada equipe), propiciando inclusive inacreditáveis 27 roubadas de bola (15/12), o simples e objetivo fato da conquista de tão elevado placar sem a conversão de uma única bolinha (as coreanas tentaram e conseguiram um 2/17), por si só demonstra uma clara evolução na perfeita leitura de uma inquestionável verdade, a de que deve toda qualificada e bem treinada equipe procurar sempre a otimização de cada ataque realizado, façanha esta somente atingida através conclusões as mais precisas possíveis, campo irrestrito dos arremessos de médias e curtas distâncias, reservando-se os de longa distância àqueles poucos versados jogadores nos mesmos, e mesmo assim em situações construídas para que sejam realizados nas mais perfeitas situações de liberdade e equilíbrio, sendo dessa forma corretamente definidos como ações complementares, talvez suplementares, jamais prioritárias para quaisquer equipes, de divisões que forem, principalmente em seleções.

Torço para que tão ansiada e esperada conquista não se torne um fator simplesmente pontual, e que se transforme realmente num patamar construído, pensado e praticado em direção ao domínio da eficiência e da elevação na arte de jogar o grande jogo, como deve ser jogado.

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.

E ELAS CAIRAM…

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Venceram, as meninas venceram, formidável, começaram bem, classificando podem aspirar o pódio, é uma bela geração…

Tudo bem, legal, mas, como afirmar excelências sem que vejamos os jogos, sem podermos avaliar ações, atitudes, posicionamentos, produtividade, como?

Sobram as estatísticas, frias, cortantes, subjetivas no plano técnico, mas profundamente objetivas quanto à realidade do que realmente ocorre numa partida, apontando acertos e erros, apontando o caminho futuro face aos mesmos, para o bem, e infelizmente também para o mal.

E os erros, esquecidos pela mídia lá estão, enumerados, frios, cortantes, num jogo amarrado em pontos, mas eivado de muitos erros de fundamentos, para ambas as equipes, somando incríveis 48 (23 para nós, 25 para as russas), com 25 roubadas de bola (13 e 12 respectivamente), demonstrando que dribles e interceptações de bola compuseram o cardápio azedo de um jogo medíocre, mas desequilibrado nos rebotes, onde as russas mais altas faturaram 47 contra 34 das nossas, porém equilibrado nas percentagens de arremessos (15/45 nos de 2 para nós e 17/43 para elas, e 9/17 contra 14/21 nos lances livres respectivamente), onde o diferencial foi estabelecido nos arremessos de 3, quando as bolinhas verde e amarelas caíram (9/16) e as das russas em menor numero (5/15), determinando o resultado do jogo, 66×63…

Fica então, bailando no ar a pergunta que não cala, mas consente o continuísmo de uma realidade que tão bem conhecemos, e iludidamente pensamos dominar – E se nos próximos jogos elas não caírem? Pois se dependermos dos fundamentos, base e alicerce de qualquer sistema de jogo que se escolha, ofensivo e mesmo defensivo, pouco avançaremos, agora, e para mais adiante, quem sabe, 2016, mas as bolinhas, essas, quem sabe…

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.

ROMÊNIA TAMBÉM?…

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Enfim, conseguimos perder para a Romênia, que sempre foi um país unificado, logo, a desculpa de que a Iugoslávia e a Rússia geraram nações fortes no basquetebol, justificando nossas freqüentes derrotas para os mesmos, não se aplica nesse caso, inaugurando mais um ciclo de equívocos que vem caracterizando nossa desdita sempre focada nos “detalhes”, ainda mais quando se trata da badalada seleção de novos, dirigida e orientada pela cúpula técnica da seleção principal, sendo todos os jogadores universitários de carteirinha, que, a exemplo da matriz americana, estudam para valer num período, e treinam num outro, como deve (?) ser, a fim de disputarem uma Universiade, que é uma competição séria e tradicional no universo acadêmico a que pertencem aquelas nações comprometidas para valer com a educação de seus cidadãos.

Mas como dizia, perdemos o 5º lugar para os romenos, e disputaremos o 7º  hoje com os estonianos, numa participação medíocre em se tratando de uma seleção composta por jogadores com boa experiência em competições de alto nível, como o NBB…

Neste ponto, convido o leitor a dar uma boa olhada na tabela acima, com os dados contabilizados nos sete jogos até aqui realizados, quando enfrentamos, chineses, finlandeses, lituanos, canadenses, prestando atenção em alguns “detalhes” para lá de interessantes, como o fato de obtermos 60% de eficiência nos arremessos de 2 pontos (166/276), contra 43% (117/272) de nossos oponentes, e 32% nos de 3 pontos (52/164), contra 28% (43/156), numa clara evidência de um melhor e mais confiável jogo interior, que se continuado fosse teríamos ido mais longe na competição. Basta olharmos o excesso de alguns jogadores nos arremessos de 3, com marcas de 11/32, 9/29, 8/20, 2/14, 5/18, 2/13, 1/9, para atestarmos o alto grau de aventuras nas bolinhas cometidas e consentidas por uma seleção nacional, que em nenhum momento sofreu um basta por parte de seus técnicos, permitindo que uma equipe que atinge a marca de 302 pontos dentro do garrafão, contra 186 dos adversários nos cinco primeiros jogos, opte por arremessos de três da forma mais dispersiva e irresponsável possível, em vez de concentrar maciçamente  seus pontos no jogo interior, onde sua eficiência era mais marcante e decisiva, para de 2 em 2 vencer partidas. Mas seu técnico, campeão nacional, afirmava numa outra ocasião em uma entrevista, que contava com os arremessos de fora por parte de seus especialistas, pois o que valia era a qualidade e não a quantidade das bolinhas. Pelo visto falharam ambas, para menos e para mais na seleção, o que é de lamentar.

Ah, e em tempo, acabamos de perder para a Estônia (quando detonamos 7/30 nos 3…), leram bem? ESTÔNIA!!!!

Estamos roubados, e mal pagos, mas merecemos, e como…

Amém.

Fotos – Divulgação Universiade. Clique nas mesmas para ampliá-las.

OS FUNDAMENTOS DE TODOS?…

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Professor Paulo,

Acredito que o senhor certamente irá escrever algum artigo sobre a entrevista dada pelo Rafa Monclova, publicada no Território LNB (http://lnb.com.br/territorio/entrevista-exclusiva-com-rafa-monclova/). Muito interessante a opinião do técnico espanhol, que enfatizou bastante a importância do aprimoramento da técnica/tática individual para a formação de bons jogadores.

Um abraço,
Lucas Diego.

 

 

Bom dia professor, gostaria de saber se o Sr leu a entrevista do Sr. Rafa Monclova, tec do Cajasol Sevilla no site Territorio LNB/NBB? O Sr Rafa fala muito de um assunto que o Sr sempre defende aqui, que é o apuramento da tecnica individual na formação dos nossos jogadores em detrimento da massificação de jogadas. Interessante a visão de um tecnico espanhol e dá pra ver a diferença de mentalidade.

Antonio Ferreira

 

Não só li, como estava com o artigo quase pronto ao receber esses comentários veiculados no artigo anterior, e que me fez repensar a forma como o abordaria, inicialmente com uma forte critica ao aspecto contraditório na fala do referido técnico no teor da entrevista, quando defende enfaticamente a pratica dos fundamentos para todos os jogadores, independendo de posições em que atuam, como ferramental básico de suas evoluções técnico táticas, em confronto com sua clinica para jogadores e técnicos da LDB, onde setorizou e aplicou os exercícios de fundamentos por posições, armadores, alas e pivôs, perdendo uma excelente oportunidade de reiterar e gravar na mente de todos os participantes a necessidade da pratica generalista dos fundamentos, conforme sua explanação anterior.

Bem, concordo que exercícios especiais de fundamentos devam ser ensinados e praticados por armadores, alas e pivôs, mas em etapas mais avançadas, paralelas e decorrentes do desenvolvimento dos mesmos, que não é o caso da maioria das equipes da LDB, onde se erra em demasia nos fundamentos básicos, priorizando a diversidade no ensino para as categorias menores, como o fazem na Espanha (vide as declarações do prof. espanhol) e na Europa em geral, reiterando e concordando com o mesmo ser o habito da pratica generalista, com a participação não setorizada de todos, se constituir na base de todo plano sério de treinamento, inclusive auxiliando em muito na preparação física, com o melhor dos dois mundos, a posse e contato permanente com a bola, e a movimentação enérgica e profunda de todos os segmentos articulares e musculares do corpo em desenvolvimento, complementado pelo controle e equilíbrio mental necessários para a evolução harmônica e rítmica de todos os jovens, e por que não adultos também, no processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.

Lamento porém, que somente sejam reconhecidos como válidos e avançados os sistemas e métodos de treinamento vindos do exterior, como algo inusitado e revolucionário (o que absolutamente não o é, já que clássicos), mesmo existindo no país profissionais capazes e competentes na preparação de jogadores, e que nunca foram reunidos e ouvidos em projetos de formação de base, sendo afastados e negados coercitivamente do meio basquetebolístico, substituídos por técnicos formados, formatados e padronizados em cursos de 4/5 dias, e  estrangeiros que não oferecem perigo ao mercado de trabalho, pois mesmo sendo muito bem pagos por verbas oficiais, logo se vão “deixando” um pretenso legado que pouco ajudará no soerguimento do basquetebol entre nós sem a devida e necessária continuidade, mas garantindo o mercado para aqueles poucos que o dominam e o particularizam entre si, inter pares.

O técnico espanhol confirmou o que se faz em seu país, na Europa, nos Estados Unidos, no desenvolvimento do grande jogo, e que foi por nós conhecido no passado, hoje esquecido em nome da estratégia, dos “estrategistas”, com descerebradas pranchetas nas mãos.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

DISCUTIR, CONTESTAR, COMO?…

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Prezados basqueteiros, jornalistas, dirigentes, jogadores, técnicos, entusiastas (?), pergunto, a todos, como ser possível discordar, lutar, contra essa turma ai de cima, como?

Primeiro, jamais permitirão que qualquer “dúvida” sobre gestão de confederações seja discutida, fiscalizada,quiçá, penalizada, às vésperas das grandes “conquistas” nacionais, o mundial e as olimpíadas, quando toda a entourage está prestes a se locupletar economicamente com a megalomania longamente planejada, distribuída, corrompida, consolidada.

Como esperar de qualquer um deles coerência, lisura, transparência, ligados e irmanados pelo código do silêncio, do afastamento e desligamento do clamor público, seguros de suas inamovíveis posições, garantidas por partidos políticos, votos de cabresto de uma corriola mancomunada com a visão das benesses, mordomias, voltadas à manutenção da elite auto promovida, antidemocrática, pusilânime, como?

Segundo, no caso do basquetebol, jamais permitirão que volte a se tornar o segundo esporte no gosto do brasileiro, desde que nos primórdios da ditadura militar, era a única modalidade coletiva que não contava com o domínio e conhecimento técnico dos militares, fugindo à sua influência direta e interesseira, fator que catapultou o futebol e o voleibol para um controle que privilegiou-os, inclusive, aos grandes patrocínios, como o da troca do Banco do Brasil do basquetebol para o vôlei, dotando-o da infra-estrutura econômica necessária ao seu desenvolvimento técnico, hoje uma realidade incontestável, mas que feriu o grande jogo de morte, fazendo-o vitima, daí para diante, das péssimas e políticas administrações, que o levaram ao estagio pré falimentar em que se encontra, e que se mantêm pelos altos interesses em nada mudar, deixando-o nas mãos de despreparados, aspones e chupins do poder, o que bem explica a liberação de verbas oficiais que os mantêm e manterão pelo tempo que quiserem, como figurantes, jamais protagonistas desse execrável circo em que transformaram o esporte e a educação do país.

Terceiro, todo esse imbróglio, tende a afastar a percepção do real problema que mantêm o basquetebol na situação de fraqueza técnica atual que “deve” ser mantida e patrocinada, a desunião e proposital afastamento dos técnicos junto à causa primordial para seu sustentável soerguimento, o trabalho na base, nas escolas de educação física, onde urge a revisão das cargas horárias nos desportos, hoje minimizadas e trocadas por disciplinas paramédicas, justificando o precário preparo dos futuros professores e técnicos no processo de ensino e aprendizagem dos mesmos, aspecto lapidar e conceitual, que somente se tornará factível a partir do momento que essa união se materialize, num trabalho realmente difícil, mas não impossível de ser alcançado.

Política, políticos e politiqueiros sempre (?) estarão por perto, infames, criminosos, mas que graças aos deuses, não formam, ensinam e treinam os jovens na modalidade, mas que tudo fazem para atrapalhar e retardar todo um processo, é bem verdade, mas que podem ser energicamente confrontados através o trabalho associativo daqueles que realmente fazem o grande jogo acontecer, os professores, os técnicos, principalmente nas escolas, onde os crefs da vida jamais deveriam poder se imiscuir…

Unam-se e trabalhem juntos, todos, e não uma minoria elitista, para a sobrevivência e resgate do grande jogo, ou simplesmente o vejam morrer tragado pela discórdia, pelo abandono, pelo apadrinhamento e pela ação entre amigos. O basquetebol merece um destino melhor.

Amém.

Fotos – Divulgação CBB, Globoesporte. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Leitura obrigatória – Bala na cesta

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ALTO NÍVEL…

 

(…) A terceira edição da Liga de Desenvolvimento de Basquete começou no dia 24/06, com as partidas do subgrupo A1, que já deram uma excelente demonstração de que a competição está com um altíssimo nível. Agora, é a vez das dez equipes do subgrupo A2 medirem forças entre si e mostrarem que é a melhor (…) Trecho do artigo publicado no site da LNB no dia de hoje.

 

Bom, é a opinião da Liga, mas será que corresponde a verdade dos fatos, ou dos números, já que jogo nenhum foi mostrado a publico, mesmo que pela internet, unzinho que fosse, para que o restante daqueles que realmente se interessam pela melhoria e o progresso do grande jogo pudesse atestar o “altíssimo nível” anunciado, e não ficarem frente a números que se situam na direção inversa do mesmo?DSC_0360-640x426

 

Então, recordemos os números finais do grupo A1 na competição:

 

– Arremessos de 2 pontos – 1617/3729 (43,3%)

 

– Arremessos de 3 pontos –    471/1703 (27,6%)

 

– Lances Livres                 –   1167/1721(67,8%)

 

– Erros de fundamentos     –   1296 (28,8 pj)

 

 

 

Aguardemos os jogos do grupo A2 para atestarmos, ai sim, a efetiva demonstração que se constitui numa competição exemplar, como anunciada pela LNB, o que real e honestamente não acredito, mesmo, pois percentuais de arremessos muito abaixo das médias razoáveis para a faixa etária em competição, e o absurdo número de erros de fundamentos, 28,8 em média por jogo, nos deixam apreensivos quanto à qualidade técnica de uma geração, que assim como as que a precederam, foram direcionadas prioritariamente aos sistemas coreografados, do que ao exercício básico do jogo, seus fundamentos.

 

Mas dia virá em que essa lastimável tendência deverá ser revertida.

 

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.