A CAIXA DE PANDORA

O grego melhor que um presente não só manteve o dominio dos cofres e sua mágica chave,como agora abre sua Caixa de Pandora de onde emerge uma lingua que ficou lá trancada por todo o período eleitoral,sábia e matreiramente aliás.E pelo longo e auto-forçado silêncio desandou a emitir conceitos,premissas,promessas,e pasmem, futurologia em conquistas que certamente alcançaremos,sem dúvidas nenhumas,segundo suas previsões.Uma, serão as conquistas dos próximos mundiais masculino e feminino,outra,a classificação para as Olimpíadas.No caso do masculino disserta sobre nossa superioridade com relação às equipes européias,e nivelamento com as equipes da Argentina e Estados Unidos.”Quem pensa em ser primeiro pode ser primeiro,segundo ou terceiro.Quem pensa em ser quarto não fica entre os primeiros”.Sem dúvida é uma premissa brilhante de quem vem,mas de uma obtusidade que beira ao ridículo.E é essa a orientação que temos para o basquete brasileiro no plano diretivo,no âmbito da cartolagem.Apostam suas fichas nas promessas a médio e longuíssimo prazo,dando o máximo de linha que puderem ao imaginário que cercam a atividade,seja no plano da divulgação,seja na mente dos que amam e torcem por aquele futuro de sucessos.E assim vai levando seu pseudo-comando,todo ele estacionado em areia mais do que movediça,
tal a fragilidade,porém enfáticos argumentos.Impossivel,sob o ângulo técnico conotar
veracidade e exequibilidade aos mesmos,a não ser sua gloriosa assessoria técnica, aquela volátil comissão técnica que representa as entidades que comandam os destinos
técnico-táticos de nossas seleções,o poder mágico que emana de um dos cofres da CBB,
e cuja chave compra e corrompe àqueles ansiosos pela glória,mesmo que efêmera.Por mudarem de campo na medida de suas conveniências tornam-se irremediavelmente voláteis
perante o principio básico que rege as leis desportivas,a ética.E manipulados magistralmente em suas vaidades pela rapôsa-mor,trocam NLB por CBB com a mesma facilidade que as rapôsas trocam de pelagem,inclusive jogadores.Na ótica da CBB,tendo ao seu lado,comprados pelo fascínio,ou não,os melhores clubes, os melhores jogadores
e o que considera os melhores técnicos,nada deve ser conotado à Liga que se antepõe
aos seus designeos.Desde que os próceres da maior organização desportiva do mundo,a
FIFA,começaram a se beijar na face públicamente,no mais puro e tradicional estilo mafioso,que as demais federações tentam agregar a seus regulamentos e leis,aqueles
principios corporativistas da liga maior,onde o poder e o tráfico de influências dão
as cartas.E ai de quem se antepuser,pois aos perdedores,as batatas,e nada mais do que
as batatas.Mas no fundo da questão emerge a eterna dúvida,aquela que põe em cheque os
sonhos de poder e conquista de dirigentes desportivos em seu afã de perpetualidade no
poder.Será que realmente tenho ao meu lado os melhores?Os que me garantirão no futuro?No nosso caso,do basquete brasileiro,afianço com a mais absoluta convicção de
quem vive e convive no meio por mais de 45 anos, que não!Temos um conceito e um
sistema de jogo absurdo e perdedor,mesmo com bons e futurosos jogadores,que precisam
de quem os ensinem as artes dos fundamentos,e não as evoluções coreográficas que são
obrigados a realizar sem preparo para as mesmas,pois são fruto de mentes que não admitem o livre arbítrio,mas que o cobram como se os jogadores estivessem preparados
para praticá-lo.E aqui vai um simples prova,nas palavras de um dos luminares da CBB
em recente entrevista à Folha de S.Paulo-“Temos boas atletas,mas que são inexperientes.O que ocorreu no Paraguai(cesta contra),além de testar meu coração,mostrou o quanto elas estão verdes.E não temos a mesma oferta de jovens que o masculino.Temos de cuidar disso”disse Barbosa,que comandou as novatas no Paraguai.
mais adiante continua-“Queria levá-las aos EUA,mas acho que não será possivel.Vamos nem que seja ao Paraguai.Tecnicamente não ajuda muito,mas é viagem,outra lingua,outra comida.Vai dar bagagem”disse ele,que,se não conseguir tirá-las da América do Sul,quer
jogos contra times adultos dos paizes vizinhos.”Elas não precisam ganhar,e sim aprender”.Simplesmente inacreditável!Trocar ensinamentos de fundamentos,treinamento árduo,por viagens,outras comidas e outras linguas,mesmo que não ajudem técnicamente
chega a ser deboche.Mas assim como ele,todos os outros têm acesso ao velocino de ouro
à chave de um dos cofres,e talvez,dos dois.Poder é isso aí,e quem não o tem trate de
conquistá-lo,com as armas de que dispõem,muito trabalho,transparência,e principalmente,mérito.Testado em sua lealdade pelos fariseus,Jesus perguntado a quem deveria reverenciar tendo uma moeda romana em mãos disse-“Dêem a Deus o que é de Deus
e a César o que é de César”.E nada mais foi perguntado.Amen.

E LÁ SE FORAM OS CADETES.

Ou irão nesse fim de semana,para um sul-americano fundamental para o nosso futuro internacional.Vão com onze jogadores,o que não entendo em se tratando de uma equipe de jovens e futuros candidatos às seleções principais,e que deveriam preencher toda e qualquer vaga possível.A não ser que o regulamento da competição,que não conheço em detalhes,só permita onze jogadores.Ou para dar vaga a um dirigente de fora de quadra, o que seria lamentável.Mas o que me preocupou sobremaneira foi saber de somente três armadores selecionados,e duas quadras de alas e pivôs.E de saber da participação da quadra que comanda a seleção principal nos treinamentos da garotada,e como bem disse o técnico da equipe,bem -vindos para a continuidade do projeto técnico-tático daqueles futuros jogadores.Trocando em miúdos,cinco técnicos participaram da preparação da equipe,unidos e uníssonos na perpetuação de um sistema de jogo,absolutamente inadequado ás nossas características e que teimosamente se nega a qualquer tipo de mudança.Como será um campeonato que não veremos pela midia,poderemos somente imaginar,com pequena margem de erro,o continuismo do Passing Game,a escravatura à prancheta,e o pior,armadores que se desligam da armação,dando lugar a pivôs que sobem à linha de três,para longe da cesta trocarem passes lateralizados e bloqueios ineficazes,e até tentativas de arremessos para os quais não estão habilitados.A continuidade desse malgrado projeto,teve do técnico total aprovação e
agradecimento pela”ajuda” recebida da comissão principal,que claro,quer reforçar e garantir de todas as formas possíveis a manutenção de sua fantástica “filosofia de jogo coreografado”.Quando penso que os maiores técnicos que conheci no mundo eram exatamente aqueles responsáveis pelas equipes de formação, nas quais desenvolviam “in extremis” as bases e os fundamentos do jogo,tanto os ofensivos,como os defensivos,fora de qualquer padrão”filosófico”,e sim dentro dos parâmetros mais
contundentes na arte de bem jogar basquetebol,tremo nas bases ao constatar,pelas próprias palavras do técnico da equipe,o quanto foi decisiva a padronização do treinamento de sua equipe,nos moldes da equipe principal.E basta darmos uma recapitulada nos erros de fundamentos de muitos dos integrantes da mesma,alguns que
determinaram sérias derrotas,para lamentarmos a grande perda de oportunidade na melhoria ,e até aprendizado dos fundamentos,que esses jovens tiveram em seu treinamento.Mas como o que importa é a continuidade e cristalização do que vem sendo adotado,resta-nos torcer para que os adversários estejam menos preparados,o que duvido quando pensarmos em argentinos,uruguaios e até venezuelanos.E por Deus,não nos
venham dizer depois,que os arremessos não cairam,e que não pegamos os rebotes necessários,pois segundo as palavras do técnico,trata-se de uma geração talentosa,e
que surpreendeu nos treinamentos,dando a ele possibilidades de utilização de várias estratégias e mudanças de jogo.Espero que tenha razão e instrumental para utilizá-las

A ÚNICA VÊZ.

Nesses 40 e tantos anos que milito no basquetebol,somente uma vêz testemunhei indicações de técnicos por mérito,e não por QI(Quem indica),que foi assunto muito bem escrito por Fabio Balassiano em sua coluna no Databasket.Pena que sua abordagem tenha sido toda voltada ao basquete americano,pois se o fosse ao nosso teria de escrever não uma coluna,mas uma volumosa enciclopédia.Um dia,talvez,possamos conhecer e detalhar muitos e muitos casos,alguns raiando o inacreditável.Mas voltando ao inicio,corria o ano de 1966 quando a CBB e o Departamento de Estado Americano promoveram um Concurso Nacional para selecionar 5 técnicos que iriam estagiar por 3 meses em universidades americanas.Foram muitas as inscrições,oriundas de muitos estados,pois o concurso foi bem divulgado pelos jornais e federações.O destaque entre os candidatos era o grande Prof.Moacyr Daiuto,autor de um livro clássico de fundamentos e assistente e técnico de seleções brasileiras.A banca julgadora contava com nomes de igual projeção,como Renato Brito Cunha,Waldemar Areno,Alfredo Colombo,todos titulares da EEFD da UFRJ,na época Universidade do Brasil.As provas foram duas,uma escrita,com a duração de 4 horas,isso mesmo,4 horas,abordando tudo de fundamentos ,sistemas,táticas e preparação física,e outra prática em quadra com assuntos sorteados na véspera.Foi uma maratona de trabalho e grande expectativa,inclusive por parte da imprensa.O resultado,surpreendente para muitos classificou os técnicos Raimundo Nonato de Azevedo,Paulo Murilo Alves Iracema,José Carlos Ferraz,todos do Rio de Janeiro,Moacyr Daiuto de São Paulo e Fernando Grosso de Minas Gerais.Como não foi o primeiro classificado,Moacyr Daiuto declinou da viagem,assim como José Carlos Ferraz por total ogeriza a viagens aéreas também desistiu do estágio.O concurso foi realizado em julho,com a viagem estipulada para outubro,quando se iniciavam as atividades nas universidades americanas.Passava-se os meses e nada era resolvido pela CBB,a responsável pela organização do grupo que se submeteria ao tão sonhado estágio.A desculpa eram as viagens aéreas,que segundo informava a CBB era de responsabilidade dos americanos.Em dezembro,desconfiados das protelações e várias desculpas,eu e o Raimundo decidimos ir ao Consulado Americano
para saber mais sobre o concurso.Para nosso espanto,o Adido Cultural nos apresentou um contrato com a CBB no qual as passagens de ida e vinda dos Estados Unidos seriam de responsabilidade da mesma,assim como uma ajuda de 100 dolares para cada técnico,e que caberia à Sports International,orgão do Departamento de Estado as demais despesas de transporte,alimentação e estadia em território americano.De posse de uma cópia do contrato,voltamos à CBB,e só conseguimos uma parte da ajuda depois de ameaçarmos contar tudo a imprensa.Teriamos somente a volta garantida e os 100 dolares
mas não a passagem de ida.O Minas Tênis Clube,deu a passagem ao Fernando Grosso e mais 500 dolares de ajuda.Quanto a mim e ao Raimundo,graças ao Coronel da Força Aérea
e grande árbitro de basquetebol,Helio Louzado,foi conseguida uma carona em um DC-4 da FAB que iria buscar peças de reposição em Washigton,numa viagem de 5 dias,com paradas e pernoites em Belém,Port Prince,Miami,Marietta até a chegada em Washigton,sem pressurização de cabine,alimentação e poltonas reclináveis.Foi uma odisséia,mas conseguimos chegar para o tão sonhado e sacrificado estágio,que no meu caso se extendeu até o Novo Mexico,viajando de ônibus na ida e na volta a New York.Nesta cidade,fiquei alojado numa YMCA terrivelmente degradada à espera da passagem de volta
e com 70 dolares no bolso para as diarias de 15 dolares.Num telefonema à cobrar para minha familia,pedi a minha mãe que intercedesse junto à CBB para que enviasse a passagem,o que foi conseguido depois de sérias desavenças.Recebi o chamado da Aerolineas Argentinas às 14 horas do quinto dia,para embarque às 19 horas.À bordo do avião,pude me alimentar após dois dias sem fazê-lo,e por deferência de uma compreensiva aeromoça pude repetir o jantar.O Raimundo ficou por mais duas semanas,com a passagem em mãos,e o Fernando voltou após um mês por problemas de saúde.Ao voltar,cumpri o estipulado e viajei por vários estados divulgando o que observei,além de ter entregue um vasto relatório,que por não ter sido divulgado e sequer lido,retirei da CBB.Fiz muitos filmes das equipes observadas,que serviram de material didàtico nos cursos efetuados.Partem daí minhas divergências com a direção da CBB,pelo fato de obrigá-la a respeitar os acordos,pois desde cêdo descobri que não possuia QI suficiente para ser reconhecido,a não ser quando o fui por força do mérito.Mas isto é outra história que contarei num futuro qualquer.Assim como o Fabio dissecou com autoridade da importância do QI nos Estados Unidos,falhando tão somente quando afirma que todos os agraciados teriam talento para cavarem seus espaços sozinhos,evidentemente.O que duvido,pois oportunistas bem acessorados existem em todas as funções e em todo o mundo,quando muito ligados a poderosos,os QI´s de plantão,e que sempre cobram alto pelos favores.Aqui em nosso país o QI é quase uma instituição oficial,na qual o mérito só atrapalha os bons e lucrativos negócios nas trocas e favorecimentos.Mas acredito que aos poucos nossa gente vá descobrindo o dôce valor do mérito,o verdadeiro sentido do dever cumprido,da conquista merecida.
Chegaremos lá.

O QUE NOS FALTA TREINAR II.

Dando prosseguimento à utopia vista no artigo anterior,eis-me ao final de quatro semanas exaustivas nos fundamentos,com uma pléiade de 15 jogadores,cinco armadores,cinco alas e cinco pivôs,todos prontos para o inicio de mais duas semanas,nas quais os sistemas defensivos e ofensivos seriam treinados em tempo absolutamente integral.Destes,ao final seriam dispensados um de cada posição,pois a equipe,delineada com dois armadores sempre na quadra e dois para o revezamento,duas duplas possiveis de alas numa combinação de quatro fatores,três pivôs e mais um que poderia também exercer as funções de um ala emergencial,estaria pronta para uma série de jogos,e muito mais treinos entre os mesmos.Mas quais os sistemas seriam adotados basicamente?Defensivamente,o de marcação individual na linha da bola,linha esta sempre originada na bola,em qualquer situação que esteja na quadra,e direcionada ao aro da cesta.O atacante de posse da bola sempre marcado dentro do principio clássico,ou seja ,entre o atacante e a cesta,rigidamente, agressivamente,e os defensores restantes,flutuando em direção à essa linha imaginária,numa atitude posicional que permite a marcação do pivô,ou pivôs pela frente,sempre,e dando aos atacantes somente duas prerrogativas,os passes em elipse,ou o retardo dos mesmos,pois um corte para a cesta se tornaria temerário pela anteposição de defensores em flutuação lateralizada,e nunca longitudinal à cesta como as defesas em massa no garrafão.Os passes em elipse,se bem provocados e incentivados teriam pronta cobertura e até antecipações,pois os defensores os enfrentariam em deslocamentos lineares,bem,ou tão sintonizados com a velocidade dos passes elípticos.É um sistema defensivo de dificil treinamento,mas de eficiência devastadora,e que valeria à pena ser tentado e adotado.Na possibilidade de passagem para uma defesa por zona,fosse dentro do perímetro,fosse quadra inteira,uma equipe bem treinada na linha da bola com flutuação lateralizada daria aos principios zonais todas as respostas de coberturas e antecipações às ações ofensivas,fossem elas quais fossem ,principalmente se utilizassem o Passing Game.
Ofensivamente,com a utilização de dois armadores interagindo em torno do perimetro da cesta,e em constantes ligações com os três homens altos,fossem alas e pivô,ou dois pivôs,ou mesmo três,desde que se movimentassem permanentemente dentro do perimetro,no âmago da defesa adversária,em trocas sucessivas de posições,em cruzamentos com velocidades variáveis,sempre do lado oposto em que estivesse a bola,criando com essas ações coordenadas espaços para os passes em movimento e consequentes arremessos de media e curta distâncias.E a mais e decisiva atitude ofensiva,a permanente presença
de no minimo três atacantes junto à cesta,garantindo supremacia posicional nos rebotes ofensivos,e retardando os contra-ataques do adversário na perda dos mesmos.
Os armadores jamais estariam fora do fóco das ações ofensivas,assim como guarneceriam
permanentemente o equilíbrio defensivo,e estariam sempre em posição para um ataque
provocado por uma retomada da bola.Finalmente,com a presença maciça de atacantes junto á cesta,passes de dentro para fora do garrafão dariam a oportunidade de arremessos de três pontos com tempo hábil para um bem equilibrado disparo.Enfim,
vislumbrariamos algo de novo nesse deserto de idéias que vêem empobrecendo nosso basquetebol década após década,numa espiral descendente que nos faz prisioneiros do espectro dos 24 segundos em cada ataque,pois ora nos precipitamos com tentativas de arremessos antes dos 16 segundos,e até menos,ou extertoramos até o limite para executarmos verdadeiros acintes apelidados de tiros de três,quando,e em muitas situações de decisão simplesmente perdemos a posse da bola.Armadores que dominam e evoluem no perimetro,e alas e pivôs que se apresentam permanentemente dentro do garrafão,são atitudes técnicas que precisamos resgatar com urgência.E de repente,
testemunho ser esta uma realidade possível,que uma comissão técnica retorne aos principios que sempre nos fizeram temidos e respeitados no passado,agora com novos e
renovados meios,tecnológicos,por que não,mas sem pranchetas mágicas,coreografias que não se materializam e laptops que não jogam.E testemunhando tais conquistas e progressos,posso acordar de minha utopia e vestir a camisa de meu país para torcer
como ninguém,pois técnicos também torcem e vibram quando presenciam um jogo bem jogado,quando vivenciam com seus pares dias melhores.

O QUE NOS FALTA TREINAR.

Num hipotético exercício imaginativo,eis-me na incumbência de treinar,somente treinar nossos jogadores para o Mundial e com algum tempo para fazê-lo.O que faria?O que priorizaria?Que medidas tomaria?Disse que era um hipotético exercicio pelo fato de ter sido o único técnico de qualidade da minha geração que nunca teve a meritória oportunidade de treinar uma seleção brasileira,por motivos eminentemente políticos e discriminatórios.Vida que seguiu,e eis-me aqui imaginando o que faria,com a certeza de muitas décadas de experiência,de trabalho,de estudos e pesquisas,e,principalmente,pelo posicionamento frontal e combativo ante os desmandos que foram cometidos nos últimos 20 anos por administrações absolutamente catastróficas.Por nunca me omitir ,e jamais cooptar com as mesmas fiquei à margem do processo,mas nunca distante do mesmo.Mas,voltando ao inicio,o que faria? Primeiro assumiria o comando e nomearia tão somente um assistente,assistente mesmo,e não um segundo comando,assim como um bom e capaz preparador físico,e não um moldador de físicos.Um estagiário organizaria um pequeno sistema estatístico baseado em coeficientes de produção,e não percentuais de performance.Claro,que dominasse e soubesse interpretar os dados,e não manipulá-los pura e simplesmente.Um bom médico desportivo e um fisioterapeuta,e um mordomo competente completariam o grupo,e mais ninguèm,principalmente pseudos psicólogos que sempre se apresentam em vésperas de grandes competições, caminhadores em brasa viva e os oportunistas das palestras mágicas que levam às vitórias.Feito isso,quatro semanas em tempo integral de fundamentos e preparação física,principalmente aeróbica e de flexibilidade. Fundamentos de drible,pois nossos jogadores pensam que sabem driblar,mas desconhecem
essa dificil habilidade,principalmente na criação de espaços onde não existem.Passes longitudinais e sagitais à cesta,e nunca paralelos à linha final.Passes em movimento e de grande profundidade e extensão.Passes para o interior do garrafão sempre em ponto futuro,passes tensos e precisos,cuja responsabilidade é sempre de quem passa,e não de quem recebe.Fintas com e sem a posse da bola,sempre usando o corpo do adversário como pivô rotativo,que é a alma dos posicionamentos nos rebotes,principalmente os ofensivos.Quem os treinam?Se é que conhecem as técnicas de execução.As transposições de velocidade horizontal em vertical,chave para os saltos de tempo visando a posse da bola nos rebotes em movimento,e a anteposição não faltosa dos arremessos.As paradas e partidas,onde os jogadores se mantêm sempre em equilibrio instável,base para as mudanças rápidas de direção.O posicionamento estratégico dos pés nas atitudes defensivas,assim como os deslocamentos também defensivos junto ao corpo dos adversários em plena velocidade.A marcação pela frente dos pivôs em toda e qualquer situação de jogo.A marcação lateralizada,e não longitudinal da linha da bola.Os arremessos,ah,os arremessos,tão esquecidos,principalmente os de curta e média distâncias,em nome das enterradas e dos temerários e aventureiros arremessos de três pontos,território de uns poucos realmente providos de precisão para executá-los.O conhecimento do que uma tabela pode ser explorada em arremessos sob forte pressão,assim como poder executá-lo com razoável precisão mesmo em desequilíbrio total.O conhecimento quase mágico das potencialidades do controle do eixo diametral nos arremessos,e de uma simples lei de Newton nos dribles e nos passes.O conhecimento dinâmico do que seja um corta-luz,seja interno ou externo,o que vem a ser um dá e segue,e como utilizá-lo.O que deve e precisa conhecer sobre jogar contrário a posição da bola,e saber como ir de encontro a mesma.Promover a extinção de sinais semafóricos de jogadas,assim como nomeá-las com nomes e apelidos.Equipe treinada sai jogando,não precisa de formação coreográfica para iniciar a ação.O trabalho estafante e desgastante de dois contra dois,três contra três,e assim sucessivamente.A instrução sempre voltada à defesa,exatamente para provocar reações imprevistas a quem ataca.Treinar o sistema ofensivo,duramente,não para que dê certo em sua configuração,e sim que desencadeie no adversário atitudes,que quanto mais previsiveis forem,melhor serão os resultados da ação ofensiva,fator que elimina o desenho coreográfico,mas configura o buscado,porém dificil aproveitamento das falhas defensivas,sejam elas individuais ou coletivas.Esses fatores eliminam a famigerada prancheta,que cederá lugar ao entendimento prático do que realmente está ocorrendo na quadra de jogo,principalmente pelos jogadores,dando ao técnico a suprema oportunidade de instruí-los pelo ângulo das falhas e fraquesas individuais,sejam as mesmas do adversário ou de sua equipe.Essas preocupações pelos detalhes técnicos e pelas atuações individuais é que conotarão a produtividade coletiva,dissociada e afastada de um desenho canhestro, ilusório e fantasioso exposto em uma prancheta.Finalmente,adequar as capacidades físicas de velocidade e flexibilidade a principios de preparação física que realcem tais qualidades,e não condicionamentos que os entravem com a justificativa de que a força é a chave para o enfrentamento ante equipes que a previlegiam ,exatamente por não possuirem as qualidades que previlegiamos.Com esse preparo,o sistema escolhido fluiria sobre uma base fundamentada no conhecimento e dominio do que seja jogar basquetebol,e não sobre exibicionismos dissociados das reais necessidades de uma equipe de alta competição.Tanto jogadores,como a comissão técnica saberiam o que fazer e realizar em quadra,pois treinariam para tal,e não combinariam em torno de uma prancheta o que fazer ante situações que não treinaram,ou não têm competências para contorná-las e enfrentá-las.Claro que tudo isso não passa de um ensaio utópico para mim,mas que pode ser perfeitamente realizado por uma comissão de verdade,liderada por alguém que assuma a responsabilidade de um verdadeiro lider,e não um quarteto uníssono e como apregoam,homogêneo.Será?De verdade?Duvido.E como retoque final,ou inicial,desmontaria a conotação de grupo fechado,declarado por jogadores após a Copa América,e se preciso fosse afastando-os se mantivessem tal posição,pois nada que foi proposto hipotéticamente acima, funcionaria ante tais posições,que não cabem a jogador nenhum manifestar e apoiar.Falta somente um ano para o Mundial,e algo pode ser feito de produtivo, e que representará muito para o futuro do basquetebol em nosso país.Amen.

A VITORIA DO BOM SENSO OFENSIVO.

Nos jogos que pude acompanhar pelo Campeonato Europeu vencido pela Grécia,constatei algo realmente preocupante.Como nas finais do Campeonato da NCAA,onde todas as equipes,e eram dezesseis,jogavam rigorosamente iguais tàticamente,neste Campeonato Europeu a situação tática era a mesma,ou seja,com duas exceções,Alemanha e Grécia,todas jogavam com um único armador,e com os pivôs subindo para a linha dos três pontos para bloqueios e até penetrações,tal qual jogamos aqui no Brasil.É o tal”basquete internacional” que se instalou mundo afora pela influência da NBA.O que surpreendeu foram as seleções da Italia e da Lituânia adotarem tal sistema,ao contrário do que apresentaram nas últimas Olimpíadas.Grécia e Alemanha jogaram permanentemente com dois armadores no perimetro externo,sendo que a Grécia os mantinham próximos um do outro,em permanente ajuda e deslocamentos de extrema rapidez,tanto no apôio dos homens altos, como nas penetrações individuais.Eram armadores de grande habilidade,ao contrário dos alemães,fracos e pouco criativos.Mas mesmo assim,e com a participação brilhante do Nowinsky chegaram à final merecidamente.Foi a vitoria do algo novo,ou revivido,a ressurreição de dois armadores,não tão baixos assim,e a utilização de homens muito altos,porém rápidos e em constante movimentação.Um dos comentaristas de nossa TV,viu nos jogos algo de inusitado,o sistema “trombador” empregado pelas defesas,onde os armadores jamais estavam livres para evoluirem,sendo trombados permanentemente,o mesmo acontecendo com
os pivôs perto da cesta.Me desculpe o ilustre comentarista,mas trombada só é possivel quando atacantes e defensores estão em movimento permanente,tornando-as inevitáveis pela dinâmica de suas ações,pelas constantes trocas de direção,propiciadas pelas trocas defensivas e flutuações.Ajudas poderemos dizer,efetuadas por todos em plena velocidade.No sistema NBA,onde determinadas ações de ajuda e cobertura são proibidas,inclusive quando marcam por zona,no intúito de estabelecerem sempre que possivel os embates de um contra um,geram imobilismos daqueles jogadores fora da ação.Aqui no Brasil é o que fazemos servilmente,tanto nos clubes,como nas seleções,e o pior,desde as categorias de base.Qualquer livro ou manual de basquetebol,desde aqueles publicados nos anos 30 do século passado,conclamam a necessidade de marcação rígida ao atacante de posse da bola,exatamente para prejudicar ao máximo seus passes,dribles e arremessos,e como ambos,atacante e defensor,estão em movimento,as trombadas são inevitáveis.Elas só não existem em desportos que têm uma rede a dividir os contendores.Quanto às trombadas observadas dentro da zona restritiva(nem sempre pintadas…)com a qualificação de jogadores muito altos e cada vez mais ágeis,elas se tornam parte do jogo,ao contrário do empurra-empurra desenvolvido por aqueles jogadores macilentos e lentos do sistema NBA.A equipe grega venceu porque corajosamente adotou o sistema de dois armadores puros e três homens altos velozes e ágeis atuando o mais próximo possivel da cesta,deixando todo o perímetro para as ações rápidas,inteligentes e ousadas de armadores de excepcional qualidade.Que fique a lição daqueles que desde a antiguidade sempre estiveram na vanguarda da evolução humana,naquele aspecto que difere uma civilização de outra,a arte e a criatividade.O resto é conversa fiada,é pura trombada.

CRITICAS,MUITAS CRITICAS,MAS O QUE FAZER?

Belo artigo o do jóvem Fabio Balassiano no Databasket,coloquial,sincero e profundamente humano.Parabéns.Mas deixa um gosto amargo de impotência ante um quadro de devastadora descrença no futuro de nosso amado basquetebol.No entanto,sutilmente abre-se uma nêsga,quase imperceptível,de esperança no surgimento de uma liderança autêntica,verossímel e factível.Acredito que tal liderança somente ocorrerá pelo consenso de nossas melhores cabeças pensantes,daqueles criticos responsáveis,daqueles estudiosos da historia do jogo,daqueles beneficiários do que de melhor o esporte pode auferir a um indivíduo ou coletividade,daqueles que se reportam à noticia legítima e escarecedora,daqueles que dirigem e orientam as gerações com responsabilidade e interêsse cívico,enfim,de todos aqueles que entendem o verdadeiro significado da atividade desportiva como um vetor autêntico e irrefutável de progresso e educação.A encruzilhada quase metafísica em que se encontrou o articulista após sua entrevista com o mestre,é a mesma que todos aqueles que amam o basquetebol devem estar encontrando.No entanto,algumas experiências que testemunhei no passado,e das quais participei em parte,me permitem algumas sugerências,que no avêsso dos palpites irresponsáveis,poderiam ajudar no encontro de tão almejadas lideranças,pois uma só,
por mais carismática que seja,corre o perigo de se esvaziar por forças antagônicas que sempre se levantam quando não se tem retaguarda.Falo de lideranças regionais,
setoriais,que se congregam em torno da liderança maior,o objetivo a ser alcançado.
Esse objetivo é que deve ser fruto do consenso,a luta maior,o bem comum.Para tanto,
sugiro um encontro,aqui,em S.Paulo,ou em outro lugar qualquer,de todos estes magnificos criticos,dos sites e dos blogs,das colunas especializadas em jornais,das redes de televisão,das radios,das associações de veteranos e de técnicos,de todos aqueles que têm algo a dizer ou sugerir,para numa discussão aberta,democratica,e principalmente inteligente,compilar um acêrvo de conhecimentos que dêem à sociedade
aqueles substratos necessários,não só a reflexões,mas a execuções de projetos calcados em nossas reais necessidades e possibilidades financeiras.Um painél aberto
a todos que realmente têm algo a dizer,sugerir,fazer.Se quisermos que algo mude,temos
todas as armas necessárias a tais mudanças,nossa inteligência,nosso amor a causa,e
principalmente,nossa competência.Acho que já se faz hora de negarmos o falso amadorismo,de defenestrarmos os cargos de sacrifício,de almejarmos dias melhores.
Fica ai a idéia,e conclamo a todos para refiná-la,e quem sabe torná-la realidade.Faria um bem imenso ao nosso basquetebol,faria um bem imenso a nós todos.
Mexam-se!

UMA CHAVE PARA DOIS COFRES

A NLB está afundando com a deserção de vários e importantes clubes,que se bandeiam para as hostes da CBB,a começar por Franca,aliado de primeira linha do idealista Oscar.São estas as noticias que se espalham pelos sites e colunas que cobrem o basquetebol nacional.O grande enfrentamento CBBxNBL parece que não acontecerá,pelo menos quanto à qualidade técnica de seus aguardados campeonatos.E o que esperavam os criadores da NBL?Que a CBB entregasse a chave do cofre facilmente?Do que viveriam daí por diante?Por acaso imaginaram que tal transferência de poder econômico fosse abdicado sem luta?Com quem pensavam que estavam lidando?Com amadores idealistas?Não minha gente,não se brinca com raposas felpudas,a não ser que estejam mais treinados e ressabiados do que elas,o que jamais estiveram.E a turma que de saída apoiou “integralmente” a bandeira emancipatória,mas que ficou descaradamente em cima do muro,ao sentir qual lado lhes daria mais vantagens,bandeou-se sem maiores cerimônias para o colo do grego melhor que um presente.E ele só fez baloiçar a chave do cofre,com a sutileza de uma raposa astuta e solidamente vivida.Mas essa chave mágica detinha um outro e decisivo poder,o de abrir um outro cofre,tão ou mais atraente e poderoso quanto, o do fascinio exercido pelas seleções nacionais,que atrae
a midia e garante o suprimento do cofre antes disputado.Nosso país,ao não exercer a
politica de massificação desportiva,destina seus parcos recursos às seleções nacionais,para que estas sirvam de exemplo a ser seguido pela juventude,o que geralmente não ocorre,exatamente pela ausência de insumos orçamentários para seu desenvolvimento.Então,como num circulo perverso e odioso,as verbas,geralmente estatais são alocadas às seleções,que passam a ser os alvos a serem conquistados.E
nessa luta pelo poder,as vaidades,tanto de dirigentes,como de potenciais técnicos se
exarcebam,em níveis que beiram o absurdo,e onde o mérito jamais é levado em consideração,e sim o valor do QI,ou seja,o Quem Indica,ou é forçado a indicar. Claro que tais exemplos de abnegação,pois todos apregoam em alto som exercerem “cargos de sacrificio”,geram atitudes similares nos atletas,pois o exemplo vem de cima,e como tal deve,e pode ser imitado.E o que vemos e testemunhamos são jogadores trocarem de equipes da NLB para as da CBB,a fim de garantirem bons contratos por estarem na seleção nacional,ou de apregoarem a instauração de um grupo fechado àqueles que não
se enquadrarem aos designeos do grupo.São técnicos já em preparação e aquecimento para deslancharem o Tapetebol,assim como outros que de posse de um microfone destilam criticas e odes ao que fariam,mas que na prática cometem os mesmos erros,e até piores
daqueles que criticam.E é nesse jogo de patrióticos interesses que se perpetua o dono
inconteste da chave que abre ou fecha os dois cofres ,o que detem o poder econômico,e o que manipula as vaidades,as mesquinharias e as incompetências daquelas mesmas figuras que nos lançaram ladeira abaixo no cenário internacional dos últimos vinte anos.Para o grego melhor que um presente não interessam novas técnicas,bons técnicos
dirigentes capazes,políticas de pratica massiva.Não interessa ligas,pequenas,grandes
ou enormes e ambiciosas como a NLB,que lá no fundo,bem no fundo da questão sempre
esteve de olho naquele chaveirinho preso no cinto do grego,que jamais se desfaria de
seu próprio presente,a chave para dois cofres.Como humilde sugestão,me reporto aos artigos que tenho escrito nesse também humilde blog,que a Associaçao Brasileira de
Federações de Basquetebol,hoje composta de 9 Federações,as que se opuseram ao atual presidente da CBB nas últimas eleições,trabalhe ardua,tecnica e administrativamente
no intúito de terem em seu meio mais 5 federações,que é a única fórmula democrática
para conquistarem o comando do basquetebol brasileiro,e que comecem pela Federação
Paulista,com o Oscar como presidente,um homem que sufragou 5 milhões de votos para
senador da república,e que foi abandonado em seu sonho pela NLB por um dirigente,um dos que se encastelaram em cima do muro,e que hoje é senador sem um único voto sequer.Se querem mudar o basquetebol no Brasil,conquistem o poder de fazê-lo,assim como aqueles que lá estão o fizeram.O resto é,bem,é o resto.
Em tempo-Tapetebol-A arte de puxar o tapete dos pés de um inimigo,ou de um colega de profissão.

A INSINUANTE PANELA.

No artigo da semana passada,”Quadratura Omissa”,chamei a atenção sobre declarações de atletas da seleção a respeito do posicionamento do jogador Nenê com relação a sua não participação na Copa America recem terminada.Critiquei veementemente as aludidas declarações,e o silêncio dos quatro técnicos que comandaram a equipe na Copa.Agora,na coletiva de imprensa promovida pela CBB o Técnico 1(como são quatro, com direitos e comandos iguais,enumerá-los torna-se naturalmente óbvio),declara:”Falaram que o grupo ficou chateado com o Nenê e não o querem mais na Seleção.Não é bem por aí.O grupo quer todo mundo que tenha o mesmo pensamento.Se ele vier e estiver em sintonia com o elenco,será um grande reforço.Aqui ninguém tem vaidade e todos pensamos no Brasil.Se ele vier com esse pensamento,será muito bem vindo.Precisamos melhorar o nosso rebote.Esse é o nosso ponto fraco.Estamos pegando muito poucos rebotes defensivos e esse é o fundamento que mais me preocupa no momento”.Com o silêncio dos Técnicos 2,3 e 4,fica claro ser esta a posição de todos,inclusive pelo fato de termos lançado ao mundo a figura do Técnico Porta-voz,aquele que transmite à equipe,aos dirigentes,ao público e á imprensa,as decisões uníssonas e harmoniosas do grupo.O Técnico 1 só se traiu um pouco ao mencionar ao final de suas declarações…”é o fundamento que mais me preocupa no momento”.Deveria dizer”nos preocupa”,mas são minimos detalhes que se
moldarão com o tempo…Mas são declarações que deixam no ar sérias dúvidas,sérias
preocupações,senão vejamos:A que grupo se refere o Porta-voz,o dos jogadores, o da
comissão técnica,ou ambos? “Falaram que o grupo ficou chateado com o Nenê…”foram declarações em alto e bom som do jogador Alex,corroborado pelo companheiro Guilherme
que se diziam representantes dos demais colegas.Mencionaram um tanto atabalhoadamente
já terem o grupo fechado,ao qual o Nenê deverá se enquadrar se quiser participar no Mundial.Esclarecendo esse detalhe por intermédio de declarações públicas,deveriam os técnicos terem tomado, uníssona e harmoniosamente, enérgicas providências,também públicas,no intuito de manterem intactas suas posições de liderança e independência perante àqueles jogadores e todos os que almejam disputar vagas com os mesmos no futuro.Ou será que o fechamento do grupo é uma realidade?Pelas declarações dos jogadores porta-vozes,parece que sim,mas é esta a posição do outro grupo,o dos técnicos?”O grupo quer todo mundo que tenha o mesmo pensamento…Se ele vier e estiver em sintonia com o elenco,será um grande reforço”.O discurso é o mesmo,tanto do elenco,como da comissão,o que é altamente prejudicial,quando se sabe,e se constatou, que a equipe para o Mundial nem de longe pode ser constituida por muitos daqueles que fizeram parte do atual elenco.Mesmo massificado,Nenê ainda mantém muito de sua velocidade natural,e é muito superior tecnicamente aos pivôs do atual elenco,
e que junto a Ticher,Anderson,Estevan e Bambú,formariam um grupo de reboteiros de alta qualidade e grande elasticidade e velocidade.A discussão primordial não pode passar por opiniões,ou posições de pretensos grupos fechados,ainda mais formados por
jogadores,que ao agirem dessa forma agridem os preceitos mais primarios de disciplina
coletiva,que é a base de sustentação de qualquer equipe desportiva que se preze.Mas
se forem estas as mesmas posições de quem os dirigem,ai a situação fica insustentável
tanto fora ,como dentro do campo de jogo.”Estamos pegando muito poucos rebotes defensivos…”,complementou o Técnico 1,o que soa falso,pois foi o dominio da tabela defensiva que nos deu a vitoria na Copa,com o Ticher atuando de forma devastadora. Onde falhamos,e falhamos feio,foram nos rebotes ofensivos,exatamente pela exigência do sistema implantado na Seleção,no qual,os pivôs sobem na linha dos três pontos para atuarem canhestramente como passadores de bola e executores de inóquos
corta-luzes aos armadores,abandonando suas posições junto à cesta,abdicando sistematicamente dos rebotes,fator que Nenê nenhum do mundo poderia suprir.Nesse pormenor tanto a comissão como o Laptop se calaram,o que confirma a continuidade de
tão lastimável sistema.Tanto o “grupo fechado”propugnado pelos jogadores,quanto a teimosia técnico-tática da populosa,porém unissona e harmoniosa comissão,constituem
e instauram insinuantes panelas,que nos deixam fragilizados às vésperas de um Mundial
que queiram,ou não,definirá nosso futuro para os próximos 10 anos no plano internacional.Que baixe a luz do bom-senso e que uma correta e urgente liderança se faça sentir sem mais adiamentos e discursos inúteis e evasivos.

ENFRENTANDO TURCOS E OUTROS BICHOS…

Em duas semi-finais do Campeonato Europeu Feminino que assisti hoje,sábado,pela TV constatei o fim das grandes pivôs,massudas e pesadas,e o advento de jogadoras cada vez mais altas,esguias e rápidas,e em todas as posições,das armadoras às pivôs.As equipes da Russia e da República Tcheca foram pródigas neste novo modelo de atleta,e que teve seu começo na Australia em 91 quando a equipe brasileira venceu o Mundial exatamente por adotar o esquema fundamentado em jogadoras esguias e pivôs altas e ágeis,velozes e saltadoras.O que fizemos depois,invertendo o processo, já expús em artigos passados,e pelo visto ainda teimamos na negação do que nós mesmos inovamos naquele Campeonato.Mas tanto as européias,como as americanas cada vez mais investem na velocidade aliada à leveza,produzindo jogadoras extremamente versáteis e rápidas.Inversamente às mulheres,muitos países,ainda prêsos à influência exercida pela globalizada NBA,mantêm esquemas fundamentados em jogadores pesados e lentos,mas que aos poucos vão sendo suplantados pelo exemplo aprasentado pelas equipes femininas.Em artigo recente um articulista chama a atenção para a equipe da Turquia,que sob o comando de um técnico sérvio venceu o grande time da Itália por quase trinta pontos ao se utilizarem de jogadores muito altos,pesados,não muito velozes,mas que blindaram seu garrafão defensivo aos atacantes italianos,que claro,não foram tão eficientes nos tiros longos o quanto costumam ser normalmente.Alerta o mesmo articulista que a Seleçaõ Brasileira,se adotar o sistema baseado em velocidade e tiros longos que empregou na Copa America,corre o extremo perigo de não passar da primeira fase do Mundial.Em miúdos,se não adotar o estilo massudo e pesado,principalmente na defesa do perímetro nada conseguirá de concreto,e
apresenta o exemplo turco como um argumento poderoso do que propugna.Será a Turquia tão poderosa assim?No concêrto mundial esse país pouco apresentou de inovador para o basquetebol,a não ser o fato de,tendo em seu país uma enorme base da USAF,que das forças armadas americanas é aque mais se destaca no desenvolvimento esportivo,em particular o basquetebol,que é incluido na formação de seus pilôtos como treinamento de movimentos precisos e estratégicos.A influência exercida pela longa permanência em países de bases americanas,manifesta na população,principalmente a mais jovem,o interesse por suas atividades,e o esporte em particular.Basquetebol existe na Turquia exatamente por isso,pois seus esportes naturais sempre foram o futebol,as lutas e o levantamento de pêso.Com jogadores muito altos e pesados,e que jogam na NBA e clubes europeus,o técnico sérvio montou tal máquina de bloqueio que parou a equipe italiana,
que ainda mantem dois ou três jogadores do mesmo quilate fisico dos turcos,mas sem a
força bruta dos mesmos.Duvido que mantenham tais jogadores,substituido-os por outros mais leves,porém velozes e hábeis.Argentina,Lituânia,e provavelmente a Russia empregarão o sistema que privilegia a velocidade em detrimento da força,pois essa tendência cristalizada nas últimas olimpíadas varreu o mundo,inclusive a NBA que teve no Suns seu representante maior e já imitado por outras equipes da grande Liga.No Campeonato Universitário desse ano,a mais festejada”inovação”foi o ressucitamento do
arremesso de dois pontos por quase todas as equipes finalistas,sinalizando a volta do
drible e das fintas como antíteses do Passing Game,assim como o abandono quase total
dos grandes pivôs intimidadores ante bandejas e enterradas.O Brasil,se optar pela velocidade e habilidade de seus pivôs,estará dando um passo certeiro ante tal tendência,corajosa e inteligentemente adotada por nossos hermanos argentinos,bem secundados por lituânos,italianos,e sob alguns aspectos, pelos espanhois.Mas para tanto teremos de contar com armadores muito bem treinados,onde as duplas Valtinho e
Leandro,Nezinho e Huertas,sejam preparados para atuarem no perímetro,evitando a subida descabida dos pivôs,que enfraquece os rebotes ofensivos,e fazendo-os se movimentarem permanentemente pelo garrafão ofensivo,a fim de deslocarem os defensores
que quanto mais pesados e lentos forem,tanto mais eficazes nos tornaremos nos arremessos de curta e média distâncias.Os arremessos de três pontos devem ser executados por aqueles dois ou três especialistas,nas ocasiões em que possam ser concretizados com tempo necessário a um bom , preciso e equilibrado disparo.Ter uma equipe ágil,veloz,alta e mais leve,em hipótese alguma denota fraqueza defensiva,pois a maior arma que uma formaçaõ desse quilate pode apresentar é o jogo antecipativo,tanto defendendo como atacando,qualidade única propiciada pela velocidade de ações.Equipe pesada e lenta jamais poderá atuar em antecipação.Devemos nos lembrar que,com a divulgação maciça do sistema NBA de jogo pelo mundo,imitado à exaustão,tornou tal sistema de uso quase universal,com o codinome de”basquete internacional”,fazendo que todas as equipes jogassem de forma igual ou semelhante,com pouquissimas variações,e que somente nos últimos três anos pudemos testemunhar mudanças bem radiacais,exercidas por uns poucos países,que ao vencerem as últimas competições internacionais,soaram o alarme de que se poderia jogar de outra maneira,e a Argentina foi brilhante nessa opção.Temos jogadores altos e velozes,e que poderão,se bem treinados,marcarem seus oponentes pela frente,sempre,pois serão cobertos permanentemente pelos companheiros,também altos e velozes,e por isso mesmo habilitados a rapidos contra-ataques,como já ensaiamos na Copa America.Se concretizarmos essa tendência,e temos competência para tanto,poderemos enfrentar turcos e outros bichos,por mais ferozes que possam parecer.