PARA MIM, BASTOU…

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Pelo menos aparentam entendimento…

         Quanto ao grupo, nem tanto, face ao descompasso gerado pelas exigências técnico táticas de seu comandante, e a frágil capacitação técnica do mesmo, fruto de uma equivocada e nominada convocação.

         Confesso que não resisti ao sono no quarto final do VT do jogo com o Canadá apresentado à meia noite de hoje, e sobre o qual nada mais poderia acrescentar além do excelente comentário do Giancarlo Gianpetro no seu blog Vinte Um (aqui). Boa leitura, e até a Copa América…

         Amém.

 

         Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O RETORNO DOS “DETALHES”…

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Foi uma noite diferente da de ontem, onde até vimos o técnico sentar no meio de seus dois assistentes, e dialogar com ambos, numa cena tocante, e que prenunciava uma nova atitude de um grupo que havia sido esmagado na véspera sem dó nem piedade, mesmo sob a suspeição de que muito do nosso jogo tinha sido dissimulado, tese derrubada em quadra pela rivalidade tradicional entre as duas equipes.

Talvez a pecha de dissimulação tenha sido passada para a equipe da casa, com seu comportamento tático jogando com os cinco abertos, em contraste direto a seu tradicionalíssimo jogo interior e de longos arremessos, temperado pela correria caribenha tradicional, mas que pelo andamento da partida, não muito a seu favor, retornou às origens para poder se impor a equipe brasileira.

Dissimulações à parte foi o jogo se aproximando dos dois quartos finais para transcorrer como deveria ter sido jogado desde o começo, com as equipes dando o seu máximo em busca da vitória, como sempre a buscaram em seus inesquecíveis encontros anteriores.

Não podemos negar a radical mudança comportamental da nossa seleção, que mesmo enfrentando sérios problemas técnicos pela lentidão de seus pivôs (mais aparentes quando defendem), pela falta de coordenação entre as ações externas e internas, originando outra grande preocupação, as falhas nos fundamentos de passes e dribles, que são aspectos indesculpáveis nesse nível de competição, e que somente neste jogo atingiu a marca de 14 erros de fundamentos, contra 5 de seu oponente.

Sem dúvida fomos um pouco mais comedidos na chutação de três, e inclusive bem eficientes nesse pormenor (10/18) graças à frouxidão da defesa porto-riquenha fora do perímetro, como a nossa também, franqueando 3/13 para a turma da casa, que por sorte foram ineficientes nesta sua bem conhecida e arrivista habilidade.

Mas foi lá dentro que o jogo foi decidido, onde os rápidos e eficientes pivôs de Porto Rico superaram os nossos na medida certa para vencerem (26/47 e 16/33 respectivamente), apesar de falharem nos lances livres (23/33) assim como os nossos (19/25).

No entanto, se olharmos detidamente para os números da partida podemos constatar dois fatores determinantes para o resultado final, a constatada fraqueza brasileira no ataque e na defesa interior, com sua pesada e lenta infantaria de pivôs, anulando em muito as ações coordenadas com os armadores, e a nossa notória e trágica realidade de falibilidade nos fundamentos, principalmente naqueles momentos finais de decisão, como a perda de bola do Guilherme ao tentar dribles frente a uma bem executada dobra, e a tentativa frustrada de um passe interior do Huertas (vide fotos), que já tinha tido um outro interceptado, fatal naquele momento do jogo, fatores estes que poderiam ter sido bastante minorados se a compatibilização dos sistemas de jogo escolhidos para essa competição pelo técnico Magnano, ou seja, o forte jogo interior, confrontando o excesso de arremessos de três,  e uma potente defesa dentro e fora do perímetro, com inclusive alguns momentos de pressão toda a quadra, fosse decisivamente contestado pela fraqueza dos pivôs, e da ainda inexperiência e técnica do Luz e do Raul na arte de fazer jogar uma equipe, exatamente naqueles pontos que determinariam a eficiência de sua escolha tática, a velocidade e flexibilidade dos mesmos. Tivesse convocado alas pivôs com aquelas habilidades (temos alguns muito bons…), e um ou dois armadores mais calejados, a exemplo dos armadores e alas pivôs que temos enfrentado até aqui, poderíamos estar bem mais tranquilos com a  possibilidade de classificação ao Mundial, e não correndo o factível perigo de não obtê-la por força dos  “detalhes”, o que seria trágico.

Enfim, continuo a achar que o Magnano tem sérios problemas a enfrentar, mas com sua notória capacidade acredito que saberá ultrapassar esses obstáculos, que bem poderiam ter sido amenizados através uma convocação que encaixasse melhor seus planos táticos e técnicos, e cuja maior estratégia seria aquela de menos qualificar jogadores nominados e marqueteados, por aqueles que realmente poderiam exequibilizar seus projetos de coletivismo e união em torno de um objetivo comum, apesar de menos nominados, na elogiável busca de uma verdadeira e unificada equipe.

Amém.

 

Fotos – Reproduções legendadas da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A DOLOROSA ESCRITA…

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Não pode existir dissimulação num jogo com tantas faltas técnicas, inclusive de técnico, que a essa altura da preparação já deveria ter a equipe azeitada para a competição para valer um Mundial para o ano.

 

E por que não a tem a uma semana da Copa?

 

Olhando para o banco recheado de gente que não deveria ali estar, e constatando que os dois assistentes sequer trocam olhares, quiçá comentários por toda a partida, e que somente um deles dialoga com o técnico argentino como ele, pode-se perceber alguns fatores escancarados dentro da quadra, como por exemplo, a total falta de velocidade defensiva dos pivôs ante os ágeis alas pivôs argentinos (e os dominicanos também), concedendo aos mesmos verdadeiras e convidativas avenidas para finalizações praticamente embaixo da cesta, assim como a constante perda de posicionamento fora do perímetro, onde o Huertas, Larry, Raul, Benite e Luz não conseguiam acompanhar e brecar os habilíssimos armadores argentinos, que deitaram e rolaram por sobre tão pobres e constrangedoras posições de pés e troncos eretos e não flexionados, demonstrando que a ultra moderna preparação física não foi tão moderna e eficiente assim, e olha que eram três os preparadores físicos, sem contar com o fisiologista, secundado por três fisioterapeutas, prontos e equipados para recuperar músculos cansados pela intensa e científica preparação (?), cujos resultados temos assistido em Porto Rico. Por que não, como antigamente, ganhar resistência e fôlego simplesmente treinando fundamentos, com a bola na mão, maneirando um pouco a preparação científica, e cujo domínio e controle têm faltado a muita gente, ao contrário dos hermanos, mestres em dominá-la em todas as situações? Sim, levamos um banho de fundamentos de uma renovada e muito jovem seleção argentina, que anuncia para muito em breve poder estar sucedendo a sua grande geração olímpica. Quanto a nós, haja ferro para ser puxado…

 

No jogo em si, um fato irrefutável e de uma lógica impar pode e deve ser observado, sob um único argumento, o de que as duas equipes jogaram sistemas idênticos em tudo e por tudo, inclusive nos sinais, nos chifres e cornos, contudo com uma radical diferença, a de que uma delas possuía nas posições de 1 a 5 jogadores infinitamente superiores e preparados no cerne do grande jogo, seus fundamentos, e nada mais do que isso, seus fundamentos, encontrando no grande Scola seu ponto mais relevante, um pivô jogando com fintas, e que fintas, como bem apontou o Prof. Wlamir Marques em seus comentários acadêmicos, e de grande jogador que foi, e que fintava como ninguém…

 

Pena que não possamos contar com jogadores mais versáteis, mais rápidos e ágeis, mesmo que com menor habilidade que os argentinos, e que poderiam enfrentá-los apresentando maior movimentação dentro do perímetro ofensivo, e o defensivo também, oferecendo-se mais livres aos passes vindo dos armadores, incentivando-os a procurarem os  melhores ângulos para executá-los, e não ficarem encerando o piso já envernizado da quadra buscando as parcas brechas oferecidas por jogadores lentos e pesados, comprometendo irremediavelmente seu trabalho e facilitando a defesa argentina, sempre bem postada na linha da bola e presente nas contestações dos tiros longos.

 

Resta uma pergunta e uma constatação – Por que alas pivôs como o Murilo, Cipolini, Gruber e Teichmann lá não estão, e mesmo por que o Mineiro foi cortado para manter um jovem Felício que pouco terá a fazer frente a sua imaturidade, já que a proposta do Magnano sugere privilegiar o jogo interno? Respostas com a enorme entourage (são 16!!!) assentada no quilométrico banco brasileiro, confirmando definitivamente que “altas tecnologias” e “padrões científicos” ainda perdem muita de sua importância  para o ensino, treino e preparo de jogadores para manipularem seus instrumentos  básicos de trabalho, a bola, a leitura de jogo e a resistência física, técnica e mental adquirida na pratica permanente dos fundamentos, para ai sim, conseguirem colimar seus conhecimentos do jogo com os sistemas táticos, conceitos e estratégias  propostas a eles, como fazem e praticam desde a base nossos hermanos do sul. Nada mais do que isso, nada mais…

 

Então, se não dermos, agora, a grande guinada nesse sentido na formação de base, estaremos arriscados a um monumental vexame aqui mesmo, em nossa casa em 2016. Mas que tal guinada seja liderada pela gente que entende realmente do riscado, e não essa que aí está posando de “estrategistas”…

 

Amém.

 

 

Fotos legendadas – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

AÇÃO DISSIMULADA OU VERDADEIRA?…

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Num determinado ponto do jogo de ontem em Porto Rico, o comentarista da ESPN, Prof. Wlamir Marques, afirma que naquela altura de preparação para um torneio classificatório para o Mundial, não acreditar que as equipes estivessem escondendo jogo, ainda mais quando a nossa seleção, desfalcada de seus mais experientes jogadores, teria de se esforçar ao máximo nestes jogos, a fim de se apresentar em sua melhor forma quando fosse realmente para valer, que a realidade da equipe era aquela, e que o Magnano teria de fazer jogar o que sobrou em suas mãos.

De certa forma concordo com a análise do excelente comentarista, mas incluiria alguns pormenores técnicos, que na minha humilde opinião, complementariam um quadro preocupante na caminhada rumo à classificação ao Mundial, priorizando a frágil coordenação entre nossa ofensiva externa e interna, e nossa lentidão na rotação defensiva, quando posta em ação reparadora às sucessivas falhas de alguns jogadores submetidos a cortes e penetrações por parte da armação adversária, inclusive intervenções do decantado Alex, contribuindo em muito para o desequilíbrio defensivo, que poderá ser decisivo na Copa, pois nossos pesados pivôs não têm agilidade e velocidade de pernas para acompanhar pivôs que as tem, como ficou bem claro no jogo de ontem.

Esses mesmos pivôs, mais propriamente o Caio, Rafael (outrora bem mais rápido e explosivo, e agora mais para pesadão…) e João, sofrem dessa restrição, e muito mais o novato Felício, que pouco jogará também por sua imaturidade nas grandes competições. Sobra o Guilherme, que de forma alguma pode ser qualificado como pivô na acepção do termo, e que é um desastre quando se opõe a um adversário fora do perímetro, mas que tem se garantido por algumas bolinhas salvadoras lá de fora. Nesse quadro, a possibilidade de defesa frontal aos pivôs adversários se torna praticamente impossível, abrindo um caminho facilitador aos Scolas de plantão, realidade que poderia ter sido razoavelmente relevada se naquelas posições jogadores como Murilo, Teichmann, Cipolini e Gruber tivessem tido uma oportunidade nessa híbrida seleção…

Quanto à coordenação do jogo exterior com o interior, a sequência de fotos demonstra com clareza (melhor seria em vídeo…) o aspecto dicotômico entre os dois perímetros, com a mais absoluta separação entre ambos, fazendo com que a equipe jogue basicamente pelo externo, com freqüentes tiros de três, e algumas penetrações dos armadores para finalizações, ou esporadicamente pelo interno, onde os pivôs tentam definições isoladas sem apoio e participação direta de seus companheiros, estando dentro ou fora dos mesmos.

Com tal dissociação entre os dois setores, o que vemos são tentativas voltadas ao individualismo, com ausência do coletivismo tão defendido pelo técnico argentino, somente atenuado quando opta pela formação baseada na experiente trinca do CEUB, que começou e encerrou o jogo, e alguns momentos de tentativas com dois armadores, pecando, no entanto, pelo fato de um deles substituir um ala, mantendo a estrutura e suporte do sistema único (vide fotos), e não fazendo com que atuem verdadeiramente em dupla, com mútua ajuda nas levadas de bola, nos bloqueios e passes interiores sendo gerados de todos os setores externos, na busca permanente de alimentação contínua e veloz dos pivôs em deslocamentos também constantes e unidirecionais.

Contudo, fica muito difícil aceitar a tese de que muito da maneira de jogar da equipe tenha sido escondida, como forma de não revelar o verdadeiro sistema com que encararemos a competição a valer, ainda mais quando vencer um jogo da forma dramática e lutada como venceu, não deixar muita margem a especulações desse teor, sobrando somente um outro fator que açodaria a discussão, o desvairado rodízio perpetrado pelo hermano, parecendo ainda estar em processo de experiências nas varias posições, reforçada pela evidência de ter lançado a base candanga no inicio e na hora da definição do jogo.

Enfim, continuo na certeza de que o Magnano tem  sérios problemas a enfrentar, sendo o maior deles estar aceitando as bolinhas como solução, e nesse pormenor os cardeais continuarão a dar as cartas, adiando para mais adiante (?) a solução coletivista, claro, se for possível implantá-la.

Vejamos com os argentinos logo mais o que será dissimulado ou verdadeiro, ou simplesmente, falso…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

“TIRANDO O PÉ”…

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Lendo o magnífico artigo do Giancarlo Gianpetro no blog Vinte Um  de hoje, me veio a mente uma situação que vem se repetindo nas últimas seleções nacionais, não importando qual a categoria, se de base ou adulta, e que nesse artigo mostrou a faceta responsável pelo “cansaço e exaustão” nos treinamentos, a tal ponto que o premente “tirar o pé” se tornou necessário, a fim de que a equipe que se dirige à Copa América, lá chegasse no ponto ótimo de produtividade técnica e física, segundo relato do capitão da equipe, o Huertas.

Também expôs em seu relato a intensa exigência do técnico Magnano em seus pesados e exaustivos treinos voltado às técnicas e táticas, devidamente atropelados pelas também exaustivas “puxações de ferro” a que são submetidos pela tríade de preparadores físicos da seleção, que juntos aos profissionais da área, se consideram os responsáveis, de através testes e mensurações específicas nas divisões adultas e de base, prever habilidades e predisposições atléticas e mentais para as posições que os jogadores se postarão na quadra, prescrevendo e orientando, inclusive, os técnicos das divisões formativas para adotarem suas projeções na formulação das equipes, o que considero uma aberração e absoluta inversão de valores na arte de forjar, desenvolver e treinar jovens, e por que não, adultos também para o grande jogo, onde a preparação física sempre foi, é, e deveria permanecer adjacente, e não prioritária e dominante no processo formativo, mesmo como mantenedor da forma.  Não à toa estouros articulares e musculares cresceram de forma exponencial entre nossos jogadores, e nos lá de fora também, assim como o desestimulo no prosseguimento de muitos valores, premidos por equivocados pareceres físico técnicos, vitimas que foram, e continuarão sendo, de duvidosos e inexatos experimentos e limitação do conhecimento básico do que venha a ser o desenvolvimento natural e harmônico de cada indivíduo, respeitando seu ritmo evolutivo, tanto físico, como psicomotor, além do psicossocial.

Todo esse engodo e falseado conhecimento é uma das heranças promovidas pela absorção dos cursos de educação física, baseados que eram  corretamente nos centros acadêmicos de ciências humanas, pelos centros de ciências da saúde, originando os bacharelatos e toda a massa crítica que mantém a indústria do culto do corpo, com suas holdings,  antagônicas ao desporto e atividades físicas nas escolas, onde sua vasta e poderosa clientela em potencial poderia se abstrair das mesmas, se bem orientadas e educadas na área escolar, seu direito constitucional e cidadão.

Toda uma distorção emergiu deste transcendental equivoco, totalmente avesso a uma política educacional e desportiva no país, afastando os jovens, pelo desconhecimento e incúria, dos benefícios de uma bem planejada educação física, lançando-os nos braços daquela indústria totalmente voltada ao lucro.

Enquanto os cursos de educação física se mantiverem fora dos centros de preparação e formação de professores nas ciências humanas, permanecendo no modelo vigente onde são transformados em paramédicos de terceira categoria, dissociados das licenciaturas, com a carga horária na aprendizagem dos desportos cada vez mais diminuída em favor das disciplinas médicas, não evoluiremos para além do parco conhecimento das técnicas envolvidas no desenvolvimento das diversas modalidades esportivas, culminando com a péssima, e muitas vezes ausente formação de base, provocando em escala galopante os investimentos cada vez maiores no desporto de elite, enganoso, faccioso e muitas vezes, criminoso.

Por tudo isto, não vejo como novidade o quadro que descortinamos no momento do desporto nacional, como o nosso basquetebol, envolto em falsas premissas e ausência de planejamento e gerência no que realmente importa e interessa ao seu desenvolvimento, cedendo espaço a mais legítima puxação de ferro, acompanhada de seus suplementos alimentares e quem sabe, outras coisitas mais…

Mas voltando a seleção (desculpem a paralela, porém convergente divagação), espero que os jogadores resistam a imposição coercitiva dos ferros, e se abram prazerosos ao conhecimento e pratica dos fundamentos e técnicas de jogo, mesmo em cargas massacrantes do Magnano, pois ao menos terão sempre em mãos o instrumento de seu trabalho, uma bem vinda bola de basquetebol.

Torço para que se comportem bem e com maestria, apesar do forçado cansaço…

Amém.

Foto – Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.

A SELEÇÃO…

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Seleção Brasileira Adulta Masculina
NOME – POSIÇÃO – IDADE – ALTURA – CLUBE – NATURALIDADE

Alex Ribeiro Garcia – Ala – 33 anos – 1,91m – Uniceub/BRB/Brasília (DF) – SP
Arthur Luiz Belchor Silva – Ala – 30 anos – 2,00m – Uniceub/BRB/Brasília (DF) – DF
Caio Aparecido da Silveira Torres – Pivô – 26 anos – 2,11m – Flamengo (RJ) – SP
Cristiano Silva Felicio – Pivô – 21 anos – 2,10m – Sem clube – MG
Guilherme Giovannoni – Ala/Pivô – 33 anos – 2,04m – Uniceub/BRB/Brasília – SP
João Paulo Batista – Pivô – 32 anos – 2,05m – Le Mans (França) – PE
Larry James Taylor Jr – Armador – 32 anos – 1,85m – Itabom/Bauru (SP) – EUA
Marcelo Tieppo Huertas – Armador – 30 anos – 1,91m – Barcelona Regal (ESP) – SP
Raul Togni Neto – Armador – 21 anos – 1,85m – Lagun Aro (ESP) – MG
Rafael Freire Luz – Armador – 21 anos – 1,88m – Blusens Monbus (ESP) – SP
Rafael Hettsheimeir – Pivô – 27 anos – 2,08m – Real Madrid (ESP) – SP
Vitor Alves Benite – Ala-armador – 23 anos – 1,90m – Flamengo (RJ) – SP

Comissão Técnica

Diretor: Vanderlei Mazzuchini Jr
Administrador: Leonardo Ribeiro
Técnico: Ruben Magnano
Assistentes Técnicos: Fernando Duró e José Alves Neto
Preparadores Físicos: Diego Jeleilate, Diego Falcão e João Henrique Gomes
Médicos: Alexandre Bezerra Vergete e Gilberto da Cunha Filho
Fisioterapeutas: Adriano Tambosi e Daniel Kan
Fisiologista: Rodrigo Chaves
Nutricionista: Gislaine Bueno
Assistente de Fisioterapia: Lucas Gameiro de Senna
Roupeiro: Edson Donizete da Silva

 

Com a seleção definida para a Copa América, conforme relação publicada pela CBB, muitas considerações, análises, palpites e comentários preencheram a mídia, principalmente a blogueira, que sem duvida alguma é a mais atuante no setor.

Pesquisando e lendo suas matérias, pudemos constatar sutís divergências de opiniões de seus editores, e outras não tão sutis assim por parte dos leitores das mesmas em seus comentários, onde surpreendentemente já se ensaia um processo de fritura do técnico argentino, insatisfeitos que demonstram estar pelos critérios de escolha dos jogadores, e até mesmo pelos métodos autoritários no comando da equipe em seus treinamentos, e mais ainda pelo fato de não permitir áudio presente em seus pedidos de tempo e entrevistas dos jogadores durante o período dos jogos, num movimento que prevê sérias criticas por parte de todos se a Copa América não for o que esperam, não importando planos e projetos que priorizem o ciclo olímpico em que nos encontramos.

No entanto, se admitirmos que um processo evolutivo em técnica e tática somente se torna possível através profundas transformações, e que o hermano tem tentado promovê-las, mesmo cometendo alguns enganos pontuais, como por exemplo, se  cercar de pessoas muito aquém de suas qualificações profissionais, que o assessoram em equívocos bem conhecidos, como nos critérios de convocações, dissonantes de suas propostas de reais mudanças em sistemas de jogo, prejudicadas pelos vícios de longos anos de pratica voltada a uma forma antagônica de como vê e sente o grande jogo, é que temo ver esse insidioso inicio de fritura galgar patamares mais preocupantes em seu caminho em terras tupiniquins.

As propostas do Magnano, colidem de frente com a realidade de nossa formação de base, somada ao corporativismo implantado à modalidade por uma geração de técnicos compromissada com o sistema único, que somente admitiu, como exemplo bem simples, uma dupla armação como antídoto a uma carência (?) de alas mais técnicos, substituindo um deles por um armador mais qualificado, mantendo o sistema único intocado em suas jogadas, sinais e movimentação coreografada, melhorando, é claro, a qualidade dos passes, dos dribles e das fintas na consecução do mesmo, sem mudanças e “invencionices táticas”.

Mas o cara é tinhoso, e competente, teimando, e agora implantando a dupla armação para valer (são cinco os armadores que está levando, mas nem todos do mesmo nível), já que apesar dos enormes (e mais do que previstos…) desfalques no perímetro interno, ainda pode contar com bons alas pivôs a serem abastecidos naquela zona interna, onde são decididos os grandes jogos, apesar de alguns outros bem melhores terem ficado no esquecimento da “assessoria técnica”, que de tão confiável na hora do vamos ver, o faz manter ao seu lado, aquele que realmente decide e define caminhos táticos, e por que não, estratégicos também, o seu fiel escudeiro hermano como ele, e que aos poucos o vai tornando alvo do velado (mas sempre presente) tapetebol de tristes lembranças em nossas seleções nacionais.

Jogando em dupla armação, o técnico argentino mata dois não, três coelhos de uma só vez, primeiro reforçando em muito seu sistema defensivo com armadores situados na faixa dos 1,85m a 1,90m, alturas bem razoáveis numa formação nacional, em composições de “n” possibilidades em diversas situações de jogo exterior, segundo, torna-os cúmplices dos alas pivôs que se movimentam em velocidade interna para composições que visem superioridade numérica dentro das defesas adversárias, principalmente quando usarem defesas zonais, terceiro, pela leveza, agilidade e velocidade, poder utilizar contra ataques mais precisos e técnicos, que é uma capacidade tática preciosa, principalmente se mesclada e equilibrada com a movimentação cadenciada exigida nos momentos em que a leitura de jogo se torna crucial, e onde mais se fará presente a técnica mais apurada de dois armadores de boa qualidade na permanente ajuda entre si, e na função maestra de fazer jogar seus alas pivôs.

Torço para que o Magnano atinja seus objetivos, agora mais do que nunca, quando opta de verdade por uma forma de jogar que sempre defendi, estudei e apliquei na pratica, não como forma definitiva de jogar, mas como algo instigante e diferenciado de agir no âmago do grande, grandíssimo jogo, podendo não ser ainda o ideal, mas abrindo de vez um caminho que nos leve para bem longe da mesmice endêmica em que nos encontramos.

Finalmente, fico realmente abismado com a composição da comissão técnica da seleção com 16 integrantes (haja verba para tanta gente…) para 12 jogadores, e me pergunto para que três técnicos, três preparadores físicos, dois médicos, três fisioterapeutas, um fisiologista, nutricionista (será que levaremos um hospital de campanha e uma cozinha própria?) para uma competição de tiro curto como essa? Creio ser muito pagé para pouco índio, ou não?

Mas para um país rico com uma confederação mais rica ainda e livre de dividas como o nosso, tudo é possível, inclusive os desperdícios e os aspones…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

PROBLEMAS E ABORDAGENS (ARTIGO 1100)…

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Terminada a série de jogos e torneios preparatórios, a seleção masculina permanece presa a muitos problemas técnicos e táticos, nem um pouco amenizados pela presença do Faverani no jogo de ontem para dar o seu “incentivo” como membro da família NBA, e já preparando o terreno para o Mundial, se classificada a equipe pela turma remanescente de apoio, quando um de seus membros cederá seu lutado e suado espaço para tão importante e fundamental personagem…

 

Mas voltando ao que realmente interessa, o Magnano, magnânimo como nunca, concedendo longa entrevista na quadra de jogo à repórter da TV, expôs sua mágoa e decepção com a saída do Marcos, seu cacife de manga como explicou didaticamente sobre sua importância no grupo e em suas opções táticas, demonstrando clara insatisfação pela surpreendente dispensa motivada por uma dor que a comissão medica julgava perfeitamente administrável, causando uma séria crise de qualidade justamente quando opta por uma dupla armação direcionada às ações em velocidade dentro do perímetro e evidente reforço defensivo, onde sua grande estatura e mobilidade propiciariam bons e precisos arremessos, inclusive os de fora, onde se concentra a notória artilharia cardinalícia e de outros ainda em processo de equalização com a mesma.

 

Porém um fato em si poderia equilibrar tal volúpia de três de uma equipe predisposta às bolinhas, sua real capacidade de penetração pelas alas, que conta somente com o Alex para acompanhá-lo de verdade, pois os demais entre chutar e ir lá para dentro não pensam duas vezes, estilingam mesmo (contidos ontem, pois afinal de contas ainda resta um corte…), exceto dois dos armadores, o Huertas e o Larry, que mesmo assim já ensaia uma temporada lá de fora.

 

Sem o cara, o que fazer então, senão priorizar o jogo interno para valer, encontrando nesse pormenor sua maior limitação originada pela ausência do Delfin, do Varejão, do Spliter, dos Lucas (um deles dispensado por ele), e sei mais lá quantos, todos incensados pela mídia especializada, mas que na hora da pedreira, ó…mas que lá estarão candidatos e lampeiros para o Mundial e a suprema vitrine, as Olimpíadas.

 

Pois é, os problemas ai estão, dentro e fora do perímetro, mais dentro, onde os pivôs oscilam entre a morosidade de uns e a fuga em busca dos longos arremessos de outros, e que somente encontra no Rafael a figura de impacto nas finalizações e nos rebotes defensivos com velocidade e decisão, mas que no conjunto não conseguem se posicionar com eficiência nos ofensivos (analisem as fotos), fundamentais para uma equipe que adora chutar de fora.

 

E se não bastasse, os armadores ainda não se conscientizaram de que têm de se ajudar, não atuarem como compartimentos estanques, e que devem oferecer aos pivôs uma permanente continuidade de movimentos e penetrações ofensivas, na entrada e saída dos passes, não os deixando pendurados na brocha, sem perspectivas e opções (vide fotos), que creio e acredito ser do desejo do bom argentino, que ainda crê na qualidade criativa e corajosa de dois de seus condutores, o Raul e o Luz, muito distantes ainda da qualidade exigida para a especialíssima função de liderar um time na acepção do termo, principalmente uma seleção nacional, esquecendo outros armadores bem melhores e experientes do que eles, mas marketing é isso ai, ainda mais sob o peso de uma NBA…

 

Enfim, tem em mãos o campeão olímpico, uma bananosa daquelas, mas que acredito poder ser razoavelmente descascada por ele, claro, se determinar enfaticamente, como ontem, maior rigor defensivo, mais jogo interior, menos aventuras, menos chutação desvairada, mais coordenação ofensiva, menos erros de fundamentos, mais comprometimento, o de verdade, e não aquele movido pelo temor do corte…

 

Aliás, seria de enorme ajuda deixar o último para depois do torneio em Porto Rico, dando chance ao time de se entrosar como deve, e não por força de uma instabilidade posicional, afinal de contas, se vícios não desvanecem pela conversa, quem sabe pela dúvida?

 

Poderemos ir razoavelmente bem na Copa América, mas na medida em que sejam superados alguns obstáculos, sendo o maior deles a notória falta de humildade e de obediência a um bem comum por parte de alguns, manjados aliás…

 

Amém.

 

 

Fotos – Reproduções da TV, e que estão legendadas. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

DIRIMINDO DÚVIDAS…

 

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Em breve a seleção brasileira masculina estará competindo na Copa America em busca de uma classificação ao Mundial, e não será uma tarefa nada fácil, frente ao elevado numero de dispensas de alguns de seus mais representativos nomes, culminando com a saída hoje do Marcos com problemas em sua perna, deixando o técnico Magnano sem muitas opções táticas em sua equipe quanto ao jogo exterior, onde juntamente com o Guilherme e o Artur liderava a artilharia dos três, somados ainda ao ímpeto do Benite nas bolinhas tidas como salvadoras pelos entusiasmados adeptos das mesmas, tendo ainda o Alex como convicto adepto dessa forma de jogar fora do perímetro.

Entretanto, dentro do perímetro, um outro grande problema ficou exposto nos jogos preparatórios contra os uruguaios, mexicanos e argentinos, a sorrateira tendência de alguns dos pivôs convocados de aderirem ao grupo dos estilingues acima descritos, como o Mineiro e o Lucas, que ao serem preteridos pelos armadores pendem para esse tipo de ação, e que no caso do Lucas, acredito ter sido cortado exatamente pela exagerada insistência nesse especialíssimo arremesso, que se foi bem aproveitado contra os mexicanos, foi contestado firmemente pelo Scola no jogo decisivo do quadrangular. O técnico argentino deu mais um tempo para o jovem pivô pensar no assunto…

E tem mais, pois o Huertas, o Raul e o Larry também não pensam duas vezes para estilingar o aro sempre que possível, deixando a seleção frente a um tremendo impasse, já que nove de seus prováveis escolhidas para a lista final adoram as bolinhas, o que torna o jogo interno optativo, e não prioritário para eles, sejam armadores ou alas, destinando a turma interna para a função de reboteiros e finalizadores de ocasião, justamente como pregam alguns e notórios “entendidos” no grande jogo, mas que, sem dúvida alguma, coloca o Magnano entre duas escolhas diametralmente opostas ao seu senso tático e até estratégico, o de como atacar com uma turma desse calibre, toda ela “confiando em seu taco”, numa condição única no mundo do basquetebol, na qual as equipes mais fortes e determinadas no concerto internacional possuem em suas fileiras no máximo três ou quatro eficientes arremessadores de longa distância, e não pretensamente nove como pensamos ter, ou confiar integralmente em seu sistema defensivo, para equilibrar sua ainda inconsistente forma de atacar as  equipes adversárias, torcendo lá do fundo de seu espírito platino para que as ditas cujas caiam, porque senão…

Mas como seu conterrâneo Papa Francisco reconheceu ser Deus brasileiro, quem sabe não baixe em nossos “gunners” o espírito da inteligência tática, promovendo a redenção do Rafael, do Caio, do Mineiro e do João Batista, em suas odisséias de puladores profissionais (apesar do Caio não saltar uma gilete deitada), atitude essa que definirá os grandes jogos da grande competição, sendo a arma básica de argentinos, canadenses, uruguaios e talvez dominicanos, já que porto-riquenhos terão em nosotros um belo oponente na artilharia externa.

E resta a grande pergunta final, se era para institucionalizar pela força de uma realidade, que o bom técnico argentino tenta ainda restringir, de que a enxurrada de três permanecerá intocada por essa geração de “grandes (e pretensos) especialistas”, dotando as bolinhas como prioridade ofensiva, quando por força dos princípios de precisão, estudos dos lançamentos provam exatamente o oposto, contrariando o conceito universal de que tão perseguida precisão se materializa nos arremessos de media e curta distâncias, principalmente através o jogo interior, destinando os de três àquelas situações de volta interiores, e mesmo assim para serem lançados por quem realmente entende do riscado, por que não convocar logo aqueles grandes pivôs que se destacaram no NBB e adeptos das bolinhas, como o Gruber, o Murilo e o Cipolini, bem superiores também no jogo interno em velocidade aos atuais convocados, para ai sim, mostrar ao mundo uma equipe onde o reinado das bolinhas imperaria absoluto e quem sabe, imbatível (?)…

Ilustro esse artigo com algumas fotos da seleção, onde claramente podemos observar a escolha pelo jogo externo por parte de nossos armadores, e até pivôs que para aquela zona se deslocam, a fim de dispararem seus torpedos nada inteligentes, até o ponto em que um veterano e qualificado Scola vai até lá fora contestar um iniciante Lucas, para a seguir ir lá para frente converter singelos e fatais arremessos de dois, construindo uma vitoria cristalina e acima de tudo lúcida.

Magnano tem um problema em mãos, dos mais sérios, já que apesar de seus esforços e dedicação ainda não conseguiu dirimir erros de muitos e muitos anos de deficiente preparação e formação de base, inclusive defensivos, e o mais restrito de todos eles, nossa auto-suficiência midiática e irresponsável na artilharia de fora, onde a afirmação do Papa Francisco é levada a serio por muito mais gente do que se imagina.

Então minha gente, vamo que vamo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

1 – Um técnico com grandes problemas.

2 – Zona 2-3 atacada em 2-3, um erro…

3 – Armação isolada, típica do sistema único.

4 – Ataque de 3 sem apoio interno, mais um erro…

5 – Pivô ataca de 3 com forte contestação do Scola.

6 – Idem sobre o mesmo pivô.

7 – Scola define nos 2 em correto jogo interior.

8 – Um correto jogo interior contra o Uruguai.

 

Em tempo – Só marcaremos eficientemente o Scola no dia que o fizermos pela frente, até lá…

ENCRUZILHADA E OPÇÕES…

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Tenho me divertido muito nos últimos dias com a leitura de alguns blogs sobre o futuro técnico e tático do nosso basquetebol, muito mesmo.

Como que num estertor terminal de um conceito que todos professam, profundamente lastreado no sistema único de jogo com suas posições estratificadas de 1 a 5, cujas nomenclaturas bailam de armador puro a finalizador, escoltas de varias matizes, alas de força ou de finalização, pivôs light ou heavy, toda uma setorização que beira ao ridículo, mas que se sustenta através o pragmatismo funcional de uma forma de jogar com domicílio no hemisfério norte e canhestramente copiado por estas colonizadas plagas, vide a quase absoluta migração da mídia especializada para os lados dolarizados da NBA, cujos tentáculos se voltam para o nosso país em busca de um mercado deslumbrado e ávido em consumir tecnologias de ocasião, seja lá as que forem…

Nunca li tanto conhecimento, vasto e aprofundado (?), sobre o grande jogo, mas o de lá, não o daqui, divulgado em todas as mídias, muito bem patrocinadas e financiadas, numa ascendente influência e dominação que deveria preocupar seriamente nossas lideranças desportivas, e mesmo as educacionais.

Então, a tendência analítica do que aqui se pratica técnica e taticamente, presa que está aos cânones mais do que solidificados do tal e absurdo sistema único (e tem gente que jura com os dedos em chifre, que está mudando, evoluindo…), é de simplesmente avaliar e comentar o que vêem sob a ótica do que sabem, ou pensam saber sobre o mesmo, unicamente o mesmo.

Temos então, no caso da seleção masculina adulta, opiniões que se concentram, não na condição do conhecimento e domínio técnico dos jogadores selecionados sobre os fundamentos, os diversos sistemas, a leitura de jogo, e sim do que são capazes de produzir em suas posições de 1 a 5 (acho que bem mais do que 5…), como peças estanques de uma engrenagem a serviço de um esquema formatado e padronizado (ai está a ENTB para confirmar…), e não um corolário de conhecimentos que os tornariam aptos a novos experimentos táticos, e por que não, estratégicos.

Neste ponto sugiro a releitura do artigo aqui publicado e muito bem comentado Papeando com o Walter 2…(Artigo 600), no qual muito do que deveríamos saber e dominar sobre a dupla armação se torna básico pela tendência, mais do que evidente, de que seja essa uma das opções do técnico Magnano em seu profícuo trabalho na seleção, assim como, forçado pela desistência dos grandes pivôs de choque convocados, e que optaram pela NBA, volta seus olhos para aquele outro tipo de pivô, da nossa sempre lembrada e vitoriosa tradição, os de velocidade, flexibilidade, e acima de tudo, multifacetados.

Sem dúvida alguma teremos de ir de encontro a esse novo (?) tipo de pivô, melhor, ala pivô, e para meu gosto, pivô móvel, rápido dentro do perímetro, ágil na recepção dos passes, flexível no drible, nas fintas e nos arremessos de curta e media distancia, assim como na defesa antecipativa, veloz e inteligente, e que ao se deslocar permanentemente ganha em impulso extra para os rebotes, que muito além do impacto físico, prioriza a colocação rápida e espacial nos mesmos, vencendo em muito a lentidão e peso dos tão amados “cincões”, e o mais importante de tudo, jogando de frente para a cesta.

No amalgamento dos armadores com esses novos arrietes, se destina a nossa retomada, o soerguimento de uma tradição vencedora que muitos teimam em omitir, pois pagariam o preço de tornarem a conhecer a nossa história, e não a dos outros, com a finalidade de nos impingi-la goela abaixo, como a verdade a ser seguida, digerida, sacramentada.

Sugiro também a releitura do artigo O que todo pivô deveria saber, que muito elucidaria a correta forma de atuar e jogar de um jogador de tal importância inserido num correto sistema de jogo, aberto e democrático.

Mas Paulo, e as bolinhas de três, nossa “grande arma”, como é que ficam?

Numa equipe jogando da forma acima citada, bolas de três suplementarão o sistema, e não o tornarão escravo das mesmas, numa inversão de prioridades, e sim na busca da precisão, que é o objetivo maior a ser alcançado, além de eliminar de vez aquele tipo de jogador pseudamente “especializado” que é facilmente encontrado em determinadas e repetidas zonas da quadra, parado e acenando em busca de um passe que o torne imprescindível… Importante é saber para quem…

Enfim, acredito estarmos no limiar de uma grande escolha, ou a manutenção da mesmice endêmica que nos tornou escravos de um sistema absurdo e anacrônico, até mesmo para seus inventores lá de cima, ou a busca e encontro de algo não tão novo assim, mas que nos tornariam proprietários de um modo de jogar o grande jogo absolutamente único, e quem sabe, vencedor…

E não perdendo o bonde da história, me pergunto curioso e instigante onde andarão o Cipolini, o Gruber e o Murilo nessa convocação, já que os mais ágeis, rápidos e flexíveis pivôs móveis que possuímos e à disposição? Onde?

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

TRÊS MOMENTOS…

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Num primeiro momento anexo os números das três primeiras rodadas da etapa da LDB em São José dos Campos com os das duas etapas iniciais do torneio, e o que temos?

 

– Arremessos de 2 pontos – 1152/2506 (45.9%)

 

– Arremessos de 3 pontos –    362/1269 (28.5%)

 

– Lances Livres                 –    762/1204 (63.2%)

 

– Rebotes                           –  2376 (79.2 pj)

 

– Erros de Fundamentos    –    785 (26.1 pj)

 

 

 

Ou seja, mantêm a turma dos 17 aos 22 anos índices de arremessos muito abaixo do desejável nessa altura de suas carreiras, assim como insistem na enxurrada de bolinhas, ocasionando uma media brutal de rebotes pelo acumulo de desperdício nas mesmas, e com equipes apresentando convergências inacreditáveis, como no jogo São José (13/28 nos 2 pontos e 12/28 nos 3), contra o Grêmio União (12/32 e 10/31 respectivamente), numa partida que me despertou a curiosidade de tê-la assistido, exatamente para acreditar no que veria, assim como constatar in loco ser verídica a inacreditável marca de 26 erros de fundamentos em media, numa prova cabal de que a persistir tão gritante falha, não iremos a lugar algum no universo do grande jogo. Mas na etapa aqui do Rio pretendo assistir pelo menos uma rodada, para me cientificar se tais distorções realmente existem, ao vivo e à cores, ou se não passam de falhas estatísticas…

 

Claro que boas equipes disputam o torneio, mas infelizmente serem aquelas que contam com jogadores que disputam o NBB, numa clara menção de que o título e a vitrine midiática superam em muito o discurso de que essa competição visa dar cancha aos mais novos em sua ascendente transição, esquecendo de que tal experiência deveria ser ofertada para todos aqueles jogadores que pretendem e sonham ingressar na liga maior, e não para aqueles que lá já se encontram, treinando e jogando com os melhores e mais experientes, garantindo títulos midiáticos e indevidos numa liga de desenvolvimento.

 

Por outro lado, lamentamos a presença de equipes completamente despreparadas, mal formadas e treinadas, num flagrante desperdício de verbas públicas que alimentam suas participações, e que deveriam ser direcionadas ao desenvolvimento regional, de onde sairiam aquelas vencedoras, para ai sim, num encontro nacional medirem forças por um acréscimo qualitativo, objetivando seu desenvolvimento real, e não feérico como está ocorrendo.

 

Num segundo momento, consigo sintonizar a transmissão de um jogo via internet da seleção brasileira no sul americano adulto feminino, jogando contra a equipe venezuelana, onde consegue a façanha de perder o primeiro tempo de um jogo assustador pela fragilidade nos fundamentos, todos eles, frente a uma equipe de uma fraqueza absurda, o que me fez desistir do restante da partida, pois em se tratando de uma seleção principal, renovada e com vistas para 2016, deixou-me assustado e absolutamente convicto de que muito poucas chances teremos naquela magna competição, em nossa casa, pela precária e inadmissível situação técnico tática em que se encontra, noves fora os ausentes fundamentos do jogo. Realmente lamentável.

 

O terceiro momento me foi dado pela estréia da seleção masculina no torneio quadrangular em Salta na Argentina, onde uma equipe bem renovada expôs o quanto de penoso caminho ainda terá de trilhar para alcançar um patamar qualificativo a maiores vôos, principalmente na urgente substituição de alguns super veteranos, que simplesmente não mais alcançam as exigentes valências necessárias ao embate internacional, tanto física como tecnicamente.

 

No entanto, novos e promissores valores ascendem a equipe, que claramente vai incorporando a dupla armação, às vezes tripla, pelos bons e jovens valores que se apresentam nesses novos tempos, e que se bem orientados, principalmente na interação com os também jovens e promissores alas pivôs, de uma geração que fatalmente sepultará uma tendência aos “cincões”, gerada por uma plêiade de técnicos, analistas, agentes e dirigentes, estreitamente comprometida com o sistema único, ou por desconhecimento real com o conceito NBA, que nos levaram ladeira abaixo no contexto internacional, poderemos evoluir de encontro a novas formas de jogar o grande jogo, com ritmo e cadencia pensante na armação de situações táticas, e muita velocidade na conclusão das mesmas, atitude somente possível através jogadores ágeis, flexíveis, rápidos e argutos leitores de jogo, que é uma qualidade adquirida pelo intenso e duro trabalho, capacitando a todos, de que posição forem, inclusive, na real possibilidade de enfrentamento a equipes pesadas, atlética e artificialmente super dimensionadas.

 

E nesse ponto cabe um esclarecimento, sério e preocupado, dirigido àqueles responsáveis pelo aprimoramento físico, técnico e tático desses futurosos jovens, basicamente aqueles que se destacam na firmeza e precisão nos arremessos médios e longos, focando no aspecto da sintonia fina na execução dos fundamentos, dos arremessos em particular, que será prejudicada, e muitas vezes anulada, quando frente a um preparo físico inadequado e dirigido a aquisição de massa muscular, na maioria das vezes de fundo puramente estético e antinatural. É um crime confundir força com inchaço puro e simples, ocasionando travamentos e perda de sensibilidade dos finos e apurados gestuais técnicos, assim como comprometendo articulações e tendões despropositada e irresponsavelmente.

 

Fato é que o técnico Magnano se encontra à frente de uma concepção de jogo que nunca foi de sua predileção, mas frente à realidade que se apresenta tende a uma mudança conceitual, que poderá desencadear uma verdadeira revolução em nossa maneira de ver, sentir e jogar o grande jogo, ao ultrapassar a fronteira da dupla armação e os alas pivôs, interagindo entre si dentro do perímetro interno, zona conflagrada das grandes defesas de grandes equipes, que vêem naquele setor o solo sagrado a ser defendido ao preço que for, e que poderão ser derrotadas se falharem e caírem ali mesmo, na ante sala de suas cestas.

 

Mas para tanto, precisamos aprender e dominar a arte de jogar “lá dentro”, arte esta somente possível priorizando a velocidade, a flexibilidade, a ousadia de fazê-lo, assim como canalizando essa novel energia exercendo uma outra arte, a de defender, com as mesmas valências, velocidade, flexibilidade, ousadia, acrescentando mais uma e fundamental, a percepção antecipativa.

 

Enfim, acredito firmemente que ousaremos mais, evoluindo a partir daí para um novo tempo, uma nova concepção de jogar.

 

Assim espero, e humildemente sugiro ao competente Magnano que ouse sempre, pois esses jovens merecem serem proprietários de uma nova forma de jogar o grande jogo, e que poderá inspirar outros jovens como eles, e por que não, os técnicos também…

Amém

Fotos – Divulgações FIBA, LNB e reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.