ANATOMIA DE UM ARREMESSO IV

Sempre que discussões sobre arremessos são estabelecidas, um pormenor técnico vem à baila, as pegas. Entendamos como pegas as formas e encaixes das mãos por sobre a superfície da bola no ato e exercício do arremesso, seja com uma ou duas mãos impulsionadoras. Com o auxílio de imagens procuraremos discernir os diversos tipos de pegas que tornam possíveis os arremessos, mais propriamente, os efetuados com uma das mãos. As fotos aqui mostradas foram as mesmas que compuseram um artigo publicado pela Revista Brasileira de Educação Física e Desportiva, Nº9 em 1970, sobre “Alguns aspectos dos fundamentos”, e algumas que compuseram a tese de doutoramento “Estudo sobre umefetivo controle da direção do lançamento com uma das mãos no basquetebol”,defendida em Lisboa na FMH/UTL em 1992.

 

Ao final do artigo,e para maior compreensão do que venha a ser um perfeito controle do eixo dametral da bola em sua trajetória à cesta, acesse o link à seguir, e entenda de uma vez por todas o porque do arremesso longo de três pontos ser especialidade de uns poucos jogadores, aqueles que se aproximam da precisão repetitiva e constante somente possivel, no caso da infalibilidade, a um bem programado robô.

http://onecityatatime.wordpress.com/2007/08/26/basketball-shooting-robot-at-the-carnegie-science-center-in-pittsburgh/

 

 

DEBATES – ARREMESSOS

Continuando a série Debates, abordaremos nas próximas duas semanas o tema Arremessos, que tantas discussões e poucos estudos desencadeiam opiniões nem sempre convergentes, principalmente nos arremessos longos, os famosos tiros de três. Muito aprenderemos com as experiências práticas de professores e técnicos espalhados por esse imenso país, pródigo em talentos, quase sempre esquecidos e desprestigiados, mas que podem contar com esse espaço para divulgar e discutir seus trabalhos, claro, se assim o desejarem.

Dou a partida republicando o artigo O que todo jogador deveria saber6/10,publicado em 21 de maio de 2006.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 6/10.

Que o ato de arremessar uma bola à cesta com precisão,exige de seu executante um bom número de habilidades,onde se destaca uma em particular,o controle direcional.Desde sempre,o ensino dos diversos tipos de arremessos sempre se pautou basicamente nas mecânicas do movimento,que em muitos métodos e escolas,mais se ligavam aos estilos conceituais,quase sempre de fundamentação estética.Em outras palavras,o ponto forte da aprendizagem era mais centrada no estilo e na estética gestual do arremesso,em vez do efetivo conhecimento e decorrente tentativa de controle sobre o objeto a ser lançado,a coadjuvante bola.Uma esfera quase perfeita,extremamente nervosa por sua constituição físico-elástica, com um centro de gravidade difícil de ser controlado pelo seu grande volume,e que mesmo sendo das mais lentas as suas respostas em vôo quando comparadas com as de outros desportos,mantêm seus comportamentos no mais completo desconhecimento pela maioria de nossos jogadores,principalmente aqueles que se consideram “mestres”na grande arte dos arremessos,sejam curtos,médios ou longos.Imaginem o maior daqueles foguetes da NASA,o Titan por exemplo,que ao se desprender da torre de lançamento,detonando todo o seu poder de ascensão,sofre uma pane no menor de seus instrumentos,o giroscópio,que é aquele que em termos finais mantém o leviatã na direção correta,e que privado de seu direcionamento simplesmente aborta sua missão.Força,potência,volume descomunal,carga preciosa,anos e anos de pesquisas e trabalho deixam de ter importância pela falha de um aparelhinho que direciona tudo aquilo.No arremesso de basquete ocorre o mesmo,pois de nada valem o estilo e a estética,assim como as mecânicas corporais envolvidas no processo,se o controle direcional da bola vier a ser falho.Façamos um pequeno teste explicativo,de acordo? Então fechemos os olhos e imaginemos um aro de cesta,a bola em uma de nossas mãos,pronta para ser arremessada.Executemos o lançamento e ao mesmo tempo observemos que no momento que a bola abandona a mão ela se encontra girando para trás(o famoso back spin),e que esse giro se situa em torno de um dos eixos diametrais da mesma,e que se mantêm até o seu objetivo,a cesta.Muito bem,agora,dando continuidade à observação,construamos uma bem definida imagem,a saber:Que esse eixo diametral esteja o mais paralelo possível ao nível do aro da cesta,e o mais eqüidistante também possível de seus bordos externos.Qual então a decorrência dessa imagem? Recordem, e se quiserem repitam a visualização,e então concordem(espero que sim…)que naquela situação física a bola encontrará seu direcionamento perfeito,fator colimador básico para que os outros comportamentos,força,trajetória e sinergias musculares determinem o sucesso da tentativa,e o insucesso pelo desvio,mesmo ínfimo,de seu direcionamento. Esse conhecimento,derruba aqueles conceitos baseados nos estilos e na estética,dando lugar a movimentos antagônicos aos mesmos.Aquele jogador,que no jargão do basquete,arremessa “caindo do cavalo”,pode ser muito bem sucedido de tiver desenvolvido um grande e poderoso senso de direção em sua mão impulsionadora, independendo ou não de se encontrar em equilíbrio instável.Com o controle sobre o eixo diametral,até os arremessos de tabela podem ser controlados eficientemente,assim como aqueles em que a bola ao tocar a ponta frontal do aro revertem na cesta,isso mesmo,revertem,pois se estão imbuídos de um giro inverso ao encontrarem um obstáculo, o aro,invertem sua rotação,já que uma força num sentido gera outra em sentido contrário de igual intensidade,deixarão de ser criticados por muitos que o consideram um erro.Finalmente,chegamos a um instigante impasse,como controlar o poderoso eixo diametral da bola? Dou 3 pistas,e deixo o restante da análise para o próximo artigo: 1- As menores alavancas,a do pulso e a dos dedos,que ao fletirem longitudinalmente à bola imprimem na mesma a rotação inversa,que nada mais é do que o processo de aceleração,necessário à uma transferência progressiva de força,e que determina o eixo em questão. 2- As duas funções básicas dos dedos da mão impulsionadora,onde o polegar e o mínimo determinam o posicionamento do eixo e seu alinhamento ao nível do aro,e os outro 3 dedos,responsáveis pela aplicação da força progressiva,responsável pelo giro inverso da bola em torno do mencionado eixo. 3- O toque final na bola,executado por um,dois ou os três dedos centrais da mão impulsionadora.As várias combinações posicionais dos cinco dedos constituem o determinismo e conseqüente comportamento do eixo diametral no trajeto da bola à cesta,mas isso é outra história.Treinem,estudem e pesquisem em si mesmos as possibilidades descritas acima,e é bem plausível que não necessitem esperar o próximo artigo para obterem as respostas.Boa sorte.

ETCETERA E TAL…

“Criticar muitas vezes é válido, criticar São Paulo é um prazer, é um orgasmo”. Com essa afirmativa, entre outras, o presidente da Federação Paulista de Basquetebol se demite da função de representante da CBB na Confederação Sul-Americana de Basquetebol (Conbsulbasket), através uma carta endereçada à CBB e postada no site da FPB(www.fpb.com.br) em 19/11/07. Consubstanciando argumentos que o levaram a tão dramático desfecho, um se destaca entre todos : “Os clubes nada mais querem do que cuidar da venda do campeonato, do contrato da televisão, do contrato das bolas, etc. Ele não admite, não se sabe porque”. Bem, incluídos no mencionado “etc” é que se escondem os verdadeiros motivos da já cansativa e deprimente pendenga interpares, a luta sem tréguas pelas chaves do cofre. E na atual situação, a propriedade das mesmas é daquele que foi eleito pelo voto federativo, tendo como cabo eleitoral mais representativo a mesma FPB que o elegeu em troca do comando técnico de todas as seleções nacionais, inclusive no concernente às clinicas técnicas que impregnam até a data de hoje o nosso basquete de uma padronização técnico-tática que nos levou ao atoleiro em que nos encontramos, justificando sua afirmativa auto responsável : “Triste esporte esse o nosso. Sem títulos, sem participações internacionais, batido até nas Categorias de Base, aleijado de Olimpíadas e Mundiais, Mundial sub 21, Mundial Juvenil, etc…Sem falar em Panamericanos e Sulamericanos tanto no masculino quanto no feminino. Falta preparação adequada. Falta trabalho sério. Muita invenção e pouca prática(…)”. Estranho monólogo, de quem omite o fato de que todo esse estrago foi arquitetado por comissões técnicas…paulistas! As mesmas que comandaram e comandam todas as seleções citadas como fracassadas, e que lá se perpetuaram lastreadas pelo voto dominante e garantidor da atual e longeva administração cebebiana. Recentemente os clubes paulistas lideraram a fundação da NLB, e agora a ABCB, exatamente para tentarem o controle das chaves do cofre, incluindo os “etc” não muito divulgados, mas que devem valer muito, haja visto o empenho ciclópico que desenvolvem em sua conquista, e dos quais a direção da CBB não admite sequer dividir, quanto mais divulgar. É a verdadeira Caixa de Pandora. Ainda menciona a perda de patrocinadores por parte da caótica, é bem verdade, CBB, mas não menciona a traição desses mesmos clubes contra a NLB, condenando-a ao esvaziamento financeiro pela perda dos patrocínios decorrente da debandada em direção aos braços da…CBB. E agora, com a ABCB, que deveria confiar no vasto poder que poderia adquirir se resolvesse unir, não só os clubes paulistas, mas os de todo o país, em torno de um trabalho que se sabe demorado e paciente, visando influenciar as federações para uma reviravolta de políticas e ações efetivas, na busca da mudança maior e mais relevante, aquela que realmente definiria e mudaria a situação falimentar que hoje vivemos no grande jogo, a eleição para o cargo confederativo de um nome que liderasse tão ansiada emancipação. E antevendo tão possível possibilidade, e por conseguinte, uma possível perda de tão acalentado sonho, é que a vivíssima e inteligente raposa dissidente (às vezes, o que é muito raro, elas se desentendem para consumo externo, já que os laços da matilha são, por sobrevivência da espécie, indissolúveis) se insinua como paladina dos altos interesses basquetebolisticos da grande terra da garoa, como líder de um movimento que deve se acautelar, pois no caso da NLB foi a dita e felpuda raposa a primeira a se manifestar contrária à mesma, sob a égide protetora da raposa mestra que, podemos mais uma vez lembrar, para consumo externo se fizeram de antagônicas,que liquidaram a novel liga com os mesmos argumentos que hoje endossam sua carta de renúncia. Ou alguém duvida que as felpudas se revezarão no posto? Planejamento à longo prazo é com elas mesmo, rainhas absolutas da dissimulação e do engodo, e tudo regado a Johnny Walker 12 anos, porque nem raposas são de ferro.

Amém.

DEBATES – FINTAS

Terceiro capítulo da série Debates, com o enfoque nas fintas.Espero que todos participem com suas experiências e estudos, a fim de que possamos evoluir nesse tão importante fundamento. Para dar a partida no debate, republico o artigo O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 3/10, publicado em 24/04/2006. Bom trabalho e ação!

24 Abril 2006

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 3/10.

Inicialmente visualizemos 3 áreas ofensivas,a saber:Área 1- A zona dos 3 pontos e a que antecede a mesma.Área 2- A zona situada entre a linha dos 3 pontos e os limites externos do garrafão. Área 3- O interior do garrafão. Tendo em mente que as percentagens de acertos nos arremessos aumentam quanto mais próximos da cesta estiverem os atacantes,a dedução lógica é que as áreas 2 e 3 deverão ser aquelas onde 70,e até 80% das ações ofensivas deverão ser exercidas.A área 1,deverá ser exclusiva daqueles jogadores cuja especialização nos dribles e arremessos de 3 seja inconteste. Trata-se de uma realidade indiscutível, um axioma,e é o grande desafio aos técnicos, ou seja,a capacidade que os mesmos tenham na montagem de seus sistemas,e no perfeito aproveitamento das reais capacidades de seus jogadores.Estes,conscientes desta realidade,deverão ser preparados nos fundamentos para exercerem em pleno suas também reais qualificações,o que exemplificaremos a seguir: DRIBLE E FINTA- Quando na área 1,o jogador de posse da bola,driblando-a,fintar o defensor,JAMAIS deverá abortar sua progressão em direção às áreas 2 e 3,já que sua ação estabelece uma superioridade numérica ofensiva ao anular um dos defensores,atitude que armação de jogada nenhuma poderá ser definida como prioritária.A mesma situação deverá ser estabelecida quando da penetração,após uma finta,de um jogador sem a bola.Esta deverá ser a ele passada pois a superioridade numérica naquela zona o beneficiará de imediato.A movimentação sem a bola de jogadores dentro das áreas 2 e 3,se efetuadas concomitantemente às de seus companheiros na área 1, SEMPRE encontrará um deles em condições de recepção, principalmente se estiver do lado contrário à posição da bola.Tanto na anteposição de uma marcação individual, como por zona, o rompimento da primeira linha de defesa, situada na área 1,torna-se o objetivo mais imediato a ser alcançado,principalmente pela premência de tempo limitado aos 24seg regulamentares.Trocas de passes seguidos nesta área somente beneficia os defensores,e abrevia a qualidade dos arremessos, exatamente pela mesma premência.Outrossim,dada às dificuldades à chegada da bola em boas condições de espaço na área 3,torna a 2 aquela cujas possibilidades de um bom e equilibrado arremesso ocorrer amiúde,e que pela proximidade à cesta oferece boas e determinantes chances de sucesso.As ações ofensivas dentro da área 2 de a muito vem sido negligenciadas por jogadores e técnicos,obliterados pela enganosa vantagem dos 3 pontos,com suas altamente duvidosas percentagens de acerto.DRIBLE E FINTA DOS PIVÔS- Eis um dos grandes tabus do nosso basquete.Estabeleceu-se entre nos a figura do pivô estático, massudo, e com características próximas aos trombadores americanos.Sua finta se caracteriza pela progressão de costas para a cesta,conquistando pela força bruta os espaços necessários ao arremesso.Rotineiramente é punido por falta ofensiva,e dificilmente encontra espaço inicial para exercer o drible progressivo.Na possibilidade de receber um passe em movimento,por estar situado do lado contrário à bola,muito de facilitação encontraria,exatamente por se descortinar à sua frente espaço suficiente a uma boa ação ofensiva.Mas para tanto,sua movimentação dentro da área 3 deverá ser constante e contínua,em conjunto com os alas,ou um outro pivô, num diálogo de alta freqüência.Passes de fora para dentro,ou seja,da área 1 para a 2 e a 3, constituirão as armas mais eficazes dos armadores em funções normais,e decisivas se romperem a primeira linha defensiva situada na mesma.Todas essas ações caracterizam uma efetiva contrafação ao passing game,pois elimina as movimentações periféricas e estéreis da bola,em função de um objetivo dirigido e centrado à cesta. Numa ação direta, poucos passes são efetuados, substituídos pela constante movimentação dos jogadores sem a bola,e partindo do principio de que os defensores ao reagirem às ações ofensivas se situarão um tempo atrás dos atacantes,é que as grandes vantagens dessa proposta se faz clara e compreensível.Com menos passes e menos distâncias a serem percorridas pela bola,mais tempo sobrará dos escassos 24 seg. para melhores, táticos e eficientes,por equilibrados,arremessos,tanto de 2,prioritariamente,quanto de 3, opcionalmente.Enfim,na medida que os jogadores estiverem bem preparados nos fundamentos,dominando e compreendendo seu equilíbrio,a dinâmica do drible e das fintas,e com absoluto controle nos passes e arremessos,teremos dado partida a um mais desenvolvido sentido de técnica e conhecimento tático.Mas se fazem necessárias sérias mudanças em nossa atual, globalizada e engessada maneira de jogar,escrava de um sistema castrador e totalmente voltado ao mais improvável,por impreciso,elemento do jogo,o arremesso compulsivo dos 3 pontos,principal e abusivamente empregado pela maioria de nossos jogadores,e não por aqueles poucos realmente especialistas nessa difícil arte.Pena,e constrangedor que a maioria de nossos técnicos,por desconhecimento,alguns, boa-fé,poucos,e oportunismo,muitos, segreguem dos jogadores os verdadeiros objetivos do jogo,principalmente aqueles que nos fizeram campeões a mais de duas décadas atrás.Já é tempo de mudarmos,para sobrevivermos.

FROM BRASILIA…

O ginásio é pequeno e desconfortável. Tem uma boa quadra de jogo, razoável iluminação, e um detalhe tão inusitado, como constrangedor, banheiros químicos postados atrás das duas tabelas, com as devassáveis portas voltadas para a quadra e para a assistência. Não foi por acaso que em todos os dias de competição não observei a utilização dos mesmos( 6 femininos, e 3 masculinos) por uma torcedora sequer presente aos jogos.
Deslize lamentável da organização.
Seis equipes presentes, duas brasileiras, duas argentinas, uma venezuelana e uma paraguaia, todas jogando de forma idêntica, como se somente existisse um único sistema de jogo no universo do basquetebol, como se somente o sistema globalizado pela influência da NBA fosse o permitido empregar.Dessa forma, a sucessão de jogos se tornavam clones dos que o antecediam, tanto no aspecto ofensivo, como na consequente anteposição defensiva. Somente um sutil fator rompia a linearidade comportamental das equipes, a já influente, e até certo ponto reacionária utilização de dois, e até três armadores na composição da maioria das equipes, principalmente as que melhores se prepararam para o torneio, a argentina do Boca Juniors, a venezuelana do Duros e a brasileira do Minas, esta se utilizando de três armadores nos momentos mais decisivos de seus jogos. A equipe de Brasília, ao perder seu armador Ratto por lesão no terceiro jogo, e ao não confiar no jovem reserva para substituí-lo, lançando em quadra um norte-americano ausente de competições por três anos, viu-se inferiorizada no confronto direto com os demais contendores, abastecidos que estavam com armadores de qualidade superior, e que mesmo utilizando o sistema tradicional e lamentavelmente incorporado à realidade do basquetebol jogado pelas equipes presentes, conotavam às mesmas qualidade nos dribles, nas fintas e nos passes, fatores inerentes aos armadores de formação.
E de repente, nos dois dias finais, chuvas devastadoras transformam o ginásio em uma piscina digna de um jogo de Polo Aquático, aumentando a lista de deficiências em um local onde se realizava um torneio internacional, confirmando sua mais completa inadequação à uma competição de tal magnitude. Lamentável e constrangedor.
Venceu aquela equipe que apresentou um razoável estágio de treinamento, de preparo individual e coletivo, e que ousou jogar com dois e até três armadores, e dois homens altos e atuantes no perímetro interno, que é o lugar de destinação para os mesmos, e não arremessando de três pontos como alguns aventuraram à exaustão, e ao fracasso. Venceu a melhor equipe, com inteira justiça, o Minas Tênis Clube.
Para encerrar, a presença maciça dos dirigentes das confederações sul-americanas, com alguns deles, num cercado meio vip, consumindo abertamente doses de uisque, disfarçadas em copos plásticos circundados por garrafas de agua mineral, numa demonstração de pouco caso e desrespeito ao local, transformando-o em um pub de fim de noite. Lamentável exemplo.
E a peregrinação candente do presidente da CBB na busca de apoio a seus projetos de soerguimento do grande jogo, em anteposição à flagrante dissensão dos muitos presidentes de federações ali presentes, assim como jornalistas de todas as midias, como se justificando pelas grandes mudanças que pretende desencadear no mundo da bola laranja, a começar pelo técnico estrangeiro que aqui aportará em janeiro, para o gáudio de uma claque de deslumbrados, trazendo a soberba “inovação” do sistema prét-a-porter que já empregamos nos últimos 20 anos, só que agora falado e imposto numa lingua que não a nossa, e que não sairá muito barato.Trés chic, e regado a Johnny Walker 12 anos.
Amém.

RAPOSAS DE PLANTÃO…

“Não é um movimento golpista, de confronto. Queremos autonomia para controlar o campeonato, o que é até bom para a CBB, que poderia se dedicar a cuidar de suas outras atribuições. Queremos ajudar”. São palavras do presidente da recém fundada Associação Brasileira dos Clubes de Basquetebol, segundo reportagem de Giancarlo Giampietro do portal UOL.
“O que vemos hoje é um clima de união pelo basquete e de noção da realidade. É de apoio à CBB, com os clubes assumindo uma responsabilidade de administrar o campeonato, tirando pesos deles. No ano passado, nenhum recebeu toda a sua parte. A CBB ficou com uma parte, alegando que era para fazer algo em nosso benefício. Mas não queremos isso, o dinheiro tem de ser dos clubes. Não é nada esdrúxulo. É algo que existe no mundo inteiro”. Esse foi o testemunho do técnico de Franca nessa mesma reportagem, para uma conclusão de que os clubes querem administrar a verba dos contratos de TV integralmente.
A NLB tentou exatamente isto, e todos sabemos no que deu. E, interessante, tinha sido fundada pelos mesmíssimos clubes que agora, depois de darem às costas à mesma, retornando aos braços da CBB, dão outra volta e fundam a ABCB, amenizando o discurso para os lados de uma colaboração, de uma ajuda benfeitora. Mas, decantando todas essas e outras não menos claras intenções, se sobrepõe o motivo maior, determinante, a grana em jogo, as chaves do cofre cebebiano.
E é ai que a porca torce o rabo, ou melhor, que a raposa espana a vasta cauda nas “feices” de tão seleto e benfeitor grupo. “Querem a grana? Querem o controle total dos campeonatos e das competições internacionais? Querem ver de perto como são, e de que são feitas as benesses que garantem eleições? Querem mesmo? Então tratem de vencê-las, com ética ou sem ética, com malas brancas ou malas pretas, com conchavos ou sem eles, por cima ou por baixo dos panos, claro, claríssimo, se optarem pelas regras vigentes e que vicejam à longos e longos anos. Obedeçam La Régle de Jeux, ou, não creio que tenham paciência e planejamento à médio e longo prazo, pois o imediatismo parece sedimentado nas mentes dos que “amam desinteressadamente” o grande jogo, que iniciem “já”, “imediatamente”, o verdadeiro movimento que, no passar de alguns anos, não muitos, poderá unir os clubes brasileiros, agora representados por uma associação paulista, mas que poderá se espraiar pelo país, em torno do objetivo maior, a reformulação das federações das quais fazem parte, e são seus decisivos eleitores, para aos poucos, reunirem os emblemáticos 13 votos mais um, necessários para a decisiva mudança no comando confederativo, aquele que detém por direito adquirido, éticamente ou não, as tão cobiçadas chaves do cofre, hoje utilizadas em em prol das políticas continuistas, mas que poderão ser otimizadas num verdadeiro projeto que tire o basquetebol do fundo do poço onde se encontra. Mas antes de qualquer discurso oportunista, ou mesmo enganoso, urge seguir os ditames das empedernidas e super inteligentes raposas de plantão, vençam as eleições, e depois ditem as regras.
Amém.

UM SINCERO TESTEMUNHO.

Recebi do leitor Alexandre Netto essa carta aberta de uma torcedora brasileira sobre o momento de transição por que passa o basquete de nossa terra, tão judiado e humilhado. É a primeira vez que o blog publica um texto além de mim, mas que bem representa os anseios e as preocupações daqueles que amam o grande jogo, exceto aqueles que o dirigem e o aviltam.

*Testemunho e Apelo de uma brasileira fã de basquete – Eu, Luciana F.

Moreira*

A primeira lembrança que tenho deste esporte é do Pan-americano de 1987

quando assisti, com meus 8 anos, o Brasil vencer os EUA em casa. Agora, em

2007, torcendo pelo Brasil no pré-olímpico das Américas e ouvindo os

comentários sobre os 20 anos de aniversário da vitória citada, tive um

“click”, isto é, caiu a minha ficha de que sempre adorei este esporte e o

pratiquei devido à conquista do Pan de 1987. Esta conquista teve um impacto

na minha vida e fez com que aprendesse a gostar de basquete.

Todos vocês incluídos como destinatários desta mensagem devem estar

pensando: “Ok! Legal! Você assistiu o pan de 1987 e gosta de basquete, e

daí?”

Bom primeiro, só há alguns jogadores como destinatários, pois foram os

únicos que consegui encontrar na Internet e peço que àqueles que não forem

realmente os jogadores deletem esta mensagem e que os reais jogadores e

especialistas repassem a mesma a outros caso considerem pertinente.

Segundo, meu intuito com esta mensagem, porém, não é apenas demonstrar que

eu, como milhares de outros brasileiros, admiro este esporte, acompanho,

torço e quero que o basquete brasileiro esteja na olimpíada de 2008; mas

propor a formação de um “fórum” para o debate, aprimoramento, troca,

sugestões, estudo entre as pessoas realmente envolvidas com o basquete

brasileiro e que poderão ajudar a levar o Brasil a China.

O basquete masculino brasileiro no momento não tem um técnico. Não se sabe

quem será este técnico. Então, eu sugiro que os possíveis convocados para o

pré-olímpico mundial, isto é, os atletas que participaram do pré-olímpico

das Américas e mais 8 jogadores, o que dá um total de 20 jogadores, e alguns

especialistas e pessoas envolvidas no basquete, como o Zé Boquinha e o Oscar

entre outros, formem um grupo de conversa/debate através de um grupo de

e-mail e comecem a estudar os adversários (jogadores e times), jogadas,

estratégias de jogo; resolvam possíveis desavenças entre os jogadores, entre

outras coisas que sejam pertinentes. Considero que este é o momento adequado

para realizar este tipo de conversa, pois como não há um técnico, esta

atitude dos atletas brasileiros e dos especialistas não pode ser considerada

como anti-ética por ninguém, já que, vocês estarão apenas aprimorando seus

conhecimentos e trabalhando em conjunto por um objetivo maior que é

conquistar a vaga olímpica.

Ahh, antes que alguém pense: “Eu tenho minha vida. Tenho várias preocupações

e afazeres como o início de temporada na NBA ou na Europa; trabalho na

emissora X ou Y; faço minha parte pelo basquete em alguma outra organização;

preciso de tempo para passar com a minha família, amigos, etc, etc”; só

lanço a seguinte idéia: pensem que o Basquete masculino do Brasil é uma

“ONG” e precisa de voluntários!!! Dediquem 1 hora na semana para

conversarem

por e-mail, msn, skype!! Ahh e os jogadores podem fazer mais uma coisa:

dedicar 1 hora a mais nos treinos fazendo lances livres três vezes na semana

(!!!!) e os outros dois dias fazendo arremessos de dois e três pontos.

Acredito que esta última parte ajudará no desempenho de cada um em suas

respectivas equipes.

Caso queiram rir, desconsiderar, deletar esta sugestão, Ok!! Eu mesma me

perguntei se deveria escrever e enviar esta mensagem!!!!! Essa foi a minha

forma de colaborar para ver a seleção brasileira de basquete masculino nas

olimpíadas de Beijing!!! E agora só me restará assistir ao pré-olímpico

mundial e acreditar que me depararei com a seguinte atuação da seleção

brasileira: unidade, colaboração, afinco, competência na execução dos

fundamentos básicos, vontade de ganhar em detrimento de apenas aparecer, e o

time e os jogadores “mordendo” a bola, agindo com raça na quadra ou no

banco

apoiando o time!!!!!!!!!!

Continuarei torcendo por vocês. Obrigada.

Abraços,

Luciana F. Moreira

SONHOS E REALIDADE…

Inadvertidamente sintonizei a TV nesta tarde, e por mais uma vez fui testemunha de uma aula completa, rica em detalhes, incisiva, realista, brutal, de como se coage uma arbitragem ao vivo e à cores vibrantes, com som diretamente originado das lapelas de dois técnicos, em glorioso estéreo, para não deixar qualquer margem à duvidas pelas origens, em um jogo final dos Jogos do Interior de São Paulo na categoria masculina. E não foi preciso vociferarem qualquer tipo de palavrão, como num acordo tácito de “bom comportamento”, já que professores, mas destilando, ambos, uma torrente de atitudes irônicas, pressões de diversos quilates, reclamações sem sentido, cobranças acintosas, bate-bocas insinuando más intenções, exigências de compensações, gestuais dramáticos, chutes em cadeiras, faltas técnicas não aceitas, como se inocentes fossem, e tudo voltado à arbitragem, que era tripla! Fiquei imaginando quantos mais juízes serão necessários para evitarem tanto descalabro. Talvez um para cada jogador… Foi um triste e constrangedor espetáculo, dado por dois técnicos que não se conformam em serem parte de um espetáculo desportivo, convictos de que são o próprio espetáculo, de baixíssima qualidade aliás.

E durante a transmissão, vários foram os convites aos dirigentes de clubes brasileiros para, na próxima quarta feira na sede da FPB, se reunirem para a fundação da Associação Brasileira de Clubes de Basquetebol, que terá como finalidade maior a organização dos Campeonatos Nacionais, como havia tentado a natimorta NLB, sendo o reflexo do recente boicote das equipes paulistas ao Campeonato Nacional promovido pela CBB. De alguma forma não muito bem explicada pelo senso comum, os clubes brasileiros acordam aos poucos de seus berços esplêndidos, para se situarem como a origem de todo o mal que se apossou do nosso basquete, ao permitirem que acessassem no comando de suas federações elementos comprometidos com os consentidos desmandos da CBB, cujo dirigente maior é por eles eleito, à revelia, ou mesmo com a conivência velada ou explicita dos mesmos, originados e empossados com a anuência destes mesmos clubes que agora se reúnem para… Mas eles já haviam se reunido para fundarem e empossarem a NLB, para logo depois se bandearem para os lados da CBB, que agora é renegada por eles… Então qual será o próximo capitulo dessa novela interminável?

Sugiro que o contexto do futuro estatuto da ABCB contenha somente um artigo, sem nenhuma alínea ou parágrafo. Que contenha somente a seguinte determinação:

ESTATUTO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLUBES DE BASQUETEBOL

ART. 1º E ÚNICO – Que todos os representantes legais dos clubes aqui presentes nesta fundação, e que assinarão a ata correspondente, se comprometam em seus estados de origem a designarem através votação democrática e aberta, presidentes de suas federações comprometidos com os desejos e anseios dos que o elegem, para, nas próximas eleições da Confederação Brasileira de Basquetebol, eleger um candidato de consenso dos clubes brasileiros, que esteja comprometido com o desenvolvimento da modalidade, desde a formação, até as divisões superiores e seleções nacionais, apoiando comissões de verdadeiros conhecedores da mesma, para a formulação de políticas voltadas ao desenvolvimento técnico, ao apoio às associações autônomas de técnicos, assessorando as políticas governamentais para o setor, e promovendo a divulgação pela rede mundial de comunicação de materiais didáticos e pedagógicos sobre o jogo, e bibliografias de apoio. Finalmente, que forneça semestralmente informações contábeis para competente e idônea auditoria. Que o artigo ora aceito e consagrado entre imediatamente em vigor, para o soerguimento e progresso do basquetebol brasileiro.

Com tais disposições contidas neste simples e suficiente artigo, presentes de grego passarão a fazer parte de um passado obscuro e aterrador, mas que contribuirá decisivamente no espírito e mente dos novos dirigentes como um exemplo de incúria e desmando, que não poderá jamais ser repetido.

Amém.

DEBATES – O DRIBLE

No debate anterior, sobre o equilíbrio, acredito ter sido a conclusão do Prof.Gil Guadron, excelente técnico salvadorenho que vive na cidade de Chicago a muitos anos, aquela que melhor definiu a importância do equilíbrio para o jogo de basquetebol. Por isso, coloco-a como a primeira definição da série Debates, como veremos à seguir em tradução livre:

O basquetebol é um jogo de equilíbrio e rapidez, e a chamada posição do basquetebolista ( joelhos flexionados, costas retas, pés ligeiramente mais separados da largura dos ombros, etc.) deve ser praticada em união com os demais componentes do chamado jogo de pernas (posição básica, arrancadas, paradas, giros deslizamentos, etc. ) em situações as mais próximas possíveis da realidade do jogo, como na defesa, ao marcar o homem da bola, ao defender em ajuda. E no ataque, na posição de tripla ameaça, a um drible de penetração, ao dar um passe, ao estar sem a bola e deslocar-se para uma porta traseira, ou se situar numa cortina, ou corta-luz, pois a concepção tática deve estar presente. Desta maneira, os exercícios têm “sentido”, e, se está em concordância com o enfoque pedagógico do construtivismo ( aprendizagem significativa), o equilíbrio então, passa a ser parte do contexto do jogo.

No Debates de hoje, abordaremos o fundamento do Drible, colocando como ponto de partida o artigo das série “O que todo jogador deveria saber 2/10”, publicado em 24/4/2006.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 2/10.

Quando o jogador dribla a bola,fazendo-a quicar no solo e voltando a dominá-la, acontecem alguns pequenos movimentos que detalho:1-Como a impulsão é realizada pelos dedos,ao flexioná-los em direção ao solo forçam a articulação do pulso a um movimento similar,além,é claro das articulações do braço,movimentos estes que incutem uma rotação inversa na bola,que variará de intensidade na medida que aumente a velocidade de deslocamento do jogador. 2-Ao retornar de encontro à mão essa rotação estará revertida,pois no inicio do movimento a bola ao se chocar no solo em rotação inversa mudará de rotação,já que toda força num sentido gera outra em sentido contrario de igual ou maior intensidade.3-Se o jogador não adequar a posição dos dedos na tentativa de anular a rotação para frente,perderá o controle da bola,dai a extrema necessidade de estudar e observar sempre seus comportamentos.4-Todas essas ações devem ser estabelecidas sobre o hemisfério superior da bola,pois se o fizer no inferior interferirá,e até interromperá a livre trajetória da mesma,o que caracterizará a infração dos dois dribles.5-Por esses motivos,todo jogador que na volta da bola do solo dominá-la pelo hemisfério inferior estará cometendo uma infração,além de se utilizar indevidamente da interrupção da livre trajetória para se beneficiar em uma mudança de direção com a bola paralisada em sua mão.Muitos jogadores se utilizam dessa manobra,pois não desenvolveram a técnica de domínio das rotações,e com o beneplácito de muitos juízes se beneficiam inadequadamente em ações de finta.6-Um outro fator deve ser acrescentado,o quanto a bola se mantém em contato com a mão,tanto na impulsão,quanto na recepção.É um tempo de contato que varia com a estatura do jogador,e é um dos componentes do binômio ríimo-passada,ou seja,para cada passada efetuada o jogador manterá o contato com a bola o tempo necessário às ações de impulsão e recepção,sintonizados em cada passo dado.6-Para cada jogador em particular existe uma medida uniforme para esse contato,o qual deverá ser mantido, tanto nas progressões,como nas mudanças de direção.Para que isso ocorra em ambos os movimentos,o cotovelo deverá estar sempre próximo ao corpo,o que garantirá o binômio acima exposto,tanto para o drible linear,como para o drible com mudança de direção. Muitos jogadores efetuam a mudança de direção nesse drible com o cotovelo afastado do corpo,movimento esse facilitado quando os mesmos dominam a bola pelo hemisfério inferior,fazendo com que ela se mantenha por um longo e estendido tempo em contato com a mão,quebrando o ritmo da passada e cometendo a infração de andar com a bola, tendo antes cometido os dois dribles ao interromper sua trajetória,dominando-a por baixo.Duas infrações ao mesmo tempo,e que são raramente marcadas,prejudicando seriamente seu desenvolvimento técnico,principalmente nas divisões de base.Muito bem, compreendidas essas questões,omitidas,esquecidas ou desconhecidas por muitos que se arvoram em formadores de atletas(para que perder tempo com bobagens se existem as pranchetas mágicas?),observemos algumas implicações práticas a serem utilizadas no drible.A primeira e mais importante tem muito a ver com o primeiro artigo dessa serie,ou seja,a chave do bom driblador se situa na fronteira do equilíbrio instável, território onde o domínio das rotações da bola driblada se confunde com o controle do centro de gravidade do corpo em movimentos lentos ou acelerados,à frente,atrás,para os lados nas trocas de direção,nas paradas e partidas.A segunda,quando as distâncias com o marcador(es)se torna critica e urge a criação de um espaço de fuga.Eis a chave do bom driblador,criar os espaços onde não existem.Para tal,dois movimentos se tornam trancedentais:1-O passo atrás com simultânea(simultânea mesmo!)troca de mãos e direção.É um movimento difícil,e somente possível com o cotovelo junto ao corpo e total domínio do centro de gravidade,para mantê-lo em equilíbrio instável.Jogador que se afeiçoou ao domínio da bola por baixo do hemisfério inferior da mesma e com o cotovelo afastado do corpo jamais o conseguirá,já que perderá o domínio do centro de gravidade.2- A reversão com obrigatória troca de mãos,pois se não o fizer exporá a bola ao marcador,facilitando-o na retomada.Esse movimento,mantidas as exigências do item anterior,será tão ou mais veloz,quanto maior for a velocidade em torno de um eixo imaginário projetado dentro da área da base que o jogador ocupar.Mas o que vemos comumente em nossas quadras? Jogadores,que em fase de armação de jogadas se perdem em seguidos dribles por entre as pernas,num exibicionismo barato e perigoso.Pena que a maioria dos marcadores pouco saibam sobre equilíbrio e centro de gravidade em si mesmos,quiçá dos dribladores à sua frente.Se soubessem algo atacariam a bola no momento que estivesse sendo driblada entre as pernas,pois nesses momentos ela encontrará o solo DENTRO da área da base ocupada pelo atacante tornando-o refém de uma escolha se atacado,ou a interrupção do drible,ou o retrocesso,pois estando em equilíbrio estável se torna inabilitado às mudanças de direção.Outra bobagem é a utilização do drible pelas costas visando uma mudança de direção, estando na parte central da quadra. Como se trata de um drible de grande amplitude ele fatalmente levará o jogador para um dos lados da mesma,tornando-o vulnerável a uma dobra defensiva.Trata-se de um drible para ser executado da lateral para o centro da quadra,pois dessa forma estará habilitado a uma penetração,um lançamento frontal à cesta,ou um passe.Com pudemos observar,princípios de equilíbrio e centro de gravidade estão indissoluvelmente ligados à arte do drible,fatores básicos a todo jogador que se proponha ao domínio do mesmo.Para finalizar,sugiro que à partir do drible o jogador passe a se interessar em conhecer o comportamento de um eixo,em torno do qual a bola girará toda vez que for impulsionada ao solo,e de lá retornar à sua mão,e que é denominado eixo diametral.Ele será muito importante nos artigos que se sucederão. Por ora,vamos à quadra praticar o drible como deve ser praticado.

Como esse fundamento é aquele que maiores problemas de aprendizagem apresentam em nossa realidade, haja visto as enormes deficiências técnicas de nossos armadores, acredito que deverá suscitar bons debates entre os técnicos e professores, propiciando uma positiva troca de experiências, nos aspectos didáticos e pedagógicos. Mãos à obra pessoal, o espaço está às ordens.

O EMBLEMÁTICO 1%…

Organizar, v. tr. Dir. Constituir em organismo; tornar apto para a vida; constituir; estabelecer as bases de; formar: organizar um ministério; dispor para funcionar; arranjar; pr. Tomar uma organização definitiva; constituir-se; formar-se. ( Do lat. Organu.)

Administrar, v. tr. dir. Exercer a administração de (negócios públicos ou particulares); gerir, superintender, governar; dirigir; tr. dir. e ind. Ministrar: administrar a extrema-unção a um moribundo; dar a tomar (medicamentos); aplicar; conferir; intr. Exercer as funções de administrador; governar. ( Do lat. administrare.)

Agora podemos entender o que a comissão de clubes quis dizer ao enviar suas decisões para o grego melhor que um presente “organizar” o Campeonato, e este corrigiu o verbo para “administrar”. Ou seja, em hipótese alguma a chave do cofre sairá de seu pescoço helênico, colocando à mostra os verdadeiros motivos para tanta luta, valores, contratos, pagamentos, dividendos, ou simplesmente o controle da grana, que não deve ser pouca, para originar tanta cobiça.

Esse clímax se originou numa carta enviada pelos clubes paulistas reclamando para si o controle total sobre as operações do Nacional, desde o formato técnico à administração de verba e recurso de marketing, conforme a reportagem do jornalista Giancarlo Gianpietro do UOL. As oito equipes de S.Paulo enviaram o comunicado ao Grego como condição para ingressarem no Campeonato, e que segundo o presidente da CBB e os clubes alinhados em torno do Nacional, os pontos requisitados eram redundantes ao que já estava previsto no regulamento, pontuou o jornalista.

“Por isso ficamos em estado total de perplexidade quando recebemos a carta”, afirmou Bozikis, e mais, “Do que eles pediram, 99% das imposições já eram praticadas, então não entendemos”, afirmou Jorge Bastos, diretor do Grupo Universo, administrador do clube de Brasília.

Mas como não entenderam? E desde quando, na analise estatística do grego 99% superam seus fantásticos 1%? Esse mesmo 1% que o faz tão poderoso e inexpugnável, fundamentado nas leis que regem o desporto nacional, e que é sempre alcançado nos conchavos permitidos e ansiados pelas direções federativas, para os quais mais valem 1% de pleno poder, do que 99% de olheiras insones voltadas à brilhante chavinha que emoldura o pescoço helênico. E numa regra de três originada na inventiva matemática cebebiana, se 99% estão voltados para a organização do campeonato, quanto valerá 1% para a administração do mesmo? Esse X o grego melhor que um presente conhece como ninguém, onde “administrar” se torna sinônimo de 1%, até um dia em que os detentores dos 99% se dêem conta de que mais vale 1% administrando o cofre, do que 99% de gritaria e histeria inócuas. Que tratem de se mobilizar, para, dentro dos parâmetros que auferem a lei substituam democrática e decisivamente o dono dos 1% mais letais do desporto nacional. O contrario cheira a golpe, arma dos corruptos e incompetentes em 100% dos casos, assim como a turma dos atuais e sonhados 1%.

O basquetebol brasileiro não merece tão vil destino, tanta baixeza , tanta pusilanimidade, cometidas por quem não pode gostar do grande jogo, e sim dos dividendos que possam auferir em benesses e muita, muita mordomia.

Ave Cesar, os que vão morrer te saúdam, era o grito de guerra dos gladiadores antes dos embates mortais. Só que aqui o Cesar não é romano, e sim grego, 100% grego, e é quem manda, até o dia que mudem a lei, ou que as federações, porta-vozes dos clubes estaduais, tenham seus presidentes eleitos por verdadeiros desportistas, para representá-los na eleição maior, a da CBB, entronizando na mesma alguém que realmente ame e entenda o grande jogo.

Amém.