A MUDANÇA(?)…

Escalada a equipe com os armadores Huertas e Benite (sim senhores, armador, conforme testemunho público dele próprio, e que o motivou a trocar de equipe…), o ala Marcos, e os pivôs Spliter e Hettsheiner, numa mudança conceitual importante, e o que se ouviu de comentários televisivos iam de “ uma chance aos que pouco atuaram”, a “não importam os que iniciam uma partida, desde que o coletivismo não seja alterado”, que das duas uma, ou nada entendem de formações táticas, ou jamais darão o braço a torcer quando suas inarredáveis concepções de sistema único de jogo sejam postas em dúvida, afinal é o que conhecem desde sempre.

Claro que aquela formação inicial não daria uma sequer razoável liga coletivista por parte dos jogadores, depois de uma vida inteira voltada ao sistema único, mas era algo realmente, e de acordo com as atuais e indefinidas circunstâncias, surpreendente, e seria um laboratório prático para que o Magnano e seu assistente Duró colhessem algumas e importantes informações sobre o “como contornar” dois dos inúmeros problemas que os afligem, o preenchimento do miolo defensivo, e a ausência nos rebotes ofensivos, além de pesquisar, também na prática, como incrementar o jogo ofensivo interior com dois armadores. Mesmo assim, fez entrar nesse quarto inicial o Alex e o Guilherme, que com suas duas bolinhas de três estabeleceu a diferença num placar de 20 x 13, selando sua já confessa dependência das mesmas.

Daí em diante, atestada a passividade comprometedora da equipe panamenha, com seu técnico pouco, ou nada ouvido por seus jogadores, tornou-se a partida um imenso racha, com a participação festiva de todos, mas com um fecho constrangedor, pela única tentativa de arremesso do Nezinho, o último a entrar, um petardo de três, mais para tiro de meta, do que um arremesso de basquete. Triste, muito triste.

Ah, em tempo, foi o jogo com o maior índice de bolinhas, 11/24, onde só o Marcelo perpetrou um 3/7! Sob esse aspecto, o Magnano não tem o que se preocupar, pois quem sabe, logo mais contra os seus compatriotas as famigeradas caiam aos magotes?

Sem dúvida alguma o bom argentino se encontra numa tremenda encruzilhada, e sua fugaz experiência ao inicio do jogo demonstrou o quanto de preocupação aqueles dois “vazios” acima mencionados o incomodam, ainda mais quando terá pela frente os três adversários que contam com pivôs mais determinantes e experientes que os seus, os argentinos, dominicanos, e portorriquenhos.

De agora em diante, se inicia o Pré Olímpico para valer, e vamos ver quem tem botellas para vender.

Amém.

PS-Foto festiva reproduzida da TV.

VITÓRIA DO BOM SENSO…

Iniciou no segundo quarto, e se firmou nos dois últimos a implementação do…inusitado, garimpado pelo bom senso técnico tático da dupla aí de cima, acredito que depois de muita discussão, estudo de probabilidades, e acima de tudo, pela enorme e inadiável necessidade de mudanças.

Mesmo assim, iniciaram o jogo com a formação de praxe, mas com poucos minutos eis que o Alex sente o ombro, e olha quem entrou? O Benite, ensaiando uma dupla armação com o Huertas, mas contando somente com um pivô, o Spliter. O quarto termina em 25 x  16 para nossa seleção, e com um incomum aspecto, somente 2/4 nos arremessos de três.

No segundo quarto, o Luz se junta ao Benite, mantendo a dupla armação, entrando o Marcelo Machado que se dedica ao jogo interior, acionando o pivô, e passando em branco nos arremessos. No entanto, o miolo do garrafão ainda se mantinha inseguro, permitindo penetrações e rebotes dos uruguaios, que mesmo desfalcados de dois importantes jogadores, o Osimani e o Aguiar, imprimiam um jogo corajoso e incisivo, dando muito trabalho à nossa defesa, permitindo uma perigosa aproximação no placar, que marcou 42 x 34 ao final do quarto.

Finalmente, no transcurso dos dois quartos finais, uma improvável defesa por zona 2-3 (vide foto) bastante eficiente e combativa é estabelecida pelo Magnano, assim como a escalação de um segundo pivô, e dando continuidade à dupla armação, onde o Benite se situava muito bem, inclusive alcançando um alto nível de aproveitamento nos arremessos de três (5/7), sem ter forçado nenhum deles.

Benefícios imediatos? Três, e da mais alta importância, a saber:

– Com a dupla armação, o apoio ao jogo interior se tornou mais constante, num fluxo de passes e assistências considerável. Melhorou em muito a combatividade defensiva, e permitiu que espaços mais amplos fossem conseguidos, originando arremessos mais livres e equilibrados, inclusive os de três.

– Com a escalação de dois pivôs, o Spliter ficou mais desonerado da luta solitária com os grandes pivôs adversários, cobrindo com maior eficiência os já tradicionais buracos no miolo da defesa, e mesmo os demais pivôs que  vinham sendo pouco utilizados, ganharam mais tempo de participação em praticamente toda a partida.

– E por força dessas mudanças, com um só ala escalado por vez, diminuiu muito o fluxo das “bolinhas”, vide os seguintes números nos arremessos de três ao final da partida: Alex ( 0/1), Marcelo Machado (0/1), Marcos (2/4), Guilherme (2/3), Nezinho (0/1), Huertas (1/1), e o Benite (5/7).

Ao final do jogo, algumas conclusões poderão ser mencionadas como de grande importância para os futuros e decisivos jogos deste Pré Olímpico:

– Com a escalação de um segundo pivô, e a manutenção de dois armadores, ficará mais do que garantido o jogo ofensivo interior, assim como será reforçado o miolo do garrafão defensivo, contra a arma até agora utilizada contra nós, o duplo pivô.

– Com somente um ala de oficio escalado por vez, cessa o caudal de arremessos de três, e se estabelece prioritariamente o de dois, mais eficiente e seguro.

Finalmente, com esses novos (?) conceitos de jogo, penso acreditar que teremos valorizadas as possibilidades de classificação, já que reforçados os setores defensivos, e ampliados os ofensivos, por se situarem mais próximo à cesta, valorizando a precisão de cada arremesso dado.

Torço para que o Magnano desenvolva esse conceito de jogo junto aos jogadores, mesmo que fira e desoriente alguns deles, que por hábito longamente adquirido, somente vêem o sistema único como verdadeiro, negando o novo, o inusitado. E se isso ocorrer, que tome as medidas convenientes, entre elas a barração, para o bem da equipe em seu todo.É o dever básico de quem comanda, de quem vê adiante, e que não hesita em fazê-lo, se necessário.

Amém.

PS-Clique nas imagens para ampliá-las.

Fotos reproduzidas da TV.

OUSAR INOVAR…

Não acredito, honestamente, que a seleção esteja bem, equilibrada, e acima de tudo, tranqüila. O baque contra os dominicanos fez um grande estrago, ao por em dúvida o sentido coletivista adquirido no longo treinamento, e agora veementemente contestado por sua visível falta de unidade, tornando-o frágil e quebradiço.

O jogo de hoje contra a jovem e inexperiente equipe cubana, expôs com crueza o alto grau de estagnação por que atravessa o nosso basquete, principalmente quanto ao domínio dos fundamentos básicos do jogo, tornando inexeqüível qualquer tentativa de ser estabelecido um padrão confiável na maneira de jogar da equipe, e, por conseguinte, constituindo-se no maior obstáculo às pretensões técnico táticas do técnico Magnano.

A defesa interior da equipe se liquefaz a cada partida jogada, assim como continua a ser mantida a ausência de contestação aos arremessos fora do perímetro, culminando hoje com os 83 pontos consignados pela equipe cubana, fatores estes que colocam em real perigo uma já tão difícil e complicada classificação olímpica.

Ofensivamente, a sofrível forma física do Spliter, a sobrecarga tática incidindo no Huertas, as insuficientes penetrações de nossos alas, o crescente abuso nos arremessos de três pontos, a pouca qualidade técnica de nosso banco, e acima de tudo o crescimento inquestionável de nossos futuros adversários na segunda série de embates, colocam a seleção numa posição de visível inferioridade, a não ser que ocorra uma guinada radical em sua forma de agir e atuar frente a tantos obstáculos.

Serão quatro jogos duríssimos, mesmo os contra o Uruguai e o Panamá, pelo simples fato dos mesmos terem perdido bastante o receio de enfrentar uma equipe tradicional e outrora poderosa, mas que hoje ostenta deficiências de tal ordem que os encorajam a vencê-la.

Urgem mudanças na forma de jogar, e o bom técnico argentino não pode adiar tais mudanças, pois estaria incorrendo no maior dos erros, o de não ousar inovar, afastando de vez a previsível mesmice que nos tem diminuído e humilhado no cenário do basquete internacional.

Desejo que a seleção torne a se encontrar, e que o Magnano consiga de vez, resgatar a nossa tradição de bons e corajosos combatentes.

Amém.

OS TRÊS(MAIS DO QUE) PREVISTOS FATÔRES…

Num espaço de 48hs, a imensa maioria dos comentários nos blogs da modalidade passaram do velado e cuidadoso otimismo com a seleção, para a maciça reprovação pela derrota de hoje frente aos dominicanos, como algo que havia se tornado improvável a partir da derrota dos mesmos frente ao Canadá, vencido por nós.

Mas mesmo vencendo as duas partidas iniciais, contra a Venezuela e o Canadá, a equipe brasileira apresentou sérias deficiências técnico táticas, que se avolumariam na medida em que adversários mais consistentes a enfrentasse, o que para a grande maioria torcedora não seria o caso da República Dominicana, esquecendo que aquela boa equipe apresentava em tese, três setores bem mais estruturados do que a nossa seleção, o poderio nos rebotes, o fortíssimo jogo interior decorrente, e uma dupla , eficiente e pontuadora armação.

A dupla armação dominicana, atuante em todos os setores fora do perímetro, praticamente empurrava seus potentes e altos alas para bem dentro do perímetro, conjugando seus esforços ao pivô atuante naquele momento, de um total de três de boa qualidade, ante um posicionamento defensivo interior brasileiro, claudicante e inferiorizado na dinâmica , força de combate e anteposição dos curtos e médios arremessos com que se confrontavam.

Essa mesma força e dinâmica dominicana também e poderosamente se fazia presente em seu próprio garrafão, tornando estéreis a maioria das tentativas de nossos pivôs, sempre em menor número naquele estratégico setor do jogo. Se estivéssemos estruturados para atuar em dupla armação, igualando a supremacia dominicana nesse setor, certamente o Huertas não cometeria as 10 perdas de bola que protagonizou, exatamente por se encontrar solitário e extremamente pressionado na missão de organizar todas as ações de sua equipe, aspecto que ficou mais gritante, quando ao fim do segundo quarto o Rafael Luz o substituiu, frio e sob intensa pressão perdeu a bola em sua primeira tentativa de ataque.

E exatamente pelas dificuldades de armação, luta defensiva e ofensiva no interior dos garrafões, e pelas mínimas tentativas de corte em direção a cesta por parte de nossos alas, que por enraizado hábito preferiram, por mais e teimosamente vez, investir na artilharia de três, onde apresentaram os seguintes números: -Marcelo Machado,2/5 – Alex, 0/4 – Guilherme, 0/5 – Marcos, 3/6, ou seja, dos 5/22 arremessos de três da equipe, esses jogadores concluíram 20, quando teria bastado a metade dos 15 perdidos, se transformados em arremessos de dois pontos para vencermos o jogo, fora os 4/9 lances livres do Spliter.

Foi um jogo para tirarmos algumas conclusões, e porque não, ensinamentos. Concluamos que nos faltaram pivôs mais atléticos e velozes para enfrentarmos de forma antecipativa , bloqueadora, e contestadora os curtos arremessos e rebotes dominicanos, assim como uma efetiva e necessária ajuda na armação da equipe, não permitindo o confronto solitário do Huertas com os velozes e grudentos armadores  rivais, com suas dobras eficientes. Um segundo armador se fazia necessário, mas não foi lançado, (ou talvez não tenha sido uma forma de jogar devidamente treinada) em nenhum momento do jogo. O Marcelo Machado, o Alex e o Marcos não têm o domínio da bilateralidade nos dribles, tornando-os fáceis de serem marcados nas tentativas de penetração, e sem a calma necessária para a leitura eficiente do jogo, optam pelos longos arremessos, as conhecidas “bolinhas”, que definitivamente hoje, não caíram, e cairão menos ainda quando se defrontarem com defesas contestadoras e eficientes (e mais do que nunca atentas) fora do perímetro, aspecto esse que conota a nossa maior falha desde sempre, sendo produto direto de uma formação de base para lá de deficiente, senão irresponsável.

Bem, a equipe ainda ostenta razoáveis possibilidades de classificação, mas para tal deverá se reestruturar, senão radicalmente, pelo menos se adaptando a uma forma mais incisiva de jogar, como se utilizando de dois pivôs, uma dupla armação e um ala de velocidade, pois temos, além do Spliter, um Augusto que preenche essa necessidade de velocidade e força, com o Rafael para a rotação. Temos quatro armadores na equipe, e pelo menos dois alas velozes e pontuadores, posicionamentos estes que levariam a equipe para mais junto da cesta, reforçando os rebotes ofensivos, assim como preencheriam nosso espaço defensivo, minorando bastante a deficiência de marcação dos pivôs que por certo, enfrentaremos daqui para diante.

O Magnano terá que se desdobrar para incutir nessa turma artilheira, o sentido da precisão mais eficiente e segura dos arremessos de dois pontos, em vez da hemorragia vertida a cada jogo pelas ‘bolinhas” pseudo salvadoras.

Torço de coração para que consigam.

Amém.

Fotos-FIBA AMERICAS

DE 2 EM 2…

Terminado esse jogo contra o Canadá, permanece no ar uma enigmática questão- por onde anda o tão decantado coletivismo incutido, treinado e testado em amistosos, depois de tanto trabalho, formidável empenho, dedicação e comprometimento de todos? Por onde anda?

Como ousou o técnico campeão olímpico tentar trazer para o âmago de suas concepções vitoriosas de jogo coletivo, uma plêiade de alguns estrelados jogadores, que em síntese, vêem o tal coletivismo como algo limitador de suas próprias convicções de jogo (o próprio Wlamir Marques reconhece tal situação em seus comentários), aquelas movidas e alimentadas pela volúpia dos longos, extasiantes, e midiaticamente enaltecidos arremessos (inclusive de tabela) de três gloriosos pontos? Porque perder tempo em dribles e fintas de aproximação, quão trabalhosas e cansativas são, se o serviço (bem remunerado, aliás) pode ser resolvido de longe, sem riscos (para eles, noves fora os erros…) e esforços desnecessários, e premiados pelo frêmito enlouquecido das duas torcidas que importam, os que pagam os ingressos, e os que transmitem seus feitos geniais? “No inicio as bolas não estavam caindo, mas insistimos, pois sabíamos que elas voltariam a cair…”Lembram-se?

Pois é minha gente, não estão caindo como achavam que deveriam cair, afinal de contas, treinaram tanto…

E como tal, que sistema coletivista de jogo pode prosperar seguro e eficiente ante uma indiscriminada artilharia desse calibre? Respondam.

Além do mais, se garantimos cestas triplas aos magotes, por que se empenhar exaustivamente em posicionamentos defensivos necessários nos rebotes, quando o objetivo é a bola? Pois é turma, rebote se pega olhando e, por conseguinte, calculando a trajetória linear dos adversários, a fim de antecipá-los, para depois, ai sim, buscar a bola, vendo-a em visão periférica, e não olhando diretamente para ela, num dos primários fundamentos do jogo, sabiam?

Mais um detalhe, dos muitos esquecidos, ou desconhecidos, a respeito de nossos alas, suas limitadas capacitações nos dribles e fintas, e mesmo nas conclusões de curta e média distância. Saltava aos olhos a habilidade de todos os alas canadenses de atuarem tanto fora, como dentro do perímetro, numa verdadeira função de alas pivôs, e não somente arremessadores, também uma simples questão de fundamentos.

Ora, com tantas limitações vindas de uma formação de base deficiente e carente de qualificações, como um sistema coletivista pode prosperar sem tais conhecimentos, nem um pouco corrigidos, ou mesmo atenuados?

E nesse ponto o Magnano se fez presente com uma proposta brilhante, a garra e o intransigente combate defensivo (numa ação coletiva), mesmo que em quartos alternados, ou, como nos dois últimos jogos, no quarto final. E para tanto, seu incessante rodízio tinha como objetivo prioritário fazer chegar a esse decisivo quarto, a maior quantidade possível daqueles jogadores que confia para a missão, de preferência, todos eles, no que foi bem sucedido, mas…como no caso do jogo de hoje, pode contar com uma performance de altíssima qualidade, através o Huertas, que resolveu a questão arremessando sucessivamente 5 bolas de…isso mesmo, 2 pontos, estipulando a diferença necessária para uma vitoria dura e salvadora, provando àqueles “especialistas” das longas distâncias que de 2 em 2 também se vencem partidas, principalmente numa competição de tanta e decisiva importância, como esse pré olímpico.

Honestamente não acredito que, devido a composição básica dessa equipe, seja o conceito coletivista levado a bom termo, mas que algo de positivo poderia ser implantado, mesmo que coercitivamente imposto, o de priorizar o jogo interior, seja através os pivôs, ou penetrações, a fim de otimizar cada ataque através arremessos de dois pontos, mais precisos e equilibrados, forçando o jogo nos pivôs adversários, para ai sim, retornar bolas de dentro para fora do perímetro, para alguns arremessos de três seguros,  livres de anteposições, e com decorrente e bem postado rebote ofensivo.

A seleção ainda passará por sérios embates daqui para a frente, agora que suas deficiências foram devidamente anotadas pelos concorrentes diretos à vaga olímpica, os dominicanos e porto-riquenhos, além dos donos da casa, os argentinos, fazendo com que o técnico Magnano exponha suas cartas na mesa da verdade, fazendo-a jogar coletivamente, ou não. Torço para que se saia bem, e feliz.

Amém.

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA FAMILIA 2…

Em sua coluna no O Globo de 24/8/2011, Zuenir Ventura, no seu Papo de Velho escreveu:

Por falar nisso, a gente sabe que está ficando velho quando se choca vendo a foto de um rosto deformado por pancada—olhos e nariz inchados, hematomas, corte profundo—e a notícia em tom comemorativo: “ Lutador brasileiro desfigura rosto de adversário americano no UFC.” Custo a entender que o estrago fora feito praticando um esporte que é o que mais cresce no mundo e no Brasil, onde quase a metade do público é feminino. Procuro me informar mais e descubro no Google outras reportagens e vídeos. Em um, que é saudado como “combate épico”, um lutador desfere um pontapé na cara do outro. São dois brasileiros famosos e a cena mostra como um deles, Anderson Silva, acertou “um chute frontal no queixo do compatriota Vitor Belfort”. O texto fala com empolgação em “chute espetacular”, “cinematográfico”, e eu, por fora, fico sem entender, já que para mim “chute espetacular e cinematográfico” é o que alguém dá na bola, não no queixo do outro (um detalhe: o lutador estirado no chão, inerte, parece desacordado, mas continua recebendo socos na cabeça. Pelo menos mais dois).

O velhinho aqui, desatualizado, gostaria de saber se as jovens aficionadas, que são muitas, sonham com seus filhos fazendo carreira nesse esporte.

E assim como o velho colunista, velho que também sou, professor voltado a educação de jovens através o esporte por mais de 50 anos, não consigo aceitar tal degeneração de um conceito educacional e formativo em nome do mesmo.

(…) Queremos fazer negócio no Brasil. Mas, agora, estou pensando apenas no UFC Rio—disse Dana.—Mas sei que outros talentos vão explodir depois de sábado. Falei com governantes brasileiros. Queremos ajudar a desenvolver isto.(…) Dana White, presidente do UFC ao O Globo de 26/8/2011.

 

(…) Ainda não somos superestrelas. Mas o evento no Brasil é um caminho para alcançarmos espaço—disse Anderson Silva.

–É uma oportunidade excelente para o povo brasileiro ver de perto o MMA, o segundo esporte do país—emendou Minotauro (…) O Globo de 26/8/2011.

 

E sob o co-patrocínio do município do Rio, amanhã, sábado, na Arena da Barra, teremos a suprema oportunidade de apreciar a preços módicos, o futuro do esporte brasileiro, aconselhado inclusive pelo Anderson Silva a fazer parte do currículo escolar de nossos jovens, num autêntico e inspirador programa para toda a família. Imperdível!

Melhor, impossível.

 

PS- Clicando nas imagens, e ampliando-as através ctrl-shift-++, poderemos apreciar em toda a sua dimensão a grandeza educacional desse formidável esporte(?).

TESTANDO OS PERÍMETROS…

Jogo para valer, jogo para inteligentes e competentes técnicos testarem e se testarem mutuamente, escondendo táticas sem, no entanto, entregarem o jogo com a desculpa de que uma indevida exposição cobraria dividendos quando fosse valer uma classificação no próximo e esperado duelo. Coincidentemente, se utilizaram do mesmo estratagema, ao jogarem quase que exclusivamente dentro do perímetro, onde definições, projeções e conclusões puderam ser avaliadas com relativa precisão de acertos. Só espero que o ressuscitado lapitopi caipira, agora empunhado pelo preparador físico da seleção, e que somente nós utilizamos dentre todas as seleções (porque será?…), não venha atrapalhar e complicar diagnósticos óbvios e concludentes, por parte da dupla argentina que efetivamente comanda a seleção.

E o que se pode avaliar de nosso jogo interno, senão a claudicante fraqueza do mesmo, perante uma plêiade de pivôs limitados, pesados, lentos, e com seu maior expoente nitidamente fora de forma física e técnica? O Spliter está travado em sua movimentação, fruto de uma longa inatividade, de uma ausência de treinamento fundamental, principalmente nos arremessos, onde os lance livres mal chegam no aro, o que é de preocupar, já que alvo permanente de bloqueios faltosos em suas conclusões.

Outro fator que se fez presente, e que deve estar preocupando o Magnano, é a colocação dos homens altos nos rebotes, defensivos e ofensivos, hoje claramente dominados pelos dominicanos, e cuja tendência é a de se avolumar contra o poderio portoriquenho nesse fundamento.

Quanto ao nosso sistema defensivo, repetiu-se o empenho da equipe nos dois primeiros quartos, e um flagrante decréscimo nos quartos finais, numa demonstração de perigosa oscilação para um torneio de tão curta duração, como o pré olímpico. Ajustar a defesa é fundamental para o sucesso da equipe, e todos os jogadores têm de se conscientizar desse importante fator.

Mas algo preocupa acima de tudo, a teimosa incidência das “bolinhas” da turma dos três, o Marcelo, o Marcus, o Guilherme e o Alex, que juntos perpetraram um 6/20 para um total da equipe de 7/23. Trocássemos a metade das tentativas erradas por arremessos mais trabalhados de dois pontos, e teríamos um placar mais favorável e tranqüilo. Difícil vai ser convencer a turma dessa premente necessidade, e o Magnano terá de insistir o máximo que puder a fim de manter a unidade de seu sistema de jogo.

Sim, foi um jogo interior, muito mais pela equipe dominicana, que terá de ser estudado com atenção e rigor quando a defrontarmos no pré, assim como ela se precaverá do nosso jogo exterior, contestando ao máximo nossos teimosos arremessos de três, já que não rivaliza com a capacidade de contra atacar da equipe brasileira.

Manter o foco defensivo pelo maior espaço de tempo possível, melhorar o posicionamento nos rebotes, estabelecer consistentemente o jogo coletivo, e optar pelo melhor e mais bem equilibrado arremesso, são os fatores mais importantes para que a equipe consiga enfrentar com boas chances de sucesso as fortes equipes nesse pré olímpico, e claro, treinar em caráter emergencial os lances livres do Spliter, assim como não faz mais sentido a essa altura, lamentarmos equivocadas convocações, principalmente na armação da equipe, e alguns dos pivôs.  É o que temos, e não o que deveríamos ter, restando o mais do que básico comprometimento técnico tático de todos, em prol do sucesso comum.

Amém.

Foto- Marcos Labanca/CBB

CONTROVERSOS CONCEITOS…

Primeiro quarto – 24 x 2 – De um lado uma seleção brasileira atuando duramente na defesa, e contra atacando ferozmente. Do outro, um amontoado canadense desconexo e claramente ausente da competição, como que não a encarando para valer, conotando uma falsa impressão de domínio absoluto por parte de uma seleção com ainda alguns, e sérios problemas a serem resolvidos, como por exemplo, a teimosa continuidade dos arremessos de três, quando as ações dentro do perímetro se impunham, e se fizeram sentir nos quartos subseqüentes.

Segundo quarto – 19 x 16 – Ante a possibilidade de uma contagem avassaladora e vergonhosa na competição, mesmo tratando-a amistosamente  ( propositalmente?), a seleção canadense se estabelece para um confronto mais equilibrado, forçando com a tardia resolução o abrandamento de um placar inesperado.

Terceiro quarto – 17 x 20 – Eis que, ante uma defesa mais atuante e resoluta, revertendo o placar nesse momento do jogo, nossa seleção revela aqueles pontos nevrálgicos que nos tem atormentado nas últimas competições, inclusive sob o comando argentino, e cuja freqüência se torna preocupante, tais como: a instabilidade defensiva de alguns e importantes jogadores, incapazes de manterem o foco defensivo, aposta maior do técnico, por mais de um quarto de jogo, daí a intensa rotação dos mesmos, muito mais pelos fatores de concentração mental, do que de ordem física, cujas conseqüências podem se tornar trágicas quando no confronto para valer daqui a alguns e poucos dias em Mar del  Plata. A quase total ausência nos rebotes ofensivos, principalmente quando arremessos de fora do perímetro são intensamente tentados, numa demonstração da pouca mobilidade e velocidade de nossos pivôs (vejam as fotos…), fator que se não corrigido (e duvido que o seja, pelas características táticas da equipe, que não encontram respostas condizentes de pivôs muito apartados da cesta), ocasionará perdas cruciais nas fundamentais retomadas de bola, ainda mais numa equipe que preza “as bolinhas” acima de tudo, e neste caso em particular, a troca de 3 por 2 deveria ser a opção exigida, pois arremessos de curta e media distâncias por serem mais precisos otimizariam as tão sacrificadas oportunidades ofensivas, na maioria das vezes desperdiçadas nas aventurosas tentativas de três. Pode-se vencer, e bem, partidas de 2 em 2 pontos, por que não?

Quarto final – 28 x 32 – complementando um segundo tempo favorável aos canadenses, mais seriamente empenhados, desnudou-se de vez uma realidade indiscutível, a de que temos ainda muito o que aprender e assimilar dos conceitos do competente técnico argentino, principalmente quanto a um coletivismo desconhecido de alguns e importantes jogadores, já que produtos de uma imperfeita formação de base, onde o “me garanto” transcende o “nos garantimos”, produto maior do conceito básico de equipe, na qual, o pleno conhecimento e domínio dos fundamentos nivelam e igualam a todos em torno do mesmo, e sem os quais, nenhum sistema de jogo poderá ser estabelecido com confiabilidade, consistência e rigor.

Temos sérias e preocupantes lacunas que dificilmente poderão ser corrigidas no atual momento, não sei se por exigências contratuais, empresariais, ou mesmo de Q.I., mas fatos são, nossas deficiências na armação, onde numa competição de tal importância o fator experiência deveria ter sido obrigatoriamente observado, já que temos no país armadores possuidores de tais atributos, e que foram postergados em troca de uma renovação fictícia e comprometedora, assim como quanto aos pivôs, que frente ao dinamismo proposto aos mesmos pelo técnico argentino, incoerentemente foram selecionados aqueles que conotam uma antítese a tal conceito, já que pesados e lentos, deixando de lado outros mais rápidos e ágeis, o que os tornariam mais presentes no âmago do perímetro interno, mas sem a grife de atuarem fora do país, com as exceções do Huertas e do Spliter, justificando a mesma.

Mesmo assim, acredito que possamos evoluir um pouco, mas talvez, não no sentido de nos sentirmos seguros e tranqüilos quanto a uma classificação olímpica, mas certamente no pleno conhecimento de que, e de uma vez por todas, devemos nos concentrar num autêntico e estratégico trabalho de base, mas não esse que aí está, coercitivo e egocentrado num sistema único, garantidor de uma pseudo elite que tem como propósito, também único, o de manter o rentável nicho em que se encontram encastelados desde sempre.

Mas acredito e tenho a mais absoluta fé de que dias melhores hão de vir, para o soerguimento do grande jogo, enfim.

Amém.

PS-Clicar nas fotos para ampliá-las

Fotos-Reproduções da TV.

TUDO SE RESUME A UMA…

…QUESTÃO DE PULSO.

Amém.

Foto-Gazeta Esportiva

UM DESFOCADO COLETIVISMO…

E num determinado momento, o Marcelo arremessa de três…e erra. Rebote ofensivo voltando a bola para o Marcelo que, de novo arremessa de três…e erra. Novo rebote ofensivo, volta de bola para o Marcelo que, agora de dois, e mais uma vez…erra.

Daí para diante, com a porteira aberta, tome chute de três, pois se ele pode e fica na quadra, porque eu não posso?

Pedida de tempo, Magnano preocupado, algumas ponderações, e a equipe retorna jogando mais dentro do perímetro, com os pivôs, demonstrando que o treinamento não fechou a equipe em torno de sua proposta coletivista, e que ainda muito caminho tem de ser percorrido até que tal concepção se arraigue no imaginário de nossos craques, ante a viciosa realidade que os acompanha desde a formação de base. Correr e chutar, chutar e correr mais ainda, é a condição que mais os identificam desde sempre, onde o sentido defensivo sequer é considerado como algo básico (Por quê? Se correr e chutar designam tal comportamento? ), e de tal maneira neste jogo isso foi evidenciado, que a fraquíssima equipe mexicana não se cansou de arremessar do perímetro com algum sucesso, o que se tornará um desastre anunciado se tal passividade se repetir ante as metralhadoras caribenhas em Mar Del Plata.

No meio tempo, entrevistado, Guilherme afiança que a intensidade ofensiva sendo mantida, e com as “bolinhas” voltando a cair, em conformidade com o que é pedido pelo Ruben, tudo irá melhorar, e não deu outra, pois nosso ala pivô desandou a arremessar de três com algum sucesso, e a equipe se afastou no placar. Mas, sinceramente falando, duvido bastante que seja essa a vontade prioritária do Magnano, ainda mais agora que se defronta com um Spliter vai mais não vai, um Paulão paquidérmico, perante o qual o Josuel parece uma sílfide, três pivôs de força, e somente isso, força, e uma armação cada vez mais indefinida, se com um ou dois armadores, daí sua análise pontual de testá-los dois a dois, ontem com os dois espanhóis, e quem sabe amanhã com os dois que atuam na terra?

No entanto, a nave está se encaminhando para a tríade de comando dos cardeais, Alex, Marcelo e Guilherme, com um dos pivôs de força, ou o Spliter se sair do vai ou não vai desestabilizador e atordoante, e um armador de ofício para alimentar a inesgotável sede artilheira de sempre, pois lá no fundo, se lembrarmos bem, é uma trinca que chega às últimas grandes competições em boa forma, sem contusões aparentes, e que defendem seus feudos como ninguém. Agora, se preenchem as exigências e anseio técnico tático do argentino, é outra conversa, e sempre lembrando que o Marcos ainda se encontra em divida com os cardeais pela catilinária de Porto Rico, sendo na época (lembram-se?) fortemente criticado por eles. Mesmo assim corre por fora, agora mais maduro, e quem sabe, para o seu bem, mais calado, mas… conivente?

E como disse, La nave vá, ondulante e instável, sob o comando de um bom, experiente, laureado e sagaz técnico, da pátria da milonga, prima em primeiro grau da malandragem tupiniquim, a mesma que tem nos comprometido nos últimos 20 anos, não só dentro, mas muito mais, e decisivamente, fora das quadras do grande jogo.

Longe de mim o derrotismo, perto de mim a esperança de bons e pródigos jogos na terra irmã, torcendo para que as “bolinhas”, não só do Guilherme, mas de todos eles, caiam, nem que de um ponto de cada vez, já que o apregoado e desejável jogo coletivo deva ficar para 2016, já que desfocado, no momento.

Amém.

NOTA- Tenho recebido insistentes comentários apócrifos, principalmente de um leitor(?) que se assina EU. Se não enviar um email que não seja falso, como o enviado, e assinar seu nome, nada feito, pois anônimos aqui nesse blog não têm guarida. PM.