UMA VEZ MAIS AS CONTINHAS…

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Você viu Paulo, o Marcelo meteu 6 de 3 no Orlando com 50% (6/12) de aproveitamento, que tal?

 

Bem, você está esquecendo de mencionar que esses 6/12 vieram de um total de 9/31, que diminuídos das bolas de 2 da equipe (51-31) perfizeram  20 desperdícios, que se fossem aproveitados a metade por tentativas de 2 estariam num jogo que perderam de 18. Enquanto isso, os Magics somente arremessaram 6/11 de 3 e 36/67 de 2, errando muitas das bolas por ainda estarem em pré temporada, fato comprovado pelos 23 erros de fundamentos contra 21 do Flamengo, totalizando 44 erros num jogo de elite, o que é demasiado…

 

Como vimos, faltou ao ao nosso suit coach, por mais uma vez, elaborar aquelas continhas que conotam vitórias, claro, como base fundamental de um sistema de jogo que as leve em consideração, no qual uma contumaz hemorragia de três não teria lugar em hipótese alguma, mesmo que sua estrela maior pensasse o contrário, que é similar àquelas enterradas cinematográficas com times perdendo de 30, como já vimos muitas vezes acontecer por aqui…

 

Vimos também, uma equipe da NBA professando rigidamente o sistema único, porém convergindo decisivamente para dentro do garrafão, face ao grande domínio que possuem nos fundamentos, enquanto optamos pela artilharia externa, mesmo tendo bons e ágeis pivôs como o Meyinsse, o Felicio e o Hermann, que ficou muitas vezes perdido na armação fora do perímetro, face ao pouco prestígio que professam junto aos especialistas dos três,o que é lamentável…

 

Esse fato faz com que me recorde de uma recente declaração do técnico do São José – (…)  Nas duas primeiras semanas que eu estava fora era pra trabalhar apenas com a parte física e agora era pra estarmos no treino com treino tático. Infelizmente com o problema do Caio, do Dedé e dos americanos que poderiam estar aqui, achei inviável manter a parte tática com os meninos sub-17, devido à diferença muito grande. Então resolvi dar fundamentos com o físico e fazer esses jogos-treino com os sete que tenho aqui. Precisamos dar ritmo de jogo e dar a eles a química do jogo. Foi o que me restou fazer – afirmou o comandante.(…)

 

numa prova cabal do prestígio “quebra galho”que a prática sistemática dos fundamentos tem entre nós, e na elite, quando fico imaginando o que ocorre na formação, e o resultado está sendo mostrado na terra de quem os utilizam a não mais poder, exceto pelos dois argentinos e o americano, que ainda os tem em boa conta…

 

Mas o espantoso ficou por conta dos rebotes, 50 (13/37) para eles e 31 (5/26) para os rubro negros, que não poderiam conseguir números melhores face aos sistemas utilizados, iguaizinhos aos deles, mas com a suprema diferença apontadas acima, num derradeiro confronto de técnicas individuais e singelas continhas aritméticas…

 

Mas o que dói mesmo, e com intensidade, é saber que se aproxima mais um NBB/NBA (?), onde tais continhas e sistemas caóticos e manjados não terão confrontação direta, a não ser por uma pálida esperança de que um Pinheiros, agora dirigido por um Marcel, que desde sempre propugna por algo inovador e corajoso, e pelo qual torço ardentemente, faça acontecer algo novo, e que venha resgatar a mediocridade estabelecida desde sempre entre nós…

 

Ontem foi o dia do professor, minha profissão primeira, absoluta e incondicional, onde o reconhecimento é tardio ou inexistente, por se tratar a educação um investimento a longuíssimo prazo, mas que de vez em quando promove um encontro ou uma pequena lembrança, como a do Washington Jovem, que foi meu assistente no Saldanha da Gama no NBB2 :

Professor Paulo Murilo,

Venho aqui parabenizá-lo pelo dia especial que hoje comemoramos, o  seu dia professor, quero aqui agradecer o convívio mesmo que por tão pouco tivemos, mas que  valeu muito a pena. Aprendi muito e vou levar por toda vida. Fica aqui o meu abraço.

Do seu assistente

 Washington Jovem

   demonstrando que nunca é tarde para sermos um pouquinho lembrados. Obrigado Washington, obrigado professor.

 

Amém.

 

 

 

“INDO ALÉM DA BOLA LARANJA”…

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Nossa mídia basquetebolistica é muito pequena, mas influencia através seus principais blogs, como o Bala na Cesta, o Vinte Um, o Databasket, boa parte dos leitores da modalidade, colocando opiniões e conceitos desencadeadores de muita discussão e debates, porém, passíveis de algumas e boas possibilidades de ampliarmos os mesmos sob uma ótica diferenciada, já que leitor dos mesmos e editor desse humilde blog, torcendo para que novas discussões e debates sejam estabelecidos.

(…) Há um conceito muito claro por trás do jogo, e ele (o conceito) é tão importante quanto as cestas de LeBron James ou Dwyane Wade, creiam nisso.(…)

 

Sem dúvida há um conceito muito claro por trás do jogo, o lucro empresarial e grupal acima de qualquer fator esportivo, e quando a economia lá de cima pende para baixo, tais interesses rapidamente migram para mercados emergentes sensíveis ao consumismo e modas pontuais, tornando-os reféns do “inantingível(porém acalentado) nirvana”, como desde sempre se colocam perante a vassalagem internacional, alimentada pela crença absoluta no simbólico e profético significado do mesmo…

 

loja (…) As lições mais uma vez estão aí. Basta querer aprender e aplicar no país. Só esporte por esporte não fará nenhuma modalidade do Brasil cruzar o cabo da boa esperança em termos financeiros/administrativos.(…)

 

Mas, com certeza, cruzaria em termos de educação, formação de caráter, cidadania, saúde e acima de tudo, amor ao país, ajudando-o a encontrar seu verdadeiro destino, através a escola e suas universidades, e por que não, clubes formadores também, onde o maior e mais rentável lucro seria o maior dos legados, um povo educado e culturalmente independente, sim, com a mais absoluta certeza…

 

(…) Entender que o basquete pode, sim, ser um espetáculo incrivelmente atrativo (indo além da bola laranja, portanto), sim. É a chave para vermos a modalidade enfim dar um salto de qualidade por aqui.(…)

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O voleibol deu esse salto (lá e aqui) sem tais espetáculos e atrações de quem sempre investiu no aspecto comercial e industrial do esporte profissional, bem distante de sua tradição escolar e universitária, que tanto lá, como aqui, investiu em bons técnicos e melhores formadores (acabaram de se tornar campeões mundiais femininos, e que tem todas as suas integrantes atuando fora de seu país, depois da formação universitária), fortalecendo de forma incontestável o maior dos princípios, infelizmente omitido no âmbito do grande jogo entre nós, a formação e qualificação de nossos  técnicos, para o desenvolvimento harmônico da modalidade, onde os mais antigos, balizadores e experientes foram defenestrados em prol de um corporativismo autofágico e irresponsável, no qual o compadrio e a ação entre amigos determinam as lideranças e capitanias hereditárias vigentes e inabaláveis. Com tal prospecto, claro, é fácil saber quem realmente se prepara para dar as cartas por aqui, sob o aplauso feliz e condescendente  daqueles que ainda não alcançaram o singelo significado do conceito do esporte pelo esporte, como um extraordinário fator educacional e cultural para a juventude deste imenso e injusto país, substituindo-o pelo aspecto mercadológico e de indisfarçável ranço sócio político que envolve esse imenso e poderoso cavalo de Troia, tão grego quanto o outro melhor que um presente e de tristíssima memória, mas infeliz e tragicamente continuada em sua sucessão…

Quanto ao grande espetáculo de técnica e tática, não aconteceu, mas premiou a extasiada audiência com exemplos da mais pura eficiência e logística empresarial, apesar de cometer um simplório engano, o de anunciar o gênio LeBron, que, infelizmente não compareceu (?) por sobre o transladado piso para o país que possuí as melhores madeiras do mundo, que não duvido nada tenha sido lá fabricado com uma delas, já que são os que mais as importam (legalmente, ou não…), mas que não atenuou o magoamento de tantos joelhos milionários nesse primeiro jogo, e fico imaginando como estarão depois de 50, atuando sobre tanta tecnologia…

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV, e divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 

A LITURGIA DO CARGO…

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E ai Paulo, o campeão do mundo joga na NBA, a LNB se liga à mesma, e você não comenta nada?

 

Bem, para começo de conversa foi o campeão da Taça Intercontinental FIBA 2014 que jogou contra o Phoenix Suns, num jogo que assisti curioso com o que pudesse ocorrer de inédito tecnicamente, e que beneficiasse o grande jogo entre nós, mas, para variar, não foi o que ocorreu, noves fora o coro quase que uníssono percorrido pela mídia, na menção do fato histórico que testemunhávam  embevecídos…

 

Mas, não foi bem assim, pois enfrentava o bom time rubro negro uma equipe em pré temporada, em seu primeiro jogo, e que demonstrou em toda a partida ainda estar muito longe de uma razoável forma, vide o decréscimo mais do que evidente de sua forma tradicional de jogar, focada na grande velocidade e permanente movimentação, que neste jogo ficou muito longe de acontecer…

 

Mesmo assim, no quarto final, apertando a marcação e buscando um aumento de velocidade, venceu um jogo com 47 erros de fundamentos (26 do CRF e 21 dos Suns), quantidade impensável em um jogo desse nível, principalmente em andadas e passes interceptados, que aliás, foi o fundamento que liquidou as pretensões da equipe carioca, que ao se utilizar rigidamente do sistema único (aquele que vem sustentando a NBA desde sempre…) frente a uma equipe que já não mais o emprega (assim como muitas equipes da grande liga), mas que ao conhecer todos os seus atalhos, dobrou a marcação na armação, provocando interceptações primarias de passes, concluindo cestas fáceis e sem respostas, já que as bolinhas tradicionais, vicio arraigado entre nós, voltaram a não cair ( 6/25 – 24% contra os 8/21 – 38% deles)…

 

Por conta de tantas limitações físicas e técnicas, a turma do Arizona concentrou seu jogo no garrafão (29/53), cadenciando o jogo, enquanto os cariocas o fizeram em 19/44 situações, que poderiam ser maiores se insistissem nos dois bons pivôs que têm, o Meyinsse e o surpreendente Felicio, preferindo, no entanto, as bolinhas de praxe…

 

Foi um resultado razoável, que nada deslustra a qualidade da equipe brasileira em sua realidade tupiniquim, a não ser um fato surpreendente ocorrido ao lado da quadra, onde um técnico corriqueiramente agitado, teatral e pressionador de arbitragens, vestido com um clássico terno e gravata (assim como toda a comissão técnica e agregados…), postava-se marcial e comportadamente como que entronizado na liturgia de um cargo, que espero, ao menos, tê-lo conscientizado de que o basquete que agora lá tem se desenvolvido, passa a léguas de distância de chifres, cabeças, camisas e congêneres, estando mais voltado a diversidade posicional de jogadores, muita movimentação ofensiva, intensidade defensiva, e acima de tudo, mantenedor da maior de suas tradições, os fundamentos básicos, nesse jogo, infelizmente, um tanto comprometidos pelos 21 erros cometidos…

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Vamos aguardar os próximos dois jogos, para termos uma clara visão dos aspectos que nos diferenciam, ou não, deles.

 

Quanto ao vínculo unindo NBA e LNB, uma boa lida em alguns de seus termos ( Uma joint venture por “somente”  50 anos, creio que seja inédito no mundo…) dará a todos a visão e compreensão do quanto de colonizados ainda teimamos em ser e nos comportar, lamentavelmente, e desde sempre…

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 

A ENCRUZILHADA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO DESPORTO TUPINIQUIM…

 

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Duas semanas atrás saíram na mídia impressa essas duas notícias, que de uma forma bastante direta espelha uma situação anômala e irônica por que atravessa a educação física e os desportos em nosso incongruente país.

Estamos vivendo tempos olímpicos da mais alta complexidade competitiva, onde a realidade desportiva de alta (e baixa também…)qualidade inexiste entre nós, totalmente voltados a que estamos na construção dos cenários, como no Pan Americano de 2007, e recentemente no Mundial de Futebol, com praças e arenas suntuosas, construídas a peso de ouro nem sempre auditadas, dando margem a vultosos desvios e lucros exacerbados a todos aqueles envolvidos no regabofe das verbas oficiais, além de um legado  que nem de longe beneficia a formação de uma cultura desportiva e educacional de nossa juventude, em escolas, universidades e clubes de todo o país, mas que locupleta toda uma poderosa minoria de empreiteiras, empresas (muitas estrangeiras) de hotelaria, turismo, serviços computacionais, e uma plêiade de políticos e empresários, todos unidos em volta da cornucópia milionária dos sacrificados recursos econômicos pertencentes ao povo brasileiro…

Frente a tão hedionda realidade, qual o real e verdadeiro significado das duas notícias acima mencionadas, qual?

Inicialmente, a que constata determinantemente ser a Educação Física a mais procurada área na formação de professores , muito além das demais disciplinas acadêmicas, mas que propriamente não os formam licenciandos, pois uma grande parte, ou mesmo a maioria (o estudo apresentado não define bem esse aspecto) se bacharelam, e que no frigir dos ovos, explica tanta supremacia acadêmica, pois orientados e voltados para a industria do corpo, através as praticas personalizadas e a brutal realidade das holdings que administram a mesma, com suas academias que se avolumam em proporção aritmética por todo o país, e que movimenta em torno de 25 bilhões anualmente, às quais mais do que claramente, não interessa nem de longe a existência regular e constitucional de tais atividades nas escolas e clubes, pois tão lucrativo mercado correria o perigo de ver esvair uma clientela estratégica demais para ser perdida em políticas educacionais voltadas aos jovens deste enorme e injusto país, e a segunda notícia expõe tal realidade com uma clareza exemplar…

Então, frente a tão contundente cenário, onde muitos jovens procuram as escolas de Educação Física na busca de uma compensação financeira e econômica mais imediata, tendo inclusive um conselho regulador em sua permanente cola (nenhuma outra disciplina acadêmica permitiu algo semelhante, tornando-a um instrumento a serviço da industria do corpo, mas que encontra uma sadia e enérgica contrafação às suas permanentes investidas no âmbito escolar, numa afronta à constituição do país…), vêem no mercado existente a resposta, muitas vezes cruel, de suas ambições a uma vida melhor, frente a realidade de um mercado corporativo e totalmente a serviço do lucro e da riqueza…

No entanto, algumas saídas podem ser encontradas a médio e longo prazos, como por exemplo, no campo das definições, já que o Confef e os Cref’s da vida dificilmente largarão o lucrativo osso a que se aferraram, começando por definir o que seria de sua alçada no pseudo controle de qualidade que ostentam realizar junto aos bacharéis e os provisionados, que são aqueles que de livre escolha, se voltam à mencionada industria e alguns desportos profissionais, mas que nunca poderiam se voltar para os licenciados, que deveriam ser da alçada única do MEC, pois formados nas instituições regulamentadas e aprovadas pelo mesmo, diplomando-os dentro das exigências legais e constitucionais do país. Logo, no âmbito escolar dos três segmentos existentes, básico, médio e superior, de forma alguma poderiam ser monitorados por um órgão sem as devidas qualificações acadêmicas para fazê-lo…

Definida tão importante questão, um outro fator tem de ser equacionado, o da volta das escolas de educação física aos centros de formação de professores,  direcionando os currículos de formação de professores de educação física na priorização das modalidades desportivas, no aumento substancial de suas cargas horárias, como existiam anos atrás, antes da anexação daqueles cursos a área biomédica, quando o transformaram numa preparação de paramédicos de terceira categoria hoje existentes, mas que são preciosos no suporte da industria acima mencionada…

Esta radical mudança, propiciaria uma melhor formação nos princípios pedagógicos e didáticos do futuro licenciado, preparando-o melhor no manejo de jovens escolares, assim como num maior e mais qualificado conhecimento das diversas técnicas pedagógicas e didáticas de ensino dos desportos, sem omitir o conhecimento de disciplinas de caráter biomédico e científico, porém num quantitativo de carga horária nunca superior às desportivas, como ocorre atualmente…

Transposto esse patamar, voltaríamos a ter melhores e mais bem preparados professores, propiciando dai para diante um mais eficiente patamar para o incremento e desenvolvimento das modalidades olímpicas de que tanto necessitamos para muito além de 2016, que desde já pode ser considerada uma etapa perdida, e que marcará com bastantes restrições nossa participação na maior de todas as competições, ironicamente a ser realizada em nosso país…

Voltando-se para o basquetebol, poderíamos ir mais longe se porventura uma mudança pudesse ocorrer na administração do grande jogo em nosso país, apesar de ser bastante difícil, frente às legislações que monitoram os poderes federativos e confederativos ora vigentes, mas que poderiam ser atenuadas através duas e fundamentais ações, a existência das associações de técnicos regionais e uma nacional que as coordenassem, e uma completa reestruturação da Escola Nacional de Treinadores, capilarizando-a pelas cinco regiões do país, e reformulando seus objetivos pedagógicos e técnicos, voltando-a à formação progressiva e orientada dos futuros técnicos, onde suas qualificações aos diversos níveis se exequibilizariam pelo estudo progressivo e permanente, e pelos resultados alcançados na promoção de jogadores por eles orientados às categorias regionais ascendentes e seleções municipais, estaduais e nacionais, e não por títulos alcançados, que é um fator distorcido perante a realidade das divisões de formação de base, como hoje é plenamente realizado. Em síntese, a formação técnica iria de encontro a realidade de trabalho dos professores, com suas limitações e óbices, e não o que ocorre, com o deslocamento dos mesmos para sessões de palestras por 4 ou 5 dias, além da utilização maciça da rede informatizada na divulgação de bibliografias, textos, testes e materiais didáticos tecnicamente preparados, a serem utilizados em sua formação. As promoções aos níveis estabelecidos, seriam conquistadas através resultados alcançados no trabalho de formação de uma base solida e permanentemente acompanhada, numérica e estatisticamente, através dados compilados, registrados e guardados nos anais da Escola.

Revistas técnicas poderiam ser editadas nas regiões cobertas pela escola, assim como encontros, fóruns e seminários para a complementação de sua formação, progressiva e eficiente.

No entanto, uma bem formulada política educacional voltada às escolas e universidades, aos clubes também, onde a educação física, enfim, retornaria ao âmbito, controle e supervisão do MEC, como uma das disciplinas básicas na formação acadêmica e do caráter de nossos jovens, ao lado das artes cênicas, da música, da dança, consubstanciando o projeto de ensino integral escolar, tão ansiado pela nação, que não pode adiar, de forma alguma, seu estratégico projeto de qualificar a mão de obra de que tanto necessitamos, para administrar e desenvolver nossas riquezas e potencialidades.

Enfim, chegamos à encruzilhada, não só da Educação Física, mas da Educação na sua forma mais ampla e inadiável.

Nossos jovens ai estão na longa espera, assim como nossos professores, ambos pertencentes à reserva intelectual e técnica de nosso imenso, injusto e desigual país.

Amém.

Notícias – Reproduções do O Globo. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

MORDENDO E ASSOPRANDO…

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“O desequilíbrio psicológico acabou desencadeando um aproveitamento ruim nos arremessos, mas a nossa defesa funcionou e conseguimos jogar de igual para igual com grandes esquipes da Europa. O ataque foi o maior problema. Estou com um gosto amargo e triste por estar indo embora, queria ter ficado mais, mas me sinto muito agradecido por tudo o que essas meninas fizeram. Elas precisam continuar evoluindo e jogando o basquete que o mundo joga, não que é jogado nos seus clubes no Brasil. Falta experiência internacional e intercâmbios para que elas possam crescer ainda mais. São necessários mais tempo com a seleção e mais jogos internacionais” – analisou Zanon.

Esqueceu, no entanto, de mencionar que até bem pouco tempo dirigia uma equipe campeã feminina, onde praticava a forma de atuar que agora critica…

 

“Acredito que elas possam continuar evoluindo até 2016, mas precisa ser a partir de amanhã. Elas não podem voltar para o clube e voltar a praticar um basquete diferente do que o mundo pratica aqui. Não conseguíamos fazer nenhum jogo internacional no Brasil porque ninguém queria sair da Europa. Mas acredito que esse interesse vai aumentar agora que vamos sediar as Olimpíadas. Precisamos ter muito mais tempo de treinamento com a seleção e muito mais jogos internacionais para manter essa visão e esse conhecimento que temos agora. Se houver tudo isso, em dois anos, com outras competições como o Jogos Pan-Americanos, Pré-Mundial e amistosos, podemos levá-las a um lugar que elas nem acreditam. Por que não uma medalha em 2016?” – finalizou.

Mas que lugar seria este, que somente agora descobriu dirigindo e perdendo com uma seleção nacional? O que mudou e se cristalizou em tão pouco tempo de estrada?…

 

“Disputamos o Mundial com nove atletas (entre 12) que nunca tinham jogado essa competição. A gente vai fazer um balanço de tudo, refletir bastante sobre isso que aconteceu. Vamos sentar com ele (Zanon) no mês que vem para fazer o planejamento das Olimpíadas. Esse Mundial não é o fim. A gente vai fazer de tudo para que essas meninas disputem o maior número possível de jogos internacionais, porque no Mundial elas sentiram muitas diferenças, principalmente em relação aos contatos físicos” – disse Mazzuchini.

Que adianta disputar o máximo de jogos internacionais se as jogadoras não detêm um mínimo de conhecimento e utilização dos fundamentos do jogo? Seria essencial começar pelos mesmos, para depois encarar as feras que os aplicam com maestria, não?…

 

“Desde a minha primeira conversa com o Zanon, há um ano e meio, a gente propôs uma primeira situação, que acabava agora no Mundial. Vamos fazer um balanço de tudo, sobre tudo o que aconteceu aqui e devemos sentar com ele já no próximo mês, para alinhar como que vai ser a preparação a partir de 2015, visando as Olimpíadas de 2016. Mas, com certeza, ele faz parte dos planos da CBB” – disse o ex-jogador e diretor técnico da CBB Vanderlei Mazzuchini Júnior.

E realmente acabou, um nono lugar define muito bem o que ocorreu, ou estamos enganados?

 

“Hoje, é muito difícil falar em metas e colocação. A gente vai fazer de tudo para colocar essas meninas em jogos internacionais, porque a gente sente essa diferença física e de intensidade, para que elas se acostumem a esse nível de jogo. E a gente tem certeza que fazendo esse intercâmbio internacional, essas meninas vão melhorar, se desenvolver rapidamente, porque tem idade para isso, e a gente vai chegar com uma equipe mais competitiva. Agora, falar em metas é sempre muito difícil e complicado, já que é uma equipe muito nova” – concluiu Vanderlei.

Média de 25 anos não significa uma geração carente de experiências técnicas, assim como métodos “avançados e científicos” de preparação física não definem perfis específicos de jogadoras, mas sim o conhecimento dos fundamentos básicos, para a consecução de um bem planejado projeto tático e estratégico, que sem os mesmos naufraga a exemplo desse Mundial, e é de responsabilidade de quem as dirige e não o inverso…

 

Como vemos, sutilmente fica colocado que as grandes perdas nesse Mundial deveu-se às jogadoras, pelo nervosismo, com consequente desequilíbrio psicológico, erros nos fundamentos, nos arremessos, pelo fato de serem muito jovens, inexperientes e pouco rodadas em embates internacionais, além do fato de disputarem campeonatos nacionais em seus clubes pouco competitivos, muito diferente da intensidade internacional, etc, etc, etc…

 

Mas nada foi dito ou assumido sobre a parte que  cabia à direção técnica da equipe, a preparação nos fundamentos, e seus sistemas de jogo (“O início do jogo foi inseguro e trouxe a incerteza que as tirou do campeonato. Posso dizer que o ataque foi nosso grande problema, não fluiu como deveria, mas em compensação tivemos boas defesas”, analisou Zanon, que ainda se mostrou satisfeito pela evolução apresentada pelas jogadoras, principal proposta do Brasil no campeonato.), que como sempre, não ofereceu a fluidez desejada originando as derrotas, além de apresentar jogadoras carentes de fundamentos individuais e coletivos, e que podem ser ensinados e treinados independentemente de faixas etárias, como um exercício permanente de aprendizado, assimilação e manutenção das técnicas fundamentais do grande jogo, e que são suas ferramentas básicas de trabalho…

 

No entanto, foram propositalmente omitidos os dois principais fatores do fracasso, a inexistência de um bem formulado planejamento de jogo, onde o trabalho nos fundamentos cedeu prioritariamente  espaço a uma preparação física diferenciada e a  táticas ofensivas de “alto nível”, aliadas a uma defesa que pendurava as melhores reboteiras do time precocemente, onde a agressividade física substituía as técnicas de posicionamento corporal, como também o fato primordial de que, face a tantas deficiências formativas, seu líder ainda se dividia entre duas distintas realidades, na direção de uma equipe da elite masculina e a seleção em questão, ambas desclassificadas para as  fases decisivas…

 

Como vemos, as sutis mordeduras, precedeu assopros como – “Eu queria agradecer a todas essas jogadoras pelo objetivo e o amadurecimento precoce que elas mostraram nesse período do Mundial. Nós sabemos que é difícil jogar uma competição de alto nível como essa”, afirmou o comandante. “Vários aspectos precisam ser corrigidos. Mas de qualquer forma tenho muito que agradecer a toda comissão técnica e nossas atletas que se dedicaram e não desistiram”, finalizou.

 

É um posicionamento claro de estar convicto de que em nada e por nada teve a ver pelo fracasso técnico e tático na competição, quando no comando de uma seleção que descreveu nos depoimentos acima e de própria lavra, e que contou com o tácito apoio diretivo da CBB, dando carradas de razões a uma velha e saudosa amiga e conselheira que tive em boa parte de minha vida, uma mãe afável e crítica, justa e democrática, quando me lembrava – Filho, quem tem padrinho não morre pagão…

 

Creio ser o caso até agora enfocado, e que terá continuidade, infeliz e terrivelmente até 2016. Acredito que nossas gerações mereceriam destino melhor, sem dúvida alguma, porém…

 

Amém.

 

Depoimentos – descritos em matérias publicadas no Globoesporte.com.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 

 

 

 

A OSMOSE E OS DEUSES…

 

bas-clarissa-fibaFui dormir muito tarde por conta do artigo sobre os 400 mil acessos ao blog, ficando em falta sobre o jogo da seleção feminina contra o Japão, que como todos aqueles que o assistiram se reduziu a um enxame de armadoras orientais em volta das enormes pivôs brasileiras, que se fartaram nos rebotes, nas conclusões dentro do perímetro, e no vasto fornecimento de contra ataques indefensáveis pela desproporção física em quadra…

 

Mas olhando com mais presteza alguns números do jogo, vemos que 41, isso mesmo, 41 erros de fundamentos foram cometidos (18/23), não somente por conta de fortes defesas, mas na maioria dos casos por carência técnica também, fatores que facilmente se repetirão quando em confronto com equipes mais talentosas e melhor dotadas fisicamente…

 

A equipe brasileira continua teimando nas longas bolas (7/20) deixando de privilegiar seu forte jogo interior, onde a discrepância de estatura teria de ser forçosamente prioritária em todos os momentos da partida, otimizando cada ataque através a maior precisão propiciada pelos arremessos de curta e média distâncias…

 

Mas isto não ocorreu, não ocorre e dificilmente ocorrerá, pelos graves problemas de formação de algumas gerações que embaralham velocidade e leitura de jogo, limitadas pelos parcos conhecimentos e domínio dos fundamentos, onde as contumazes andadas se rivalizam em número aos passes mal dados e fora do tempo tático da equipe, se é que têm algo parecido…

 

Daqui a um pouco, enfrentam, este sim, o jogo decisivo nessa campanha, contra uma equipe francesa equipada, como a nossa, de jogadoras altas e fisicamente competitivas, porém com um diferencial, qual? Imaginem algo parecido com domínio dos fundamentos, e terão a resposta…

 

Podemos vencer o jogo? Difícil, mas não impossível, se da noite de ontem para o dia de hoje, adquirirmos, por osmose, as técnicas que nos faltam no drible, nas fintas, nos passes, nos rebotes, no posicionamento defensivo e no domínio de algum sistema, mesmo simplesinho, de jogo, para seguir em frente derrotando sua antítese como equipe, que pode (?) muito bem “esquecer” o que sabe e domina, pois afinal, deuses podem ser brasileiros, ou não?…

 

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique na mesma para ampliá-la.

 

 

 

 

OS 400 mil…

 

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Nesta noite esse humilde blog atingiu a marca de 400 mil leitores, a partir do artigo 500, quando a pagina foi reestruturada e passou a computar os acessos diretos. É uma marca que muito nos deixa feliz, principalmente por se tratar de um blog de basquetebol que enfoca as atividades técnicas, táticas, administrativas e políticas do grande jogo no país, porém sem deixar de mencionar, complementarmente, a modalidade no plano internacional, e ainda reservando um bom espaço a assuntos educacionais e culturais.

Mas a grande e preciosa conquista é que o mesmo somente menciona e publica comentários e colaborações devidamente identificadas, assinadas com responsabilidade e isenção, promovendo debates e discussões de caráter democrático, onde o contraditório pauta o equilíbrio e o bom senso discursivo.

Claro, que por conta destas simples regras de convivência, seria impossível atingir as colossais marcas de acessos que premiam outros blogs da modalidade, que permitem o anonimato em seus comentários, mantendo-os na primazia estatística desde sempre…

Mas algo tem de ser dito ao atingir tão significativa marca, a afirmação de que em nenhum momento nestes 10 anos de atividade, pretendi me situar como dono de verdades, ou sabedor de tudo a respeito do grande jogo, e sim, reportar aos fieis leitores toda uma experiência e vivência de quem se encontra dentro de uma quadra e de uma sala de aula trabalhando, pesquisando, planejando e competindo em todas as etapas, da base a elite, no masculino e feminino, na escola, no clube e na universidade, onde lecionei na formação de professores e técnicos, ao longo dos mais de 50 anos de batente, e que aos 75 ainda me mantenho atuante e trabalhador, acenando irmamente às novas gerações através uma larga experiência e vivência no grande jogo.

Nesta noite, assistindo à premiação da artista Jane Fonda pelo Instituto Americano de Cinema, por sua permanente luta como artista, produtora, escritora e engajada politicamente, guardei de seu discurso de agradecimento essa jóia de pensamento, que de certa forma se conecta com minha forma também de ser e ver o mundo ao redor, disse ela após confessar que o seu maior erro de vida foi o de não ter perguntado o suficiente para aqueles que foram importantes em sua formação, afirmando ao se despedir: “É muito mais importante estar permanentemente interessada, do que ser interessante”…

Sempre afirmei aos meus alunos, de que nível fossem,  não estar ali para sorrir para ninguém, e sim para instruir, ensinar e provocar idéias e reações, que são os aspectos cruciais em suas formações, pedagógicas, didáticas, técnicas, e acima de tudo éticas e de caráter…

Por tudo isso, só tenho que agradecer essa honrosa audiência, prometendo manter esse humilde veículo de idéias ativo enquanto forças tiver, apesar de pouco ainda saber, e muito ainda por aprender, apreender e divulgar, sempre e sempre…

Obrigado a todos.

Amém.

Foto – Clique na mesma para ampliá-la.

 

SIMPLESMENTE LAMENTÁVEL…

 

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Para que falar em números, percentagens, coeficientes de produção, análises técnicas ou táticas, se o que assisti pesaroso pela TV se constituiu  numa sólida barreira entre o que considero um bem desenvolvido jogo e um pastiche do mesmo? Então, comentar o que, para que, se tudo que for dito cairá no vácuo da mais profunda indiferença daqueles que se apoderaram do grande jogo em nosso país, manipulando e dirigindo-o ao seu bel prazer, de encontro ao nada, o absolutamente nada?…

 

No entanto, se olharmos atentamente aquele grupo de jovens e algumas veteranas, veremos que algum e escamoteado talento ali está depositado, sutilmente velado aos olhos menos experientes, mas lá está, como que na espera de ser resgatado conveniente e competentemente por quem conhece realmente o grande jogo, em suas minúcias e detalhamento, condições essenciais para que provoque o desabrochar encoberto, porém talentoso daquelas desamparadas técnica e taticamente jogadoras, desde as muito jovens, até as veteranas, todas, merecedoras de um planejamento decente e responsável que as resgatem da mixórdia a que estão sujeitadas…

 

Inadmissível a forma técnica e tática que apresentam depois de meses de treinamento, ai inclusos jogos internacionais de preparo, que ante o que estamos vendo, de nada resultaram, pois o grande óbice não é a ausência quantitativa de trabalho, mas sim a qualidade e excelência do mesmo, absoluitamente ausente de conteúdo e conhecimento profundo do que ensinar, e o mais importante e estratégico, como ensinar, que são exigências primárias na consecução do mais simples, ao mais complexo dos planejamentos de trabalho…

 

Ensinar, eis a questão, pois ter conhecimento superficial de alguns objetivos a ser alcançados, de forma alguma qualifica aqueles que não possuem o preparo adequado e o sólido conhecimento, talhado na longa experiência e vivência naquela arte, sim, uma transcendental arte, a de ensinar…

 

Ao vermos essas jogadoras na quadra, constatamos com pesar o quanto de talento desperdiçado, o quanto de ausência de conteúdo técnico, de compreensão tática, enfim, de leitura de jogo, que as tornam incapazes de resistir a adversárias mais preparadas nestes pormenores do jogo, ferindo-as de morte, pela ausência no domínio do instrumental básico, seus fundamentos, seus desconhecidos e negligenciados fundamentos, o que se constitui numa covardia inominável, pela ausência e pela negação ao seu pleno e competente conhecimento…

 

E essa evidência me faz conjecturar ser tal conhecimento também ausente em seus líderes, ou mesmo naqueles que planejam e administram os projetos técnicos, pois salta aos olhos a inabilidade daqueles batalhões de áspones que cercam as seleções de base do país, todos voltados às suas equivocadas ideias de “pesquisa”, tomando como cobaias algumas gerações já perdidas, e outras que fatalmente se perderão ao sabor de quimeras, ou mesmo má fé…

 

Enfim, ou saltamos essa dolorosa e angustiante etapa do “vamo que vamo” implantada em nome de ações entre amigos, leiloando territórios de influências, algumas vitalicias, ou pereceremos nesse poço sem fim da mediocridade e mesmice endêmica em que nos encontramos, não só para 2016, como para mais algumas décadas posteriores. Urge uma vascularização em regra, onde o mérito tem de ser implantado, pois com o que aí está não chegaremos a lugar algum, desculpem, sabemos todos onde chegaremos, se é que já não chegamos…

 

Amém.

Foto – Reprodução da TV.

AS CONTINHAS…

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Era um jogo em que algumas continhas aritméticas resolveriam a questão, como o lembrete no artigo de ontem, quando mencionei que bastaria ter trocado um terço das bolas perdidas de três pontos, por um numero igual de dois, para vencer a partida com folga, numa avalanche de 4/31 que perpetraram na ante véspera…

 

E me parece que o humilde lembrete foi (sei não…) considerado, pois o que se viu na partida de hoje corroborou com o mesmo, onde um inspirado Laprovittola, quando acompanhado de um outro armador como o Benite, e com o Gegê, que também teve o Benite ao lado em alguns momentos, empurrando o jogo para a cozinha dos israelenses, exatamente trocando 3 por 2, fez luzir um imponente e fundamental Meyinsse, que em hipótese alguma poderia ceder seu espaço a um americano pontual aterrissado a peso de ouro no cerne de uma equipe que possui jogadores altos, fortes e rápidos para acompanhá-lo dentro do perímetro, como o Alexandre, o Felicio, e o Marcos, o que deu origem aos comentários feitos pelo mesmo após o jogo perdido.,,

 

O que realmente marcou esse jogo foi a decisão acertada pela dupla armação (embora tenha começado com somente um, o argentino) e a ida maciça dos grandes lá para dentro, atazanando os também muito grandes da equipe de Israel, onde um Hermann, veterano, veloz e rodado, porém enérgico e batalhador, compôs uma poderosa taboa e uma cobertura defensiva de respeito, tapando os enormes buracos deixados pelos inoperantes Marcos e Marcelo em suas sagas de estranhos na arte de defender com o jogo de pernas, somente o fazendo pela anteposição faltosa dos braços, e olhe lá…

 

Então, com uma dupla armação e três homens altos, rápidos e flexíveis (principalmente o Meyinsse)se movimentando dentro, bem lá dentro do perímetro, ruíram com o sistema defensivo do Maccabi, que inesperadamente optou pela convergência (19/29 de dois pontos e 10/31 de três), invertendo os papeis que fizeram acontecer a debacle rubro negra da sexta feira…

 

Porém, como todo técnico anseia num momento de gloria deixar sua marca na conquista, fomos premiados com algo brand new, a situação “Show”, onde ninguém troca seu homem ( na defesa, é claro…) e a Open/Close, que até agora me esforço inutilmente em descobrir, quando na realidade venceu um torneio importante da FIBA fazendo as continhas descritas lá em cima, atuando na dupla armação e remetendo com vontade seus homens altos para dentro do perímetro, e meritoriamente exigindo uma postura defensiva forte e eficiente (onde o Benite parou o brilhante Pargo), mesmo com a presença esporádica de jogadores falhos na mesma…

 

De toda forma, é preciso parabenizar a equipe em seu todo pela brilhante conquista, importante no momento de transição e retomada do basquetebol, torcendo para que permaneça firme na disposição de marcar seu tempo no soerguimento do grande jogo  em nosso imenso e desigual país.

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

 

 

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A VITRINE DO NADA…

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Triste, muito triste assistir uma seleção brasileira tão frágil, tão destituída de qualidade técnica, a mais básica, a mais primal, no conhecimento e domínio dos fundamentos do grande jogo, aqui apequenado, indefeso…

 

Como é possível uma equipe de alta competição apresentar no somatório de todos os arremessos de quadra (13/53 de dois, 5/16 de três) uma produtividade de 26%, como?

 

E mesmo que agregássemos os 14/22 lances livres, não ultrapassariam os 32%!! Enquanto sua adversária somava 49% e 52% respectivamente…

 

Realmente muito triste, e às vésperas de um 2016 olímpico que não perdoará tanta displicência e incompetência no preparo de uma geração, que é apresentada com empáfia e arrogância como regiamente preparada fisicamente, e possuidora de uma forma veloz de atuar ímpar, além de apresentar, como na masculina, um garrafão poderoso e respeitado mundo afora…

 

Mesmo que concordássemos com essa pseudo realidade, de que adianta tal poderio se a bola encontra bloqueios intransponíveis para chegar até ele em condições de jogo, como?…

 

Bem, convenhamos que as respostas são as mais óbvias possíveis, mas que não encontram respaldo no comando decisório de uma seleção que é entregue a um técnico, que por ser considerado genial (?) destina meio expediente à mesma, dividindo-a com o comando de uma equipe masculina da elite nacional, e que apresenta um hábil álibi justificador de derrotas, como sendo um trabalho de renovação a longo prazo sem pressões e sem exigências com inexperientes e muito jovens jogadoras, esquecendo porém, que se trata de uma seleção brasileira em um Campeonato Mundial, e que mesmo assim passou o tempo inteiro da partida pressionando a arbitragem e discursando freneticamente ao lado da quadra, numa demonstração de que o fator pressão ali estava, esteve e sempre estará em uma competição dessa envergadura…

 

O inconcebível é o conhecimento público de sua preparação, onde testes físicos “científicos”, métodos modernosos como Pilates, entre outros menos votados, com o intuito de desenvolver velocidade, força e impacto, tomassem um tempo precioso do preparo que realmente faria com que progredissem na arte de bem jogar, através o conhecimento embasado e sério dos fundamentos, eles mesmos, se bem planejados e competentemente ensinados, como fonte permanente de preparo físico, sempre junto a bola, nos dribles, fintas, passes, marcação, rebotes, bloqueios, corta luzes, e arremessos, todos elementos de formação, fundamentação e manutenção das técnicas individuais e coletivas do jogo, sem as quais, nenhum, por mais simples que seja, nenhum sistema ofensivo ou defensivo vingará em uma competição, como vimos, e viemos vendo desde muito tempo acontecer de verdade. O que vemos é um pastiche rudemente coreografado e pranchetado do nada, nada mesmo, absolutamente nada, nadinha…

 

Mas que mantêm lideranças bem falantes, simpáticas, paternais (?), em postos para o qual não têm sólida formação, a não ser aquela que se estendeu pelo imaginário dos mal informados, e mesmo mal formados, todos frutos de um realismo cruel alimentado pelo compadrio e pelo selvagem corporativismo, pois um mercado restrito dessa valia tem de ser defendido a qualquer preço e custo, mesmo que algumas gerações de jovens e incautos jogadores e jogadoras sejam sacrificadas para sua existência, manutenção e, por que não, perpetuação…

 

Mérito e competência são definições perigosas nesses tempos de penúria cerebral, dai estarmos colhendo o que ai está, na vitrine do grande jogo…

 

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.