OUSAR PARA VIVER…

Foram 271 arremessos de três nessa rodada, e uma equipe, a de Joinville conseguiu a façanha de arremessar mais de três do que de dois (14/38, 18/34) em seu jogo contra o Pinheiros, num total de 62 tentativas de longa, e agora ampliada, distância.

Em tempo algum o sistema único de jogo, com seus especialistas nas posições de 1 a 5, atingiu tal culminância da alcançada nesse NBB3, onde, inclusive, pivôs  retornam gloriosamente aos arremessos de três, situando-se num perímetro onde a captação de rebotes é nula, função básica de um reboteiro de ofício.

E com a maior abrangência de espaços, decorrentes do aumento na distância da linha de três, os embates de 1 x 1 se tornaram mais freqüentes, nos quais a pouca habilidade nos dribles e fintas, somada à inabilidade defensiva da maioria dos jogadores, culminam numa sucessão de erros de fundamentos altamente preocupante numa divisão de elite, agravada quando defesas zonais são empregadas, desencadeando uma hemorragia de arremessos de três, solução que dispensa(?) maiores envolvimentos com chatíssimos dribles e fintas.

E por sobre tal cenário, nosso técnico nacional percorre o país desenvolvendo um projeto de seleção permanente para jovens de 15 a 18 anos, cujo referencial básico é fazê-los jogar de forma parecida com a divisão adulta e seu sistema único de jogo, codificado, marcado e coreografado, cujo grau de previsibilidade é de conhecimento até de técnicos chechenos e esquimós.

Combater essa previsibilidade técnico tática teria de ser a prioridade das prioridades, onde um ensino qualificado dos fundamentos, em todas as suas minúcias e variações, se constituiria no projeto a ser atingido numa preparação séria e responsável, além de uma segunda etapa, a busca de sistemas diferenciados de jogo, que explorassem todas as potencialidades naturais de nossos jovens, e que se constituíssem numa fonte inesgotável de criatividade e leitura permanente de jogo, habilidades estas hoje obliteradas pelo monitoramento das ações, de fora para dentro da quadra de jogo.

Acredito firmemente que somente um grande esforço voltado ao eficiente e responsável ensino dos fundamentos individuais e coletivos em nossas divisões de base, nos tiraria dessa repetição do óbvio, dessa mesmice técnico tática, desse limbo em que nos encontramos.

Mas para tanto, torna-se urgente e necessário uma reformulação de clinicas e atualizações, nas quais se perdem recursos e precioso tempo em discussões inócuas, proferidas por pessoal não qualificado na função de ensinar a ensinar a base do grande jogo, seus fundamentos, mais preocupados com preparação física, testes inconseqüentes, padronizações e formatações de caráter coercitivo e altamente limitadoras.

Essa deveria ser a função precípua da ENTB, e que por si só já renderia estudos e pesquisas, se bem planejadas na pratica. Formar um pequeno exército de professores habilitados no ensino correto dos fundamentos, precederia toda e qualquer tentativa de se implantar sistemas de jogo antes de alcançadas as metas projetadas para os mesmos, sem os quais sistemas inexistem em precisão e confiabilidade.

Mas como abandonar as pranchetas, o sistema único, a confraria que os utilizam, e por isso mesmo se tornam fonte de emprego e aparente fonte de segurança e continuísmo, em prol de uma atividade que exige muito estudo, pesquisa e trabalho, muito trabalho, e acima de tudo quase sempre mal pago?

Isso me lembra um técnico que justificava seu posicionamento de não estudar, com uma pérola de raciocínio – Porque perder meu precioso tempo estudando, se existem malucos como você que estudam e pesquisam? Vejo o que dá certo com você e simplesmente o aplico, sem sacrifícios e inúteis renúncias.

Creio que é chegada a hora de decidirmos o que queremos para o soerguimento do nosso basquete, e um primeiro passo foi tentado por mim no Saldanha da Gama, onde baseei todo o trabalho nos fundamentos e num sistema diferenciado de jogo, provando ser factível que adultos se exercitem nos fundamentos, com melhoras e aprimoramento técnico visível. Por que não nossos jovens? Mas Paulo, você ficou fora do NBB3 por conta dessa tentativa, não?  Sim, numa prova cabal de resistência de um status quo solidificado, mas que pode, e deve ser rompido, se quisermos sair dessa mesmice, desse deserto de idéias e ausência de criatividade.

Ousar é sinônimo de vida, de progresso. Ousemos então.

Amém.

ALICERCES DE BARRO…

PROGRAMAÇÃO DA 86ª CLÍNICA TÉCNICA E PREPARAÇÃO FÍSICA

— Quarta-feira (1º de dezembro) – 19h00 às 21h00 – Aula teórica com Diego Falcão

. Periodização da base – alto nível
. Princípio geral do treinamento
. Característica física do basquete
. Periodização e controle do treino
. Jogos pré-desportivos

— Quinta-feira (02 de dezembro) – 15h00 às 18h00 – Aula prática com Diego Falcão

. Treinamento combinado: coordenação/fundamento
. Abordagens das capacidades físicas no basquete
. Treino de força
. Voluma e intensidade: treino de físico e suas variáveis

— Sexta-feira (03 de dezembro) – 15h00 às 18h00 – Aula teórica com André Germano

. Princípio de continuidade e planejamento plurianual
. Filosofia e metodologia de trabalho
. Especialização precoce
. Conteúdos de treinamento

— Sábado (04 de dezembro) – 09h00 às 12h00 – Aula prática com André Germano

. Treinamento técnico-tático e técnico-físico: exercícios combinados
. Conceitos de jogo ofensivo
. Treinamento: Tático
. Defesa: individual/zona match up

Esta a programação da Clinica na cidade de Maceió, em sua octogésima sexta versão, visando a padronização e formatação dos jovens técnicos brasileiros, numa ação em conformidade com a ENTB e seus princípios didático pedagógicos.

Observemos que os dois primeiros dias são de responsabilidade de um preparador físico, não um técnico experiente na função formativa, mas lá está o nobre colega(?) discorrendo seus conhecimentos sobre as etapas da base ao alto nível, dos princípios gerais do treinamento, do controle do treino, até de jogos pré desportivos, reservando somente um tópico de sua especialização sobre características físicas do basquete, transpondo em muito suas atribuições técnicas, e tudo isso em abordagens teóricas, pois nas praticas, no dia seguinte é que entra com vontade numa área em que não tem competência de se meter, mas lá está, laborando a tarefa de ensinar a ensinar o que não sabe e domina, mesmo.

O técnico de formação somente se manifesta nos terceiro e quarto dias, quando comunicações teóricas e práticas se orientam às padronizações e formatações técnico táticas que tanto combato, e que nos escraviza ao sistema único de jogo (seguramente o único que conheça, daí seus fervor em defendê-lo a todo custo…e miseráveis resultados), que é compartilhado por todos que compõem as famigeradas clínicas.

São onze horas de intervenções pseudamente técnicas em quatro dias de trabalho, jornada esta que eu dava em clinicas praticamente num único dia, que em quatro perfaziam oito horas diárias, num total de trinta e duas, e não onze, como nestas enganosas clinicas da CBB. Ah, com um detalhe de somenos importância para essa turma, reservava 70% do tempo para os fundamentos, a verdadeira meta a ser alcançada numa clínica de iniciação ao grande jogo.

Analisem bem os tópicos teóricos e práticos que compõem a grade curricular, e encontrarão a resposta dos porquês estamos nessa realidade indigente na qualidade fundamental de nossos jovens jogadores (as).

Mas algo de novo bate com precisão em todo esse processo de sedimentação do sistema único, numa reportagem do Globoesporte.globo.com em 04/12/2010, com o técnico Ruben Magnano, que percorre o país em busca de jovens talentos, para constituir uma seleção permanente de 15-18 anos, visando 2016, e que lá no penúltimo parágrafo discorre:

– “A estrutura deve ser maior para que mais meninos joguem basquete. A criação da Escola Nacional de Treinadores também foi um passo importante para que depois possam ser exigidos os resultados. A idéia é que as seleções de base joguem de forma parecida com a principal, respeitando a idade. Precisamos entender que um jogador de 30 anos está num estágio diferente de um de 16. Raulzinho (armador de 18 anos que foi ao Mundial da Turquia) foi em boa hora para a seleção. Esse trabalho aponta que temos meninos para o futuro”.

Ai está, os meninos devem jogar taticamente como os adultos, sedimentando o sistema único, e o trágico, até 2016!

Claro, que determinados fundamentos serão escalonados pelas exigências (?) das posições de 1 a 5, e não TODOS os fundamentos, como deveria ser, ainda mais numa preparação onde o domínio tático é prioritário, e não os fundamentos.

“Na América não conheço um projeto assim. Na Argentina, acompanhei o que foi feito de perto e não houve um tão estável, ficando o tempo todo concentrado no trabalho, disse o Magnano”.

Mas porque  na Argentina foi diferente? Ao desembarcar em Ezeiza com o título olímpico em mãos, a primeira manifestação do Magnano foi o agradecimento aos técnicos de formação de base que propiciaram a ele comandar a grande geração advinda do grande e perseverante trabalho daqueles técnicos dedicados e patriotas, sem os quais nada teria sido alcançado, trabalho aquele centrado prioritariamente nos fundamentos, seguindo a escola espanhola, irmã e ancestral.

E aqui em nosso continental país, quem são esses técnicos, como são ou serão acionados, como serão lembrados e formados, como?

Pela ENTB que se iniciou “formando” técnicos da elite em quatro dias?  Pelas clinicas cebebianas cujo conteúdo programático ai em cima expõe uma realidade injustificável?

O continuísmo administrativo na CBB gerou o continuísmo técnico tático impingido às nossas seleções desde a base, num moto contínuo inamovível ainda por um longo tempo, suficiente para nos levar ainda mais ladeira abaixo, pois capitania hereditária de uns poucos e apaniguados que se julgam detentores do conhecimento do grande jogo entre nós, e poderosos o suficiente para afastar quem ouse se antepor a seus princípios e domínios.

Que os deuses, em sua infinita paciência, nos ajudem.

Amém.

DRIBLANDO A MESMICE…

“Paulo, já vi que você não vem aqui na Arena. Se mudar de idéia me telefone, tenho um convite para a tribuna para você”( o amigo Pedro Rodrigues ontem ao telefone…).

Confesso ter inventado uma resposta, tal como o perigo que estaria correndo tendo de trafegar às 23 horas, numa cidade acuada pelo medo, ao voltar para casa, e coisas e tais. Mas a verdade verdadeira não foi expressamente dita, a de não agüentar mais assistir um jogo, vários jogos, estruturalmente fundamentados numa mesmice técnico tática irritante, arrepiante. E o Pedro deve ter compreendido, entendido minha ausência, conclusão lógica de nossas longas conversas pelos celulares da vida, recheando contas telefônicas bem fornidas.

Mas, como todo entusiasta em basquete, em desporto educacional e competitivo, exceto os “excepcionais e altamente educativos” campeonatos ( inclusive mundiais…) de Poker e MMA, vinculados impunemente por nossas mídias jornalísticas, ligo a TV e assisto os jogos deste sul americano de clubes, preocupado, profundamente preocupado, se na idade que estou, tenho o direito de desperdiçar um tempo precioso para analisar algo cujo grau de previsibilidade atinge o inenarrável.

Todas as equipes jogando iguais, TODAS, com  pequeníssimas adaptações nas formações iniciais, com a utilização de dois armadores (um deles substituindo um ala de formação), numa padronização formatada ao longo dos últimos 20 anos, variando um pouco também na velocidade de execução. E o incrível, com a novel adesão das equipes argentinas, apesar da inquestionável supremacia no domínio dos fundamentos que ostentaram nestes mesmos últimos 20 anos, agora comprometidos pela mesmice nebiana, pela utilização do sistema único de jogo, preocupados em seguirem os caminhos trilhados pelo Ginobili, Oberto e Scola, esquecendo que não jogaram dessa forma ao serem campeões olímpicos e vice mundiais.

Minha perplexidade aumenta mais ainda ao acompanhar jogos do campeonato brasileiro sub 17 em Santa Maria, veiculado pelo site Multiweb, no qual todas as equipes, TODAS, seguem o modelo padronizado e formatado pelas clinicas da CBB e pelos técnicos de nossas seleções de base e principal, e com um alarmante índice de erros de fundamentos, que beira ao inacreditável.

Enfim, perante um cenário de tal ordem, creio não ter o direito de me deslocar a uma deserta Arena, a preços extorsivos e correndo reais perigos no asfalto, agora freqüentado pela bandidagem do tráfico, para testemunhar algo que de olhos fechados posso relatar:

– O armador fulano gesticula um sinal, passa ao lado, corre para o fundo da quadra, ao mesmo tempo em que o ala (ou o armador improvisado) beltrano recebe um bloqueio do pivô sicrano fora do perímetro (agora acrescido de mais 50cm, tornando o afastamento do mesmo da zona de rebote mais crítico…), originando ou não um indefectível pick and roll, de defesa primaria se feita com atenção, ou a continuidade de mais passes visando os mais indefectíveis ainda arremessos de três, e nos limites dos 24seg, uma penetração afobada e desequilibrada, ações estas repetidas ad infinitum pelas duas equipes, quebradas em algumas situações de contra ataque, originadas pelas constantes falhas de nossos “especialistas” nos três pontos, ou nas primarias violações e erros crassos de fundamentos que cometem.

E como num moto contínuo de mediocridade explicita, segue o grande jogo sua via crucis, emblematicamente emoldurado pelo sistema único, pela panacéia a que nos condenaram assistir, situação por mim negada, pelo menos in loco.

Mas como professor e técnico de inabalável otimismo, ainda mantenho a tênue esperança de poder, um dia, testemunhar o desvanecimento dessa mesmice, para que tenhamos e usufruamos de dias melhores para o grande jogo.

Amém.

GALERIA DO HORROR- “A EDUCAÇÃO JÁ ESTÁ BEM ENCAMINHADA…”


“Preciso de desafios. Gosto da tribuna, da oratória. Meu primeiro desafio como atleta foi uma Olimpíada”(…)

(…) “Neste caso, o esporte olímpico do Brasil estava em jogo aqui. Porque uma Olimpíada alavanca a construção do esporte num país. O esporte sai da esfera do comitê e vai para a sociedade. Esse é o maior legado em que posso pensar”(…). (Presidente do COB- O Globo 11/10/09).

Perfeito discurso, perfeita oratória, idêntico ao que antecedeu o Pan Americano, com seu legado absolutamente nulo, tanto em esporte, como em benefícios à população do Rio.

Já se descortina no futuro de 2016 seu discurso e oratória ao declarar aberto os Olimpic Games, claro, após uma bem orquestrada vaia presidencial. Afinal, o amor à tribuna e extrema vaidade não tem limites: “Eu era o único que poderia ter feito aquele discurso na apresentação final, falando diretamente com os delegados, e pedindo para que refletissem sobre a decisão histórica que poderiam tomar. Soubemos utilizar meu peso político e isso contou nessa candidatura”.

E para provar o que disse, logo após a leitura do voto vencedor, agarra com as duas mãos a cabeça do presidente do país e beija a sua face, da mesma forma como se cumprimentam os de seu circulo corporativista, como um premio de consolação àquele cujo insignificante discurso aos delegados pouco valor teve se comparado ao seu monumental poder de oratória…

E para não deixar qualquer margem a dúvidas sobre sua perene influência declara: (…)” Já observo gente que pode me suceder, mas por enquanto, eu sigo o que generais e estrategistas do passado fizeram: lidero as minhas tropas. Essa questão de limitar mandatos não existe” .

E pensar que o presidente do país estava crente de que seu discurso teria sido fundamental…  E sequer imagino se ainda não se convenceu dos papéis que protagonizou na abertura do Pan, e agora, em Copenhagen, onde serviu de escada para o mago da oratória destilar seu convencimento e poder mafioso.

Serão 23 ou mais bilhões na banca, rodeada pelos reis do blefe, com suas mãos recheadas de naipes em publicidade, marketing, projetos e mais projetos de construções e falsas benfeitorias, segurança com data marcada, conluio com o transporte rodoviário lobista, e um possível e pretenso investimento na malha ferroviária, escolas de línguas, preparo e treinamento dos úteis e ingênuos voluntários, a massa que dá duro para os comandantes lucrarem, e mais um milhar de obras que serão fatalmente super faturadas, numa repetição multiplicada por cem do ocorrido num Pan de triste e tão recente memória.

E conclui solene: (…) “Até o final do ano anunciaremos planos para o esporte de alto rendimento. Há o compromisso com o Lula, que me chamou para cobrar resultado já no dia 3 (…). E todos nós pensávamos que tais planos já estivessem sendo processados desde muito antes do Pan… Engano, somente os do vôlei, sua escada original.

Enquanto isto, nossas escolas agonizam, os professores, desculpem, os profissionais de Ed.Física, atrelados curricularmente aos centros de formação biomédica, dicotomizados da formação humanística dos centros de formação de professores, vegetam uma vida paramédica de terceira categoria, vigiados por confefs e crefs que distribuem autorizações a dungas e congêneres, aliados que estão à industria do corpo, e afastados do comando e liderança do MEC, mas ligados politicamente aos desígnios de um Ministério do Esporte partidário, tornando inviável a disciplina de Ed.Fisica nas escolas, outrora de importância vital , junto com as artes e a música, para a formação plena de nossos jovens, direito constitucional do país.

E por conta desta insânia, falar de esporte na rede pública escolar do país passou a ser pecado capital, o mesmo já falido nos clubes, o mesmo que o agora imperador do país denomina de alto rendimento, como se a massa de jovens pudesse ser espremida como limões a seu bel prazer, na busca de uma excelência somente possível com a massificação do mesmo.

E onde massificar senão na escola prezado imperador? Mas antes, bem antes teremos de preparar professores e técnicos, em escolas para professores, sob a ótica clássica do humanismo e dos princípios generalistas, que são a base da educação democrática, e não o pragmatismo desenfreado dos atuais currículos forjados e administrados em cursos de base paramédica.

E com a volta estratégica da formação de professores para a área humanística, veríamos cessar a catastrófica influência e tutela de conselhos de educação física, cuja maior performance foi a de autorizar milhares de leigos a empunharem um legado didático pedagógico que absolutamente não dominam.

Com essa base formativa reinplantada, poderíamos reintroduzir a educação física de qualidade nas escolas, e seu produto natural, o desporto escolar, jamais dissociado da formação plena do cidadão, do atleta-cidadão.

E com uma ou duas gerações de trabalho intenso poderíamos alcançar padrões atléticos que nos situasse ao nível das grandes nações, aquelas mesmas que colocam a educação no patamar maior de suas conquistas humanas e tecnológicas, que como podemos avaliar, em muito ultrapassariam os 2016 da vida, em contraponto aos projetos enganosos e criminosos de esporte de alto rendimento, saídos da verve oportunista de um amante incondicional da oratória.

Não nos iludamos, pois a performance atlética e grandes resultados em 2016, com exceção óbvia do vôlei, não terão a menor importância ante à presença real e palpável de um cornucópia financeira que enriquecerá uma geração cada vez mais elitizada e especializada, altamente especializada, em se apropriar de verbas públicas, a qual, em absoluto interessa escolas de qualidade, educação democrática e acessível, pois um povo educado seria o maior entrave às suas conquistas político econômicas.

Maquiar uma realidade brutal como essa não resolverá o nosso atraso, e sim investir pesadamente em educação, o que duvido que venha a ocorrer, ainda mais em um país presidido por um homem que não lê, e cuja sucessora já anunciou que “a educação já está bem encaminhada”, retirando-a de suas prioridades, rodeados, ambos, por oportunistas que amam a tribuna e a oratória, ah, e os milhões também.

Que todos os deuses disponíveis nos protejam, mais uma vez.

Amém.

OBS-Clicar nas imagens para ampliá-las.

CONTINUAMOS…

Quando em fevereiro desse ano assumi a direção de uma equipe da LNB, para o returno do NBB2, tive de fazer uma opção bastante significativa em minha rotina de vida, orientada ao estudo, e ao blog criado em 2004.

Inicialmente a mudança de cidade e todas as implicações logísticas inerentes à mesma, não fosse eu aposentado do magistério superior, e já estando na casa dos 70 anos, e segundo, a forma como manteria a essência do blog estando na direção prática de uma equipe de alta competição.

Creio ter solucionado os impasses de uma forma bastante pragmática, instalando-me em um hotel, onde o aspecto “administração de uma casa” seria minimizado, e estabelecendo um diário no blog sobre as etapas de treinamento e jogos que passei a enfrentar no dia a dia da competição, e que foi bastante consultado e discutido, principalmente pelos jovens técnicos do país.

Terminada a competição, iniciei um tempo de espera, a fim de dar continuidade, ou não, ao trabalho implantado na equipe, situação essa que dependia exclusivamente da direção da mesma, na busca de patrocínios que a viabilizasse para a temporada a seguir. E durante a angustiante espera me posicionei em um artigo que desnudava toda uma situação de fato, mas não de direito, onde a realidade do nosso basquete se fazia presente com todo o seu desnível sócio esportivo. “Me dei um tempo… foi o artigo em questão, cujo último parágrafo expunha com clareza o processo de indefinição que se fez presente na continuidade da equipe, que acabou sendo liquidada, pelo menos quanto ao processo técnico tático que propus, treinei e a fiz atuar nos 11 jogos finais da temporada.

Hoje, definitivamente fora das quadras de jogos da LNB, por uma disposição injusta e discriminatória, onde o se provar competente e atualizado é fator desqualificante e de somenos importância, ante o poder inamovível de um corporativismo descabido e retrógado,  advindo de fora das quadras, volto aos cânones que sacramentaram a criação deste humilde blog, onde a discussão básica, transparente e responsável, propugna, como desde sempre, o possível soerguimento do grande jogo em nosso país.

Portanto, e após um segundo tempo reflexivo, volto à trincheira desobrigado das funções de técnico atuante, não menos compromissado com as análises, criticas e sugestões que sempre habitaram esse espaço, sempre contando com o apoio, as criticas e sugestões dos muitos jovens técnicos, alguns velhos técnicos e poucos jornalistas e aficionados, presentes nos comentários abertos e democráticos, continuando o caminho traçado desde setembro de 2004.

Muitos assuntos pairam no ar, alguns sequer intocados pela mídia, pelo público em geral, mas repletos de importância e de significados.

Continuamos na teimosa e constrangedora forma de preparo de nossas jovens seleções, onde perder sistematicamente para os argentinos já se tornou um hábito endêmico, quando deveria ser um parâmetro de mudanças e conceitos, e de responsáveis também.

Continuamos a minimizar o ensino dos fundamentos, assunto de uma infinidade de matérias aqui publicadas e discutidas, que bem sei ser domínio de muito poucos excelentes técnicos que possuímos, NENHUM deles responsáveis por quaisquer seleções de base brasileiras, e cujos princípios já extrapolam de modalidades, haja vista o excelente artigo- O erro está na base-  do jornalista Fernando Calazans no Globo de hoje (2/11/2010), que o encerra desta forma – “O remédio, não só para o Flamengo mas para todo o futebol brasileiro, está na base. Está nos meninos de 10, 11, 12 anos que, em vez de terem aulas de tática com os “professores pardais” da categoria, precisam aprender primeiro a lidar com a bola, a dominar, driblar e passar como por exemplo Conca, Montillo, D’Alessandro e outros… argentinos.”  E como pululam pardais em nosso basquete…

Continuamos a mesmice técnico tática que nos esmaga a duas décadas, como um pacto adjeto ao que de pior pode nos referenciar perante a comunidade internacional, depurando sem dó nem piedade qualquer tentativa de “diferenciação”, mesmo que partindo de um insignificante lanterna da liga dirigido por um excêntrico de plantão, mas que poderia deixar de sê-los na continuidade da agora esmagada tentativa. Se pura maldade, ou abjeta burrice, que julguem os entendidos…

Continuamos, enfim, a administrar sofregamente as vultosas e bilionárias verbas que se avizinham a 2014 e 16, todas elas comprometidas com os negócios, da industria ao turismo, nas mãos dos apaniguados e dos chupins dos poderosos, onde a menção de termos como, educação integral, democrática  e de boa qualidade, preparo e aperfeiçoamento de jovens atletas, pagamento justo e meritório de professores e técnicos, se tornam impublicáveis em seus projetos megalômanos e anti patrióticos, já que excluem a verdadeira riqueza de um país que pretende se alçar e ombrear com as nações desenvolvidas do mundo, seus jovens, esquecidos e criminosamente abandonados.

Continuamos assim, a luta que sei ser sem fim, até quando os deuses permitirem.

Amém.

OBS- Clique na foto para ampliá-la.

UMA SUTILEZA DO DESTINO…

  • Washington Jovem Alexandre. Ontem

Professor,

Agradeço por ter participado desse trabalho que o Senhor implantou aqui com a equipe do Saldanha da Gama, trabalho esse que levei para as categorias de base do clube, ensinando aos meninos uma nova forma de jogo, que a principio acharam estranho, mas, após a adaptação entenderam a forma de jogar. Hoje as equipes de base do clube jogam um basquete diferenciado, buscando a pontuação de 2 em 2 como o Senhor dizia sempre, e com muita “sutileza”, palavra essa que ficou gravada em minha memória. Obrigado pela experiência vivida, e pelo aprendizado que foi de muita valia para mim. Hoje essa forma de jogar é conhecida entre os meninos como sistema ” Paulo Murilo”. Um abraço e mais uma vez o meu muito obrigado professor. Do seu assistente técnico Washington Jovem

Recebi ontem esse comentário sobre o artigo “26/02/2010 – UMA DATA PARA RECORDAR…, do meu assistente técnico, e responsável pelas categorias de base do Saldanha da Gama, Prof. Washington Jovem, que me deixou imensamente feliz, pois reflete com exatidão o impacto positivo de um bom trabalho numa divisão principal, e sua estratégica influência nas divisões de base de uma modalidade de técnica refinada como o basquetebol. E se essa divisão principal pautar sua preparação básica nos fundamentos do jogo, mais ainda essa influência se caracterizará, pois estará exequibilizando todas as necessidades técnicas exigidas num sistema de jogo diferenciado pela participação equânime de todos os integrantes da equipe, dos armadores aos pivôs, onde as oportunidades técnico táticas são comuns a todos, num exemplo ímpar para os jovens que se iniciam.

O Washington foi um grande jogador no Espírito Santo, marcador implacável, e pontuador de primeira, e realiza um ótimo trabalho nas divisões de base do Saldanha, movimentando muitos jovens capixabas. Com essas credenciais, o diretor daquela que foi a franquia CECRE/Saldanha, Dr. Alarico Lima, me indicou o seu nome para assistir-me na direção da equipe principal, naqueles 49 dias que duraram nossa participação no NBB2, cuja história já foi amplamente discutida aqui no blog.

Creio ter custado um pouco ao Washington, dada às suas características combativas, captar meu aparente distanciamento naqueles momentos cruciais de uma partida tensa e disputada ponto a ponto, onde as tensões beiram a ruptura, onde equilíbrio e desequilíbrio compactuam um mesmo e tênue fio condutor, onde um erro, por simples que seja, fará pender o fiel da balança para um dos lados. Mas acredito o ter induzido a um raciocínio que prima pela lógica, o de que um jogo deve ser mental e meticulosamente metrificado em seus três quartos iniciais, a fim de que no quarto final o mesmo possa vir a fluir, lastreado por reservas técnicas, físicas e emocionais, acumuladas parcimoniosamente naqueles indefinidos e decisivos quartos.

E juntos pudemos testemunhar pequenas grandes conquistas, onde o duro trabalho e os sacrifícios conduziram aquela humilde equipe a um patamar respeitado e agora, pelas mãos do Washington, continuado.

Exatamente pela continuidade junto aos jovens daquele trabalho, creio ser eu a agradecer. Obrigado Washington,  seja feliz e vitorioso, você merece.

Amém.

PS- Foto de um treino de fundamentos com o Washington ao meu lado. Clique na foto duas vezes para ampliá-la.

O DEDO TORTO…

(…)- “O momento mais difícil foi entregar o jogo contra a Bulgária. No começo, eu não consegui. Não sabia como fazer, nunca tinha feito isso na minha vida antes. A gente tinha esse objetivo mesmo, e foi superado. Antes de dormir, à noite, esquecemos e superamos. Jogamos de acordo com as regras do campeonato. No fim, deu Brasil por merecimento, o esforço do brasileiro no dia a dia. Ganhou o melhor – afirmou Mário Jr, em entrevista ao SporTV.

Sem saber que Mário Jr tinha revelado a decisão de entregar o jogo, o capitão Giba contou que os jogadores fizeram uma reunião até 5h da manhã na véspera da partida contra a Bulgária.

– Soubemos tomar a decisão certa na hora em que foi preciso. Tivemos uma reunião até 5h da manhã. O que decidimos é do grupo, ficou entre a gente – afirmou Giba”(…).

Foi uma conquista tecnicamente perfeita, de uma equipe, que segundo o grande jogador italiano Zorzi, hoje comentarista desportivo, não precisaria se utilizar desse estratagema, dada a sua inquestionável superioridade ante os demais concorrentes, numa atitude reprovável e constrangedora, que ficou patente com as declarações do jogador Mario Jr. após a grande conquista, e a tentativa de ocultá-la por parte do capitão da equipe, Giba.

Mas o momento mais emblemático ficou por conta do presidente da CBV, Ary Graça, ao exibir para a câmera do Sportv seu dedo deformado pelas constantes fraturas de ex-levantador, que em conjunto com outros dois perfeitos, sinalizava o tri-campeonato, numa perfeita alegoria das conquistas, onde esta última pecou pela fraude consentida e deformada, tal qual seu anular, provando definitivamente que ainda teremos muito a evoluir no mundo do esporte e do olimpísmo, mesmo sendo tecnicamente campeões, mas, ética e educacionalmente lanternas.

E a Lei de Gerson, que tanto estrago nos tem legado, retorna triunfante e altaneira, sempre relevada, mais agora, justificada e redimida por um título que não precisaria, mas o foi, ser tão torto quanto o dedo do presidente.

Salve os campeões, orgulho e exemplo para a  juventude brasileira, e às favas a ética e o desportivismo…

Amém.

QUE VERGONHA…

EXPLICAR O QUE?

SIMPLES, A SELEÇÃO CAMPEÃ MUNDIAL ENTREGOU UM JOGO PARA ENFRENTAR ADVERSÁRIOS MAIS FÁCEIS.

SEM JUSTIFICATIVAS, POR FAVOR!

“UMA MANCHA EM MINHA VIDA” – GIBA.

UMA VERGONHA PARA TODOS NÓS.

E AGORA, SR.NUZMAN?

PARA BOM ENTENDEDOR…

UMA PALAVRA (ORDEM?) BASTA…

UM EMAIL DO FELIPE…

Recebi ontem (17/9/10) este email enviado pelo Felipe Modesto, sugerindo um debate sobre alguns aspectos dos fundamentos postos em pratica pelas jogadoras brasileiras, confrontado-os com os praticados por jogadoras de outros países, analisando diferenças e técnicas consoantes aos mesmos. Aí está uma excelente oportunidade de discutirmos um dos  fatores mais negligenciados em nosso basquete, o ensino, pratica e aplicação dos fundamentos básicos do jogo. Ao final teço algumas opiniões à respeito do tema, e abro o espaço para o discutirmos.

Professor.
Por favor, perdoe uma eventual presunção de minha parte em tentar entrar em
um debate que possa estar ligado ao meio academico, mas penso que o assunto
pode ser aberto em blogs e sites especializados
Estou enviando a mesma analise que foi enviada ao Balassiano para que possa
ser iniciado esse debate.
Estamos às vésperas do Mundial Feminino. EUA e Austrália dominam a
modalidade.Além de diferenças técnicas entre australianas e  americanas em
relação ao resto do mundo, tenho notado uma diferença na mecânica dessas
jogadoras.
 Penso em abordar especificamente os casos das jogadoras brasileiras  e seus
déficits mecânicos.São peculiaridades em movimentos de execução de
fundamentos do jogo que começam na formação das atletas e culminam em certos
"vícios de movimento" nas atletas brasileiras.
A análise é rererente a três fundamentos do jogo.
*1 - Arremesso*
Exclua Hortencia, Janeth, Iziane e talvez Micaela.Repare como as jogadoras
arremessam.O movimento de arremesso começa como uma espécie de passe de
peito.As meninas seguram com as duas mão na "orelha" da bola que está
próxima ao tórax.Aí sim começam os movimentos de pernas bem sutil que termina
com a extensão dos braços e um chute que sai no máximo na altura dos olhos,
sem jump.
Conclusão: arremesso lento, baixo e fácil de marcar.A jogadora só arremessa
de estiver livre, bem livre.
Ex:Bethania, Fernanda Beiling, Helen, Adrianinha, Chuca, Taiara e uma
infinidade de jogadoras.
Aí é só notar o arremesso das "gringas". Taurasi, Catchings, Penny Taylor
e
TODAS as outras "gringas" arremessam como "homens".Jump alto,
acima da
cabeça e muito rápido.Difícil de ser marcado.
*2 - Drible*
Aqui só dá para excluir a Paula.A meninas batem bola de um jeito muito
lento.Quando a bola toca no chão e volta para a mão delas repare no tempo
que ela fica suspensa no ar, apoiada na palma da mão virada pra cima,
naquela "quase condução".Se alguém contar quantas batidas de bola a Helen
para atravessar a quadra e comparar com a Sue Bird, arrisco que a Bird bateu
umas 10 a 15 vezes mais.
Bater mais vezes a bola possibilita uma maior velocidade com o controle dela
e mais facilidade na hora de executar dribles rápidos.Você já viu uma
brasileira dando um crossover?
Todas as brasileiras dão essa cadencia no movimento e isso torna o 1 contra
1 muito falho.Até Iziane e Janeth batiam bola assim.Aí você olha para a
Taurasi e vê porque mesmo com uma mão esquerda não muito boa ela tem
facilidade em fazer bandeja.A condução de bola e o drible são rápidos graças
a essa mecânica.
*3 - Parada Brusca*
Só me lembro da Lígia (ex-Ourinhos) fazendo esse tipo de jogada no
Brasil.Sabe aquela batida forte com uma espécie de salto e a parada para
subir para a cesta, típica de pivô?Todas as norte americansa fazem
isso.Todas as universitárias americanas fazem.
Se uma pivô brasileira for fazer dá impressão que elas vão tropeçar.
Ninguém pegava essa jogada da Lígia e é uma outra baita diferença mecânica
entre as nossas e as "gringas" australianas e americanas.
Podem argumentar que o potencial de força e torque de algumas jogadoras é
maior, mas a Hortencia que jumpeava e a Paula que batia bola com o tronco
ereto e sem a "quase conduzida" não eram exemplos de porte atlético. Por
isso que eu acho que é uma questão de mecânica, de base.
Bom, é isso professor. Escrevi no trabalho, bem corrido e na informalidade
porque é uma sugestão mesmo.
Obrigado pela atenção.
Abraço.

Com vemos, é um assunto ícone deste espaço, os fundamentos do grande jogo. O que teria a dizer a mais do que venho publicando nestes seis anos de blog?

Vejamos:

Arremessos- A grande maioria das meninas desenvolvem ambivalência  de forças nos braços, ao contrário dos meninos que desenvolvem quase sempre uma dominância em um deles. Como desde cedo a inexistência de materiais e espaços adaptados aos mais jovens é norma geral em nosso país, elevar uma bola oficial à cesta, se torna mais efetiva com uma aplicação de força dupla do que única. A ambivalência mencionada, direciona a bola com mais precisão pelo  menor esforço em fazê-lo. Pouco a pouco o habito de assim arremessar vai se solidificando, tornando sua correção posterior bastante improvável. Some-se a esta constatação o fato da presença quase institucional das defesas zonais nas divisões de base, e temos reportado o quadro que ora discutimos. Pequenas, porém efetivas, adaptações em materiais e regras no preparo das divisões de base, sem que títulos e medalhas sejam os objetivos a serem alcançados nessa fase, corrigiriam tais falhas de formação, e produziriam melhores e mais eficientes jogadoras.

Drible- É um grave engano considerar-se a parada de bola na mão como condução, quando na realidade a infração cometida é a de andar com a bola no ato de driblá-la, pois a regra coíbe a interrupção das trajetórias descendentes e ascendentes no ato do drible, interrompendo o binômio ritmo-passada deste fundamento. É uma artimanha muito ensinada e praticada a fim de que fintas, mudanças de direção e reversões sejam efetuadas ao largo do domínio do corpo em torno de seu centro de gravidade concomitantes às ações acima descritas. Com a permissividade das arbitragens e de técnicos não muito compromissados com os fundamentos, já que orientados aos sistemas de jogo, a deficiência se avoluma com os anos de prática, num erro cumulativo e comprometedor.

Parada brusca- ou o DPJ (Drible, parada e jump), que mesmo nos Estados Unidos nos campeonatos universitários, somente foi resgatado de dois anos para cá, e jamais no nosso caso. Treinei muito este fundamento no Saldanha da Gama, com enormes vantagens. Jogo preferencial no perímetro externo e contra ataques a qualquer custo mataram a pratica do DPJ, mas aos poucos ele está sendo resgatado pela reintrodução de sistemas de jogo que não o único até agora empregado.

Como vemos, um prato cheio para discussões e posicionamentos. O espaço está aberto. Obrigado Felipe pelo email.

Amém.