NOSSO EQUIVOCADO BASQUETE…

Estou sem internet praticamente a dois dias, e mesmo não sei se a terei de volta neste sábado. A NET cobra caro na mesma proporção de seus falhos serviços na região em que moro, Taquara, o que me leva à decisão de mudar de provedor logo que for possível.

Mas, mesmo que a tivesse 100%, a cada rodada do NBB fenece em mim a curiosidade de testemunhar algo de novo, instigante, por sobre essa mesmice endêmica e massacrante que nos pune, pelo simples fato de amarmos o grande jogo, a não ser por raros e esporádicos exemplos de atitudes evolutivas tática e tecnicamente, como a equipe de Uberlândia em seus recentes jogos, o que ainda é muito pouco, quase nada, num cenário pré-olímpico de 15 equipes.

Um ou dois armadores, um, dois ou três pivôs, cinco abertos, um pivosão, nada representam sob a égide de “punhos, cabeças, polegares, camisas, especiais, para cima ou para baixo”, em imposições de fora para dentro da quadra, através coreografias rabiscadas em pranchetas cada vez mais “estrelas” de um sistema único, pétreo, inamovível e canhestro, pois nada muda taticamente, a não ser o reescalonamento dos (pseudos…)especialistas de 1 a 5 nas posições estratificadas do mesmo, onde os pivôs continuam a jogar fora do perímetro, inclusive entrando no time dos arremessadores de três, o armador após o passe inicial se esconde por trás das defesas, e os alas, inabilidosos nos fundamentos básicos do jogo se alçam em penetrações cometendo erros inacreditáveis, como nesse Pinheiros x São José onde foram 17, além dos 18/50 (36%) arremessos de três, contrastando aos 36/79 (45,5%) nos de dois, sendo que nos dois últimos pedidos de tempo das equipes, seus técnicos as orientaram diretamente aos arremessos de três, num jogo equilibrado até aquele momento, quando um Marcos, zerado na partida, liquida a fatura com dois arremessos de dois e um lance livre, irônico, não?

Honestamente, me preocupa a seleção para Londres, pois a cada dia que passa mais se aplicam nossos jogadores do NBB no jogo de três, pois defender fora do perímetro, exigência do Magnano, é solenemente desprezada por nossos craques, como se fosse uma questão lógica, afinal de contas na NBA ocorre o mesmo, a não ser pelo fato de que a linha de três de lá é bem mais distante que a da FIBA, além das dimensões da quadra serem maiores também. No entanto, duvido que sob o comando do Coach K, os estrelados da grande liga não anteponham os arremessos de três adversários, como no último mundial.

Enfim, de mesmice em mesmice vai caminhando tropegamente nosso basquete de elite, e o pior, o da pré elite também, pois na recém finda LDO (ou LDB?), além de tudo o que descrevemos, outro aspecto restritivo foi incluído, a velocidade descontrolada das equipes, quando, e por conta da mesma, os erros de fundamentos atingiram cifras realmente absurdas, comprometendo no cerne um trabalho de renovação que tinha tudo para dar certo, a não ser pelas “filosofias” implantadas… Mas isso é outra história.

Amém.

Foto – Divulgação LNB.

O EMOTIVO RACHÃO…

Não foi propriamente um jogo, e sim um pungente rachão, onde sistemas de jogo inexistiram, defesas idem, e o pior, um número absurdo de erros (29) divididos irmãmente pelas duas equipes.

Foi duro de assistir, como está sendo duro de comentar, pois se de um lado vimos um Tijuca desconjuntado, com cada jogador querendo vencer o jogo sozinho, alguns declaradamente fora de forma física, outros superando limitações técnicas, e uns poucos assumindo suas qualificações de jogadores de uma liga superior, como o Casé, o André, o Bahia, o Colonese e o Diego, por outro, uma equipe declaradamente tensionada, física e emocionalmente, parecendo um elástico estendido ao seu máximo, bem próximo de sua total ruptura.

E em alguns essa ruptura está bem próxima, como no caso do Marcio, que após alguns minutos de atuação, desaba seu corpo totalmente crispado no solo, onde com a ajuda de um assistente tenta alongar músculos tensos e cansados, ou a pior das tensões, a mental, onde um Probst se descoordena tecnicamente, um Drudi se fixa teimosamente no seu delimitado espaço para os curtos arremessos, e dois americanos buscam um GPS para se colocarem taticamente numa quadra onde se joga um jogo incompreensível para eles, afinal, Franca tem 18 jogadas de ataque, que o diga o sérvio recém contratado, que ainda deve estar estudando as cinco primeiras…

Então, de um lado uma equipe jogando aleatoriamente, e cujo arremedo de uma jogada planejada tinha somente um ponto de partida, as penetrações de um habilidoso André (vide foto), para finalizações, ou assistências a um dos pivôs. No mais, briga intensa nos rebotes, onde foram muito bem, 11 lances livres perdidos, e mais nada.

Do outro lado, um Helio fulgurante, ajudando técnica e taticamente seu técnico pai, claramente cansado com a situação decadente de sua equipe, cujos motivos somente ele poderá contornar, não fosse o decano e mais experiente dos técnicos da liga.

Mas algo deve ser mencionado com muita atenção, a atuação de um dos mais subestimados jogadores que conheço, o Casé (foto), que foi o artífice da vitoria de sua equipe, com uma atuação irretocável na segunda prorrogação, quando defendeu, reboteou e pontuou de forma realmente magistral, tendo sido o  único que prestigiou publicamente o demissionário e competente técnico Miguel Palmier, que cometeu um único erro ao subir para a liga superior, o de  manter a grande maioria de uma equipe vencedora na Copa Brasil, mas insuficiente tecnicamente no patamar de cima, onde condicionamentos técnicos, táticos e físicos delineiam sua trajetória na mesma, e onde ter um plantel se torna mais importante do que uma equipe básica.  Uma liga superior não perdoa grupos fechados e capitanias hereditárias de jogadores, sendo simples e objetivamente o lugar para os melhores, ou no caso da LNB, deveria ser…

Enfim, foi um jogo para ser esquecido, e os dois técnicos, o contratado e laureado Miguel Ângelo da Luz, e o decano Helio Rubens, terão um imenso trabalho para reencaminhar suas fraturadas equipes de encontro a um destino vencedor. Torço para que sim, a ambos.

Amém.

Fotos – Divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

LARRY, O TRANSGRESSOR…

-“Noite de gala do Larry, o mito. Fantástica exibição para deixar o Magnano ligado para Londres. A CBB deveria estar mexendo os páusinhos no Ministério da Justiça para naturalizá-lo…”

A mídia se assanha ante a divina performance do americano “mais brasileiro do pedaço”, mesmo já tendo conhecimento da negativa do MJ sobre o assunto, e não se conforma, ainda mais quando sutil e politicamente o presidente da CBB “deposita” nas mágicas e isentas mãos do argentino (afinal ele é…argentino) a suprema decisão sobre as convocações dos magos da NBA que se negaram ir ao Pré Olímpico de Mar Del Plata. Caramba, já imaginaram os quatro da grande liga, mais o Huertas e a turma européia?  Medalha na certa!!

Como desprezos antigos não cunham medalhas, que se danem princípios, ética, superados nacionalismos, decrépitos patriotismos, pois o que conta (inclusive nos bolsos…) é medalha, e estamos conversados.

Mas, voltemos a Bauru na noite de ontem, quando vimos duas equipes trocarem figurinhas por três longos quartos (inclusive o Larry), com uma hemorragia de arremessos de três, 20 erros de fundamentos (o paraguaio “anda” demais e adora chutar para além do perímetro, onde é encontrado para bloqueios o jogo inteiro…), inexistência defensiva externa, e consentida internamente, como num jogo de compadres, até que, no quarto final o Larry resolveu jogar “à vera”como deveriam ambas as equipes o fazer desde o começo, principalmente no cumprimento do ritual defensivo, quando, ai sim, pudemos constatar qual equipe pode ser considerada superior a outra, pois, como num passe de mágica, com a subida da defesa para fora do perímetro externo, contestando os arremessos de três, e dobrando por cima do fraco armador, Bauru impôs uma diferença de 20 pontos (32×12), dando números finais ao jogo, evidenciando sua supremacia.

Então, o Larry não foi tão mítico assim, pois se poupou para um quarto final, o que duvido aconteceria em sua equipe universitária americana, onde defender é caso de honra, e quase sempre por 35seg de posse de bola dos adversários, provando mais do que nunca que está perfeitamente sintonizado com o basquete tupiniquim no que ele tem de mais simplório, sua pungente limitação técnico tática, onde pivôs são esquecidos, provocando nos mesmos reivindicações aos longos arremessos (se todos chutam, por que eu não?…), armadores focam mais a pontuação do que a assistência, e alas, indefinidos tática e estrategicamente desde a formação, centram seu poder de fogo nos arremessos de três e não na capacitação às fintas e ao drible incisivo ao perímetro interno, como os bons alas devem atuar.

Sem dúvida o Larry é um bom jogador para a realidade do sistema único com sua mesmice endêmica, mas, um excelente artista quando emerge do usual rame-rame que vivencia, ao saltar por cima das amarras, deixando fluir sua criatividade , poderosa presença ofensiva, e defensiva também, para num único quarto definir e decidir um jogo previsível e caduco.

Mas daí colocarmos em sua improvável convocação o nosso destino olímpico, vai uma enorme diferença, pois nos situa no perigoso bordo de sermos incapazes de formar bons armadores, no que até pode parecer real, se teimarmos nesse limitadíssimo sistema único, monitorado, formatado e padronizado, em vez de algo inusitado, flexível, criativo, corajoso e acima de tudo responsável, para que nossos jovens se vejam perante o novo, o absolutamente novo, como na explosão criativa do Larry no quarto final do jogo de ontem, quando ao romper com a mediocridade fez luzir algo que nos é permanentemente negado, a arte de jogar e amar o grande jogo.

Foi uma grande demonstração de fundamentos do jogo, simples assim, fundamentos.

Amém.

Foto-O pivô Agba do Baurú. Sergio Domingues DHP Foto

FIM DE UM ATO…

Fim de um primeiro ato, fim de uma etapa que tem de ser continuada, começo de um longo caminho, espinhoso, escarpado e acima de tudo, sonhado.

A LDO tem de dar seguimento a um trabalho longamente acalentado, e profundamente necessário ao soerguimento do grande jogo desde sempre. Continuidade e muito planejamento se tornam prioritários a um projeto dessa magnitude, pois dele depende diretamente o sucesso da fundamental renovação das equipes do NBB.

Mas ao apagar das luzes desse primeiro campeonato, algumas considerações se fazem necessárias, a começar sobre o jogo final.

Numa partida que sacramentou a tendência do jogo em alta velocidade, comum a todas as equipes participantes do quadrangular final, tanto o Flamengo, como Bauru não aliviaram o acelerador em nenhum momento, fator que prejudicou a equipe paulista de maneira decisiva, quando ao colocar 12 pontos de vantagem no terceiro quarto, optou em se manter rápida na quadra, aspecto este que só beneficiou os cariocas na busca de pontos no menor tempo possível, que foi o que aconteceu no quarto final. Abrandasse o ritmo de jogo naquela altura em que liderava o placar com razoável diferença, Bauru venceria pela quebra da intensidade ofensiva do Flamengo, para o qual a manutenção da alta velocidade o mantinha no foco do jogo. E foi o momento em que as equipes mais correram, e por isso mais erraram, nos dribles, nas fintas, nos passes, nos longos e desnecessários arremessos, e acima de tudo nas defesas, desgastadas fisicamente pela desenfreada correria. Faltou alguém que colocasse “a bola debaixo do braço” no Baurú, assim como a armação do Flamengo manteve e acelerou mais ainda o ritmo, incluindo uma pressão quadra inteira, responsável pelo desmantelamento ofensivo paulista, culminando com algo absolutamente inusitado, quando um pivô reserva, o Ricardo Bampa, arremessou com sucesso duas bolas de três pontos, sem ser minimamente contestado, e concluiu um passe interior do armador Gegê com uma bandeja simples (terceira foto) e eficiente, ganhando o jogo com justiça, muita luta e enorme dedicação, mesmo jogando de forma atabalhoada e descoordenada.

Mas, o preocupante foram os altos índices de erros nos fundamentos por todas as equipes intervenientes, numa clara e indiscutível evidência da falha formação de base neste básico ponto, comprovando a preferência dos técnicos pela imposição técnico tática por sobre os fundamentos do jogo, desde muito cedo, desde o inicio da formação, seguindo a diretriz da formatação e padronização imposta ao grande jogo no país.

Entretanto, algo constrangedor ocorreu no ginásio do Tijuca, quando todo um lance de arquibancada e cadeiras foi vetado ao público, sendo liberado o lance enfrente às câmeras de televisão, para transmitir a impressão de ginásio lotado para uma decisão veiculada nacionalmente pela mesma, tirando o conforto de muitas crianças e mulheres presentes, num claro desrespeito aos mesmos, e indesculpável numa praça de esportes com o ingresso liberado, num estratagema condenável e perigoso ( duas primeiras fotos).

Finalmente, me vi convidado pela direção da LNB, para ao final da competição fazer entrega de um dos prêmios concedidos aos mais eficientes, aquiescendo com satisfação ao mesmo. E qual foi minha surpresa quando entreguei o troféu de técnico mais eficiente ao Paulo Sampaio do Flamengo, conhecido por mim desde sua época de jogador, com o qual sempre mantive um salutar relacionamento, mesmo quando exerci algumas criticas sobre opções técnicas do mesmo, mas sempre pautadas pela isenção e pela ética profissional. Sei do respeito que ambos mantemos, e o parabenizo, assim como toda a sua jovem equipe pela conquista, importante para o basquete do Rio de Janeiro, tão abandonado desde a fusão da Guanabara com o Estado do Rio, quando deixamos de ser o segundo estado mais rico da federação, para nos tornarmos num município à beira da miserabilidade econômica e moral em que nos encontramos.

Mas acredito, como bom carioca, que dias melhores virão.

Desejo a todos um 2012 pleno de saúde, esperanças e muita paz.

Amém.

 

Fotos- Reprodução da TV, divulgação LNB e produção própria,

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VÍCIOS ADQUIRIDOS…

Sem dúvida alguma a LDO é um campeonato que vem preencher um enorme vácuo na trajetória da maioria dos jovens que saem das divisões de base em direção a elite do basquetebol nacional.

No entanto, não basta participar do mesmo sem que possuam o preparo básico adquirido nas divisões de formação, principalmente quanto aos fundamentos individuais e coletivos do grande jogo. E sob esse aspecto eclode uma questão – estarão esses jovens realmente preparados para a divisão principal?

Analisemos dois dos melhores armadores dessa competição, o Gegê da equipe do Flamengo, e o Raphael de Brasília, ambos com alguma experiência em equipes do NBB, ambos considerados reais promessas para 2016, mas que, no entanto, a exemplo de grande parte dos armadores das demais equipes participantes da LDO, em absoluto estão preparados tecnicamente para exercer um papel de líderes de equipes dentro do atual estágio em que se encontram no domínio da ferramenta básica para tão importante papel, os fundamentos do jogo.

Vejamos o jogo de ontem, quando ambos se enfrentaram ofensiva e defensivamente, arbitrados por um trio de juízes, sendo um deles arbitro internacional, mas que, omitindo a aplicação das regras, permitiram que ambos as violassem sucessiva e permanentemente durante toda a partida, ao driblarem incorretamente nas mudanças de direção e nos cortes laterais e em reversões, paralisando momentaneamente a bola em suas mãos (e por isso mesmo interrompendo sua trajetória livre de encontro ao solo), caracterizando a infração de condução, se estivessem em parada momentânea, ou andar com a bola, se em deslocamento. Por se tratar de um movimento muito rápido, a captação fotográfica do mesmo é bastante difícil, mas o exemplo acima (segunda foto) demonstra com clareza a violação, pois a bola se encontra espalmada por baixo, caracterizando a interrupção da sua trajetória descendente de encontro ao solo. A visão acurada do vídeo do jogo demonstra inequivocamente, que tal ação foi desenvolvida em todo seu transcorrer, por ambos os jogadores, em grande velocidade, “facilitando”, pela imobilidade transitória da bola, transposições defensivas e penetrações improváveis se executadas dentro do espírito das leis do jogo, e tudo sob o beneplácito da arbitragem. Essa violação, que é reprimida na Europa, bastante tolerada na NBA (afinal o espetáculo deve priorizar a estética…) e eventualmente punida por alguns de nossos juízes, que erroneamente a classificam como condução, quando o jogador está em movimento, no que seria andar com a bola, pois o binômio ritmo-passada é descontinuado, gerando a violação.

Outra falha lamentável nos fundamentos é a da imprecisão e aplicação dos passes, onde um dos preceitos mais dogmáticos existentes no grande jogo é o de hipótese alguma ser permitido que os mesmos sejam realizados paralelamente à linha final, pois se interceptados tornam impossível sua defesa, principalmente se originados pelo (s) armador (es) da equipe. A primeira foto demonstra com clareza uma das muitas tentativas executadas desse tipo de passe nos jogos da LDO.

Muitas outras falhas nos fundamentos poderiam ser apontadas, para serem discutidas à luz da grande carência formativa de nossas gerações de jovens, muito mais treinados e orientados às táticas e sistemas de jogo, do que ao efetivo domínio dos fundamentos, sem os quais aquelas se tornam inócuas e falimentares.

No entanto, aquelas duas apontadas acima, que são características dos armadores em suas funções de levadores de bola, fintadores estratégicos e alimentadores de seus companheiros, fora e dentro dos perímetros de jogo, são por demais importantes e decisivas para serem minimizadas em sua execução e finalidade, quando está em jogo o futuro do nosso basquetebol, que ainda padece da ignorância de alguns segmentos que o compõe, sobre o verdadeiro conhecimento exigido no preparo de nossos jovens, em direção à plenitude dos fundamentos do grande jogo.

Vícios adquiridos na formação são de difícil, (sem ser impossível) correção, exigindo de todos, professores, técnicos, e por que não, juízes, atenção e cuidados constantes para que não se fixem e se perpetuem para muito além da prática deste grande, grandíssimo jogo.

Amém.

Fotos-Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A 120 KM/H…

“Quero ver o time a 120 km/h”- Foi essa a instrução do técnico do Flamengo ao início do jogo, e que justiça seja feita, foi obedecida integralmente, pois daí para diante pudemos testemunhar uma das maiores correrias vistas em uma quadra de jogo, e o mais emblemático, seguida pela equipe do Paulistano, como se tivessem combinado a ação previamente. E mais emblemático ainda foi a constatação de que o jogo preliminar, entre Bauru e Brasília tenha se pautado da mesma forma. Em síntese, as quatro finalistas da LDO propuseram na prática mais uma competição de corrida em velocidade, do que um jogo pensado e desenvolvido com técnica apurada nos fundamentos, e na qualidade dos sistemas propostos. Aliás, o sistema proposto, o único que conhecem e praticam, onde pivôs continuam jogando no perímetro externo, bloqueando, armando (foto) ou arremessando à cesta, de três pontos; armadores se situando fora do foco das ações em sua corridas por trás das defesas; uma infinidade de passes contornando as defesas, originando penetrações forçadas pelo esgotamento dos 24seg , com arremessos desequilibrados, e muitas vezes fora do aro da cesta.

Ao lembrar o grande Wlamir Marques, que sempre afirma ser a extrema velocidade inibidora do raciocínio, do pensar o jogo, e que os jovens deveriam correr menos e pensar mais, podemos aquilatar o quanto de desperdício de talentos está ocorrendo com essa frenética forma de jogar.

Perdas e perdas de bola acarretadas por dribles desconexos, fintas equivocadas, passes fora do tempo, arremessos despropositados, posicionamentos defensivos errados dentro do perímetro e inexistentes fora dele, num incentivo explícito aos arremessos de três; movimentação nula sem a bola é agravada pelo desenfreado ritmo imposto por um modelo anacrônico, formatado e padronizado do sistema único de jogo.

Equipes com dois, e até três jogadores com mais de 2,05m não sabendo jogar com os mesmos, mantendo-os, a exemplo da divisão adulta, como buscadores das bolas perdidas dos longos arremessos de seus companheiros, desconhecendo os giros de 180 graus ao conquistarem os rebotes, forçados e orientados a bloqueios muito distantes do perímetro interno, sua destinação de direito, enfim, atuando como coadjuvantes eternos em suas equipes. Mas quando recebem um passe ao lado do garrafão, e iniciam os dribles de costas para a cesta, todo o restante da equipe, como que paralisada pela tentativa de seu pivô, não se move da inércia catatônica  de que fica possuída, caracterizando seu desconhecimento do que venha a ser jogar sem a bola, principalmente quando a mesma se situa bem dentro da zona restritiva.

No entanto, bons valores justificam a regra geral com suas habilidades de exceção, principalmente aqueles que já atuam na categoria adulta, como o Gui, o Gegê, o Fred, o André, o Ronald, e outros com poucas oportunidades na mesma, mas que pouco se desenvolverão se não forem profundamente exigidos no preparo e pratica constante dos fundamentos, e que tenham a oportunidade de se situarem técnica e taticamente em sistemas outros de jogo, além do coercitivo e inibidor sistema único, onde os grandes beneficiários desde sempre, os técnicos, hesitarão muito em abandonar suas privilegiadas posições de estrategistas, que os situam pratica e pretensamente, como os donos do jogo, como bem comprovam suas pranchetas, pródigas e prolixas na elaboração de jogadas infalíveis, mas sempre e completamente omissas quanto ao posicionamento defensivo, mesmo primário, de seus oponentes face ao que projetam e planejam.

Nosso basquete de base se encontra absolutamente órfão de criatividade, de espontaneidade, de domínio dos fundamentos, de conhecimentos técnico táticos outros que não o onipresente sistema único, e que agora, como grande conquista, se encontra sob o jugo da velocidade inconseqüente, impensada e estéril, aquela situada a 120 km/h.

Frear para pensar com mais lógica e raciocínio, seria uma boa solução, um bom começo para acelerar o processo de amadurecimento técnico e tático desses jovens. Eles já fazem por merecer um melhor preparo, visando um futuro mais promissor.

Amém.

Fotos- Reprodução da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O ALICERCE DO GRANDE JOGO…

FUNDAMENTALISTA

 

Por Hermínio Barreto

 

 

O que será isso de treinador fundamentalista?

Será um treinador que sabe de fundamentos; um treinador que sabe ensinar fundamentos; ou um treinador que consegue que os seus jogadores aprendam e apliquem os fundamentos?

Estou mesmo a ver. Não direi espanto, mas pelo menos alguma estranheza, isso sim. Perguntarão?

 

– Será que se vai descobrir agora que o basquetebol não anda para a frente porque já não temos treinadores fundamentalistas?

 

Mas isso já todos fomos, julgamos. Hoje outras preocupações nos acompanham. Estamos noutro nível.

Esta é boa! Então agora que a literatura de ponta nos alerta para o equilíbrio a perseguir entre a preparação física e a mental (até já sei umas coisas de cibernética); agora que tenho gravações em vídeo para preparar (e falta-me tempo) a estratégia para o próximo jogo; agora que tenho de treinar as saídas de pressão e as combinações ofensivas para as “boxes” que tenho de enfrentar; agora que tudo tenho para andar para a frente!…

É verdade, caro “Coach”. É duro, mas é verdade.

Interrompa por breves instantes o fluxo das idéias que neste momento percorrem e preenchem o seu pensamento (vem aí mais uma época e imagino quanta coisa bonita vai nessa cabecinha), e medite um pouco.

Desde já as minhas desculpas por ir interromper a leitura da sua última Scholastic Coach (Triangle & Two “Hearth Defense”), mas prometo não roubar-lhe muito tempo.

Pois foi também numa Scholastic Coach (viajávamos para os Açores para mais um curso), que o “Velhão” (1) me passou, e daí retirei o motivo para este meu comentário.

Não é nenhum trabalho de fundo. É apenas uma entrevista. A personalidade entrevistada, quem não a conhece no mundo do basquetebol? Trata-se de John Wooden.

Como jogador foi considerado o melhor Base dos primeiros cinqüenta anos do basquetebol. Como treinador, da UCLA, ganhou dez títulos (NCAA) em doze épocas. Dois antes de Lew Alcindor; três com Alcindor; dois depois de Alcindor; dois com Bill Walton; e dois depois de Walton.

JOHN WOODEN, o único homem que entrou para o “HALL OF FAME” na dupla qualidade de jogador e de treinador.

Quando joguei, diz Wooden, não havia postes. Mas como treinador já foi diferente. E hoje, pese embora uma significativa melhoria na qualidade técnica e física dos jogadores, o jogo não evoluiu. O talento dos jogadores e o seu estilo de actuação não estão ao serviço da equipa.

Tive dois excelentes treinadores. Glen Curtis no Liceu e Piggy Lambert na Universidade. Curtis era um extraordinário FUNDAMENTALISTA. Piggy era um “expert” na preparação física e no relacionamento com os jogadores. Direi mesmo, que para a época (1920), era um fora de série.

Porque a essência das coisas que asseguram o sucesso no jogo não mudou, e isso tem a ver primeiro com os fundamentos, e depois com a aplicação dos fundamentos ao serviço do jogo (pormenor que não preocupa os treinadores de hoje, como preocupou os de ontem). Se Piggy Lambert voltasse a treinar, voltaria a ser, hoje, um treinador com sucesso.

Resta acrescentar que Wooden disse isto em Novembro de 1985. Mais: disse nos Estados Unidos e para o basquetebol americano.

Se o essencial se mantem;

Se a essência desse essencial são os fundamentos;

Se uma equipa se faz aplicando os fundamentos;

E se um treinador dos anos 20, porque não desprezava o essencial, se voltasse a treinar hoje teria sucesso;

O que deveremos ser nós para o nosso basquetebol?

Só mais um segundo. Estou a terminar. Tem já a seguir uma linha, que deixo em branco para si.

 

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Escreva a sua resposta. Conserve-a. No final da época, releia. O seu ano de trabalho ajudará a corrigir ou a melhorar a resposta.

 

Uma achega mais. Recolhi da cronista Hélia Correia, a propósito de “queremos saber agora o que é ser europeu sem estarmos bem seguros do que é ser português”, em crônica intitulada “Colagens”: “Despojados que estamos da tragédia e da glória, tentamos copiar, sem grande convicção, os sinais de progresso e da modernidade sem que antes saibamos produzir-lhe a essência”.

 

(1)   “Velhão”, com respeito e consideração.

PS- O “velhão” mencionado no texto se refere ao Prof. Teotônio Lima, decano dos treinadores de basquetebol de Portugal.

 

Veiculo esse texto do grande professor Hermínio Barreto de Portugal, publicado na Revista “O TREINADOR”, número 16, em junho de 1986, órgão divulgador da  Associação Nacional de Treinadores de Basquetebol, e que se notabilizou como grande jogador, treinador e comentarista da RTP, além de professor do ISEF (hoje FMH/UTL), grande amigo e autor prestigiado por toda a comunidade européia de basquetebol, com quem tive a honra de trabalhar no Gabinete de Basquetebol do ISEF, quando do meu doutoramento no país irmão.

UM EMAIL ESCLARECEDOR…

Assunto Professor Paulo
Remetente Henrique Lima
Para Paulo Murilo
Data Ter 09:09

 

 

Professor Paulo Murilo, como está?

 

Primeiramente, um feliz natal e feliz 2012, de muita paz, saúde, basquetebol e textos. E da minha parte, obrigado por tantos ensinamentos, ainda que à distância,

mas com a proximidade que a internet pode nos proporcionar. Embora alguns reclamem da modernidade, acredito que é melhor poder ler seus textos pela internet,

essa ferramenta excepcional, do que nunca ter tido a oportunidade de lê-los, caso isso não existisse !

 

 

Agora, o senhor viu Chris Paul e Chauncey Billups juntos na armação do Los Angeles Clippers? Dois armadores fantásticos, da melhor qualidade, jogando juntos.

No garrafão, dois laterais, o fabuloso Blake Griffin e o excelente Caron Butler, apenas um pivô, embora cru nos fundamentos (o que é uma pena), mas com

muita velocidade, agilidade e qualidade no saltos e tempo de bola para tocos, além de pegar alguns rebotes, De Andre Jordan. Mo Williams, outro veterano armador, é o

sexto homem. O Clippers montou um belo e organizado time. Caso o senhor não tenha visto, lhe recomendo.

 

O Dallas jogando com Kidd e Barea, parece que não passou despercebido por aquelas bandas, já por aqui, poucos esforços, talvez por isso eu tenha gostado de Minas

e Limeira, é algo fora do nosso padrão e que o senhor batalha tanto para ser pensando, refletido e praticado.

 

Um forte abraço,

 

Henrique Lima

 

Ao receber esse email de um leitor de longa data, com o qual travei (e ainda travo) excelentes debates, me vi perante um impasse do tipo – “Que bom que ele existe”- pois nos obriga a optar por um de dois caminhos, ou se desiste de batalhar por um ideal, ou segue-se na luta, mesmo que dificilmente (não impossível…) o alcancemos. E que ideal é esse, caro Paulo? O de ver, testemunhar uma efetiva e séria mudança no nosso modo de jogar, sentir, ver e ler o jogo de outra forma, que não a mesmice endêmica a que nos atrelamos subservilmente  nas últimas duas décadas. E esse email nos obriga a lembrar que a luta mal começou, e que muito ainda há por vir, principalmente quanto à dupla armação (dupla mesmo, e não um reparo substituindo um dos alas por um armador dentro do sistema único…), e um jogo mais dinâmico e veloz dentro do perímetro, com dois e até três pivôs móveis (ou alas-pivôs se preferirem), modificando a essência do jogo, numa guinada radical e ousada no mundo formatado e padronizado do basquetebol.

Essa guinada se torna necessária, na medida em que celeremente o sistema único se aproxima da exaustão, pelo quase absoluto controle do jogo por parte dos técnicos, com suas coreografias repetitivas, e suas pranchetas absurdamente impostas como um dogma sagrado. A criatividade, o livre pensar e ler o jogo por parte dos jogadores tem de ser resgatado dessas coercitivas amarras, a fim de que seja recriado o maior dos tesouros deste grande jogo, o amor incondicional em jogá-lo, desde a formação até as divisões adultas.

Mas como fazê-lo Paulo, pois simplesmente copiar o que vai dando certo não garante o sucesso de uma equipe, já que determinantes e decisivas transformações exigem toda uma didática de ensino, profundamente alicerçada em estudo, pesquisa e trabalho árduo, ações essas que não encontram muitos adeptos entre os estrategistas de plantão.

Isso me recorda o testemunho de um veterano técnico que  disse  algo referente a minha obsessão de estudar sistemas de jogo – “Por que vou quebrar minha cabeça com isso se você já o faz? Basta ver o que dá certo e copiar…”.

Essa é uma realidade que se repete ad perpetuam em nosso basquete, e não só o nosso, como no de muitos países, até mesmo aqueles considerados de ponta, aonde a concentração de talentos de 1 a 5, contratados a peso de ouro, vem garantindo a perpetuação dos tais estrategistas, para os quais ensinar algo a um deles, mesmo um  movimento fundamental, sequer é cogitado, e por um único aspecto, não sabem como fazê-lo, ficando a espera de quem o faça, para oportuna e simplesmente…copiar.

Por tudo isso, nunca a necessidade de evoluir tenha alcançado o patamar da sobrevivência a que chegamos, onde o investimento transcendental tem de ser concentrado na formação de base, através a somatória de esforços daqueles que realmente concentram o conhecimento do grande jogo, na contramão dos simplificadores estratégicos que teimam em formatá-lo e padronizá-lo à mesmice endêmica em que o aprisionaram. Trata-se, repito, de sobrevivência do grande jogo entre nós.

No próximo dia 27 poderemos ver ao vivo o quadrangular final do torneio da LDB para a divisão sub 21, até agora acompanhado por estatísticas, nas quais o índice de erros de fundamentos chegam a assustar pelos seus elevados e injustificáveis números, assim como também poderemos testemunhar a existência, ou não, de algo técnico tático inovador, ofensiva e defensivamente falando, já que se trata da geração sucessora da que ai está competindo no NBB.

Lá estarei torcendo contritamente para que algo de novo e de bom esteja nascendo no âmago do grande jogo.

Desejo a todos os professores, técnicos, jogadores, diretores, jornalistas, ou simples e apaixonados torcedores que lêem e prestigiam esse humilde blog, um Feliz Natal, e um Ano Novo de conquistas e pródigo em saúde e muita paz.

Amém.

OS AMERICANOS…

E os capixabas se superam, pois acabam de bater um novo recorde, o de derrota pela maior diferença de pontos, recorde este que pertencia a eles mesmos, desde os 54 pontos de diferença impostos ao Vitoria pelo Flamengo no NBB3, para uma esmagadora e constrangedora diferença de 62 pontos do mesmo Flamengo sobre o Vila Velha, contagem inadmissível dentro de uma competição deste nível.

Três foram os americanos contratados pela equipe do Espírito Santo, como uma solução pela péssima campanha no NBB3, igualmente encontrada pela equipe de Franca, mas que ao final dessa nona rodada as fazem ocupar as colocações inferiores da tabela, provando que americanos por si só não elevam equipes à ponta classificatória, e sim treinamento altamente qualificado que, pelo menos, os situem harmonicamente dentro de suas equipes, e não como o centro irradiador das mesmas, pois na maioria das vezes não têm qualificações para tanto, já que excedentes de pelo menos quinze ligas profissionais espalhadas pelo mundo.

O incrível sobre tais contratações, é que a maioria delas preenche o imaginário de muitos técnicos, ávidos em “comandar” americanos, como se tratasse de um salto qualitativo em suas carreiras, um invejável acréscimo em seus currículos profissionais (?).

Agora imaginemos um jogo entre duas equipes nacionais com três americanos em cada (caso de Franca e Vila Velha), que pelo investimento em dólares os fazem titulares, ocupando seis posições contra quatro de brasileiros, e com técnicos que balbuciam um ininteligível inglês, para avaliarmos o caos comunicativo que se instalará na quadra, ainda mais quando a pretensa superioridade de jogo dos estrangeiros inexiste na pratica. Imaginaram?

Pois caros leitores é exatamente o que vem ocorrendo no NBB4, com duas equipes perdendo cada vez mais jogos (inclusive com recordes negativos de contagem) de um lado, e seus técnicos incapacitados de fazer jogar americanos de DVD, que de português só devem conhecer a palavra salário, de outro.

Sem dúvida alguma alguém deve estar lucrando com tudo isso, quando menos, pela errônea publicidade de que um americano no time resolve problemas, quiçá três, num monumental equivoco lastreado por um sentimento, praticamente irremovível, de colonialismo endêmico que se apossou das lideranças de nosso basquetebol nas duas últimas décadas.

Quando observamos com satisfação a produtividade técnica de alguns jogadores latinos, onde até um paraguaio demonstra insuspeitadas qualidades, numa liga que ainda se situa no limiar de maiores investimentos, e os vemos serem liquefeitos em contratos com jogadores de quarta linha (com três ou quatro exceções), pagos em dólares, e completamente fora da nossa realidade econômica, e por que não, técnico tática, em detrimento de bons jogadores nacionais, basicamente os mais novos, trocados pela quimera da supremacia americana equivocadamente pronta para o consumo, por uma plêiade de técnicos que se nega, ou não tem conhecimento, para treiná-los nos fundamentos, corrigindo-os para que exequibilizem seus sistemas e táticas, temos de nos preocupar seriamente, pois dos mesmos depende o futuro do grande jogo entre nós, e somente deles, os verdadeiros técnicos e professores de basquetebol.

Creio que daí para frente, somente o resgate da meritocracia nos guiará pelo soerguimento sustentável do grande, grandíssimo jogo.

Amém.

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA A FAMÍLIA 3…

Um foi “estrangulado” e saiu desacordado, com um corte profundo na testa causado por uma cotovelada. O outro teve o braço quebrado. Duas brigas feias em boate? Não, esporte.

( Zuenir Ventura no O Globo de 14/12/2011)

No mesmo jornal, em 12/12/2011, a foto acima assim é descrita – DESACORDADO, LYOTO é amparado pelo juiz após ser estrangulado.

E na outra foto – FRANK MIR aplica a chave que fraturou o braço de Rodrigo Minotauro.

Incluo outra para que o leitor grave bem a imagem de um atleta(?) de olhos vidrados, inerte, desacordado em seu local de disputa (trabalho?).

Dias atrás o locutor polivalente Galvão Bueno, em transmissão aberta, assim descreveu aos brados que o caracteriza, os momentos finais de uma luta – Outra esquerda, outra esquerda, esquerda, esquerda, acabou…Brasiiiil!-

Mas em momento algum deixou transparecer qualquer preocupação pelo fato de que, a cada pancada dada livre e sem defesa alguma na cabeça do prostrado lutador, seu cérebro se chocava violentamente nas paredes internas de sua caixa craniana, desacordando-o violenta e perigosamente, para gáudio de uma audiência mais insana do que a luta em si, agora elevada a atração maior no desporto pela emissora que se auto designa como a líder dos princípios educacionais da juventude brasileira.

E mais promoções estarão por vir, em arenas cada vez maiores, financiadas por falsos mecenas, envoltos soturna e indevidamente pelo manto do desporto, locupletando-se da ausência cultural que nos asfixia proposital e criminosamente com o discurso da redenção de nossos jovens através da pancada institucionalizada, fazendo coro a um Dana White em sua afirmação de que em pouco tempo veremos o MMA superar o Futebol no país, nesse infeliz e desorientado país, afirmação aquela que não ousou externar em seu país de origem, mas apoiado pelo campeão Anderson Silva que afirma ansiar ver o MMA incluído no currículo de nossas escolas. Lamentável.

E endossando essa barbárie, prefeituras e estados apóiam com louvor o já denominado programa para toda a família, que unida em suas gerações, presentes aos espetáculos, torcem e vibram pelo sangue derramado, pelas fraturas e estrangulamentos, até que um dia a arena seja real e ansiadamente denominada como o reino dos gladiadores do terceiro milênio, definição majestosa e insana de seu maior propagador.

Melhor impossível.

Ave Cesar.

Fotos-Clique nas mesmas para ampliá-las.

PS- [20:03:46] Jay Raw:

Charles Chaplin – O Ditador

[20:04:35] Paulo Murilo Alves Iracema: Oi João, vou olhar

[20:11:47] Paulo Murilo Alves Iracema: João meu filho, você pode não acreditar, mas no momento, no exato momento em que terminei o artigo de hoje seu MMS chegou com esse link, que incluirei no artigo, pois é um libelo contra a violência, um rasgo de esperança nesse mundo convulso e indefeso. Obrigado, o artigo agora foi completado.

Octagon, um programa para toda a familia…

Octagon,um programa para toda a familia 2…