O ÁLIBI…

O Pré Olímpico bate às portas, e já saberemos se marcaremos, ou não,  os passaportes para Londres, depois de 16 anos de sentida ausência nas quadras olímpicas.

Mas antes, e desde sempre, estabeleceu a CBB um roteiro da mais absoluta e deslavada incompetência, na teimosa e delirante mania de pré definir uma seleção que somente existe no imaginário de seus luminares, especializados numa espécie de álibi às custas de pretensas e conhecidas  ausências de competições desse porte, pois contratos milionários não podem ser postos em risco pela aventura de defender um país onde o basquetebol é mercadoria de terceira categoria, tendo uma administração de quinta.

Viagens aos Estados Unidos, Canadá e Europa levaram nas classes executivas e hotéis de primeira linha, técnicos e dirigentes, com a missão redentora de ouvirem ao vivo e à cores, os testemunhos de tão importantes personalidades, quando um simples e objetivo email, convocando-os à defesa de seu país seria o caminho óbvio a ser tomado, pois ante a presença bajuladora, e a vinda após convocação, um único fator se faria presente, a efetiva vontade e disposição de participar.

No entanto, tais viagens encenaram um pastiche operístico, o de estabelecer para o público torcedor aquela que deveria ser a seleção ideal, real e reconhecidamente capaz (?) de nos levar a Londres, alimentado-o com falsas (porém bem articuladas…) ilusões, quando a realidade dos fatos apontavam na direção contrária,  agora desmascarados, de que tal encenação simplesmente alimentava o álibi de um possível fracasso, perante o qual as culpas e desvios teriam de ser convenientemente justificados pelas ausências agora anunciadas através… email’s, numa desigual contrapartida.

Acredito firmemente que o técnico Magnano tenha se apercebido da situação que se desenhava à frente, e aproveitando o momento sugeriu a convocação do excelente Larry, mesmo sabedor dos prolongados trâmites por que passam aqueles que desejam a naturalização em nosso país (o jogador Shamell já a tenta a anos…), robustecendo o álibi a uma possível desclassificação olímpica, já que quatro jogadores básicos estariam fora da disputa, o Nenê, o Leandro e o Larry, além da impossibilidade médica do Anderson.

Pronto, consciências libertas ante uma possível derrota, já que grande parte do nosso pretenso poderio estará ausente, ficarão expostos à linha de fogo aqueles que atenderam a convocação, e que sei lutarão com a valentia e a técnica de que são possuidores, e que mesmo sub valorizados, sempre honraram a camisa do país, e cujo único álibi é estarem sempre presentes quando convocados.

Então, ficamos assim acordados, temos um substancial álibi se tudo der errado, afinal de contas, estamos “definitivamente” sem nossa força (?) maior, e um maior ainda, se “repentinamente” nos classificarmos.

Sem dúvida alguma é mágica essa palavrinha, álibi, ainda mais nas mãos de profissionais na arte de utilizá-la.

Amém.

 

ALIBI (á), s. m. Presença de uma pessoa em lugar diverso em que se perpetuou o crime de que ele é acusado; (p. ext.) justificativa ou escusa aceitável. (Do lat. Álibi.)

(Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa)

PS-Dirimindo qualquer dúvida, esse artigo foi postado às 0:42 da madrugada de 14/7/11.

CONVITE? ESQUEÇA…

 

Assunto Reunião Comitê Técnico
Remetente Lula Ferreira
Para Bial , Carlão Rodrigues , Cesar Guidetti , Chui , Daniel Wattfy , Dedé , Demetrius , Enio Vecchi , Espiga , Fabio Appolinário , Gonçalo Garcia , Guerrinha , Gustavo di Conti , Hélio Rubens , Hudson Previdelo , Jau Paulo , João Batista , João Marcelo , Jose Carlos Vidal , Luiz Felipe Azevedo , Marcio Azevedo , Marcio Kanthach , Nestor Garcia , Paulo Murilo , Pipoka , Raul Togni Filho , Raul Togni Filho , Regis Marrelli , Rodrigo Carlos da Silva
Cópia Alarico Duarte Lima , Alexandre Arantes , Alício Torres Junior , André Guimarães , Angelo Varejão , Cassio Roque , Charles Eide Junior , Claudia Sueli Duarte Lima , Claudio Mortari , Cristina Callou , Edson Ferraciu , Eduardo de Almeida Pinto , Fernando Larralde , Geraldo Campesan , João Rosa da Silva Filho , Joaquim Carvalho Motta Junior , Jorge Bastos , Jorge Bauab , Luis Carlos Teixeira , Luis Fernando Silva , Luis Inácio Messias , Marco Antonio Bajo Castrillo , Margareth Santos , Paulo Nocera Alves , Pedro l. Poli , Rossi , Sandro Steurnagel , Vitor Bornia Jacob
Data 17.05.2011 07:47

Prezados técnicos

Segue anexo o boletim  tempo técnico no 11 que trata da reunião do Comitê Técnico.

Att

 

Prezados Técnicos

O Departamento Técnico da LNB, na tarefa de organizar a II Congresso Técnico do Comitê Técnico da LNB, e seguindo as orientações do Conselho Técnico, composto pelos técnicos Hélio Rubens, Alberto Bial, Flávio Davis, Luiz Felipe e Lula Ferreira, informa que o referido encontro terá a seguinte pauta de assuntos:

  1. Tema Livre: cada um dos técnicos do NBB 3 terá 30 minutos para discorrer sobre um tema de sua livre escolha.
  2. Avaliação do NBB 3: o grupo irá avaliar o desenvolvimento técnico da edição 2010/2011 do NBB.
  3. Sugestões para a edição do NBB 2011 / 2012.
  4. Campeonato Sub – 20
  5. Temas a serem desenvolvidos por profissionais de diversas áreas, que foram convidados, e aguardamos as respectivas confirmações:
  • O técnico de basquete como um gestor / Rede Globo/ Sportv.
  • Aspectos do Código Brasileiro Justiça Desportiva / Comissão Disciplinar LNB.
  • Controle Emocional /Psicologia Esportiva / Dra Regina Brandão
  • Pré Olímpico 2011- Técnico da CBB Ruben Magnano.

Esta programação será distribuída dentro dos seguintes dias:

Dia 01 junho, 4ª feira, das 8:30 h às 20 h.

Dia 02 junho, 5ª feira, das 8:30 h às 20 h.

Dia 03 junho, 6ª feira, das 8:30 h às 13 h.

Assim que os convidados confirmarem suas presenças, enviaremos a programação detalhada do evento.

Solicitamos que cada técnico das equipes do NBB 3 nos envie o tema que irá desenvolver, até o dia 23 de maio, 2ª feira.

Certos de contarmos com a importante colaboração de todos, estamos à disposição para qualquer informação e/ou sugestão

Att.

Lula Ferreira

Gerente Técnico

 

 

O evento se iniciou nesta quarta feira em São Paulo, e ainda aguardo o envio de sua programação detalhada e convite anexo, capacitando-me ao mesmo, o que por certo não ocorrerá. Lamentável omissão, pois no transcurso do I Congresso, do qual participei como técnico do Saldanha da Gama, foi comunicado aos técnicos presentes que todo aquele que porventura dirigisse uma equipe no NBB faria parte permanente de seu  Comitê Técnico, mesmo estando sem equipe na ocasião do mesmo.

Como podemos atestar, não foi o meu caso, que inclusive, como também redator e editor de um dos blogs mais prestigiados da modalidade, sendo além de professor e técnico, jornalista por formação, sequer recebi convite para a Festa de encerramento do NBB3, direito auferido aos demais blogs e mídias voltadas ao basquetebol e ao desporto em geral.

Fico triste e decepcionado, mas nada que me faça desistir de continuar a luta pelo soerguimento do grande jogo em nosso muitas vezes injusto país, pois sou competente, experiente e preparado, não tendo que provar mais nada a quem quer que seja, e essa determinação não há como ser coibida, sequer calada, jamais. Vida que segue.

Amém.

PS-Foto do I Congresso dos Técnicos da LNB (Clique na foto para ampliá-la).

IMPACTando…

(…)“A experiência foi muito produtiva e importante dentro do trabalho de qualidade que estamos desenvolvendo com esta seleção. Essa também foi uma ótima oportunidade para muitos dos jogadores que estão tendo a primeira vivência internacional. O trabalho realizado na IMPACT teve o mesmo foco físico e técnico que desenvolvemos em São Sebastião. Fizemos também uma partida amistosa contra o grupo que treina na IMPACT para o draft e conquistamos a vitória. Estou muito contente com o resultado desta viagem”, analisou José Neto”.

Pela primeira vez participando de uma preparação internacional, o pivô mineiro Felipe Braga, de 17 anos e 2,10m, conta como foram os treinos.

“A oportunidade de participamos dessa fase no IMPACT foi muito boa. Além disso, treinar no formato que os americanos atualmente treinam foi fantástico. Os treinamentos foram bem pesados e a experiência foi maravilhosa. Participamos também de um jogo-treino que vencemos. Nosso time foi superior na defesa, e as bolas caíram. Fiquei muito contente com a experiência que tivemos em Las Vegas”, disse Felipe”(…).

( entrevistas publicadas no Databasket de 22/4/11).

 

Muito bem, mas o que me deixa perplexo é o trecho que diz – “O trabalho realizado na IMPACT teve o mesmo foco físico e técnico que desenvolvemos em São Sebastião”.

Então para que ir até lá com um batalhão, se o foco era o mesmo?  E se houvessem dúvidas, por que não enviar somente o técnico, ou um assistente para comprovar isso?

E porque ao acessar o site da IMPACT BASKETBALL, na coluna PROGRAMS, o item PRICING se mantém num branco absolutamente virginal, somente sendo possível o acesso através um cache do Google para os bens iniciados nos assuntos da grande rede? Nele encontramos os reais valores cobrados daqueles que usufruem dos serviços setorizados prestados pela empresa, faltando somente que sejam esclarecidos quais os que foram indicados para a nossa seleção, além dos transportes externos e internos, e as correspondentes estadias, além, é claro, os per diem da douta comissão.

E porque dentre todas as quatro sedes da IB nos Estados Unidos (Los Angeles, CA- Las Vegas,NV-  Saratosa, FL-  Novi, MI ) a de Las Vegas foi a escolhida, uma cidade sem qualquer atrativo cultural, a não ser a industria dos grandes cassinos? Por que não Los Angeles, onde um pequeno roteiro cultural aos grandes museus e vastas bibliotecas poderiam enriquecer um pouco nossos jovens jogadores, dando a eles uma experiência internacional um pouquinho além do que servirem de cobaias em metodologias voltadas ao mundo profissional, onde walkmans são o refúgio preferencial de seus participantes?  Todos eles precisam aprender a observar o mundo que os cercam, também fora de uma quadra de jogo.

Afinal de contas, este é o projeto que visa massificar o basquete em nosso país, investindo em 16 jovens escolhidos a dedo (critérios de escolha à parte…), sabendo todos aqueles que realmente entendem e conhecem o grande jogo, que pelas leis probabilísticas muito poucos, ou nenhum,  ascenderão as equipes seniores, na esperança furada de que venham a servir de exemplos de cima para baixo, a fim de arrebanhar multidões de jovens à pratica da modalidade?  A quem querem enganar pulando sem vergonhosamente as etapas sagradas do desenvolvimento primário do homem? Qualquer país desenvolvido educacional e culturalmente falando sabe muito bem que, somente um trabalho massificado, generalista e democrático pode gerar talentos científicos, literários, artísticos e desportivos que o faça ascender à categoria de desenvolvido, ao contrário daqueles que insistem em chafurdar na lama da incúria, da corrupção e da falta de amor incondicional ao país e seu futuro.

Finalmente, a última indagação? Quando veremos transparentemente os custos de tanta aventura inconseqüente, quando?

Resposta? NUNCA! ( Mas que aqueles monumentais cassinos são um barato, nem discutir…).

Amém.

ÚLTIMO DIA EM CABO FRIO…

Creio que nada seja mais gratificante do que treinar uma equipe que luta para sobreviver à uma má fase, às derrotas seqüenciais, à baixa continua e inexorável da perda da auto-estima, do respeito a si mesma.

Não sinto qualquer atrativo pela direção de “nomes” e de fachadas, de cardeais e delfins, mas sim aqueles bons e até ótimos jogadores, depreciados e subutilizados no dia a dia de uma equipe de alta competição.

Maravilha, apresentar um projeto onde constam estrelas e candidatos às seleções nacionais, minorias que em muitos casos (as exceções não contam…) não refletem com alguma precisão o quem é quem da realidade técnica de uma modalidade tão complexa como o basquetebol, mas que locupletam uma pseudo elite bem promovida e magnificamente assessorada por marqueteiros profissionais. Por conta de tal distorção, menos técnica, e muito mais política, muitos reais valores se perdem pelos caminhos do ostracismo e da mais absoluta ausência de uma simples vitrine onde pudessem mostrar e demonstrar o que valem (daí o valor incomensurável da postagem de vídeos de jogos pelas LNB e pela CBB na grande rede…), como indivíduos, como jogadores, assim como, muitos e autênticos técnicos e professores, formados ao longo de reais experiências, estudos e pesquisas práticas, e não  provisionados   em cursos de 3 a 4 dias sentados às centenas num auditório da vida.

Coerentemente ligado a estas constatações, é que me comprometi treinar a equipe do Cabo Frio, não encontrando, lamentavelmente, um mínimo suporte econômico administrativo para um trabalho a médio prazo, como fora o combinado e estabelecido, tornando praticamente impossível qualquer resultado positivo contra as equipes que ponteiam a competição.

Mesmo assim, nos preparamos da melhor forma que nos foi possível para o jogo contra o Tijuca, definidor para a continuidade competitiva da equipe, visando sua classificação ao playoff semifinal.

Ao contrário das opiniões de técnicos de arquibancada, em sua total maioria compostos de pusilânimes anônimos (jamais aceitos e postados aqui nesse blog…), foi um jogo onde a predominância técnica e  tática foi centrada na maior das deficiências da esmagadora maioria das equipes brasileiras, de todos os níveis e faixas etárias, a sempre omitida e depreciada, defesa.

Foi uma titânica batalha de defesas, quando imperou, no quarto final, aquela que possuía a melhor reserva de energias, combustível estratégico para seu sucesso final, a equipe tijucana.

Do lado da equipe de Cabo Frio, um posicionamento na linha da bola, e de marcação dos pivôs à frente por todo o tempo, enfrentando o sistema único de jogo utilizado por um adversário superior em estatura e velocidade.

Por outro, uma equipe pressionando forte e energicamente os dois armadores, na tentativa de evitar que os mesmos contatassem os três pivôs móveis que se deslocavam permanentemente em seu perímetro interno, originando arremessos curtos, mais precisos, e sendo beneficiados por lances livres em quantidade, e ambas, enfrentando uma quadra emborrachada e escorregadia com um aumento drástico da umidade ambiental, que levava os jogadores à estafa pelo esforço extra para se manterem em equilíbrio razoavelmente estável.

E com este cenário de luta permanente e estafante, dois ou três arremessos de longa distância determinaram o resultado da partida, demonstrativa da capacidade que temos, sim senhores, que temos de defender, na medida que treinemos a arte de fazê-lo, preferencial e estrategicamente desde as divisões de base, com técnicas específicas e evolutivas, e não explicitadas em ações de cunho físico, onde a força em muito tenta superar as técnicas defensivas, conotando desgaste e exaustão desnecessárias.

Terminado o jogo, me despedi dos coesos jogadores, contrariado pela situação originada pela não definição contratual, mas pleno de certeza do cumprimento da parte a mim reservada, leal e corretamente.

Quem sabe em um outro momento tornemos a nos encontrar?

Amém.

OBS-Clique na foto para ampliá-la.

MEDIANDO…

Foi como uma queda de braço entre o Super Homem e o coelho Pernalonga, ou seja, sem chance nenhuma para o coelho, ou melhor, a LNB. A Globo impôs o jogo unilateral, acenando com um audiência milionária, e levou a decisão do NBB4 em 2012 para um jogo único, e estamos coversados.
Acho que não, basqueteiros do meu país, a não ser que até a formula da competição em seu todo também passe pelo crivo da emissora. Se não, basta que a LNB entregue à faraônica produção global um autêntico e decisivo jogo final a ser veiculado em TV aberta, mas privilegiando seu direito de formular as regras da disputa, até o clímax entre os dois finalistas.
Nesse caso, o tão criticado quadrangular semi final, poderia perfeitamente ser transformado em dois playoffs (como eram…) de 3 ou 5 jogos, que definiriam as duas e inegáveis melhores equipes, que por seu lado disputariam um terceiro playoff de 3 jogos que definiria o mando de campo da grande final (que é uma variável importantíssima para ambas as equipes), atendendo as duas torcidas, e privilegiando uma delas com a grande e globalizada decisão.
No caso de uma exigência de quadra neutra, o argumento superior a ser defendido seria o do apoio maciço de uma torcida que se fez merecedora por sua fidelidade, de assistir e torcer pela sua equipe, em sua cidade, em seu ginásio, cabendo à TV Globo transmitir um grande jogo prestigiado por aqueles que justificam a existência das grandes equipes, seus adeptos, seus fieis torcedores.
Não é uma solução ideal, mas mantêm a tradição vencedora dos playoffs, filtro inconteste para a definição dos melhores, mesmo aquele sugerido para a definição do mando de quadra, que no futuro, quando o bom senso imperar, será aquele que definirá o campeão, tendo seus jogos, todos, televisionados, como deveria ser desde agora.
Creio que tal estratagema atenderia a todos os interessados, à Globo que manteria incólume sua decisão de jogo único, e à LNB, que manteria seus playoffs intocados, menos o último.
Esta seria a minha proposta junto a reunião do  comitê de técnicos da LNB, caso tivesse sido convidado para participar da mesma em Franca, conforme a estipulada e aceita resolução de seus membros quanto aos técnicos que dirigiram equipes no NBB, para que os mesmos fizessem parte do comitê.
Agora, se a Globo também tem poderes de interferir na formulação dos campeonatos da LNB, ai minha gente… respondam vocês.
Amém.

A ESCOLA…

Lendo o magnífico Clipping do Alcir, me deparo com este depoimento do Prof. Raul Lopes, que passo a reproduzir:

Repassamos o e-mail do Prof.Raul Lopes, para conhecimento de todos.

CLIPPING DO BASQUETE

—– Original Message —–

From: raul lopes

To: clippingdobasquete2@gmail.com ; alcirmf@terra.com.br

Sent: Tuesday, January 18, 2011 5:12 PM

Subject: Escola de Técnicos

Alcir (permita-me a intimidade)

Atendendo sugestão de Carlos Antônio Silva Oliveira, o qual encaminhou recentemente para mim alguns temas tratados por você no Clipping do Basquete, estou utilizando esta mensagem para dar conhecimento de minha posição relativamente ao curso programado para o Recife pela ENTB nos próximos dias.

Inicialmente, quero me apresentar, muito embora há alguns anos já o conheça em função das frases interessantes que você postava e que colecionei durante algum tempo, bem como, do próprio Clipping.

Meu nome é Raul Siqueira Lopes, pernambucano de Recife, 62 anos nos próximos dias.

Sou Doutor em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto, especialista em basquetebol pela Universidade Central Estatal de Cultura Física de Moscou (1985/1986 – na antiga URSS) e estou no basquete desde 1963 (como atleta no passado longínquo e atualmente atleta (?) master; técnico de escolas, clubes, universidade e seleções estaduais; professor universitário da modalidade (dentre outras disciplinas),  na graduação e pós-graduação).

Na sequência, anexo o teor de mensagem enviada para meus colegas sobre o curso programado para Recife:

“Prezados colegas

Creio que todos tomaram conhecimento sobre um curso que será realizado no Recife no final deste mês.
Para quem participou das reuniões que realizamos no ano passado já verbalizei meu pensamento sobre o processo de criação da escola de técnicos da CBB.

Obs. Estas reuniões foram fruto de convite que recebi para coordenar as categorias de base da Federação Pernambucana de Basketball.
Apesar disso, para não passar por omisso e para não deixar dúvidas, registro de forma sucinta através deste documento qual a minha posição sobre o fato, e, mais especificamente, sobre o curso citado acima.

1- Em julho do ano passado, fui convidado para participar do curso para técnicos do nível 3 (em São Paulo) e ponderei de que não poderia participar de algo que em princípio sou contra, não a idéia, porém, o formato em que foi estruturado. Inclusive, divulguei este fato em uma de nossas reuniões.

2- Em nenhum momento solicitei, incentivei ou tive participação no processo de estruturação do curso programado para Recife;

3- Por diversas vezes, foi dado a entender que eu poderia ser uma espécie de interlocutor nas discussões sobre a “escola de técnicos”, mas isso nunca ocorreu.

4- Como nunca tratei sobre o assunto com ninguém da CBB ou ENTB, para minha surpresa recebi uma ligação (creio que de São Paulo) de que, como fato consumado e sem minha anuência anterior, eu seria o coordenador do curso aqui em Recife.
Como estava prestes a iniciar uma aula na UPE e não podia demorar na ligação, fui sucinto e informei que precisava conversar sobre a escola de técnicos e que, de qualquer forma não estaria no Recife na época do citado curso.
Sobre o interesse de conversar sobre a escola de técnicos, estou esperando até hoje para discutir o tema.

5- Em função do exposto acima e por não estar em Recife no prazo estabelecido para o citado curso, desautorizo quem quer que seja a utilizar meu nome como avalista do evento;

6- E para não me alongar, alerto a todos para que reflitam sobre desdobramentos que irão ocorrer em futuro bem próximo, particularmente, no que diz respeito aos direitos adquiridos de todos aqueles que possuem formação específica para exercer a função de técnico, inclusive sob o ponto de vista financeiro.
Isto significa que apesar da legislação vigente que ampara e certifica todos os que já adquiriram legalmente o direito de exercer a função de técnico, caso aceitemos pacificamente o que está sendo imposto de cima para baixo, com a suposta promessa de que esta escola de técnicos será a redenção do basquete brasileiro, poderemos ter prejuízos importantes no futuro próximo.
Se é mesmo verdade que o interesse maior é a “redenção” do basquete brasileiro, porque os cursos são pagos?  Porém, como já referi anteriormente, o fato é que tem gente ganhando dinheiro nessa história.

Pensem sobre isso!

Desculpando-me pela longa mensagem, despeço-me citando Costa (1985) sobre pensamento atribuído a Maiakovski que inseri no livro Superbasquetebol (1991).
Este pensamento serve para sintetizar o momento atual e os perigos que ele traz:
“Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta, e porque não dizemos nada, já não podemos dizer nada.”

Quando retornar, se houver interesse coloco-me à disposição para conversar com maior detalhamento sobre o assunto.”

Este foi o teor e você poderá utilizá-lo (ou não) de acordo com sua conveniência. Por outro lado, caso tenha interesse poderemos “conversar” mais sobre o tema.

Atenciosamente

Raul Lopes

Sinto-me aliviado e contente por não mais me considerar o patinho feio e discordante neste seriíssimo assunto, que mexe com todos os atuais, passados e futuros técnicos de basquetebol do nosso imenso país, ainda mais quando esse depoimento parte de um professor universitário, como eu, Doutor em Ciências do Desporto em Portugal, onde também me doutorei na mesma área, e técnico especializado no grande jogo a mais de 40 anos( tenho 10 anos a mais…), e no qual expõe com toda sua experiência e alta qualificação o grande equivoco representado pela ENTB, não pela sua existência, mas sim pela forma de como foi concebida, e é dirigida.

Desde muito tempo me engajei nessa luta, solitariamente, e agora numa ilustre companhia, sinto que tende a evoluir em grandeza, no surgimento de algo muito forte e poderoso, o comprometimento com a verdade e a coragem de defendê-la ao custo que for.

Recordemos alguns artigos devotados ao assunto ENTB, e os juntemos ao forte e oportuno testemunho do Prof. Raul Lopes, com o meu mais alto respeito e admiração.

CERTIFICAÇÃO (OU PROVISIONAMENTO?)… 22/6/2010

TÉCNICOS POR ATACADO… 27/6/2010

NIVELANDO POR… 8/7/2010

ALICERCES DE BARRO… 5/12/2010

ENGANAR E ADORAR SER ENGANADO… 13/12/2010

Amém.

2011…PARA ONDE CAMINHAMOS?

Foi um fim de ano com muito trabalho, e como todo professor que se preza, uma tonelada de papéis, relatórios, recortes de jornais e revistas, emails impressos, tiveram o destino anual do descarte, necessário pela enorme quantidade, mesmo tendo a maioria deles guardados em memórias e HD’s. Terminei a faxina ontem a tarde, no momento em que liguei a TV para o jogo do Pinheiros contra Limeira pela final paulista, e antes não o tivesse feito, pois assisti à cores e em som estéreo  a uma das cenas mais degradantes que testemunhei nesses longos anos em que milito e vivencio o grande jogo.

Lá pelo segundo quarto de um jogo horripilante, onde a artilharia dos três pontos tirou do sério até o pacato comentarista da ESPN, o técnico da casa pede um tempo, e ao se preparar para as instruções é violentamente interrompido pelo jogador americano, que toda a imprensa sonha ver atuar pela seleção brasileira, que aos berros em seu claudicante português espinafra a todos, exigindo raça, atitude, até o momento em que o técnico se intromete e leva pela testa um “deixa eu falar” tonitruante e constrangedor, que o deixa desarmado, até que, também aos berros e não menos inúmeros e reprováveis palavrões televisivos, faz o insurgente jogador se calar até o final do quarto, quando ao ser entrevistado tece comentários de cunho e responsabilidade exclusiva do técnico, e não sua.

Recomeça o jogo com o malcriado jogador no banco ( fosse comigo já teria trocado de roupa à muito…) e a equipe indo mal na quadra, mesmo continuando a apostar na chuvarada de arremessos de três, assim como seu adversário, totalizando 63 tentativas contra 67 de dois pontos de ambas, numa tendência que vem se instalando em nosso basquete de quase se igualarem em números os arremessos de três e os de dois, numa prova inconteste de que o individualismo exacerbado  ameaça de morte o coletivismo, que ainda define a estrutura técnico tática de uma equipe, sem contarmos com o altíssimo número de bolas perdidas por falhas nos fundamentos, que nesse jogo chegou a 25. E para sermos mais claros, das 29 bolas de três arremessadas pelo Pinheiros, somente 5 foram convertidas, contra 14 das 36 arremessadas por Limeira, ou seja um tremendo “chega e chuta”, definição do próprio comentarista da ESPN.

Um pouco mais adiante, um novo tempo pedido pelo técnico da casa, que num tom suplicante pede mais luta, união, ajuda, e de pronto faz voltar o americano, que por três sucessivas vezes arremessa de longe, sem sucesso, e numa dessas tentativas nem o aro alcançou. Daí par o insucesso final foi só uma questão de tempo.

Lamentável episódio, um tanto mais comprometido com a defesa do americano feita pelo pacato comentarista, tentando justificar uma tremenda falha disciplinar como tendo sido uma “balançada na equipe” e nada mais. Fico pensando se sob o comando de um Togo Renan, o grande jogador que foi teria feito o mesmo em plena quadra de jogo. Creio que não, e o próprio Kanela jamais o permitiria.

Numa análise derradeira, que sistemas de jogo podem ser desenvolvidos quando duas equipes finalistas do propalado e incensado campeonato paulista  arremessam 63 bolas de três pontos, ou sejam, 189 possíveis? E como falar em defesas perante tanta permisividade?

Desliguei a TV e dei uma passada pelos blogs, e o que vejo?  Técnico de seleção ser indicação de um diretor de marketing, vindo do vôlei, e que se  acha capacitado na área técnica de uma modalidade que não a sua?  Inacreditável!

Curso de capacitação de técnicos no nível I com a duração presencial de 4 dias promovido por uma ENTB coordenada por um preparador físico? Um absurdo!

Um excelente técnico argentino “descobrindo” para nós que a formação de base é o cerne do grande jogo, e que temos de deixar o estilo NBA de jogar para trás?  E o que temos feito e alertado nos últimos 20 anos de descalabro e 6 de Basquete Brasil?

Que por mais uma vez a LNB distribui uma planilha para a formação das seleções que se enfrentarão no Jogo das Estrelas, seguindo as posições de 1 a 5, que é exatamente o modelo criticado pelo Magnano em suas entrevistas, comprovando a padronização e formatação do nosso basquete àquele modelo? Me divirto imaginando a dificuldade de colocação dos jogadores com as minhas indicações baseadas na formação de 2 armadores e 3 alas pivôs, numa solitária posição de negação à mesmice endêmica que nos domina e constrange.

Finalmente me deparo com escolhas dos melhores de 2010, em todas as áreas e funções do basquetebol, e não vejo uma linha sequer, mesmo que ínfima, sobre a pequena revolução técnico tática estabelecida pela equipe do Saldanha da Gama no NBB2, se antepondo à mesmice acima mencionada, fator fundamental a uma reviravolta em nossa maneira de jogar e atuar, comprovando ser isso possível e exeqüível, bastando para tanto uma boa dose de coragem e ousadia, além é claro, de conhecimento e experiência, elementos que seriam impossíveis de adquirir em cursos de formação e habilitação de 4 dias.

Terminei o dia, neste limiar de um novo ano, mais uma vez descrente de que tenhamos a força necessária  para alavancar o soerguimento do grande jogo entre nós, se contarmos somente com os quadros cebebianos, continuísta e corrompido politicamente, onde a função técnica sempre dará passagem ao apadrinhamento e à troca de favores, a não ser aquela tênue réstia de esperança que poderá ser deflagrada pela classe que conhece e domina o jogo, e por isso mesma afastada das grandes decisões, os técnicos brasileiros, que ainda teimam em se esconder no anonimato de suas manifestações pela mídia virtual, alimentando e perpetuando com esse comportamento as felpudas e profissionais raposas que infestam a modalidade que tanto amamos.

Peço aos deuses que nos protejam nesse 2011, fervorosamente.

Amém.

O HEAD COACH…

– O Head Coach estuda muito, sempre estudou, e continuará estudando até o fim.

– Ele jamais assumiu, assume ou assumirá um cargo aonde irá para aprender com assistentes e dirigentes, e sim para ensiná-los como se lidera e dirige uma equipe, seja iniciante, seja de alto nível.

– Em hipótese alguma admitiu, admite ou admitirá ser tutelado por prazos, por interesses incidentes em suas funções, por acordos tampões, ou por qualquer necessidade de cunho pessoal que possa ser explorado por outrem.

– Sua graduação, experiência, conhecimento profundo do jogo, sua audácia e destemor ao novo fundamentado no antigo e nas tradições, e seu sentido de transmissão de conhecimentos, o tornam consistentemente preparado para ações de ponta, e jamais dependente de interesses que não os cunhados e forjados pelos princípios do mérito e da ética.

– Seu reconhecimento natural e insofismável cala a maioria das críticas, debela oposições injustificáveis, aplaina e suaviza seu caminho a muito trilhado com sacrifícios, muito e doloroso trabalho, mas com coragem e sabedoria.

– O Head Coach não se vende, não se leiloa, não se permite minimizar, pois é produto de uma classe de professores muito especiais, a dos Mestres, aqueles que até os detratores respeitam, por reconhecerem  sua essência, e seu modo de ver, conotar e, acima de tudo, valorizar a vida.

– O Head Coach erra pouco, mas errou muito em seu caminho, e errará cada vez menos com o avançar dos anos, não importam quantos, se vividos com lucidez, honra, dignidade, saúde, ética profissional e ética para consigo mesmo.

– O Head Coach tem obrigatoriamente de ser mobilizado pelo país a que pertença, pois o representará com o que possui de melhor, num longo e custoso investimento, não só econômico, mas fundamentado e lastreado em seus recursos humanos, advindos das carências mais primarias de seu povo.

– São Mestres maduros, prontos a servir, a por seus conhecimentos a serviço dos mais jovens, jogadores, assistentes, dirigentes, torcedores, jornalistas, e não dependerem destes para aprender o que tem a obrigação de dominar, ampla, mas não totalmente, o universo de sua modalidade.

– O Head Coach não pode ser motivo daquele tipo de debate que antepõe mérito com interesse político, pois se situa eticamente acima do mesmo, já que  qualificado e reconhecido com majoritária unanimidade.

Conheci alguns destes grandes Mestres, aqui e lá fora, e sempre admirei a mais considerável de suas qualidades, sua independência cultural, técnica e político econômica, tornando-os únicos e verdadeiros, ao professarem a ética pelo trabalho e pelo incontido respeito ao grande jogo, a grande meta de suas vidas.

Jamais torci e desejei tanto para que tais princípios se instalem definitivamente em nosso país, justificando o primado da justiça e do reconhecimento a quem de direito, e peço aos deuses todos os dias por isso.

Amém.

PS- Paremos para refletir o quanto de falta nos faz uma associação de técnicos, forte, independente, numa hora como esta…

MALHEMOS NOSSAS CRIANÇAS…

Recebo no Skype a seguinte comunicação do meu filho André Luis:

[10:58:42] André Raw:

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/12/13/especialistas-liberam-pratica-de-musculacao-para-criancas-adolescentes-923256551.asp

[10:59:04] Paulo Murilo Alves Iracema: vou ver

[11:00:25] André Raw: agora estão querendo que se acostumem cedo ao ambiente de academia, parece matéria paga

[11:01:12] Paulo Murilo Alves Iracema: Culto ao corpo, o grande negocio do século. Só aqui no Brasil movimenta 12 bilhões anuais.  Máfia de criminosos

[11:03:17] Paulo Murilo Alves Iracema: Vindo da Alemanha, a Meca dos grandes laboratórios farmacêuticos deste mundo miserável. Só poderia vir deles mesmo, pois associado aos pesos virão os suplementos, os complementos, os equipamentos e vestuário específico, as cirurgias reparadoras inevitáveis,  e o mais inevitável ainda, o doping. Lamentável. Vou publicar algo a respeito. A crise do euro e da economia vai levar a descompassos como esse. Business meu caro, nada pessoal, somente, business…

E ai está uma matéria que deverá deixar o grande comercio do culto ao corpo tupiniquim alvoroçado, afinal de contas, a perspectiva de lucros, com a entrada de crianças nesse mercado gerará muitos bilhões a mais do que os 12 atuais. Notórios empresários do setor já deverão estar esfregando as mãos ante perspectivas financeiras jamais imaginadas. Já pararam para pensar, num mundo infantil dentro de academias?

E as escolas? Ora, que se danem as escolas com suas mensagens de cidadania, integração e preparo para a vida. Nada disso gera lucros imediatos, nada disso os tornam mais ricos e poderosos.

E o exercito de provisionados amparados e formados pelo sistema Confef/Cref, abiscoitará este segmento com a fome dos ingênuos estagiários, sub pagos e dependentes patriarcalmente das gigantes holdings do culto ao corpo, estas sim, as grandes beneficiárias de pesquisas deste teor.

E o novo governo, que já anunciou que a educação já está bem encaminhada, com certeza, e à sombra da cornucópia financeira de 2014 e 2016, fará vistas grossas a tais progressos científicos, adiando, talvez definitivamente, a autêntica e verdadeira revolução que nos tiraria em duas gerações da subserviência educacional, cultural e esportiva, que nos envergonha e humilha no cenário mundial.

A verdadeira revolução que mencionei é a da escola, onde, por direito constitucional todo jovem desse colossal pais teria o direito de se educar, mental, física, artística e profissionalmente, num ambiente em que pesos e alteres jamais substituiriam os campos, as pistas, as piscinas e as quadras a que tem pleno e irrecusável direito, sob qual ótica e argumentação forem expostos, já que cidadãos de direito, de pleno direito.

Por se tratar de uma brutal realidade, e não de um sonho, é que me dou ao direito da indignação, última e derradeira opção de um velho e teimoso professor.

Amém.

ENGANAR E ADORAR SER ENGANADO…

9/12/2010
CURSOS DA ENTB COMEÇAM EM JANEIRO
Rio de Janeiro — A cidade do Rio de Janeiro vai receber o primeiro curso de 2011 da Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol (ENTB). O curso de formação de treinadores de basquetebol nível I será realizado de 12 a 15 de janeiro, no Clube Botafogo de Futebol e Regatas (Av. Venceslau Brás, nº72 – Botafogo). As inscrições poderão ser feitas no site da Confederação Brasileira de Basketball (www.cbb.com.br) a partir de segunda-feira (dia 13).
O curso de formação Nível I é destinado a todos os profissionais de educação física e que trabalham com basquete, e foi dividido em dois módulos: presencial (32 horas/aula) e à distância (28 horas/aula). Os inscritos serão submetidos a três avaliações. Uma após o módulo presencial, outra durante o módulo à distância e uma avaliação prática seis meses após o módulo presencial. Nos meses de janeiro e fevereiro, a ENTB promoverá mais dois cursos Nível I, nas cidades de São Paulo e Recife.
Os treinadores que estiverem de acordo com o sistema CONFEF/CREF e que forem aprovados no curso de Formação Nível I com média sete ou superior (somatória das três avaliações) receberão o certificado e a carteira definitiva “Nível I”. Os demais receberão o “Certificado de Participação”.
CORPO DOCENTE NÍVEL I
Aluísio Elias Xavier Ferreira (Lula)
André Germano
Dante De Rose Jr.
Diego Jeleilate
Flávio Davis Furtado
Hermes Ferreira Balbino
José Alves dos Santos Neto
Maria do Carmo Mardegan Ferreira (Macau)
Paulo Roberto Bassul
Roberto Rodrigues Paes
Sérgio Maroneze
Tácito Pinto Filho
CADASTRO NACIONAL DE TREINADORES DE BASQUETEBOL
O cadastro Nacional de Treinadores de Basquetebol continua recebendo inscrições. Os objetivos são mapear e quantificar os profissionais do basquetebol no Brasil, além de ser uma importante ferramenta de informação e comunicação entre os profissionais da modalidade. Os técnicos devem se cadastrar no link: CADASTRO.
Em 1963, logo após minha licenciatura em Educação Física pela ENEFD/UFRJ, fiz o Curso de Técnica Desportiva, em Basquetebol, na mesma instituição, com a duração de 360 horas, em dois semestres de atividades teóricas e práticas, paralelamente a atividades em escolas e clubes, na mesma modalidade, numa somatória de estudos e praticidade que marcaram minha formação.

Em 1983 fui o responsável por curso correlato no IEF/UERJ, naquele que foi o último curso de formação de técnicos no Rio de Janeiro dentro de uma instituição formadora de professores em Educação Física.

Foram cursos completos, com disciplinas voltadas a formação de um técnico de basquetebol, onde a Psicologia Desportiva, a Cinesiologia, a Fisiologia e a Organização e Administração complementavam os aspectos teóricos e práticos do grande jogo.

Daí para frente, com a pulverização dos cursos de educação Física na área do humanismo, e conseqüente ida dos mesmos para a área biomédica, toda uma estrutura de formação de técnicos foi transformada em apoio paramédico aos novos comandantes das atividades físicas no país, os médicos, com sua cultura voltada ao corpo e a saúde, hoje um dos grandes negócios do país, movimentando acima de 12 bilhões de reais anualmente, segundo o Atlas da Educação Física e Desportos, do Comte. Lamartine Costa, e tendo o apoio logístico e político do Sistema Confef/Cref,  avalista e garantidor do grande negócio em que transformaram o desporto e as atividades físicas no país, claro, fora das escolas, garantindo uma clientela utente de seus serviços quando na idade adulta, o que seria seriamente prejudicado se tais princípios educativos, esportivos e salutares fossem adquiridos através os currículos escolares, que é um direito cidadão amparado e previsto pela constituição do país, mas sócio politicamente vetado aos jovens brasileiros.

Agora, assistiremos o segundo capítulo de uma ENTB voltado ao Nível 1, meses após ter sido dada a partida da mesma através um curso formativo de Nível 3, onde num prazo de 4 dias dizem e afirmam solenemente terem preparado técnicos para a elite do basquete nacional, e ao módico custo de 800 reais, onde atividades de quadra foram inexpressivas, e até palestras sobre direito esportivo foram feitas, num currículo confuso e equivocado.

E o mais sério, se percorrermos o corpo docente para esse nível (pressupondo existirem outros para os demais níveis…), e o colocarmos frente ao numero de horas aulas previstas para o curso, 32 presenciais nos 4 dias iniciais, e 28 à distância, com uma avaliação prática seis meses após o modulo presencial, podemos concluir que se dividirmos essas horas por 12 professores, teremos 5 horas para cada um ( não sei se suportaria tal carga de trabalho…), se todos derem suas aulas. Mas se os dividirmos pelos demais dois cursos que serão realizados em São Paulo e Recife, teremos 15 horas para cada um, numero esse rigorosamente insuficiente para percorrerem, por exemplo, três fundamentos básicos, como passes, dribles e arremessos, para começar.

Mas como tudo pode ser possível nesse país de vivaldinos (?), veremos e comprovaremos brevemente que- “Os treinadores que estiverem de acordo com o sistema CONFEF/CREF e que forem aprovados no curso de Nível I com a média sete ou superior (somatória das três avaliações) receberão o certificado e a carteira  definitiva “Nível I”. Os demais receberão  o “Certificado de Participação”. ( Diretriz constante do regulamento da ENTB), fato este que oficializará a festa dos provisionados, a grande massa critica do famigerado sistema.

Podemos então agora perceber com clareza, os porquês de muitos dos grandes professores e formadores de jogadores estarem fora da ENTB, pois jamais admitiriam que tal escola funcionasse de forma tão primitiva e rudimentar, ainda mais quando a mesma foi, é, e continuará a ser coordenada em sua formatação e padronização (?)  por um preparador físico, e não um professor e técnico de basquetebol, numa inversão de valores comprometedora e constrangedora àqueles que aceitaram e aceitam tal liderança, e mais, sendo todos seus integrantes ligados desde sempre à CBB, numa flagrante marginalização dos demais e competentes professores e técnicos espalhados e trabalhando em todo o país.

E se observarmos bem o logotipo da ENTB, concluiremos ser o mesmo o retrato autêntico e fiel de sua missão baseada na padronização de um sistema falido e mal intencionado, a começar pela prancheta lá eternizada, com seus garranchos ininteligíveis, ali bem demonstrados em vermelho, onde setas apontam para lugar nenhum, numa alegoria de seu equivocado direcionamento.

Mas fico profundamente curioso para testemunhar mais uma conquista brasileira para o mundo, a de, por mais uma vez, formar técnicos do grande jogo em 4 dias presenciais, façanha esta que bem demonstra nossa capacitação única de enganar, e adorar ser enganado, na medida que um certificado aconteça.

Peço aos já cansados e desiludidos deuses que nos ajudem, uma vezinha mais…

Amém.