DESCULPAS POR OMISSÃO…

No meu artigo “ Respondendo…”, publicado no dia 31/07/2010, escrevi- (…) “E se fui para ele o melhor técnico do NBB2, somente agora o estou sabendo, pois nada sobre isto foi veiculado em seu blog, do qual sou assíduo leitor, e em algumas oportunidades comentador”.
Trata-se de um erro cometido inadvertidamente por mim, já que o jornalista Rodrigo Alves publicou em seu blog REBOTE de 10/06/2010, o artigo “O MVP”, onde consta – (…)Das outras categorias (veja aqui a lista completa), só discordo do prêmio de melhor técnico, entregue a Lula Ferreira. Fico com Paulo Murilo, e aqui não vai nenhum corporativismo blogueiro. O técnico do Saldanha da Gama foi, de fato, quem adicionou algo diferente ao caldeirão e colocou em prática um basquete mais parecido com o que a gente gostaria de ver em todos os times Brasil afora.(…)
Gostaria de externar publicamente ao jornalista Rodrigo Alves minhas desculpas pela omissão cometida.
Paulo Murilo.

2 ARMADORES E (?)PIVÔS MÓVEIS…

A seleção brasileira se sagrou campeã no sul americano, e em cima do tradicional adversário, a Argentina, pena que somente por 10 pontos, quando, se de 2 em 2 pontos poderia ter chegado aos 20-30 de diferença, bastando que para tal tivesse concentrado o jogo no perímetro interno, onde nossos pivôs se impuseram pela velocidade, e não pelo embate físico. A síndrome dos 3 pontos ainda não foi debelada, por puro ciúme dos “shooters” com a dinâmica dos 4 pivôs móveis que se revezaram de 2 em 2, com o Murilo de regente, jogando de frente para a cesta, e não de costas como os pivôs grandalhões e pesados argentinos. E para 3 pivôs móveis faltou pouco, já que o Arthur e o Tavernari também se movimentaram em deslocamentos constantes dentro do perímetro, onde os 2 pivôs ágeis e moveis reinaram absolutos.
E tudo isto fundamentado nas ações de 2 armadores sempre em quadra, nas figuras do Fúlvio, do Nezinho e do Luis Felipe, todos armadores natos, ações estas menos decisivas quando o Duda destoava na função por não dominá-la como os outros 3, daí sua preferência pelos arremessos de 3 sempre que possíveis. E mais, com os armadores sempre próximos, e não como costumávam jogar se escondendo no fundo do ataque.
Tanta mobilidade também acrescentou uma melhora substancial na defesa antecipativa e veloz, falhando só e gravemente nas anteposições dos precisos arremessos longos dos argentinos, quando um posicionamento bem próximo e energico aos mesmos, os instigariam às conclusões de 2 pontos, numa troca de 3 por 2 altamente benéfica para a equipe.
E pensar que quando sempre defendi a utilização permanente da dupla armação no controle do perímetro externo, e da utilização de pivôs de grande mobilidade no interno, fui tachado de teórico e lunático, até o dia em que retornei às quadras e provei com o humilde Saldanha que as possibilidades existiam, e não só com dois pivôs móveis, e sim com três! Mas estamos aprendendo, e depressa. Por isso parabenizo o João Marcelo que conseguiu exequibilizar esse inusitado modo de jogar, com algumas boas adaptações, fruto do que observou também, quando sua antiga equipe do Paulistano enfrentou a minha no NBB2 e perdeu em casa, exatamente pela utilização que fizemos da dupla armação e dos três pivôs móveis que não soube, ou não pode marcar. Agora a Argentina que se cuide daqui para a frente, já que estamos, aleluia, evoluindo técnica e taticamente de verdade.
O engraçado nessa história toda foi a declaração do Magnano em uma entrevista cedida ao jornalista Rodrigo Alves do Rebote em 30/06/2010, sob o título Papo de Mundial – Rubem Magnano, quando declarou –“ No meu estilo não jogo com dois armadores, mas há uma possibilidade tática aberta”.
Acho que a comissão técnica que esteve na Colômbia nesse sul americano optou pela “possibilidade tática” e venceu os conterrâneos do excelente técnico argentino. Mas será ser possível que essa mesma “possibilidade” possa ser empregue no Mundial que se avizinha? E por que não, também, os 3 grandes pivôs?
Não sei se teria a coragem necessária para fazê-lo. Pena, pois seria instigante e revolucionário. Meu humilde Saldanha (hoje acabado…), o provou.
Amém.

RESPONDENDO…



• • Sem ironia, continuo admirando o Paulo como técnico e também como blogueiro, apesar de saber que a recíproca não é verdadeira. Segue o jogo. about 7 hours ago via web
• E se julgou que eu fui grosseiro, também entendo que responda com grosserias e insinuações que não têm nada a ver com o tema. Normal. about 7 hours ago via web
• O artigo falava de técnicos com perfil oposto ao de Paulo Murilo, que para mim foi o melhor do NBB-2. Mas ele tem todo direito de retrucar. about 7 hours ago via web
• A resposta do Paulo Murilo ao meu artigo sobre a ausência dos técnicos do NBB no treino aberto de Rubén Magnano: http://tinyurl.com/24y45dd about 7 hours ago via we

São inserções do Jornalista Rodrigo Alves em seu Twitter sobre o artigo que publiquei ontem aqui no blog. Somem-se os inúmeros comentários feitos por leitores majoritariamente contrários, desde a forma rebuscada como dizem que escrevo, até a ausência de argumentos defensáveis ao que redigi, segundo eles, e teremos um vasto quadro de reprovação a um direito de resposta a uma colocação ofensiva do Rodrigo ao criticar os técnicos do NBB, na qual nomes não foram explicitados em nenhum momento, logo, colocando a todos sob suspeição.
Prefiro responder e esclarecer minhas colocações diretamente, como sempre fiz e faço (abomino, reprovo e desprezo interferências apócrifas, os notórios e pusilânimes anônimos) às veiculações do Rodrigo em seu Twitter, já que recentes e diretas.
Se o artigo falava de perfis opostos ao meu, que técnicos seriam esses? Na ausência de definições, me pus ao lado de todos, muitos deles criticados por mim nominal e diretamente, de cara limpa, em artigos assinados, nunca de forma anônima ou escamoteada, e sempre pelo ângulo técnico, tático, administrativo, jamais sob o aspecto estritamente pessoal e comportamental, pois sob a qualificação humana todos trabalham, perseveram e se sacrificam pelos seus ideais e convicções, mesmo que na contra mão dos meus conceitos pessoais e técnicos. E se fui para ele o melhor técnico do NBB2, somente agora o estou sabendo, pois nada sobre isto foi veiculado em seu blog, do qual sou assíduo leitor, e em algumas oportunidades comentador. O fato de defender meu direito de retrucar bem demonstra a acidez desproporcional de seus comentários.
Como entende que grosseria pode gerar respostas também grosseiras ( e aqui me desculpo se assim se sentiu), também posso afirmar que minhas argumentações segundo ele, nada tendo a ver com o tema, foram colocadas exatamente como um espelho às suas próprias, propositalmente, numa provocação ao debate lídimo e transparente, e não a uma insinuação desprovida de nomes e identidades. O Lebron foi assim entrevistado por ele, que publicou e descreveu seu constrangimento no seu próprio blog, e simplesmente me reportei aos fatos, quando menciono sua mais absoluta predileção ao basquete NBA, quando minha humilde opinião sempre propugnou pela evidencia indiscutível de que seu talento deveria se concentrar preferencialmente no basquete nacional, ainda mais sob o peso de uma mídia global.
Quanto a sua afirmativa de que a recíproca à sua admiração pelo meu trabalho, e até à minha pessoa não é retribuída, se enganou mais uma vez, pois não costumo perder tempo com leituras improfícuas, que em absoluto reflete o habito da leitura do Rebote, e de muitos outros blogs e sites sobre o grande jogo. Somente ainda não reconheço nele, pela juventude e inexperiência, conteúdos que ainda deverão ser estendidos e solidificados pelos anos de trabalho e muito estudo, principalmente sobre esta que é a modalidade mais tecnicamente complexa dos desportos coletivos, o basquetebol.
Finalmente, se para alguns, ou muitos, que consideram minha defesa aos técnicos uma conveniente mudança de lado, saliento que ainda continuo, e certamente continuarei a ser diferenciado técnica e taticamente de todos eles dentro da LNB, fator esse que não me desvincula do sentido tácito de justiça e do reconhecimento do trabalho de cada um deles, mesmo que conceitualmente opostos ao meu, pois este se constitui o cerne que sem duvida alguma poderá originar um conselho de técnicos marcado positivamente pelas diferenças e pelos contraditórios, bases do progresso e da evolução.
E como você mesmo afirma Rodrigo, segue o jogo, que espero ser jogado da maneira mais evoluída que for possível, daqui para frente. Nosso basquete necessita ser apoiado com presteza, conhecimento, dedicação, e dentro da realidade de nossas vidas e de nossa sociedade, apesar de confrontado permanente e teimosamente com a glorificação de um jogo que nada tem a ver com a nossa realidade, que joga com outras regras e se sustenta sob o lastro de uma riqueza inatingível para todos nós. Sigamos o jogo então.
Amém

PS- Clicar nas fotos para ampliá-las.

PREGUIÇOSOS E ARROGANTES…


Já fui chamado de “vagabundo e inútil” por um imbecil travestido em ministro da educação desse imenso e injusto país, quando professor concursado da maior universidade pública do país, a UFRJ, junto a uma plêiade de maravilhosos e inesquecíveis professores, que a tornaram grande como hoje se apresenta, que como eu, viravam noites e noites estudando e estruturando cursos, laboratórios e pós-graduações, além das muitas aulas a jovens ávidos de saber, numa labuta que invariavelmente ultrapassavam em muito os 30- 40 anos de trabalho.
E agora, aposentado dignamente pelas leis do país, tornei a exercer um trabalho que me apaixonou por mais de 50 anos, a direção técnica de uma equipe de basquetebol, não a mais pujante, mas aquela que me propiciou um recomeço aos 70 anos de idade, o Saldanha da Gama.
Mas, à sombra daquela injuria ministerial, agora se soma a alcunha de que pertenço a um segmento, que (…) “com poucas exceções, nossos treinadores são preguiçosos ou arrogantes demais para aprender – ou as duas coisas.” (…) (Trecho de uma matéria do Jornalista Rodrigo Alves, do blog Rebote (post-Técnicos do NBB? Nenhum…), em 29/07/2010, sobre a ausência dos técnicos do NBB nos dois treinos abertos da seleção brasileira que se prepara para o mundial sob o comando do técnico argentino Ruben Magnano no Rio de Janeiro).
No entanto, algo de muito importante no mundo do jornalismo investigativo, o qual é ainda um tanto cifrado para o jovem articulista, o questiona num simples argumento – Como, com que fundamentações, com que convicções chegou a tal conclusão, se não conhece e nem pertence ao meio que tão injustamente definiu? Ou já se considera um expert na concepção, e na essência do grande jogo? Onde o estudou, com quem estagiou e praticou, e como se graduou a tal ponto de poder definir comportamentos e decisões que absolutamente desconhece por ser um observador out court, e não inserido no mundo interno e seletivo de dentro das quadras?
Vou dar uma pista, e bem sei que me arrisco a fazê-lo, mas torna-se de fundamental importância que definamos prioridades num momento em que a NBA se arvora numa representação oficial no país, com escritórios e outras particularidades na trilha de 2016, inclusive anunciando parcerias com o NBB e CBB ( matéria publicada no site Lancenet em 28/07/2010), cujo campeonato milionário é a decantada especialidade do jovem jornalista que o cobre com tal ardor, que o levou àquelas gélidas paragens numa excursão exploratória que culminou com uma entrevista com seu ídolo máximo, Lebron James, nu em pelo, em seu vestiário, na presença inclusive de duas jornalistas japonesas envergonhadas com tanta ‘naturalidade”. Podemos até conceituar ser o mesmo um pretenso especialista em NBA, mas em NBB, convenhamos, é neófito e superficial.
E a prioridade que se impõe é das razões impreteríveis, aquelas irrecorríveis, já que produto de situações inadiáveis e decisivas.
Na sexta feira passada, em minha casa foi feita uma reunião com o Alarico Duarte, dirigente do CECRE/Vitoria e do representante da Metodista de São Bernardo do Campo, Vanderlei Mazzuchini, quando foram discutidas possibilidades de uma parceria para o NBB3, assunto ora em debates, e aproveitando o encontro, sendo o Vanderlei o supervisor da seleção brasileira, perguntei a ele o porque dos treinos fechados da mesma, e porque somente dois deles seriam abertos aos técnicos e jornalistas. Respondeu-me que era um exigência do técnico Magnano, com um “ é o jeitão dele…”. Tudo bem, cada técnico tem suas concepções de direção de equipes, mas como técnicos, a maioria deles de outros estados, todos, rigorosamente todos envolvidos na dura formação de suas equipes, principalmente os paulistas que tem seu exigente campeonato estadual começando a 10 de agosto, se deslocariam de seus estados para assistirem dois treinos no Rio de Janeiro? E aqui cabe um pequeno relato, de um encontro do Magnano com todos os técnicos do NBB, sem exceção de nenhum deles, quando do congresso técnico após o encerramento do NBB2, onde foi questionado técnicamente ( eu mesmo fiz três perguntas complexas) com respostas expositivas de alto teor, dando a todos os presentes a nítida sensação de que a seleção estava muito bem apoiada, não fosse o mesmo o competente e efetivo campeão olímpico, num diálogo eficiente e produtivo, direto e exclusivo, entre técnicos experientes e comprometidos, numa relação elogiada publicamente pelo competente argentino.
Então preclaro jornalista, foi o técnico argentino “esnobado” pelos técnicos do NBB? Ou simplesmente uma injunção de datas e prazos conflitaram com um reencontro de arquibancada, em nada comparável a um encontro olho no olho que todos tivemos com o exigente argentino num hotel fazenda no interior de São Paulo?
Claro que não, absolutamente não, e posso afiançar, e até mesmo ousar representar os demais técnicos ( será que sendo o mais idoso me aufere tal prerrogativa?…) num singelo, porém veemente protesto quanto aos termos ofensivos e pouco elegantes de preguiçosos e arrogantes, lançados infeliz e indevidamente por alguém, talentoso e muito jovem, que deveria ir mais fundo na grandeza irreconhecida de um grupo de teimosos e apaixonados por uma atividade impar, onde mesmo as desavenças pontuais dão lugar ao respeito e a admiração, pois fruto do trabalho e da persistência, fatores que ainda nos mantêm na luta pelo desenvolvimento do grande jogo entre nós.
Acredito ser eu o mais contestado de todos os técnicos da LNB por seus próprios pares, mas mesmo assim não posso me calar, me omitir ante uma injustiça de tão grande repercussão, pedindo humildemente ao blogueiro lutador do Rebote que, pelo menos, reconheça que nenhum de nós é preguiçoso e arrogante, quando na realidade somos simples e irremediavelmente, técnicos de basquetebol, que responsavelmente respondemos por nossos atos e decisões, com coragem, desprendimento e muito, muito trabalho.
Amém.

Fotos – Congresso de técnicos da LNB e Encontro com o técnico Ruben Magnano.( Clique nas fotos para ampliá-las).

O MEU AMIGO GIL…

O meu amigo Gil, técnico em Chicago, me enviou esse artigo na data de seus 63 anos, como o melhor presente que recebeu, não agora, mas em quase toda a sua vida de treinador. Divido-o com todos vocês, jovens técnicos de meu país, sugerindo ser este um dos temas a ser estudado, com afinco, na ENTB/CBB.

Gil Guadron, Wooden su influencia

Parabéns pelos seus 63 anos de maravilhosa vida.

Amém.

PS-Na foto, o Gil é o primeiro à esquerda, em Loyola, Chicago, com o técnico Jim Whitesell e um jovem treinador de El Salvador.(clique na foto para ampliá-la)
PS2- Clicar duas vezes no titulo do artigo.

NIVELANDO POR…


“Estamos aqui presentes fazendo a história do basquete nacional” (Diego Jeleilate, na inauguração da ENTB/CBB, como seu coordenador, mesmo não sendo técnico, e sim preparador físico).
“Esse é o inicio de um trabalho que será importante para nivelar o nível dos treinadores aqui no Brasil. Isso nos dá uma tranquilidade, pois sabemos que todos os técnicos terão que passar por esse curso, desde os mais experientes até os que estão começando agora”, afirmou o técnico do Assis Basket, Carlão.
NIVELAR, v. tr. dir. Medir com o nível a diferença de elevação que existe entre (dois ou mais pontos); tornar horizontal; aplainar; (fig.) igualar: a morte nivela ricos e pobres; destruir; arrasar; tr. dir. e ind. pôr ao mesmo nível; igualar; nivelar um terreno com outro; (fig.) graduar; proporcionar; equiparar; tr. ind. igualar-se em nível; ficar no mesmo plano; pr. Igualar-se; equiparar-se.
( Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa).
“O que falta para os técnicos brasileiros é a capacitação. Não são todos que têm condições de ir para o exterior para fazer cursos e clínicas internacionais. Acho que esse é o primeiro passo para o aperfeiçoamento e nivelamento dos nossos treinadores”, afirmou o técnico do Paulistano/Amil, Gustavo De Conti. ( Depoimentos constantes de matéria publicada no site da LNB em 7/7/2010).
Ou seja, nivelamento é a palavra de ordem para os técnicos da categoria adulta, aspecto gerador de tranqüilidade, pelo fato de que todos, experientes ou iniciantes, estarão num mesmo plano técnico existencial, fator que para outros capacita o treinador para o exercício de suas funções, independendo de currículo, graduação, pós-graduação, estudo, pesquisa, e longa estrada teórico prática percorrida, como numa pré justificativa de que tais variáveis temporais passem a inexistir quando o interesse único é o do nivelamento puro e simples, este sim, justificando a oficialização profissional dissociada de tão incômodos detalhes “acadêmicos”.
ESCOLA (ó), s. f. Casa ou estabelecimento, onde se recebe ensino de ciências, letras ou artes; conjunto de professores e alunos desse estabelecimento; método e estilo de um autor ou artista; processo seguido pelos grandes mestres; doutrina de algum filósofo ou homem célebre; sistema; seita; (fig.) aprendizagem; experiência; exemplo. (Do lat. Schola.) (Do mesmo dicionário)
E a história está sendo feita, mas por quem, de que forma, com que objetivos?
Ensinar a ensinar o grande jogo, ou nivelar técnicos, aspirantes a técnicos, ou pseudo técnicos num mesmo e absurdo patamar, como se tal nivelamento fosse exequível, ou mesmo aceitável ante a cronologia do processo didático pedagógico indissociável do fator tempo, responsável pela maturação do saber?
Ou simplesmente o nivelamento cúmplice e conivente no nascedouro de um corporativismo garantidor de um nicho profissional, onde vivências, experiências curtas e longas, ou mesmo inexperiências, se tornam caldo de um mesmo tacho, à sombra de um nivelamento lastreado numa “certificação” adquirida em quatro dias de palestras?
E por onde se perdeu a meada do processo seguido pelos grandes mestres, aqueles poucos e esquecidos que justificariam e endossariam uma verdadeira escola, todos técnicos, um dos quais poderia estar proferindo as palavras do inicio desse artigo, substituido injustamente por um profissional de outra área, e que nunca privou da arte de ensinar o grande jogo?
Finalmente, como entender uma escola que começa sua caminhada na contra mão de sua função básica, a de preparar jovens que iniciam suas carreiras, e não certificar e nivelar técnicos, que acima de tudo e de todos deveriam propugnar a diversidade, o livre pensar, a democratização sistêmica, fatores que geram as discussões, as contradições, a busca da verdade, a criatividade, a eterna aventura ao desconhecido, molas impulsionadoras do progresso humano?
Pensei e repensei ir à escola, mas me deparei com uma verdade inquestionável, a coerência de toda uma vida voltada ao estudo, à pesquisa e a transmissão do pouco que amealhei e aprendi nesta já longa jornada, de muitos sacrifícios e renúncias, mas plena da maior das satisfações, a do dever cumprido, com firmeza e dedicação, onde a hierarquia e o mérito sempre se antepuseram ao nivelamento escuso e político.
Ainda tenho uma tarefa a cumprir nessa liga, a de sedimentar um sistema de jogo iniciado no Saldanha da Gama, antagônico e diferenciado, mas jamais nivelado, produto do grande esforço de uma equipe humilde e lutadora, que espero seja mantida, para uma tarefa que poderá ser de grande importância para o nosso basquete, a de provar que podemos jogar o grande jogo de formas diferentes, com atitudes e posicionamentos diferentes, como diferentes têm de ser as capacitações e níveis dentro de uma modalidade que pretenda tornar a ser vencedora.
Poderei fazê-lo, e me deixarão realizá-la? Honesta e sinceramente não sei responder. Mas sei, bem sei da minha competência, do meu espírito sempre em busca do novo, e de minha inesgotável competividade. Amo o basquete, o grande jogo de minha vida, ao qual jamais cometerei o erro de nivelá-lo… por baixo.
Amém.

ESTRANHA DUALIDADE…


Estranha dualidade a que senti ao assistir a partida decisiva entre Brasil e Estados Unidos na Sub 18, pelo site do Fiba Américas. Se por um lado a bela surpresa de ver jovens talentosos enfrentarem os donos da casa de igual para igual, e até se impondo em diversas fases do jogo, numa prova indiscutível do enorme talento que sempre ostentamos pelas quadras do mundo, pelo outro, a tristeza contrastante à euforia que se fez e se faz presente nos comentários da mídia e dos torcedores em geral, no que classificam “do vice que vale ouro”, “da derrota heróica”, numa demonstração do quanto uma frustração de longa data tenta se redimir ao vencermos os rivais do sul, e perdermos a final para os rivais do norte, omitindo a grande ( até agora…) verdade de que poderíamos ter vencido, e por boa margem, se…
Se não caíssemos na armadilha americana, tradicionalmente fundamentada em ótimos defensores, quando ao sentirem que não poderiam enfrentar e derrotar um jogador diferenciado como o Lucas, cestinha até o início do terceiro quarto ( faria mais dois pontos até o final) com 20 pontos e 12 rebotes, resolveram evitar que a bola chegasse a ele em alta frequência, optando na dobra defensiva e sistemática em cima do armador Raul, antenados que estavam na liberdade que o mesmo ostentava em quadra centralizando o jogo em si mesmo, numa demonstração de alta técnica individual, que naquela situação de decisão de um titulo, deveria ter sido posta a serviço, integralmente, ao fator de desequilíbrio do jogo, o Lucas.
Se do banco tivesse vindo a ordem determinante de que, dada a supremacia do Lucas por sobre a defesa americana, e a incapacidade da mesma em pará-lo, que os esforços da equipe, principalmente nos 6 minutos finais, quando liderávamos o placar por 10 pontos, fosse centrado no mesmo, e não na exibição de alta técnica do Raul( excelente jogador, mas que precisa aprender a ler melhor o jogo), que apesar da mesma perdeu duas jogadas ao ser dobrado, num momento de definição do jogo.
Se naqueles minutos finais não optássemos pelos arremessos de 3, para tirarmos uma diferença de 4 pontos, perfeitamente alcançável através simplórios arremessos de 2, como fizeram os americanos, e de preferência bem perto da cesta, lugar cativo do Lucas.
Se o técnico ( que poderá vir a ser bom com mais tempo e experiência) não tivesse se comportado naqueles momentos finais, mais como um torcedor ao lado da quadra, quando o recolhimento e a observação arguta o levaria à atitude óbvia de centrar o jogo no único jogador que realmente fez os americanos temerem o pior, daí terem tomado a atitude descrita acima.
Se tivéssemos escalado mais um armador , no lugar de um dos alas, a fim de que o poder municiante ao grande pivô ficasse garantido em todos os quadrantes do perímetro externo, e não dependente das penetrações seqüenciais e fortemente bloqueadas do nosso único armador, e de temerários arremessos de 3, como fizeram os americanos quando atacavam.
Se, ao serem tomadas tão primárias decisões, estaríamos hoje ostentando um título de verdade, e não um de “campeão que não foi”, onde até desculpas de “roubo e garfadas de arbitragem” tentam disfarçar nossas deficiências técnico táticas, quando ainda estamos presos e agrilhoados a um modo absurdo de jogar, tornando-nos presas fáceis de técnicos que dirigem equipes frutos de um trabalho de base sério e diversificado, e fundamentalmente sólido.
Sem dúvida esses jovens que lá estiveram são bons, alguns muito bons, mas ainda bastante afastados da realidade para 2016, se, não dermos a todos eles um embasamento realmente sólido, através fundamentos do jogo e muito, muito trabalho, pois talento dentro da quadra têm de sobra, faltando ainda evoluirmos bastante do lado de fora da mesma, mas nada que uma boa escola de treinadores pudesse suprir até 2016, o que não prevejo com essa que está nascendo de trás para frente.
Que, apesar de todos nós ficarmos orgulhosos pela luta e pela coragem da rapaziada ( não são mais meninos…), fica bem claro que, dentro das exigências que compõe uma final de campeonato daquela importância, jogado na casa do adversário mais forte e tradicionalmente vencedor, fomos nós que perdemos, e não eles que venceram, pelos nossos erros crônicos e a eterna, cansativa e já desgastada realidade de teimarmos na negativa de nós mesmos, resgatando o que fomos num passado não tão distante assim, bastando que fujamos urgentemente do pastiche de um basquete na oposição de nossas necessidades, que sempre primou pelo inusitado e pela criatividade latente e pulsante no âmago de nossos jovens.
Que nossos técnicos evoluam muito mais centrados nessas valências diversificadas, e não na teimosia colonizada de um basquete repetitivo, monocórdio, previsível e que privilegia as estelares individualidades , quando as mesmas teriam de beneficiar o grupo, a equipe como um todo.
Mas, quem sabe, um dia chegaremos lá, torço por isso.
Amém.

TÉCNICOS POR ATACADO…


Se porventura um técnico atuante e experiente tiver que estar presente ao Curso de Certificação Nível III em São Paulo, para em 4 dias (7 a 10 de julho) poder ter acesso a uma das carteiras que o tornem um técnico daquele nível, e sem a qual não poderá exercer a orientação de uma equipe adulta, numa ação didático pedagógica impar no universo do ensino, pela concentração de conteúdos de tal ordem extraordinários, que reduz a tão poucos dias o que qualquer técnico desportivo leva anos, décadas para aprender, tornou-se claro para mim a necessidade de analisar tão revolucionário programa, constituído de onze temas, os quais passo a enumerar e discutir:
– A importância da formação dos treinadores.
Este é um tema realmente importante para um curso de administradores, ou gerentes, ou mais propriamente para um público leigo nos assuntos desportivos, nunca para os técnicos, já que os mesmos, inseridos no contexto, sabem e conhecem de sobra a importância e liderança resultantes de sua formação. Logo, nada a somar para esse nível. Mas em se tratando de técnicos nível I, seria um assunto aceitável. Com tão escassos dias de curso, obviedades deveriam ser descartadas em prol de assuntos realmente relevantes.
– Gestão e marketing esportivo.
Por que motivo(s) tal tema tenha de ser desenvolvido em um curso de formação de técnicos de 4 dias, quando uma vasta bibliografia sobre o assunto está à disposição dos mesmos em qualquer biblioteca ou livraria? Não creio que tais assuntos repassados superficialmente somem algo que realmente beneficie a formação técnico tática de um treinador de alto nível.
– Justiça desportiva.
Parece que muita gente quer deixar sua marca na fase inaugural da ENTB/CBB, não importando o que fale, discurse ou comunique, na medida que ponha seu lacre na ata de fundação de uma escola pioneira.
– Aspectos táticos: conceitos ofensivos e defensivos.
Eis um assunto realmente importante, pena que tais conceitos divaguem por sobre um só existente, o sistema único de jogo, desenvolvido e implantado em todo território nacional, em todas as categorias e faixas etárias a mais de 20 anos, no plano ofensivo. No defensivo, o que dizer, quando um sistema ofensivo único reina por duas décadas sem anteposições? Ou se negam a admitir que se conceitos defensivos eficientes tivessem sido desenvolvidos o tal sistema único de jogo não teria sido sistematicamente mudado? E o que justificar quando professamos a ditadura dos arremessos de três pontos, exatamente pela inexistência dos tais “conceitos”?
– Filosofias de jogo.
É de arrepiar quando vemos uma escola mencionar para estudos “filosofias de jogo”. Por que não sistemas, conceitos, estratégias, táticas de jogo? Filosofia? Seria mais interessante que incentivassem os técnicos no esclarecimento etimológico da palavra filosofia, pois muitos males entendidos seriam corrigidos. Uma leitura rápida em um dicionário bastaria.
– Valorização da profissão e do profissional.
Obviedade é isso ai, menos para os crefs da vida. Meus deuses, e ao custo de 800 reais!
– Tecnologia no basquete.
E lá vai a turma da estatística dar o seu recado para os desinformados do nível III. Haja sacrifício por uma prosaica carteira…
– Terminologia do basquete.
Anos atrás um grande professor de educação física, Otavio Fanalli editou um libreto com as terminologias mais comuns na educação física e nos desportos. Por que não um libreto, ou apostila com os termos basquetebolisticos pura e simplesmente? Sobraria tempo para o basquete de 4 dias.
– Preparação física.
Ridículo, se todos são professores experientes, ou não são? Se são técnicos largamente experientes, ou não são? Ou terão de ser “provisionados”?
– Formação de jogadores da base ao adulto.
É o típico tema para os técnicos de nível I, não para os de nível III, largamente formados e informados na temática da formação de base da
modalidade, pela qual, obrigatoriamente passaram em suas longas formações, ou não?
– Disciplina tática.
É o aspecto que justifica a presença de todos no curso, não só a disciplina tática, mas a técnica e a de vida, logo, não discutida por ser mais do que óbvia.
Concluindo, somente o quarto tema daria por si só assunto para os 4 dias do curso, com suas variáveis e diversidades, todas do mais alto interesse de técnicos de alto nível, mas somente possível se realmente professássemos conceitos e sistemas diversificados, e não um só, absoluto e imutável, e ai tenho de reconhecer, sobrariam muitas horas nos 4 dias propostos, e talvez seja esta a justificativa da presença dos temas definidos no programa, e que acima discuti.
Mas uma analise bem superficial constata uma particularidade sobejamente conhecida por todo professor e técnico experiente, a de que a formulação temática do curso segue a norma estabelecida pelo Confef em seus cursos para provisionados, onde o preparo de leigos para uma tarefa de transcendental importância para o processo educacional da juventude brasileira prima pela falta de bom senso, numa primeira ação de conquista, para agora evoluir de encontro aos licenciados e aos técnicos mais experientes, amparados por leis que antecederam a fundação de tão arrogantes e nefastos conselhos, e cujo curso de formação de treinadores parece ser uma jóia preciosa em seus desígnios de poder absoluto sobre a indústria do corpo, para a qual são os avalistas e banqueiros.
E que outra justificativa daria a ENTB quando na ficha de inscrição para o curso consta o item CREF (nº do registro) e sua validade?
Por prever e antecipar exatamente tudo isso que vem ocorrendo, é que me insurgi técnica e hierarquicamente contra a indicação de um preparador físico para coordenador da escola de treinadores, sabedor dos reais motivos para tal escolha. Agora que todos vocês já sabem, optem admitir, ou não. De minha parte emiti desde sempre um brado de indignação, e continuarei a lutar e me indignar para garantir o direito constitucional de continuar a ser o que sempre fui, um professor e técnico, por formação acadêmica e nas quadras desse imenso país, a mais de 50 anos, e não formado, provisionado e certificado em 4 dias.
Mas, se não restar mais nenhum recurso que me garanta, por direitos adquiridos, a direção de uma equipe adulta, e dependendo da ajuda finaceira da equipe do Saldanha da Gama, da qual sou o técnico, para fazer frente aos gastos de passagens, estadia, alimentação em São Paulo, e o tal “investimento” exigido pela ENTB/CBB, serei obrigado a comparecer ao tal curso, onde sentado por 4 dias, ouvindo palestrantes, estarei sendo devidamente atualizado e certificado, e por que não, reiniciado na carreira de técnico de basquetebol. Seria cômico, se não fosse absolutamente trágico.
Mas, se for este o preço que terei de pagar para poder enfrentá-los numa quadra, o farei, e quem sabe…
Com a palavra a Liga Nacional de Basquetebol – LNB, a qual não deveria por sua chancela a tão evidentes distorções.
Amém.

PS – Sugestivo o logotipo da ENTB/CBB, onde se destaca altaneira e absoluta…uma prancheta! Coerência é isso aí…

CERTIFICAÇÃO(OU PROVISIONAMENTO?)…


“ A comunidade do basquetebol está em festa. A Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol, ENTB, uma antiga reinvidicação dos técnicos de basquetebol do nosso país, finalmente saiu do papel e é uma realidade. Sei que muitos técnicos ainda questionam a forma como a ENTB foi criada mas era preciso criá-la, não importando como. A partir da sua criação, com certeza, muita coisa terá que ser corrigida mas isso se tornará mais fácil. O importante é que teremos a partir de agora uma entidade que norteará todo o trabalho dos profissionais envolvidos com o esporte da bola laranja” (…).
(Trecho da matéria publicada pelo Prof. Byra Bello no seu blog Lance Livre em 19/6/2010).
Mais do que nunca mantenho minha posição contra a forma de como foi criada a Escola, e “o não importando como” mencionado pelo autor da matéria demonstra, sendo ele um dos componentes fundadores da mesma, a falibilidade da argumentação que a sustenta, ao largo da afirmação de que “o importante é que teremos a partir de agora uma entidade que norteará todo o trabalho dos profissionais envolvidos com o esporte da bola laranja”.
O “não importando como”, permitiu que a coordenação da Escola escorregasse para as mãos de um crefiano preparador físico, justificando um aparte do técnico Jorge Guerra durante o Congresso de Treinadores, quando de uma comunicação do técnico Aloísio Ferreira sobre a realização do Curso de Certificação Nível III, de que para o futuro somente os formados em educação física registrados nos crefs poderiam exercer a profissão, esquecendo que a massa crítica, sustentáculo do Confef e dos crefs estaduais se escuda nas centenas de “provisionados” , aqueles sem formação superior, e em muitos casos, sem formação secundária, autorizados pelos mesmos, ai incluindo técnicos desportivos, das lutas ao futebol, inclusive de seleções nacionais, atualizados e formatados em cursos pagos de qualidade inferior, os “provisionados”. E que são os mesmos que agora se arvoram no pseudo direito de formulação dos conteúdos programáticos das disciplinas de cursos superiores de educação física, na ingerência nos concursos públicos para professores de formação superior, nos municipios e estados, e por que não, no controle de formação de técnicos desportivos, onde a ENTB se encaixaria como uma luva.( É oportuno referendar ter sido esta a única comunicação extra programa durante toda a realização do excelente congresso dos técnicos).
O reconhecimento de que “a partir da sua criação, com certeza, muita coisa terá de ser corrigida, mas isso se tornará mais fácil”, incorre num erro fatal de previsão, o fato de que a partir de agora nada será corrigido, principalmente se tais correções forem de encontro a interesses solidamente estabelecidos, por se tratar de um mercado restrito e altamente rentável, pelo menos à luz de nossa realidade economico desportiva.
E pensar que tudo isso deveria ter sido o produto maior de uma associação nacional de treinadores, onde a hierarquia e o mérito pautariam uma verdadeira escola, e não um pastiche de interesses e inversões de valores. E foi durante aquela comunicação sobre o curso da ENTB durante o Congresso de Técnicos, que inquiri o porque de não ter sido escolhido o nível I ( técnicos de iniciação dos 9 aos 14 anos) para dar partida à escola, por serem os mais carentes de conhecimentos, tendo como resposta de que tal curso teria de ser realizado nas férias de fim de ano, já que a clientela seria basicamente formada pelos professores de educação física, numa suposição pública de que o mesmo se estenderia por um ou dois meses, e tal foi minha surpresa ao constatar de que o curso para o nível III será realizado em 3 dias de julho, quando todos aqueles novos técnicos, os mais carentes estarão também usufruindo suas férias de meio de ano, fato que anula a versão da coordenação da escola.
E nessa cornucópia de valores equivocados nos deparamos com as qualificações de “carteira definitiva” e “carteira provisória”, onde se encaixarão os técnicos da elite do basquete nacional, os de nível III após o curso de 3 dias em São Paulo ao custo de R$ 800,00 por participação, ao largo daqueles poucos, bem sei, altamente qualificados acadêmica e tecnicamente, que por principio constitucional se graduaram através os anos em cursos superiores nacionais e internacionais, nas quadras e ginásios, por décadas de trabalho profícuo, que terão de ser “provisionados” com suas carteiras definitivas ou provisórias, exigência esta fundamentada em que leis federais?
Senão vejamos o caso do professor Paulo Murilo:
-Licenciado em Educação Física pela EEFD/UFRJ em 1962
-Especialização em Basquetebol no Curso de Técnica Desportiva da EEFD/UFRJ em 1963.
-Registro de Técnico de Basquetebol no CND/MEC, em 1965.
-Técnico Emérito da FBERJ.
-Estágio Técnico de basquetebol em Universidades Americanas após concurso público qualificatório promovido pelo Dep.de Estado Americano e CBB, em 1967.
-Professor de Cursos de Atualização de Basquetebol do DED/MEC em vários estados brasileiros.
-Idealizador e fundador das duas primeiras associações de técnicos do país, a ANATEBA (1971), e a BRASTEBA(1975).
-Coordenador e Professor do Curso de Técnica de Basquetebol da UERJ em 1985.
-Graduação em Jornalismo Audiovisual pela ECO/UFRJ em 1975.
-Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela PUC/RJ em 1976.
-Coordenador das disciplinas de Didática e Prática de Ensino da FE/UFRJ por 27 anos.
-Coordenador do Laboratório de Tecnologia do Ensino da FE/UFRJ por 10 anos.
-Sub coordenador do Departamento de Educação Física da UFF por 9 anos.
-Doutorado em Ciências do Desporto na FMH/UTL de Lisboa em 1992 com a tese “Estudo sobre um efetivo controle da direção do lançamento com uma das mãos no basquetebol”.
-Técnico de basquetebol de equipes infantis, infanto juvenis , juvenis e de primeira divisão, masculinas e femininas por mais de 45 anos.
-Editor e fundador do blog Basquete Brasil(www.paulomurilo.com), com mais de 750 artigos técnicos, táticos e didáticos, voltados aos jovens técnicos, jogadores e entusiastas do país, desde 2005.
-Atual técnico do CR Saldanha da Gama na LNB.
São cursos, estágios e qualificações amparadas em leis federais, auferindo direitos adquiridos em entidades de ensino superior nacionais e internacionais, assim como um vastíssimo campo de experiências, estudos, pesquisas e trabalhos teóricos e práticos, em décadas de dedicação à causa da educação e do desporto pátrio.
Sei que são poucos aqueles que ainda resistem ao tempo, trabalhando e produzindo, mas eles ai estão, não como participantes de direito e mérito na formação de uma escola, mas prestes a serem nivelados àqueles que iniciam suas caminhadas, prestes a terem, ou não, o direito de continuarem seus trabalhos arduamente conquistados, representado por uma crefiana carteira de provisionado, disfarçada em definitiva ou provisória, justo e lídimo prêmio punitivo às suas ainda resistentes teimosias, aquelas que propugnam a valorização do mérito e da hierarquia, fatores fulcrais e determinantes de uma verdadeira, generalista e democrática Escola Nacional de Treinadores, de que modalidade for.
Torço para que a LNB, com suas reais propostas de progresso para o basquetebol, atente para tais distorções emanadas da CBB, a qual está vinculada a ENTB. Nunca será tarde para correções de rumo, assim espero.
Amém.

Fotos da comunicação técnica do Prof.Paulo Murilo no Congresso de Técnicos da LNB.
OBS-Clique nas fotos para ampliá-las.

UMA AULA DO GIL…

Mais uma preciosa colaboração do Gil, em sua incansável procura pelo basquetebol que sonhamos.

Paulo;Reciba nuestras mas efusivas muestras de amistad.Le adjunto en
“attachment” tres traducciones al Español de trabajos de Wooden,
estan publicados en la pagina web del –Club del Entrenador–, en la
pagina de la Federacion Española de Baloncesto.Se las envio en funcion de
las opiniones vertidas por jovenes entrenadores brasileiros queriendo saber
mas de Wooden.Por favor lealas y valore su publicacion en su tan
prestigiada pagina.Un enorme abrazo.Gil

RED DE EXPERIENCIAS
El MÉTODO WOODEN: “El Mejor Maestro del Siglo XX”

13/02/2010

En 1976 Ronald Tharp y Ronald Gallimore dos profesores de psicología de las Universidades de California en Santa Cruz y Los Ángeles realizaron un estudio sobre la relación y comunicación del mítico entrenador John Wooden con sus jugadores. Clasificaron las acciones de John Wooden en los entrenamientos realizados durante la temporada 1974-1975 en el cual UCLA ganó su décimo campeonato de la NCAA. Casi 30 años después los investigadores volvieron a analizar los resultados de dicho estudio combinándolo con entrevistas posteriores con el propio Wooden y sus jugadores. Hoy nos proporcionan una información de inestimable valor para entrenadores de baloncesto de cualquier nivel.

Por Tim Fanning* (jugador del CB Castellbisbal Copa Catalunya y entrenador del equipo junior)

¿La clave de su éxito?
La intensidad, economía y eficacia de sus entrenamientos.

Bill Walton, mítico pivot entrenado por Wooden, afirmó: “Los entrenamientos en UCLA eran eléctricos, intensos, exigentes… con Wooden por la línea de banda como un tigre enjaulado dando instrucciones, con refuerzos positivos y una máxima: ‘ser rápido pero sin prisa’… Pero llegaba el partido y entonces no exigía actuar con rapidez. Los partidos parecían transcurrir a un ritmo más lento. Yo pensaba: ’¿Por qué tanta diferencia de velocidad en los partidos y en los entrenamientos?” Los resultados de UCLA eran evidentes.

Es muy importante este detalle: los entrenamientos eran más rápidos y exigentes que los partidos. Cada entrenador tiene una forma de ser diferente y no todos somos “tigres enjaulados” pero todos podemos tener el objetivo de crear un entreno más exigente que un partido.

¿Cuánto tiempo hablas con tus jugadores?

El que posiblemente fuera el mejor maestro de baloncesto en la historia no hablaba casi nunca más de 20 segundos seguidos a sus jugadores durante los entrenamientos. Con tantas observaciones, simplemente no había lecturas. No quería parar el ritmo del entrenamiento.

Recuerdo los efectos negativos como jugador cuando he tenido un entrenador que paraba el entrenamiento durante uno o dos minutos para dar una larga explicación. Cuando volvíamos a jugar la mayoría de los jugadores del equipo tenían la cara perdida y la competitividad y energía que había antes de parar ya no existía. Wooden casi nunca hacía eso. Daba el mensaje que quería transmitir rápidamente y ¡a seguir!

Cada entrenador debe pensar bien no solamente el tiempo que hablará sino también el contenido del mensaje. El estudio de Tharp and Galimore desvela que el 65% de las intervenciones de Wooden durante el entrenamiento contenían instrucciones concretas. No hablaba por hablar ni decía solo lo que un jugador hacía mal. Casi siempre decía cómo se debía hacer correctamente. Los investigadores clasificaron casi 2.500 acciones de Wooden y más del 75% de las veces en que hablaba incluía en su mensaje instrucciones sobre cómo hacer algo correctamente. Eran intervenciones muy cortas pero concretas y específicas. Creo que si no hablas mucho, cuando lo haces y dices algo concreto, la gente te hará más caso.

En el C.B. Castellbisbal, club donde ejerzo de entrenador y de jugador, hay un entrenador que se hizo una prueba a si mismo durante un entrenamiento. Su ayudante tenía la misión de medir el tiempo en el que él hablaría durante la sesión. Él pensaba que en los 70 minutos que duró la sesión había intervenido alrededor de unos 10 minutos y el resultado real era que había hablado durante ¡30 minutos!

Creo que como entrenadores cometemos el error de ir hablando durante el entrenamiento sin darnos cuenta. Pensando que así hacemos mejor nuestro trabajo, que así explicamos mejor las cosas a nuestros jugadores. Según el ejemplo Wooden debemos intentar decir lo que queremos de la manera más corta posible y luego, si el jugador repite el error, nosotros debemos hacer las correcciones. Sobre todo, cuando el tiempo en pista es muy limitado, es importante que los entrenadores reflexionemos y pensemos bien qué decir y cuánto tiempo emplear en ello.

La información dirigida a la acción y no al actor

Los investigadores del estudio querían saber como un “master teacher” como John Wooden utilizaba refuerzos y castigos durante sus sesiones. La sorpresa llegó con el resultado ya que Wooden sólo elogiaba un 6% de las veces que hablaba y censuraba también un minúsculo 6%. Wooden no dirigía sus comentarios para calificar el trabajo sino para proporcionar información a sus jugadores.

En una entrevista realizada a Wooden, cuando le preguntaron sobre la falta estímulos positivos a sus jugadores, el entrenador contestó: “Siempre he creído que fijar la atención de los jugadores en puntos específicos, en ayudar a los jugadores a cumplir el objetivo en un ambiente intenso y exigente es el enfoque positivo.

“La información que recibí en sus correcciones era lo que más necesitaba. Esa información era la que estimulaba al cambio. Si la mayoría de los comentarios hubieran sido refuerzos positivos (‘muy bien’) o negativos (‘lo haces mal’), hubiera recibido sólo una evaluación, no una solución. Las correcciones en forma de información no me atacaban como persona. La información iba dirigida a la acción y no al actor.”

Si proponemos soluciones y correcciones específicas estamos trabajando para formar mejores jugadores de baloncesto. Si el entrenador tiene comentario sobre la acción y no el actor no hay discriminación. Y eso en mi opinión evita conflicto ya que en la relación entre jugador-entrenador o estudiante-profesor puede haber un nivel de discriminación. Cada entrenador (y persona) tiene gente que le gusta más y le gusta menos y estos sentimientos nos afectan en nuestras acciones. Si somos capaces de dirigir el mensaje sobre las acciones y no quien hizo la acción ayudaremos mucho en crear un ambiente de mucho mejor aprendizaje.

Un Wooden, el Sándwich de la corrección

Wooden, sin embargo, tampoco olvidaba incluir en la información el fallo que sucede. Sus correcciones solían contener tres partes:

1. Decir o demostrar como hacer la acción correctamente (M+)
2. Decir o demostrar como acababan de hacerla (mal) (M-)
3. Repetir o demostrar como hacerlo bien (M+)

Los investigadores clasificaron esta secuencia (M+,M-,M+) como un “Wooden” y lo hizo casi un 10% de las veces que hablaba. Los “Woodens” fueron legendarios y nadie que los vivió los olvidó.

Decían los investigadores que sus intervenciones rara vez superaban los 3 segundos, pero eran de tal calidad que dejaban una imagen en la memoria de los jugadores como un dibujo. Wooden presentaba la información en tal manera que los jugadores no pueden olvidarlo. Cualquier educador que pueda presentar información en una manera que sus estudiantes recuerden para siempre ha hecho un trabajo muy grande.

En el colegio tuve el mismo entrenador que entrenaba a Jason Kidd y no recuerdo todas las cosas tácticas que hacíamos pero sí un día en que no veníamos preparados para trabajar en defensa. El coach hizo su propia versión del Wooden, detuvo el entrenamiento para mostrar cómo estábamos defendiendo, luego se animó a un nivel que andaba al borde de la locura y se puso en posición defensiva con una cara e intensidad inolvidable. Nadie hubiese querido ser el jugador defendido. Nos dijo que tenemos que defender como un pitbulls que no ha comido varios días y la pelota es un trozo de carne. Hasta hoy, cuando pienso de la intensidad necesaria para defender correctamente pienso de ese coach que hizo un Wooden.

Planificar al detalle

John Wooden confesó que sus métodos de trabajo cambiaron cuando un día decidió ir a ver un entrenamiento de Frank Leahy, el entrenador de Fútbol Americano en la Universidad de Notre Dame. Wooden dijo que jamás había visto algo más organizado en su vida. Jugadores alternando ejercicios con una coordinación perfecta. El entrenamiento comenzó y acabó a tiempo.

Antes creía que las cosas que hacía John Wooden era debido a su personalidad y porque era un líder muy único. Seguro que era único pero más que en su forma de ser o personalidad (que también) creo que John Wooden marcó la diferencia en los detalles de su preparación. Después de leer sobre John Wooden y leer también sobre el entrenador actual de F.C. Barcelona, deduzco que los entrenadores con más éxito no tienen una fórmula mágica, simplemente trabajan mucho más que los demás. Son capaces de prestar atención al detalle más pequeño e intentar planear y controlar todos los aspectos influyentes en el entrenamiento.

Como anécdota cabe recordar que los entrenamientos de Wooden empezaban cada día a las 14:59 y acababan a las 16:59, ¡en punto! Wooden tenía el entreno planeado hasta el más mínimo detalle. Quizás muchos entrenadores no pueden empezar justamente a la hora de entreno porque tienen que esperar que acabe el equipo anterior pero cada entrenador de baloncesto puede tener un plan completo para el entrenamiento con objetivos y los ejercicios adecuados para cumplir estos objetivos.

Personalmente esta temporada tengo el objetivo de hacer libro con la planificación de cada entrenamiento. La verdad es que las primeras semanas costaba mucho, sobre todo con respecto al tiempo dedicado a algún ejercicio. Pero tomé notas sobre como había ido el entrenamiento y qué ejercicios necesitaban más o menos tiempo y ahora estas notas y este libro son partes integrales de la preparación del equipo. Planificar los entrenamientos y archivarlos en un lugar donde lo puedes consultar es una situación “Win-Win” en el hecho de que no puede tener efectos negativos, lo único que va a pasar es que los entrenamientos irán mejor, el equipo entrenará mejor y tú mejorarás como entrenador.

La importancia del trabajo individualizado

Wooden no sólo preparaba los entrenamientos pensando sólo en el grupo. También los preparaba para el individuo. Wooden entendía muy bien que cada jugador es diferente y no era recomendable trabajar con todos igual. Y para saber cómo sacar el máximo de cada uno de ellos Wooden estudiaba y analizaba, desde el aspecto personal y deportivo, cada jugador para entender qué les motivaba y cómo podía controlarlos mejor. “Los mismos sistemas no funcionarán con cada equipo. Depende de los componentes y para hacer un equipo tienes que conocer las personas con que estas trabajando.”

Los investigadores pensaban inicialmente que los “Wooden’s” o instrucciones del entrenador (M+,M-,M+) eran improvisadas. No era así. Al igual que planificaba analizaba los entrenamientos de cada jugador, Wooden también anticipaba los errores que cometerían y preparaba acciones para corregirlos. Preparaba hasta las palabras que diría a un jugador cuando cometiera un error específico. Este aspecto tiene mucho sentido porque los jugadores normalmente cometen los mismos errores muchas veces. Si como entrenador puedes anticipar los errores y prevés la manera de corregirlos estás preparado para en un instante y en una manera efectiva corregir sin parar el ritmo del entrenamiento.

Los comentarios de John Wooden durante un entrenamiento eran tan concisos que parecían ser el resultado de una persona capaz de reaccionar con inteligencia en el momento pero en realidad la economía y eficacia de sus comentarios de los equipos imbatibles de UCLA eran el resultado de una minuciosa planificación. Para un entrenamiento de dos horas, Wooden planificaba con sus ayudantes por la mañana dos horas o más. Tenía libros con los entrenamientos de años anteriores y miraba lo que hizo el equipo en la misma fecha en los años anteriores. Todos sabían qué ejercicio iba a pasar y en qué momento. Los jugadores iban corriendo de ejercicio a ejercicio, perfectamente coordinados, juntos o por separado. Por cierto, no había agua y no tampoco había sillas en la pista…

Creo que hay dos maneras de pensar en los entrenadores. Una es que los jugadores tienen que adaptarse a estilo del entrenador. Otra es que el entrenador tiene que adaptarse al equipo que tiene.

Estoy convencido que los entrenadores que son capaces de adaptarse son los que duran más y son más efectivos. Esto no significa hacer lo que quieren tus jugadores ni mucho menos. Significa estar abierto a modificar cosas para adaptar a los jugadores y estudiar los jugadores con el entendimiento de que la clave de resolver el puzzle que es un equipo de basket es entender cada pieza. Si Bobby Knight leyera esto probablemente me tiraría una silla pero hay más entrenadores como Wooden, como por ejemplo Coach K’s (Duke) y Dean Smith que cambiaban sus estilos cada año basándose en sus jugadores que entrenador “estilo militar” como Bobby Knight.

Wooden tenía esta mentalidad de planificar, evaluar, modificar. Afirmaba: “Si consigues que tu equipo mejore poco a poco cada día acabará consiguiendo grandes cambios. No sucederá ni mañana, ni el día siguiente pero finalmente habrás dado un gran paso. No busques la mejora rápida. Busca pequeñas mejoras cada día. Es la única manera que suceda esa mejoría, y cuando sucede, es duradera.”

Cuando no estaba en la temporada Wooden hizo proyectos sobre diferentes aspectos del baloncesto (rebote, contraataque, etc). Aparte de investigar en bibliotecas se entrevistó personalmente con entrenadores y jugadores de éxito de todos los deportes para buscar aspectos para incorporar en su programa en UCLA. Su filosofía se basaba en la investigación constante. Como entrenadores o personas creo que esta filosofía de aprendizaje continuo nos guiará al éxito.

Wooden afirmaba que “todos somos profesores. Sea en una clase o para tus hijos o tus sobrinos”. Lideraba con el modelo del ejemplo. Y lo mejor de Wooden no tuvo nada que ver ni con los campeonatos que ganó con UCLA ni con los numerosos jugadores que fueron de UCLA a la NBA. Tuvo en la calidad humana su mejor virtud.

John Wooden entendió la responsabilidad que conllevaba ser una persona pública. “Nada escrito y dicho puede enseñar a nuestros jóvenes más que los hechos, los ejemplos”. En realidad hay pocos entrenadores que pueden usar su propia vida como ejemplo pero el mítico Wooden trasciende las líneas de la pista y se convierte en un maestro incomparable, creando no sólo excelentes jugadores de basket sino también excelentes personas. Para Coach Wooden “la vida era una clase de una escuela.”

*Tim Fanning es jugador del CB Castellbisbal Copa Catalunya y entrenador del equipo junior.

Amigos, eis um exemplo maior da arte de ensinar e treinar o grande jogo.
Amém.

Gil Guadron em sua aula na EEFD/UFRJ, quando de sua visita ao Brasil.