UMA SIMPLES QUESTÃO DE TREINO E LIDERANÇA, DA BASE À ELITE…

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Pois é, basqueteiros de plantão, o que prevíamos aconteceu, a seleção Sub 19 masculina não se classificou no Mundial de Praga ao perder para a Rússia, somente vencendo uma partida das cinco disputadas, restando agora disputar do 9º ao 12º lugar na magna competição.

Se olharmos com alguma atenção os números deste jogo, fica evidenciado de cara um fator indiscutível, nossos jogadores mal sabem arremessar em cesta, e pasmem, dos dois pontos, já que dos três, era sabido de muito que nem desconfiam como executá-los com um mínimo de eficiência, mas dos dois? Nesse jogo contra os russos, arremessamos 24/58 de dois, 5/15 de três e 15/22 de lances livres, e os russos, 21/36 de dois, 10/25 de três e 10/17 de lances livres, ou seja, tivemos 22 arremessos de dois a mais e 10 de três a menos do que eles, que desta forma conseguiram 30 pontos de três, contra 15 dos nossos, e que muito poderiam ter sido compensados se convertêssemos pelo menos a metade dos 34 erros nos dois, e até vencido se soubéssemos defender um mínimo fora do perímetro de onde os russos chutaram 10/25 de três, já que ambos erraram sete lances livres.

Somemos a essa lamentável deficiência os 16 erros de fundamentos (e olhem que os russos erraram 21…), para vermos com clareza tudo aquilo que comento de longa data, o fato de não exercermos o pleno domínio dos fundamentos, numa preparação que prioriza a formatação e padronização de sistemas de jogo, em detrimento da ferramenta básica, que quando lembrada é para ser entregue a estrangeiros, aqui e lá fora, num tipo de planejamento voltado ao gasto interesseiro de verbas, que deveriam ser empregues na melhoria e treinamento de nossos jovens técnicos, através um bem planejado programa de formação, e não cursos expositivos de 4 dias de arquibancada, sem as exigências de estágios práticos por um bom tempo, com acompanhamento qualificado em seus locais de trabalho, única maneira de bem formá-los.

Mas não, se em muitos casos, nossas seleções de base são entregues a jogadores a pouco retirados das quadras e travestidos de técnicos, sem um mínimo de preparo e experiência didático pedagógica no campo das técnicas de ensino e aprendizagem, como se exigir que jogadores por eles orientados se caracterizem pela excelência na pratica dos fundamentos, que é a coluna mestra da pratica do grande jogo?

E por essa estrada poeirenta ainda transitaremos por longo tempo, talvez tempo demais para nos defrontarmos com a realidade olímpica daqui a poucos anos, onde, desgraçadamente veremos coroada a suprema ignomínia de sermos vencidos ante erros que teimamos em não corrigir, em nome do clientelismo, do apadrinhamento, da sedimentação de um corporativismo mafioso e absolutamente irresponsável, mas que gera continuísmos e vultosos lucros.

Mas temos obrigatoriamente de admitir que somente transporemos tantas e históricas deficiências, se pararmos um pouco que seja, perante a exigência maior de um movimento associativo dos técnicos, liderados por aqueles que realmente representam a classe, por sua tradição e reconhecido trabalho, e que sempre se negaram a erguer as bandeiras do oportunismo e do imediatismo midiático e enganador, daqueles que realmente conhecem, estudam, respeitam e amam o grande jogo, de verdade. É o que nos resta.

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique nas mesma para ampliá-la.

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O QUE NINGUEM QUER (OU PODE) ENXERGAR…

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São apenas números, a única informação acerca de um torneio quase secreto no interior de Minas Gerais, sem imagens e de difícil acesso, incensado pela turma que lá está e responsável por sua realização, todos envolvidos e compromissados com o modelo que aí está solidamente implantado na CBB e sua executora e expansora, a ENTB, e o mais inquisidor, com a chancela da LNB, responsável pelo aporte financeiro advindo do Ministério do Esporte, numa parceria que incomoda e põe em risco o seu bom trabalho realizado nos NBB’s até o momento, pois invade uma seara de responsabilidade da CBB, o desenvolvimento da formação de base, quando deveria investir na divisão de acesso ao NBB, onde um percentual de jovens talentos reforçados por um pequeno numero de jogadores mais experientes, sanaria o grande hiato que separa aqueles que saem das divisões formativas, do caminho profissional da divisão maior.

Os números? São assustadores, pois expõem a maior de todas as nossas deficiências, a desastrosa preparação e qualificação de nossos técnicos direcionados a formação de base, e mesmo para dirigir nossas jovens seleções nacionais, numa inversão de valores muito bem representada pelos números a seguir, e pelos lamentáveis resultados nas competições internacionais, que no final das contas, são pontos concomitantes em sua tragédia comum.

Vamos a eles, os números:

Após 5 rodadas da LDB  com 10 equipes participantes:

– Arremessos de 2 pontos – 965/2096 (46%)

– Arremessos de 3 pontos – 257/943   (27,2%)

– Lances livres                  – 683/1001  (68,2%)

– Erros de fundamentos    -748 (media de 29,9 por jogo)

Conclusão não muito longe da verdade?

Nossos jovens, na beira de acessarem as equipes da LNB e de nossas seleções de 18 anos em diante, simplesmente não sabem arremessar razoavelmente, e pecam lamentavelmente nos fundamentos, e que não me venham argumentar que tantas falhas ocorrem pelo emprego de fortes defesas, o que é um engodo para encobrir tanta ineficiência e tapeação, vide a seleção no mundial Sub19 permitindo, após dois meses de treinamentos e torneios internacionais, 16/38 de 2 pontos e 11/24 de 3  por parte da seleção australiana, que de longa data sempre se distinguiu pela precisão nos arremessos, contra 15/58 de 2 e 3/17 de 3 dos nossos, ou seja, 20 tentativas a mais dentro do perímetro de nossos algozes sem a eficiência dos mesmos, e uma repetida falha, ou ausência de postura defensiva no perímetro externo desde o primeiro jogo contra a Servia, que nos impuseram 19/32 de 2 e 5/17 de 3, enquanto amassávamos o aro deles com absurdos 6/30 nas bolinhas. Falar em defesa, um dos fundamentos básicos do grande jogo a essa altura, e em seleções, chega a ser ridículo e comprometedor, pois é resultado direto do que vem ocorrendo na LDB.

Fico imaginando a quanto chegarão os números nas demais rodadas desse primeiro grupo, e do segundo da LDB, onde residem equipes de menor tradição, assim como o que ocorrerá com a Sub19 ao enfrentar os Estados Unidos e a Rússia para a semana, na tentativa classificatória as quartas de final, simplesmente me assusta, de verdade.

Aliás, outro dia, na Copa America Sub15 feminina, a equipe americana somente permitiu que a nossa seleção conquistasse o absurdo numero de 20 pontos no jogo inteiro, o que realmente dá no que pensar…

Promover jovens técnicos, muitos ex jogadores, em cursos de aquibancada, para a direção de equipes acima dos 18 anos, sem que os mesmos dediquem, pelo menos, umas duas décadas na formação de base, é erro estratégico e irresponsável, e mais ainda quando os qualificam para as seleções maiores, numa ação entre amigos ou de QI político, no que vem se tornando no maior óbice ao desenvolvimento do grande jogo entre nós, muito além do que certa mídia e dirigentes próximos as verbas oficiais, proclamam como renovação e evolução técnico tática, necessárias ao nosso desenvolvimento, numa perda de precioso tempo e verbas que escoam pelos ralos da incompetência.

E o pior de tudo é sabermos o que nos espera em 2016, a continuarmos agindo dessa forma corporativista e decididamente anacrônica.

Que todos os deuses disponíveis nos ajudem, pelo menos a enxergarmos melhor.

Amém.

Fotos – Divulgação LNB e FIBA. Clique nas mesmas para ampliá-las.

FUNDAMENTOS?…

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Parece brincadeira, pode parecer brincadeira, mas é sério, muito sério o que está acontecendo com os nossos jovens, cada vez mais “especializados” em armadores puros, armadores definidores, alas-armadores, armadores escoltas, alas-pivôs, pivôs de choque, e não sei quantas denominações caberiam a mais dentro do sistema único, aquele que é seqüenciado de 1 a 5 dentro dos padrões formatados e padronizados pelo tal sistema, e cada vez mais entronizado no triste dia a dia da garotada que ainda teima em gostar de um jogo, cujo domínio se encontra, não dentro da quadra, mas fora dela, tendo como veiculo de ligação prosaicas e ridículas pranchetas, voltadas às coreografias de passos pretensamente marcados coercitivamente impostos pelos “estrategistas” em permanente plantão no nosso combalido grande jogo.

 

Trata-se de uma trágica brincadeira, cujas consequências ai estão escancaradas nas estatísticas de um velado e escondido torneio da LNB, denominado de Liga de Desenvolvimento do Basquetebol, patrocinado por verbas do Ministério dos Esportes, e indevidamente organizado pela Liga, quando deveria sê-lo pela CBB, pois cabe a ela a formação de base no território nacional, tendo a ENTB para respaldá-la.

 

Mas a Liga partiu para uma LDB Sub-22, com equipes que congregam jovens a partir dos 17 anos, tendo como mote a possibilidade de revelar valores para a Liga principal, e inclusive permitindo que muitos deles que já militam na elite participem do mesmo, num erro estratégico considerável a tal ponto que, em vista dos catastróficos números estatísticos apresentados nas três primeiras rodadas, resolve dar clínicas aos participantes, jogadores e técnicos, clínicas de fundamentos…

 

Mas espera aí, os vinte técnicos dessas equipes não foram recentemente graduados pela ENTB em seu nível II, assim como participaram de uma clínica patrocinada pela Liga com a presença do técnico Magnano? E que tal grau os qualificavam (com registro e carteira) para orientar, ensinar e dirigir jovens nos fundamentos e sistemas de jogo? Então o que justifica agora tão urgente ingerência numa função especifica da ENTB? Creio que respostas deveriam ser bem analisadas, principalmente à luz de algumas estatísticas da LDB (único vínculo do secreto torneio com os interessados nas jovens promessas tupiniquins), tais como:

 

Após as três rodadas iniciais, nossos futurosos jogadores aprontaram-

 

– 553/1214 (45.5%) em arremessos de 2 pontos.

 

– 155/585   (26.4%) em arremessos de 3 pontos.

 

– 463/650   (71.2%) em lances livres.

 

– 440 erros fundamentos (media de 29.3 por jogo)

 

E lá na Republica Checa, nossos jovens Sub-19 conseguiram perpetrar  um 6/30 nos arremessos de 3, 11/25 nos de 2 e 10/15 nos lances livres, cometendo ainda 15 erros de fundamentos, quando os sérvios nos derrotaram arremessando 5/17 nos 3, 19/37 nos 2 e 12/18 nos lances livres, errando muito também nos fundamentos, 16 vezes., deixando transparecer que a hemorragia dos três ainda flui em nosso basquetebol, com a crescente condescendência dos técnicos, incapazes de num longo treinamento (dois meses no caso da seleção) fazerem suas equipes jogarem no perímetro interno, preferindo apostar nas bolinhas, que no caso da seleção, não caíram…

 

Mas cairão nas próximas rodadas, afinal de contas é bem mais fácil (?) chutar lá de fora, sem maiores preocupações com fintas, dribles e passes, já que somos os tais nesse “fundamento”, além do outro incensado pela mídia, as enterradas…Só fico na expectativa de saber se os adversários vão deixar, mas isso é o de somenos importância, afinal de contas não existem problemas que uma boa prancheta não resolva.

 

Então, a seleção de nossos melhores Sub-19, ao lado de nossos melhores e mais representativos jovens na faixa dos 17 aos 22 anos presentes a essa LDB, representam o que temos de melhor, exceto naqueles detalhezinhos sem importância, já que aprendê-los e dominá-los toma muito do tempo reservado às jogadas, às estratégias, ao sistema único, pelos que pretensamente os ensinam, e para os que deveriam aprender a essência do jogo, os fundamentos, “sabiamente” substituídos pelas bolinhas de três, que se caírem, não tem para ninguém…

 

Amém.

 

Fotos – Divulgação LNB e FIBA.Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

Fotos –  Com um pouco de atenção observem alguns detalhes (sei que insignificantes…)sobre falhas nos fundamentos, como condução da bola, pegas espalmadas nos arremessos, pronação  inversa…

 

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OS PORQUÊS…

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Durante esse pequeno recesso contado no artigo anterior, recebi um email de um assíduo leitor me perguntando na bucha – Professor, por que motivo o senhor não dirige mais uma equipe do NBB, e mesmo da LDB, afinal são 41 equipes e não tem lugar para o senhor em nenhuma? Sinceramente não entendo os motivos, sejam eles quais forem. Por favor, me esclareça.

Bem, tenho nesses últimos anos, desde o NBB2, quando dirigi o Saldanha da Gama, também tentado encontrar os reais motivos para esse degredo, desde a conversa que mantive com um dos gestores da Liga durante o 1º Encontro dos Técnicos da LNB em Campinas após o NBB2, quando fui sutilmente instado a deixar de editar o Basquete Brasil que, na opinião dele não se coadunava com a função de técnico atuante, num equivoco brutal, pois foram os 49 artigos (e aqui o primeiro deles) que postei no dia a dia daquela inesquecível experiência midiática, um dos motivos de ali me encontrar, junto aos demais técnicos, para discutir o grande jogo e sua divulgação junto ao tão esquecido publico entusiasta do mesmo.

Claro que jamais aceitaria aquela sugestão, como não aceitei, mantendo o blog, ampliando-o nas discussões de caráter educacional, assim como discutindo política desportiva, cobrando dos poderes o sempre ausente apoio às causas da educação de qualidade, direito inalienável do cidadão (hoje, graças aos deuses, cobrado em praça pública pela juventude do país…)

E nestas discussões questionei veemente e indignadamente os descaminhos que apontavam para o acumulo de equívocos que se desdobravam em nome do esporte dito de alto nível, em detrimento da formação de base nas escolas e clubes do país, culminando com a terrível aventura olímpica, sorvedouro de sacrificadas divisas direcionadas aos ávidos bolsos daqueles que nem de longe se interessam por educação e cultura de um pobre povo, e sim os vultosos lucros que poderiam advir da ignorância do mesmo, mantido propositalmente à margem do processo educativo, facilitando a consecução da hábil manobra.

Também mantive o cunho critico à mesmice endêmica que nos tem dominado no aspecto técnico tático, discutindo, e até desafiando nossos técnicos para que mudassem seus posicionamentos, dirigindo-os a uma evolução formativa e competitiva de maior alcance, de maior desenvoltura.

Claro que desagradei a grande maioria, mas nem tanto quanto a determinados políticos, que inclusive tentaram me desqualificar, mesmo nos comentários do blog, tendo recebido as respostas que julguei merecedores.

E nesse ponto é que pude estabelecer as pontes de interesses contrariados, ligando as técnicas inovadoras do jogo que propunha, e a manutenção das criticas ao modelo político administrativo existente no cenário desportivo nacional, em contrafação a de alguns políticos, poderosos por manipularem grandes verbas governamentais, sempre almejadas por confederações e federações desportivas, em seus projetos milionários e de distribuição muito bem escalonada junto aos espertos e oportunistas de plantão, em troca de obrigatórias contrapartidas, entre as quais meu afastamento compulsório das quadras, com certeza…

Então, quando vi estampada no site da LNB, a foto da homenagem à personalidade do ano no basquetebol, dirigida ao político que de uma tacada destinou 14 milhões de reais a uma falida CBB, (aqui descrita no magnifico artigo do Fabio Balassiano no seu blog Bala na Cesta), garantindo a continuidade da terrível administração da mesma, assim como destinou mais alguns milhões para a LNB manter a LDB em função por mais três anos, porém mantida escondida numa remota cidade de Minas Gerais, sem imagens, mesmo pela internet, somente (in) visível através gélidas estatísticas, (que, aliás, mostram logo na primeira rodada o absurdo número de 155  erros de fundamentos nos cinco jogos realizados, com a media incrível de 31 pj, mostrando com precisão que em matéria de fundamentos as equipes estão muito mal treinadas e preparadas, principalmente quando na porta de entrada da elite do grande jogo, onde errar dessa forma é absolutamente inadmissível, numa realidade em que, sem dúvida alguma, pulularão pranchetas a granel, focadas na padronização e formatação do sistema único, pelas  mãos de  “estrategistas” de primeira viagem,  é que entendi a origem do veto, para o degredo injusto, cruel, pois tira de mim o direito ao trabalho, para o qual sou altamente qualificado, e no qual tanto poderia ajudar no soerguimento do grande jogo, numa ação pusilânime, covarde enfim.

Mas daqui desse cantinho, dessa humilde trincheira, onde corporativismo mafioso nenhum pode me atingir, continuarei a trabalhar pelo grande jogo, já anunciando a continuidade da Oficina de Aprimoramento do Ensino de Basquetebol na última semana de julho (de 26 a 28), que realizarei no inédito formato de receber em minha casa até três técnicos que se interessem em participar de um  prolongado fim de semana (de sexta a domingo), onde, como o ocorrido na primeira Oficina, mergulharemos fundo nas entranhas desse magnífico e complexo jogo, com somente um horário fixo a cada dia, o de começar, já podendo contar com um mini ginásio em minha residência, que fez muita falta na primeira Oficina, e que pretendo repetir, se interesse houver, a cada mês. No próximo artigo detalharei a Oficina.

Bem, creio que respondido o email do leitor, posso dar por encerrada essa discussão, face aos esclarecimentos dados, e certamente compreendidos, mas nunca aceitos por mim. Vida que segue…

Amém.

Foto – Divulgação LNB.  A personalidade do ano no basquetebol…

OS DOGMAS E A FORÇA DO HÁBITO…

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André Raw: oi pai, foi mal tinha um amigo meu aqui e não pude ver suas mensagens.

 Sim, eu vi o jogo, achei a sportv online.

 Achei que o Murilo bobeou em uma falta e a outra não foi. Ficou com 4 e o  técnico deixou ele no banco com medo de perdê-lo,

 dai o time desestabilizou.

 Deveria ter colocado ele mesmo com 4

 e proibido de fazer a 5.

 

Pelo Skype, desde Los Angeles, meu filho André teceu os comentários acima sobre o quinto jogo do playoff entre o Flamengo e o São José, e que se encaixa com precisão ao comentário que farei daqui para diante.

Bem, comecemos lembrando que a existência de alguns conceitos dogmáticos seguidos pelos técnicos nacionais, oriundos de uma unanimidade sobre a utilização do sistema único, com suas imutáveis posições de 1 a 5, gerou alguns comportamentos táticos padronizados e formatados como verdades absolutas, que têm de ser praticados sem discussões, entre os quais se encontra aquele que retira de quadra jogadores que cometem 2, 3 ou 4 faltas, para serem relançados mais adiante, quando seriam(?) importantes para a equipe, como nos minutos finais, ainda mais quando são os craques do time.

Em muitas ocasiões importantes subverti tal comportamento, e inclusive publiquei um artigo onde consta tal decisão (veja aqui), pois, como afirmo no mesmo, jogador no banco não marca pontos, ainda mais se for um dos principais pivôs da equipe, e o fato da mesma se tornar alvo de uma facilitação defensiva por sua limitação em faltas, fazê-lo marcar o pivô adversário pela frente (mas, na frente mesmo!), cobrindo-o quando necessário (atividade que deve ser treinada à exaustão, mesmo!), por uma equipe exercendo uma defesa linha da bola com flutuações lateralizadas (detalhes aqui), permitiriam que o mesmo se mantivesse em jogo por um longo período, principalmente naquele em que a supremacia no placar estivesse presente.

Mas não, como dogmaticamente nossos pivôs têm de marcar por traz, o destino do banco por faltas é inexorável, numa pobreza de atitude técnica, e principalmente tática, lamentável.

Talvez, tenha sido esse fator aquele que determinou a derrota de São José, que enfrentava um adversário duro, e jogando dentro do perímetro também, onde a velocidade do Murilo e do Jefferson colocava o Caio em maus lençóis na defesa, compensada em parte por sua boa presença no ataque.

Com as duas equipes priorizando o jogo interno, o que transformava o jogo num duelo empolgante, e o mais importante, próximo às cestas, os dois períodos iniciais transcorreram com equilíbrio e indefinição quanto ao resultado final do jogo.

A partir do momento em que o Murilo foi retirado por um longo período, e a equipe carioca passou a priorizar o jogo externo, frente à completa ausência de contestações aos longos arremessos, principalmente através o Duda (6/11 nos três), o destino da partida foi decidido ironicamente, pois um jogo que vinha sendo disputado arduamente no perímetro interno foi decidido “lá de fora” com bolinhas a granel, desmarcadas e nunca contestadas, demonstrando que esse outro dogma, o das bolinhas, segue incólume, porém alimentado pela dolorosa e irresponsável ausência defensiva às mesmas.

Mas como a turma “do que o que importa é a vitória” não está nem aí para técnicas, táticas e estratégias, segue o barco das “individualidades” bem acima do coletivo, numa caminhada que fatalmente desembocará em nossas seleções, onde um bom técnico argentino terá, ou continuará tendo, um trabalho hercúleo para convencer “especialistas” a marcar e a interagir coletivamente no ataque, tarefa que se choca com o maior dos dogmas, o de que para a maioria esta é a forma e o estilo do nosso jogo, para gáudio daqueles que nos enfrentarão lá na frente, certamente em 2016…

No próximo sábado teremos a grande decisão, incompreensivelmente em um único jogo, onde o menor erro, a mais tênue indecisão acarretará uma derrota irrecuperável, fazendo com que o jogo em si ceda precioso espaço ao nervosismo e a erros em profusão, fator que seria amenizado numa decisão de cinco jogos, como deveria ser num campeonato dessa dimensão.

Tempos atrás sugeri, por escrito, à LNB, que numa situação como essa, onde uma emissora de TV exige que a decisão seja em jogo único, que os dois finalistas participassem de um playoff de três jogos, cujo vencedor garantiria jogar a decisão no seu ginásio, numa formula que se não perfeita, daria ao menos, oportunidade das equipes se enfrentarem frente a seus torcedores, ajustassem seus sistemas, e se preparassem para a final televisiva com um razoável domínio tático e psicológico ante uma decisão de tal envergadura. Infelizmente não foi a sugestão levada em consideração, o que foi uma pena.

Torço para que essa partida represente e projete algo de novo para o nosso basquetebol, principalmente no aspecto tático, já que Uberlândia, com seu hoje equilibrado jogo interior e exterior, enfrentará uma equipe forte no jogo externo e apenas razoável no interno, porém com forte contra ataque, e contando com o apoio de uma torcida que deverá se aproximar dos 15 mil pagantes, fator importante numa decisão. Espero que tudo corra bem, e em paz.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Fotos – Do jogo interior (1 e 2), ao reinado das bolinhas (3 e 4).

“PERÚ DE VÉSPERA”…

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Nossos jogadores de ponta quase sempre apresentam comportamentos dúbios e surpreendentes, num cadinho onde se misturam extremos, que oscilam do certo ao errado, da correta tática ao equivoco técnico, numa gangorra incoerente e muitas vezes irresponsável.

Num jogo decisivo como esse quarto confronto, São José iniciou sua defesa ao direito de uma quinta partida, atuando num admirável jogo interior, oposto ao seu costumeiro modo de agir jogando fora do perímetro, abusando dos longos tiros, trocando tão nefasto hábito por uma ação contundente jogando “lá dentro”, fazendo luzir seus velozes pivôs, que confrontados pelo lento miolo defensivo do Flamengo, oportunizou um placar elástico frente a uma equipe batida nesse pormenor, e que ainda por cima, sofria uma eficiente marcação contestatória a seus arremessos de três, sua arma poderosa e decisiva durante toda a competição.

Mas, eis que aflora a incoerência e o equivoco de alguns de seus principais jogadores, quando abandonam tão eficiente ação interior, para volverem ao seu usual estilo das bolinhas, como tentando afirmar que “confiavam em seus tacos”, quando deveriam referenciar prioritariamente que “confiavam no taco da equipe”, cometendo um erro que quase custou uma vitoria mais tranquila se mantivessem a estratégia inicial de jogo.

Nesse momento de errada e irresponsável opção, coube à equipe carioca usar do mesmo estratagema de seu oponente, investindo no jogo interior e se aproximando decisivamente no placar, que não reverteu a seu favor pelo mesmo motivo apresentado pelo seu adversário quando dominavam o jogo, a insistência de alguns de seus jogadores em decidirem através as famigeradas bolas de três.

Mas, num derradeiro rasgo de bom senso, a equipe paulista voltou à defesa contestatória, e retornou ao jogo interior, comprovando sua superioridade perto da cesta.

Foi uma partida lapidar pelo aspecto comportamental dúbio de alguns jogadores de ambas as equipes, que se manifestou em momentos diferentes, mas não opostos de uma partida,  comprovando serem nossos melhores jogadores pouco afeitos a leituras de jogo, agindo por impulsos, na maioria das vezes voltados ao seu desempenho particular, esquecendo o fator primordial que os levam às vitorias, o coletivismo e os interesses da equipe da qual fazem parte, integrados, e não a utilizando como plataforma de suas  personalíssimas ambições.

No jogo decisivo de hoje, vencerá aquela equipe que agir como tal, um grupamento de jogadores voltados ao todo, ao eficiente jogo interno, ao possível, quando muito bem trabalhado e tramado jogo externo, à defesa solidaria e contestatória, e principalmente, à saudável tentativa de vencer dentro do espírito democrático das regras, onde preparar ambiente hostil visando vantagens técnicas e psicológicas, através coerções e ameaças, não encontrem guarida sob o manto das regras do jogo, pois “peru é o que morre de véspera”…

Que o vergonhoso final desse jogo, sendo propositalmente preparado ao encontro de uma situação conflituosa e hostil ao representante paulista no majestoso palco da arena carioca, não seja consumado, dando lugar a uma decisão que honre a tradição basqueteira, e não a imposição comportamental de origem futebolística, tão oposta às tradições do grande jogo. Que assim seja.

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la e esquecê-la.

COMPLICANDO O SIMPLES E O ÓBVIO…

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Outro jogo do playoff semifinal jogado da forma mais simples e óbvia possível, ou seja, priorizando o jogo interno, comprimindo as defesas (sim, ambas as equipes jogaram “lá dentro”), até o ponto em que passes de dentro para fora do perímetro encontrasse jogadores livres e equilibrados para os arremessos, mas nem sempre direcionados às mãos dos mais competentes na arte dos longos arremessos.

Dígitos como 29/47 de dois pontos, e 10/18 para três por parte do Flamengo, e 20/42 e 6/21 respectivamente, para São José, atestam com precisão a opção pelo jogo interno, mas que encontrou a equipe paulista numa péssima jornada quanto à precisão de todos os arremessos, incluindo os lances livres (28/36) e até prosaicas bandejas, o mesmo não acontecendo com a equipe carioca, apesar de seus 10 erros de fundamentos.

Defendendo um Caio muito forte e técnico, apesar de sua notória e permanente (até quando?) rotunda lentidão, por trás e sem qualquer dobra eficiente, o pivosão fez a festa, abrindo caminho para o jogo interno de seus armadores, principalmente o Kojo, que o assistiu permanentemente, já que o Marcos, bem marcado por sinal, não concluía seus petardos com a constância costumeira.

Defendendo razoavelmente, e trabalhando com firmeza dentro do perímetro, a equipe rubro negra dificilmente perderá a série (poderá até perder, se retornar ao jogo eminentemente externo), para encontrar mais adiante uma equipe que joga melhor ainda no interior do que ela, e se equivalendo  no jogo externo. Aquela que se impuser ofensivamente “lá dentro”, e priorizar a defesa antecipativa, principalmente nas linhas de passes aos pivôs, levará uma enorme vantagem, mais ainda em se tratando de um único jogo.

Mas o que não está sendo simples, e muito menos óbvio, é a tendência galopante em direção ao exibicionismo midiático de técnicos e juízes, antenados e seguidos sofregamente por câmeras e microfones não tão indiscretos assim, com a desculpa de que promove o espetáculo, sendo que inclusive já se insinua uma “facilitação” às regras para não prejudicá-lo, promovendo uma farsa indesculpável e anacrônica.

Com as regras sendo cumpridas e obedecidas por todos os integrantes do “espetáculo”, imagens como a que mostro nesse artigo inexistiriam, pois as regras de um jogo foram elaboradas para serem seguidas, se constituindo numa das bases formativas dos futuros jogadores, que deveriam ser poupados de verem e ouvirem as sandices que, absurda e lamentavelmente, estamos testemunhando a cada rodada do NBB5.

Precisamos encerrar esse capitulo que tanto denigre o grande jogo.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O EFICIENTE E PRECISO JOGO INTERIOR…

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Talvez tenha sido o jogo mais fluido deste playoff semifinal, com as equipes imprimindo um ritmo veloz e sem descontinuidade, ou seja, muito poucos momentos de indecisão ofensiva, que infelizmente não apresentou nas defesas o mesmo comportamento, e a prova foram os 50 arremessos de três pontos (9/27 para Uberlândia e 10/23 para Bauru) sem as devidas e obrigatórias contestações, que por conta da extrema facilidade para os lançamentos permitiu que as bolinhas contabilizassem 27 e 30 pontos na contagem final de 80 a 77 para Uberlândia.

Acrescentando-se a estes pontos os lances livres convertidos (15/19 para os mineiros e apenas 7/13 para os paulistas), tivemos 38 pontos obtidos no perímetro interno para Uberlândia e 40 para Bauru, onde ambos trabalharam muito bem, principalmente na utilização dos rápidos pivôs que possuem (observem as movimentações internas nas fotos), muito bem lançados pelas competentes duplas armações, que contam em suas escalações, talvez os melhores armadores em ação na Liga.

Se formos um pouquinho mais além nas análises, podemos constatar o quanto de falhas nos lances livres e nos fundamentos (Bauru perdeu 6 e cometeu 8 erros) resultam em derrotas, principalmente em jogos parelhos e muito intensos.

Entretanto, algo de muito instigante se observa na equipe mineira, e que deveria ser explorado crescentemente, o seu poderio interno e externo exercido por uma parelha de alas pivôs única na liga, onde o Cipolini e o Gruber produzem com igual força e intensidade, ações internas e externas, com altos índices de acerto, graças ao seu biótipo atlético, flexível e veloz (Teischmann, Murilo, Lucas, Marcos, Jefferson e Gui se aproximam muito desse formato), e que os tornam também, eficientes na defesa, que atingiria um mais alto grau de eficiência se fossem treinados e utilizados na marcação explicita dos pivôs adversários à frente, e não por trás, numa posição que beneficia os massudos cincões ainda existentes, como o Caio em particular.

Mas acredito que esta será uma etapa a ser galgada, e somente espero que não demore em demasia para ser implantada, afinal, 2016 bate à porta.

Mas nada de eficiente seria atingido por parte destes homens altos trabalhando e se impondo dentro do perímetro, sem o suporte alimentador propiciado por uma competente e técnica dupla armação, fator que aos poucos vem se impondo dentro de nossas melhores equipes, e que deveria ser o espelho técnico tático de nossos jovens na formação, agilizando e interdependendo suas participações sob a égide da criatividade e da mais autêntica leitura de jogo, desacorrentados do impositivo e coercitivo sistema único, com suas jogadas sinalizadas, marcadas, coreografadas, e presos a cordões de controle como marionetes descerebrados e sem vontade própria,  a técnicos que ainda teimam em se auto promoverem como as estrelas centrais do espetáculo (e agora os juízes também…), quando na realidade o deveriam ser nos treinos, aqueles de verdade, realmente estudados à luz da realidade das equipes que dirigem, e não como clones de seus devaneios estéticos e ilusórios, transportados para suas mais ilusórias ainda pranchetas ( Um artigo esclarecedor poderá ser lido aqui).

Enfim, bons, apesar de ainda tênues, ventos ameaçam soprar em beneficio do nosso basquete, e que irônica, mas compreensivelmente (para uns poucos…) lógico, se estabelece através um veterano técnico, o mais idoso da liga, fator que devemos analisar com a devida atenção que merece o grande jogo em nosso país.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

AÇÕES E CONTRADIÇÕES…

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Bem acredito que aos poucos as equipes que compõem essa semifinal se conscientizam de que um basquete mais lógico e objetivo deva ser jogado, na ofensiva e principalmente na defensiva, onde a convergência nos arremessos seja amenizada e levada a padrões técnicos aceitáveis, apesar da incidência ainda relevante nos erros de fundamentos, como a desse jogo na Arena, com 31 erros, inadmissíveis nessa categoria.

Assim como no jogo em Uberlândia, onde os arremessos alcançaram as cifras de 16/34 nos arremessos de dois e 15/27 de três para os donos da casa, e 19/41 e 6/21 respectivamente para Bauru, na Arena da Barra a equipe rubro negra atingiu as marcas de 30/50 nos dois e 8/21 nos três, com a equipe de São José conseguindo 12/29 e 11/22 em conclusões bem distantes dos números convergentes até aqui alcançados durante a competição, numa retomada bem razoável e direcionada a um jogo, como mencionei a principio, mais lógico e objetivo, além de muito mais preciso, pelo menos nos arremessos.

Taticamente, algumas e bem vindas mudanças se fazem presentes nas quatro equipes, como a permanente utilização da dupla armação, e nos casos de Uberlândia, Flamengo e Bauru, uma retomada há muito esperada pelo jogo interior, maximizando a atuação de seus bons pivôs, apesar da lentidão bastante evidente do pivô carioca, algo compensada por sua boa técnica individual, e lamentando a teimosa manutenção do jogo externo por parte de São José, que ironicamente conta com o mais capacitado dos pivôs, o Murilo.

Hoje teremos o terceiro jogo em Uberlândia, no qual essas tendências acima apontadas podem se solidificar por parte dos mineiros, e quem sabe, tornar a ser empregada por Bauru, talvez como sua última chance de reverter a serie, muito difícil, mas não impossível.

Amanhã, o Flamengo poderá assumir a liderança da chave, na medida em que se mantenha direcionado a uma defesa forte e eficiente, e um ataque priorizando o jogo interno, frente a uma equipe que oscila demais, pela flagrante indecisão entre o jogo interior e o exterior, que na maioria das vezes  pende para o último, pretensamente seguro de sua superioridade nos longos arremessos, mas que se devidamente contestados a retira do naipe vencedor da competição.

E um último lembrete, ao recordarmos a classificação do Tijuca e de Macaé para a disputa do NBB6, e que, segundo algumas manifestações da mídia especializada, teria a equipe do Fluminense como convidada pela LNB, o que seria algo de lastimável e comprometedor, já que demeritaria a dura conquista dos dois classificados e o enorme e sacrificado trabalho das demais equipes, numa decisão absurda e censurável, pois jogos e classificações dentro das quadras seriam minimizadas por uma decisão eminentemente política, de péssima política aliás.

Amém.

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O AUSENTE E DECISIVO BOM SENSO…

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Fui dormir com a sensação de que deveria ser duro nas criticas, nas chamadas de atenção a falhas imperdoáveis nesse nível de competição, mas antes, selecionei algumas fotos feitas na transmissão da TV, mentalizei e anotei alguns comentários feitos pelo analista da mesma, voltei ao teclado, nada digitei e desliguei o Dell.

Foi boa a decisão de adiar para hoje cedo a elaboração do texto, pois reforcei a necessidade de endurecer ainda mais nas criticas, após um repouso onde qualquer resquício de equivoco pudesse ser dirimido, à luz do bom senso.

Foi logo no principio da transmissão que o narrador da TV comentou o fato de nunca ter visto o técnico do Flamengo tão nervoso e agitado, reclamando ostensivamente da arbitragem (que por sinal se comportou muito bem), e que ao proibir microfones em seus pedidos de tempo (numa ótima opção), privou a todos de suas bruscas e mais nervosas ainda admoestações ao grupo.

Sem duvida alguma o seu comportamento concorreu, e muito, na desestabilização da equipe em quadra (e muita atenção, pois dirigirá a seleção brasileira de novos, com seu assistente mais nervoso ainda, o técnico do Paulistano, numa faixa de idade e experiência, onde se exige acima de tudo, muita moderação e exemplos a serem seguidos…), ainda mais frente a erros técnicos visíveis, prejudicando decisivamente seu projeto tático para um jogo tão decisivo, onde a mais completa desordem no posicionamento dos rebotes foi o causador da débâcle defensiva, e até ofensiva, de sua equipe, vide os 45 rebotes conquistados pela equipe paulista, frente aos minguados 22 da sua (dêem uma olhada nas fotos), que por isso mesmo se viu freada numa de suas qualidades, os contra ataques ( que a turma moderna apelidou de “transições”…).

Outro fator importante, a desqualificação de seus longos arremessos pelo correto posicionamento defensivo de São José, muito mais atento aos movimentos lineares que precedem a ação de lançamento dos mesmos, travando-os, ou alterando suas trajetórias pelas anteposições defensivas exercidas, em contraponto à permissividade concedida aos arremessos de seu adversário, como bem atesta a primeira foto, onde o defensor carioca, antevendo um possível erro no lançamento de fora, se preocupa em iniciar um provável contra ataque, do que obstá-lo, como deveria fazê-lo. Situações como essa foram muitas, e deu no que deu, quando São José errou 26 lançamentos (13 de dois e 13 de três), contra 42 (25 e 17) de sua equipe.

Então contabilizando o prejuízo rubro negro, onde a perda e o domínio dos rebotes (seus pesados e lentos pivôs não foram páreo aos rápidos e ágeis pivôs paulistas) foi o fator decisivo, exigindo um treinamento acima do específico no posicionamento dos mesmos em quadra, assim como a mais tênue tentativa nas contestações aos arremessos paulistas inexistiu na maioria dos casos, além de alguns aspectos pontuais, mas importantes, como os equivocados lances livres cobrados pelo pivô Shilton (de longa data, sem correções eficientes), e a facilidade com que são batidos nas fintas de seus oponentes, e que nem os 17 erros de fundamentos (passes principalmente) dos mesmos foram motivos para um possível equilíbrio nas ações.

Se no segundo jogo da série, agora em terreno carioca, e jogado numa arena colossal (se der bom publico pode funcionar como apoio, senão…) a correção nos rebotes, nas contestações, e no melhor aproveitamento do jogo interior, não forem levados profunda e taticamente a serio, a equipe rubro negra enfrentará sérios problemas, já que seu adversário, incentivado pela primeira vitória e pelo bom momento técnico e tático que atravessa poderá estabelecer uma superioridade inalcançável em caso de uma nova derrota, e principalmente, que seu técnico ponha de lado sua faceta estelar e midiática, levando tranqüilidade à sua equipe, a fim de que a mesma atinja aquele grau de efetividade fundamentado no equilíbrio e na relação com seu líder, lastreado pelo equilíbrio, frieza e o velho e tradicional (tão esquecido nos dias de hoje) bom senso.

Amém.

 

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