A PÂNDEGA…
Dentro de quatro dias a seleção brasileira embarcará para disputar um torneio em Porto Rico, como apronto para o Pré-Olimpico que se inicia no próximo dia 22. Muito bem, e a equipe? Dos nove pivôs convocados somente três treinam regularmente, Spliter, Murilo e JP Batista, dois que jogam na Europa e um por aqui mesmo. Dois se machucaram, um pediu dispensa e os três gigantes da NBA estão em vias de não atenderem a convocação, por motivos profissionais. Doze estão firmes segurando a brocha, mas para cada estrela que resolver assumir, um armador dos quatro que permanecem, ficará pendurada na mesma. Mas se nada se modificar até lá, vai ser uma pândega, pois a comissão “uníssona e unida” se verá às voltas com quatro armadores na equipe, sem sequer desconfiar o que e como fazê-los jogar, dentro de um padrão “sugerido” pelo delfin, que esboça uma atitude escapista, nada inovadora.
Entrementes, um dos cardeais já manifesta publicamente um posicionamento técnico-tático pretensamente revolucionário, se não fosse puramente oportunista, e somente possível num ambiente destituído de comando e disciplina, danças do siri à parte.
Numa entrevista ao jornalista do UOL, Giancarlo Gianpietro, o ala, agora ala-pivô esclarece à galera ignara-“Já renovei por mais três anos para jogar de ala-pivô. Agora defini minha posição lá. Se eu for escalado como ala-pivô, é uma opção tática que o Lula pode usar, porque a gente ganha chute de fora nessa posição, em uma arma que vem sendo usada internacionalmente cada vez mais.”
E o técnico responde:”O Guilherme é uma alternativa tática, mas seria uma coisa rápida, sem muito tempo. Colocá-lo definitivamente nessa posição a gente não vai fazer, mas ele pode transitar nas duas funções sem problema.”
É incrível que um debate desse teor venha a publico, onde um jogador, que vê sua posição de ala seriamente ameaçada por três jogadores mais ao gosto da comissão, o Alex, o Marcos e o Marcelo, se propõe a uma função para a qual existem alguns bons pivôs que sequer foram lembrados na convocação, um deles, inclusive, líder por duas temporadas seguidas nos rebotes, tanto defensivos, como ofensivos, o Probst. Sem falar em Estevan, Alirio, Marcio e outros que poderiam ter uma chance, pelo menos de treinar, chance esta dada a garotos sub-19, imaturos perante tal e enorme responsabilidade.
Mas o comando ainda se mantém fiel a seu planejamento com vistas à classificação olímpica, mantendo um grupo aberto às maquinações contratuais das estrelas mais interessadas em seus ganhos milionários, do que a defesa terceiro-mundista de uma seleção nacional, que será atendida magnanimamente na medida em que seus interesses não sejam afetados, apesar do check list exigido antecipadamente. Business is business, que assim entenda a comissão, e estamos conversados.
“ A única coisa certa é que não posso cortar um pivô. Para o resto, é uma questão de decisão. Se tivermos um reforço, será bem vindo. Se não, vamos com os doze que aqui estão.”
E se forem esses doze, vai ser, como disse no inicio, uma pândega testemunhar como um sistema mantido, desenvolvido e estratificado, em torno de um armador, se comportará através uma equipe que contará com quatro armadores, que tal?
Bem sei como utilizá-los, assim como uma plêiade de excelentes técnicos localizados em alguns dos países que vêm liderando o basquetebol nos últimos oito anos. Mas a douta comissão saberá utilizá-los com efetiva eficiência? Duvido, é areia demais para o caminhãozinho deles. Por isso rezam novenas para que um dos nenezianos compareçam à liça, inclusive o próprio, com ou sem check list. E não precisam nem treinar, como não o fizeram até a data de hoje.
Tremo nas bases só em pensar no que ocorrerá com a não classificação olímpica, já que cabeças rolarão, mas não, e com certeza, as certas. Raposas quando muito perdem alguns e chamuscados pelos, a cabeça, never.
Amém.